Que as novidades sejam boas

MANCHETEPara o Vasco, as novidades serão a tônica da partida contra o Galo, logo mais no Independência. Doriva mexeu na escalação e no esquema tático do time para tentar a vitória, algo que ainda é inédito para nós na competição.

Mas não será nada fácil conseguir esse objetivo. O Atlético-MG é um dos times mais fortes do atual cenário nacional, só tem o Brasileiro para se preocupar e, vindo de uma derrota na última rodada, encontrará na sua casa o ambiente ideal para tentar se recuperar na tabela.

Fácil dificilmente será. Mas impossível? Longe disso. Mesmo não podendo prever com certeza se as novas do Vasco serão boas novas, a torcida pode ficar animada com elas. E nem falo das estreias de Diguinho e Riascos. A novidade que me parece mais interessante não está na escalação, mas na formação da equipe: ao que tudo indica, Doriva assumiu um 4-3-3, com Riascos e Rafael Silva pelos lados de campo e Julio dos Santos mais centralizado, com a responsabilidade de armar as jogadas.

Será a primeira vez que o paraguaio jogará mais próximo da área e, aparentemente, com menor obrigação de marcar. Pode ser uma boa pro time, mas também para o Julio, que ultimamente não vinha conseguindo acionar o Madson com a mesma eficiência que teve no Estadual e viu seus melhores momentos reduzidos a algumas viradas de jogo interessantes. A impressão – ou a esperança – de que ele pode ter um rendimento melhor jogando mais adiantado, se for confirmada hoje, pode ser um paliativo até aparecer o tão esperado camisa 10.

Ofensivamente as mudanças são promissoras, mas é preciso ter muita atenção com a parte defensiva.O Galo é um time de muita intensidade e diante da sua torcida certamente vai procurar pressionar e controlar o jogo desde o início. Sendo assim, dificilmente Doriva permitirá que Christianno e Madson tenham tanta liberdade para apoiar. Ainda mais se levarmos em consideração que o estreante Diguinho dificilmente aguentará manter ritmo caso a partida seja muito pegada (e muito provavelmente será).

Para evitarmos problemas, não podemos facilitar para o time mineiro, fazendo uma marcação muito recuada e os chamando para o nosso campo. Tentar uma maior compactação, com duas linhas marcando (Gilberto, Riascos e Rafael dando o primeiro combate e Julio, Diguinho e os laterais fechando na altura do meio de campo e Guiña na sobra, mais próximo da zaga) e diminuindo os espaços do adversário pode ser o caminho para recuperarmos a bola rapidamente e partir ao ataque com velocidade.

Em uma situação normal, seria natural considerar uma boa voltar de Minas Gerais hoje com um ponto. Mas com os empates nas três primeiras rodadas, não podemos nos contentar com a igualdade. Por mais que o Atlético seja um adversário dos mais respeitáveis, precisamos também propor o jogo, mesmo fora de casa. Se as mudanças do Doriva farão surgir um novo Vasco, dificilmente teremos um momento mais propício para isso. Um bom resultado no nosso primeiro confronto contra um dos favoritos ao título jogando com seu time titular será uma bela mostra de força da nossa parte.

Campeonato Brasileiro 2015

Atlético-MG x Vasco

Victor; Patric, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Rafael Carioca; Luan, Dátolo, Giovanni Augusto e Thiago Ribeiro; Lucas Pratto.

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Christianno; Guiñazú, Diguinho e Julio dos Santos; Rafael Silva, Riascos e Gilberto.

Técnico: Levir Culpi.

Técnico: Doriva.

Estádio: Independência. Data: 30/05/2015. Horário: 16h. Arbitragem: Alisson Sidnei Furtado (TO). Auxiliares: Alessandro A Rocha de Matos (BA) e Elicarlos Franco de Oliveira (BA).

As redes Bandeirantes (RS, RJ, ES, AL, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF) e Globo (MG – menos Belo Horizonte -, RJ, ES, SE, AL, PE (Petrolina), PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF) transmitem ao vivo. O Canal Premiere transmite para seus assinantes em todo país  e no sistema Pay-per-view.

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Boas apostas. Mas para quem?

erickEnquanto as bombas explodem sobre o futebol de um modo geral, com prisão de cartolas da FIFA – e também o VP da CBF – acusados de corrupção e o Cruzeiro é cipoado em casa e está fora da Liberta, o noticiário sobre o Vasco, sem jogos no meio da semana, rareia. Mas um assunto breve – e espantoso – vale um breve comentário.

A dispensa do atacante Erick Luis pelo Bragantino poderia até passar batido, mesmo tendo acontecido de forma grotesca: o Braga jogava em Salvador contra o Vitória pela Série B e tem uma penalidade a seu favor. O “craque”, um dos rebaixados pelo Olaria em 2012 que foram contratados pela diretoria no início da temporada, toma a bola das mãos do cobrador oficial do time apenas para desperdiçar a cobrança. Mesmo que o pênalti não fosse fazer qualquer diferença – o Vitória goleou por 4 a 1 –  foi a gota d’água para Erick: depois de ter sido titular na campanha que rebaixou o Bragantino no Paulistão (e de ter marcado apenas UM gol em todo campeonato), a perda do pênalti era o que faltava para a dispensa do atacante.

O problema é que a dispensa de Erick faz com que ele retorne ao Vasco. Até porque o jogador tem contrato com o clube até 2017. Exatamente: a diretoria fez um contrato até DOIS-MIL-E-DEZESSETE com um atacante que acumula nos últimos três anos rebaixamentos pelo Olaria, Bahia e Bragantino. Como Erick nunca foi aproveitado pelo Doriva, a tendência é que ele seja novamente emprestado. Isso, claro, se aparecer algum time interessado no “futebol” do rapaz.

Eis o resultado de contratações em baciada de jogadores de times pequenos e com carreiras inexpressivas: chegam ao clube, se valorizam – mesmo sem atuar pelo Vasco – e viram moeda de troca. E ainda teve gente que, ao comentar o post anterior, disse que a diretoria está sendo “muito criteriosa” nas contratações. Só falta saber quais critérios são esses.

À época em que foi apresentado como novo “reforço” vascaíno, José Luis Moreira apresentou Erick como “mais um garoto que vamos apostar. Como se percebe, a aposta está dando muito certo. Mas não para o Vasco.

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Douglas gol Vasco PonteAí, falam do interesse do Vasco no Luis Fabiano. Pessoalmente, não sou fã do, dizem, Fabuloso: é muito mais problemático que decisivo. Não chega a ser um Kleber Gladiador (aliás, outro jogador com apelido mais chamativo que seu futebol), já que Luis Fabiano faz seus golzinhos. Mas e como pagar 600 mil samangos de salário para o sujeito? E, mesmo que o Vasco arrume um parceiro para essa despesa, adianta gastar essa grana para ter o mesmo problema que Gilberto vem tendo? Ou Luis Fabiano pegará a bola no meio de campo e fará tudo sozinho?

Sem a chegada de um meia armador, não adianta nada entupir o elenco de atacantes. Quando cito isso aqui no blog, parte dos leitores reiteradamente falam que a falta de um camisa 10 não é problema apenas do Vasco, mas do futebol brasileiro. Eles são raros e os que fazem seu papel com um mínimo de competência estão numa faixa salarial muito acima do teto do clube.

Mas se o Vasco não consegue descobrir algum camisa 10 dentro da política do bom e barato em times de menor expressão, talvez a volta de Douglas seja uma boa. Sua lentidão e os apagões que tem em muitos jogos são conhecidos, mas com o elenco que temos, ele seria titular facilmente. O Grêmio teria oferecido o jogador à diretoria. Dependendo do salário que ele receberia do Vasco, o negócio pode valer a pena.

Aí, tendo um armador de fato no time – ainda que seja o Douglas – podemos pensar em contratar atacantes.

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(Já que veio) sucesso, Riascos!

riascosEntão, aparentemente – porque ainda não houve uma confirmação oficial – o Vasco realmente terá o atacante Duvier Riascos como reforço. O atacante virá do Cruzeiro por empréstimo, com o clube mineiro pagando mais da metade dos seus vencimentos (restando R$ 100 mil/mês bancados pelos cofres vascaínos, o que o manterá dento do teto estipulado pela diretoria).

Com 28 anos, o atacante colombiano é bastante rodado: a armadura cruzmaltina será a 10ª camisa defendida por Riascos. Ser viajado – ele já teve passagens por Venezuela, México e China, além da sua Colômbia natal e o Brasil – não lhe garantiu sequer uma convocação para a seleção colombiana. Sua temporada com mais destaque foi no já longínquo ano de 2010, quando foi o maior artilheiro e o jogador do ano no exótico futebol chinês.

Na Raposa, Riascos chegou em janeiro e teve poucas chances. Há quem diga que ele foi uma decepção no clube mineiro, mas há o desconto de não lhe permitirem ter uma sequência de jogos. No geral, não fará falta no elenco cruzeirense, apesar de não ser considerada a pior opção para seu ataque.

Independente de não ter tido uma carreira de encher os olhos ou de não ter tido um desempenho memorável no Cruzeiro, Riascos pode sim ser considerado um reforço para o Vasco. Dentro da média das contratações feitas esse ano, ele está com certeza em um nível bem acima dos que chegaram à Colina. E pela grana que pagaremos por ele, a aposta é válida.

Mas a questão não se resume a isso. Não considerando o Dagoberto, que também pode fazer a função, Riascos será o quarto atacante de lado de campo do elenco, junto com Rafael Silva, Yago e Eder Luis. Ainda que ele seja melhor que os dois primeiros – já que Eder Luis não poderá atuar até a abertura da janela de transferências internacionais ou até sua plena recuperação, o que vier antes – existem outras carências no elenco que precisam de uma solução com muito mais urgência.

Contratar mais um atacante de velocidade é, no mínimo, uma mostra de um planejamento equivocado. Se ele se sair melhor que as opções que temos, não precisaríamos trazer de volta Eder Luis; se não for, pra que trazer mais um jogador para ficar no banco? E, enquanto isso, ainda precisamos desesperadamente de um meia armador…

Como parece ser inevitável, que seja bem-vindo o Riascos. Que ele justifique sua contratação e mostre mais futebol do que mostrou em Minas Gerais. Nem que para isso ele precise fugir um pouco das suas características e desande a fazer os gols com os quais só acostumou a torcida do Shanghai Greenland Shenhua da China.

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Para quem não leu, está no ar desde ontem minha nova coluna no Vasco Expresso. Clica aí e confira

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Já vimos esse filme

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Difícil falar com certa frequência sobre acontecimentos idênticos sem soar repetitivo. E como na série de empates o Vasco as situações que levam ao resultado final são muito semelhantes, espero que vocês compreendam o sentimento de déjà vu que possam vir a ter ao ler esse post sobre o 1 a 1 de ontem, contra o Internacional, pela terceira rodada do Brasileirão.

Tinha dito ontem que uma vitória sobre o Colorado seria uma oportunidade para o time afugentar de vez uma possível crise que se avizinha. Havia comentado também que o Inter era um adversário dos mais respeitáveis mesmo vindo com seu time reserva, primeiro porque tem um grupo mais qualificado que nossos dois primeiros adversários e também porque vários dos suplentes seriam titulares com folgas na equipe vascaína.

Aí vem o jogo, e no campo a teoria não é igual a prática, como dizem. Mesmo com jogadores como Alex, Nilton, Anderson e Nilmar, o Inter não se comportou muito diferente dos Figueirenses e Cuiabás da vida: jogou fechado, esperando as falhas do nosso time para tentar os contra-ataques.

Mas isso não foi o pior. Ruim mesmo foi ver que o Vasco também não se comportou diferente do Vasco. Dominou a partida e desperdiçou uma penca de gols (Madson, duas vezes, Gilberto e Julio dos Santos perderam as mais óbvias).

Só que bastou o Inter forçar um pouco para colocar nosso ponto forte em cheque. No fim do primeiro tempo, nossa defesa deu duas vaciladas, as duas com um inacreditável Nilton recebendo e cruzando na medida para Nilmar. Na primeira, cabeçada pra fora; na segunda, não teve jeito. Gol do Inter.

Na etapa final, nosso adversário ficou ainda mais fechado e o Vasco atuou praticamente o tempo todo em seu campo de ataque. E mais uma vez tivemos dificuldades em transformar o domínio em chances de gol. Doriva fez as igualmente conhecidas alterações (saem Marcinho e Dagoberto, entram Yago e Thalles, já que Bernardo não estava à disposição) e, mais uma vez, elas não surtiram o efeito esperado. O que nos salvou do que seria nossa primeira derrota foi justamente a única alteração diferente: Serginho, que já tinha um amarelo, cedeu lugar ao Lucas no intervalo. E foi o volante reserva que acertou um chute esquisito e que acabou nas redes do Inter. Nosso primeiro gol no Brasileiro garantiu nosso terceiro empate em três jogos.

Como era de se esperar, Doriva exaltou a “consistência” da equipe e lamentou as chances perdidas. Como sempre também, a torcida deu um desconto por mais dois pontos perdidos, já que pelo menos o time mostrou garra para buscar a igualdade no placar. Mas o que muitos torcedores ainda não se ligaram é que luta é o mínimo que se espera de uma equipe da elite do futebol brasileiro. Ter um time que se empenha não basta: é preciso mostrar alguma qualidade para construir os resultados e garantir uma campanha no mínimo tranquila.

Podemos pensar que ainda estamos  na terceira rodada, que as coisas vão se ajeitar e que, mesmo com suas limitações, nosso elenco não está em um nível tão distante das outras equipes. O problema é que já tivemos elencos que lutavam e que, no papel, não eram tão fracos em relação aos outros. E, ainda assim, terminamos o campeonato na zona de rebaixamento (onde podemos terminar já nessa rodada). Estarmos na terceira rodada não serve como desculpa para esperarmos mais tempo para o Vasco mostrar mais competência. Se continuarmos nessa toada, daqui a pouco veremos os adversários se distanciarem enquanto o campeonato avança. Esse filme nós já cansamos de ver. E o final não é nada feliz.

As atuações…

Martín Silva – teve menos trabalho do que o esperado. E não teve o que fazer no gol colorado.

Madson – não consegue repetir as boas atuações que teve no Estadual. Além de continuar incapaz de acertar um cruzamento, tem mostrado seguidas vezes uma dificuldade com fundamentos como domínio de bola e chute que são motivo de vergonha. Ontem, perdeu dois gols feitos por conta disso: no primeiro, não soube se posicionar para chutar um rebote; no segundo, na cara do goleiro, deu um peteleco completamente sem direção.

Luan – começou a partida fazendo um recuo estranhíssimo e tendo que parar o Nilmar de uma forma que um juiz mais rigoroso marcaria pênalti. E era ele quem estava marcando o atacante nas duas chances que teve de finalizar, a última, terminando no gol do Inter.

Rodrigo – na lance em que o Nilmar quase abriu o placar, errou o tempo da bola e permitiu o cabeceio. No resto, muito por conta da falta de ofensividade do adversário, não teve muitos problemas. Teve uma chance de finalizar em jogada ensaiada no segundo tempo, mas só conseguiu dar um chute desclassificante.

Christianno – no lance do gol do Inter, não foi visto ajudando a fechar a lateral esquerda. Mas até tem sido mais eficiente no ataque, precisando, como todo lateral que apareceu no Vasco nos últimos 15 anos, melhorar muito nos cruzamentos. Acertou um belo chute no segundo tempo, obrigando o goleiro Muriel a fazer boa defesa.

Guiñazu – faltou velocidade para acompanhar Nilton no lance do gol do Inter, mas de resto, fez seu trabalho com segurança.

Serginho – nem vinha errando tantos passes como de costuma, mas acabou sendo substituído por levar um amarelo ainda no primeiro tempo. Lucas entrou em seu lugar e acabou como herói do time, marcando o gol de empate.

Julio dos Santos – perdeu um gol imperdível.

Marcinho – nem começou tão mal, alternando de posição com Dagol e oferecendo algumas boas opções de jogada. Chegou, inclusive, a ter uma boa finalização no primeiro tempo. Mas não poderia sair de campo sem aprontar das suas: a jogada do gol colorado começou com uma bola que ele perdeu no meio de campo. Yago entrou em seu lugar no segundo tempo e, como na maioria das vezes, cisca, cisca e não faz nada de produtivo.  Dagoberto – teve boa movimentação no primeiro tempo, mas ainda não foi dessa vez que jogou realmente como homem de frente. Cansou no segundo tempo e Thalles entrou em seu lugar, dando um novo gás ao ataque e ajudando na pressão final. Ainda assim, não chegou a levar perigo.

Gilberto – teve uma boa chance no primeiro tempo, mas chutou pra fora. No segundo tempo, acabou se embolando no meio de um monte de marcadores e gente do próprio Vasco tentando resolver o jogo e acabou sumindo.

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Oportunidade ou crise?

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Para um time que se sagrou campeão estadual, o início de Brasileirão do Vasco foi uma frustração só. Nenhuma vitória e nenhum gol marcado, dois empates contra times que devem brigar na parte debaixo da tabela, sendo que um deles foi em São Januário. Se somarmos o desempenho na Copa do Brasil, quando o Cuiabá, time da Série C, nos deu um trabalho enorme para ceder a classificação à próxima fase (sem que conseguíssemos vencer uma das partidas sequer), percebe-se facilmente porque parte da torcida está decepcionada.

Por conta disso tudo, o Vasco entra em campo hoje para enfrentar o Internacional com uma pressão que não seria necessária nesse momento do campeonato. Ninguém vai querer ver um resultado ruim no segundo compromisso do time na Colina, ainda mais quando nosso adversário jogará com seu time reserva. Mais uma atuação ruim, mais um jogo sem vitória (seja derrota ou mesmo um empate) diante da nossa torcida pode determinar o início de uma crise em São Januário. Ainda mais se o resultado nos deixar na zona de rebaixamento.

Mas como dizem por aí, toda crise é, na verdade, uma oportunidade. Depende de como a encaramos. Uma vitória hoje pode ser o começo de uma boa caminhada do Vasco na competição.

Pra início de conversa, com o Inter não tem muito essa de “time reserva”. Uma equipe que tem Rever, Paulão, Nilton, Alex, Anderson, Nilmar, mais uma penca de garotos da base que participaram dos últimos títulos estaduais colorados não é um adversário fácil. Aliás, é um time que no papel é muito mais forte que Goiás e Figueira, nossos dois primeiros oponentes.

Depois, uma vitória hoje vai nos dar mais que uma moral importantíssima no momento, mas também nos farão dormir, no mínimo, na terceira colocação. Caso consigamos os três pontos hoje, diante da nossa torcida e contra um adversário forte, o que poderia ser o inicio de uma crise se transformará em uma oportunidade de alavancarmos nossa campanha.

Obviamente, nosso time precisa dar uma forte colaborada para atingirmos esse objetivo. Acertar o gol, no momento, é o principal. Nos últimos quatro empates – excetuando o jogo contra o Goiás, quando praticamente não finalizamos – desperdiçamos uma quantidade inaceitável de gols, o que não poderá se repetir hoje. O Inter dificilmente nos oferecerá tantas oportunidades, por isso nossos atacantes precisam aproveitar cada chance que aparecer de balançar a rede.

E mesmo defensivamente precisamos de mais atenção. Ainda que seja o ponto forte do time do Doriva, demos umas vaciladas que poderiam, por exemplo, ter nos custado a classificação contra o Cuiabá. Contra jogadores como Alex e Nilmar, não podemos deixar tudo nas mãos salvadoras do Martín Silva. Tendo condições de jogo, Rodrigo será vital nessa função, assim como Gilberto será na função de marcar os gols que tem nos faltado.

Esse é o tipo de jogo que tem tudo para servir para tranquilizar o clima de cobrança que começa a rondar a Colina. Cabe ao Vasco agarrar essa oportunidade de espantar de vez a possibilidade de crise que se avizinha.

Campeonato Brasileiro 2015

Vasco x Internacional

Martin Silva, Madson, Luan, Rodrigo (Anderson Salles) e Christiano; Serginho e Guiñazu; Julio dos Santos, Dagoberto e Rafael Silva; Gilberto (Thalles).

Muriel; Luca Marques, Paulão, Réver e Geferson; Nico Freitas, Nilton, Alan Ruschel, Anderson e Alex; Nilmar.

Técnico: Doriva.

Técnico: Diego Aguirre.

Estádio: São Januário. Data: 23/05/2015. Horário: 18h30. Arbitragem: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA). Auxiliares: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Nailton Junior de Sousa Oliveira (CE).

O Sportv transmite para seus assinantes de todo o Brasil (exceto RJ). O PFC transmite para todo o Brasil para seus assinantes e no sistema pay-per-view.

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Sem comentários para a atitude do Grêmio: deve ser mal de times tricolores tentar roubar os profissionais do Vasco. A mera sondagem já me parece pouco ética. Fazer uma proposta que dobraria o salário do Doriva, sabendo que a situação financeira vascaína não é das melhores e que a diretoria respeita o teto salarial definido para o clube é no mínimo um golpe baixo.

Mas, de qualquer forma, há pontos nessa história toda que estão mal contad0s.

Romildo Bolzan, presidente gremista, disse ligou para Doriva e que recebendo a negativa do treinador, pediu que o contato fosse desconsiderado. Depois, Bolzan teria recebido uma ligação de representantes do Doriva para negociar.

Depois dessa ligação, o presidente do Grêmio diz ter ligado de volta para o Doriva para confirmar a relação dele com os representantes, o que teria sido confirmado pelo treinador vascaíno.

Aí que a história fica estranha. Depois de Doriva ter confirmado que os empresários o representavam, o que aconteceu?

Bolzan seguiu negociando?

Doriva aceitou ouvir propostas?

Se Bolzan apenas perguntou se Doriva aceitaria conversar, em que momento surgiu a proposta de R$ 300 mil/mês e o contrato de dois anos?

Doriva permite que seus empresários falem por ele sem que seja consultado? Ou eles consultaram o treinador e esse permitiu o contato com Bolzan?

Mesmo que a bronca do Eurico tenha sua parte de hipocrisia – o que o Vasco fez ao tirar o Doriva do Botafogo-SP não é tão diferente do que o Grêmio fez: trabalho iniciado em Ribeirão Preto ou não, havia um contrato assinado – parece que ainda há outras pessoas que precisam levar uma descompostura do presidente do Vasco. Bolzan, os empresários Bernardo e Wagner ou o próprio Doriva não contaram tudo a respeito dessa história.

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Crise chegando

Na entrada do time, Luan parecia prever o que aconteceria. Foto (detalhe): www.vasco.com.br
Na entrada do time, Luan parecia prever o que aconteceria. Foto (detalhe): http://www.vasco.com.br

Jogamos sempre para vencer. Ninguém joga para empatar. Empate é circunstância do jogo, faz parte do futebol. Tem que avaliar a performance da equipe, e a performance da equipe foi boa. Ponto!”

“Vou falar pela décima vez. O time teve volume de jogo, criou as oportunidades, mas tem o goleiro lá, tem o pênalti e o goleiro pega… O time criou mas, de fato, a bola não entrou, e vamos trabalhar em cima disso. Tem que ser mais eficiente na hora da definição. É isso.

Futebol mudou. Não tem mais facilidades. Cuiabá tem organização. Essa superioridade não existe mais no futebol.

Doriva

A gente não tá deixando de tentar. O goleiro deles fez boas defesas. Conseguimos a classificação, independente de jogar bem” –  Marcinho.

A gente tá criando. Quando sair, vão sair todos os gols” – Anderson Salles.

Futebol a gente tem que lidar com isso. Um dia é heroi, outro é vilão” – Rafael Silva.

Temos que comemorar porque mesmo com o empate conseguimos a classificação na Copa do Brasil” – Thalles.

Está difícil de explicar, a equipe está criando algumas oportunidades, mas a bola está teimando não entrar” – Madson.

Vamos dar valor à classificação. Foi um jogo difícil (…) Criamos chances, mas infelizmente a bola não entrou” – Serginho.

A torcida tem o direito de fazer o que quiser, mas não concordo com as vaias. Tivemos chances de fazer gols. Desperdiçamos um pênalti. O importante é que não estamos perdendo” – Yago.

O discurso afinado de todos, a irritação com a imprensa e com as vaias da torcida, as desculpas já utilizadas em outras situações semelhantes, a insistência em mostrar que o importante foi a classificação e a incapacidade de explicar o que está acontecendo com o time evidenciam o que aconteceu no empate com o Cuiabá (o quarto em uma sequência na qual não conseguimos sequer marcar gols em três): outra exibição na qual não conseguimos superar a limitação ofensiva da equipe, mesmo jogando contra um adversário menos qualificado. E ontem, mesmo tendo um pênalti a nosso favor.

E, ainda que seja inegável que dominamos amplamente a partida, corremos o risco de rever uma eliminação à la Baraúnas: o goleiro dele fez algumas defesas – nenhuma tão espetacular quanto estão tentando nos convencer, mesmo no pênalti displicentemente cobrado pelo Luan – mas o lance mais perigoso acabou sendo do Cuiabá e em um momento da partida no qual dificilmente teríamos tempo para reagir.

O problema é que desde a final do Estadual, o time parece ter relaxado e vem perdendo gradualmente suas principais características. Os adversários já conseguem anular nossas jogadas pela direita, os gols de bola parada já não acontecem e mesmo nossa defesa tem dado uns vacilos inaceitáveis, que só não nos causaram maiores problemas por conta do brilho individual de Martin Silva e da incapacidade dos nossos últimos adversários. No momento, nos resta a valorização da posse de bola. O que não adianta de muita coisa, se raramente conseguimos criar jogadas e quando as criamos, nossos atacantes finalizam mal.

Ficar tenso não resolve o problema. O que resolve é trabalhar mais: Doriva precisa descobrir alternativas para o time – que não seja seu “kit alteração” com Bernardo-Marcinho-Yago – e os jogadores precisam desesperadamente treinar finalizações, cruzamentos e, em alguns casos, até domínio de bola. Contar que chegue algum reforço que vá resolver nossa situação não adianta. É preciso fazer os que já estão aí rendam mais. Ou, pelo menos, rendam o que renderam na fase final do Estadual.

E é bom que Doriva e seus comandados consigam melhorar o mais rápido possível. A reação deles e a da torcida após mais um empate sem gols parecem ser um prenúncio de crise. E isso é o que de pior pode acontecer no momento.

As atuações…

Martín Silva – praticamente não trabalhou, mas acabou garantindo a classificação no finzinho da partida, evitando um gol do Cuiabá que seria fatal com uma grande defesa. Madson – continua sendo bastante acionado no apoio, mas tem errado tudo o que tenta. E tem dado vários vacilos na parte defensiva, entregando bolas que se tornam contra-ataques perigosos.

Luan – se dispôs a sair da defesa para bater um pênalti e acabou fazendo uma das cobranças mais displicentes da história recente de São Januário.

Anderson Salles – não chegou a comprometer porque o adversário não se dispôs a criar muitos problemas. Mas se enrolou um pouco em uns dois ou três contragolpes na metade final do segundo tempo. A única falta que cobrou ficou na barreira.

Christianno – o mistério de Tostines: Christianno tem ajudado mais o time ou o time a sua volta piorou tanto que ele parece ter melhorado? O fato é que nas duas últimas partidas, aquele que vinha se mostrando um dos piores laterais esquerdos da história vascaína tem conseguido se destacar positivamente (em relação ao time de um modo geral, que fique claro). Parece ter gastado todos os acertos de cruzamentos na partida contra o Figueira, mas pelo menos mostrou alguma eficiência no apoio. Julio Cesar fez sua estreia entrando em seu lugar no final do jogo, mas não chegou a ser notado.

Guiñazu – segue sendo o mais regular do time, fazendo o que lhe cabe com a eficiência de sempre. Com o time tentando pressionar, até tentou fazer suas graças na frente.

Serginho – também é regular, mas nos erros de passe. Pelo menos não vacilou tanto no combate e na cobertura.

Julio dos Santos – boas inversões de bola e alguns bons passes em jogadas pela direita. Mas como na maioria das vezes, parece que poderia se esforçar um pouco mais em campo.

Dagoberto – tenta articular jogadas no meio, mas cada vez mais parece deixar claro que seu lugar ideal é mesmo mais próximo da área. Sem isso desperdiçamos quem, no atual elenco, tem o melhor poder de finalização. Como de costume, quando cansou foi substituído pelo Marcinho, que, igualmente como de costume, não acrescentou quase nada à equipe.

Rafael Silva – esforçado como sempre, mas incapaz de finalizar com precisão. Yago entrou em seu lugar e deu novo ânimo ao ataque no segundo tempo. Fez boas jogadas pela esquerda e sofreu o penal desperdiçado por Luan.

Thalles ­– entrou como centroavante, mas se posiciona mal, ficando longe demais da área. Perdeu alguns rebotes do goleiro por não chegar a tempo na bola (perder um pouco de peso pode torná-lo mais ágil). Na sua melhor chance – um chute de virada que obrigou o goleiro adversário a fazer o que seria sua melhor defesa – o lance foi invalidado por ter cometido falta em seu marcador.

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Salles e Thalles

tsHouve um tempo em que fase inicial da Copa do Brasil era chance de atacante vascaíno fazer fama como artilheiro. Não é o que estamos vendo esse ano, depois de penar para passar pelo semiprofissional Rio Branco-AC e agora com o Cuiabá-MT. Esperávamos eliminar os jogos de volta nos dois casos, não rolou; esperávamos vencer com facilidade os dois adversários, também não rolou. E nesse segunda fase da competição, nem vencer o jogo de ida vencemos. Como dizem, “tá osso”.

Ainda assim, a situação não é, em teoria, tão complicada. Poderíamos até ter perdido o jogo na Arena Pantanal, mas Rodrigo fez um golzinho, se não salvador, mas traquilizador nos acréscimos e basta que não soframos gols hoje em São Januário para garantir a classificação.

Mas também não esperávamos sofrer gols em casa contra o time formado por frentistas e outros profissionais liberais do Acre e levamos dois. E há um risco adicional na partida de logo mais: Rodrigo não joga e quem acompanhará Luan na zaga será Anderson Salles. Nada contra o jogador que, aliás, até acho ter o seu valor. Mas seus números esse ano não são os mais alentadores para um jogo como o de hoje.

Salles participou de nove partidas pelo Vasco esse ano. E em TODOS os jogos o time sofreu gols. Ele, inclusive, jogou nas duas partidas pela primeira fase da Copa do Brasil, quando o Rio Branco – lembrando mais uma vez, uma equipe semiprofissional – conseguiu marcar três vezes contra nós nas duas partidas.

Se o zagueirão mantiver sua média e o Vasco sofrer algum gol, a missão que era relativamente simples começa a se complicar. Se levarmos um, teremos que pelo menos empatar para levar o jogo para os pênaltis, o que já seria desagradável o bastante, dado o nível do nosso adversário. Se for mais de um, aí não tem jeito: teremos que sapecar no mínimo três gols no Cuiabá.

O que nos leva a pensar no ataque, que também terá um desfalque. O artilheiro do time no ano, Gilberto, não joga. Num primeiro olhar, isso deveria ser mais um motivo para nos preocuparmos. Mas talvez nem seja. Giba anda de mal com o gol e já faz três jogos que não balança as redes adversárias, mesmo tendo tido algumas oportunidades claríssimas para mudar essa história. E seu substituto será o Thalles, que se por um lado não tem justificado sua fama como futuro craque, pelo menos tem feito sua parte na Copa do Brasil: dos quatro gols marcados pelo garoto esse ano, três foram na competição.

Resumindo, o ponto fraco de um dos substitutos pode ser anulado pelo ponto forte do outro. Mas o que todos esperamos é que Salles não mantenha sua escrita e que Thalles siga a rotina de artilheiro na Copa do Brasil. Isso vai facilitar imensamente nossa classificação.

Copa do Brasil 2015

Vasco x Cuiabá

Martín Silva; Madson, Luan, Anderson Salles e Christianno; Guiñazú, Serginho, Julio dos Santos, Dagoberto e Rafael Silva; Thalles.

André Luís; Gean, Ricardo Braz, Égon e Maninho; Bogé, Felipe Blau, Raphael Luz e Gilsinho; Kaíque e Nino Guerreiro.

Técnico: Doriva.

Técnico: Fernando Marchiori.

Estádio: São Januário. Data: 2o/05/2015. Horário: 22h. Arbitragem: Jailson Macedo Freitas (BA). Auxiliares: Alessandro A Rocha de Matos (BA) e Marcos Welb Rocha de Amorim (BA),

As redes Bandeirantes (RJ, MT e parte da rede) e Globo (RJ, ES, GO, TO, MT, SE, AL, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF) transmitem a partida. A ESPN Brasil e o Sportv 2 transmitem para seus assinantes.

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Ontem, dois fatos tiveram destaque no noticiário sobre o Vasco. Nenhum deles foi surpreendente, mas simbolizam muito bem o momento pelo qual passa o clube. Ou melhor, pelo qual o clube volta a passar.

O primeiro e mais danoso ao clube – mais especificamente aos cofres vascaínos – foi a decisão do Conselho Deliberativo de abrir mão da ação que o Vasco movia contra seu atual presidente, que o obrigaria a devolver cerca de R$ 3 milhões pagos como indenização por declarações dadas por Eurico Miranda.

O outro foi a declaração do mesmo Eurico à imprensa na qual decretou que “atleta nenhum, nem profissional e nem dirigente, pode ter uma opinião no Vasco diferente da minha. Ou então, não trabalha mais aqui.

Como eu disse, nada disso é surpresa. No momento em que Eurico confirmou sua volta à presidência, todos sabiam que sua dívida com o clube seria cancelada. Assim como não surpreende ninguém o presidente voltar a orgulhosamente exibir seu autoritarismo.

Os fãs do Dotô piram, quem não gosta da sua truculência fica constrangido e tudo ficaria ótimo se parasse por aí.

Mas não para.

Os dois fatos são um prato cheio para a mídia em geral voltar a vender a imagem do Vasco como um feudo euriquiano. E se a imprensa esportiva já gosta de dar suas alfinetadas no clube mesmo quando não há motivo, havendo razão para tal, é uma festa. Um exemplo foi a matéria do Globo sobre a partida de hoje (cliquem aqui para ver uma imagem do jornal): mesmo com o time tendo uma partida decisiva pela Copa do Brasil, não mais de cinco linhas da matéria foram dedicadas ao jogo. O resto, sua grande maioria, foi a repercussão negativa do que falou o presidente na coletiva de ontem.

Ah, mas isso sempre foi assim!” Isso não é motivo para tornar as coisas piores. Até porque, se não há mais como o Eurico queimar o próprio filme, quem fica com a imagem mais prejudicada é o Vasco.
Hoje, campeão carioca e com uma parceria com a Caixa herdada da gestão anterior, a situação não é tão ruim. Ano que vem, se passarmos o resto do ano sem títulos e com os patrocínios se encerrando, que empresa vai querer associar sua imagem a um clube marcado pelo autoritarismo?

Ficamos vários anos sem um patrocínio decente na primeira gestão dessa diretoria. Será que não se pode tirar lição nenhuma dos erros do passado?

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E o meia armador?

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Francisco da Costa Menezes Jackson, mais conhecido como Jackson Caucaia finalmente foi apresentado oficialmente como jogador do Vasco. Procurei informações sobre o tempo e a natureza do contrato (se é empréstimo ou aquisição), mas não encontrei.

Como já havia dito por aqui, não dá pra falar mal do reforço antes de vê-lo em campo. E Caucaia ao menos tem a seu favor o fato de já ter trabalhado com Doriva, o que deve significar ao menos sua aprovação. A questão é saber se, mesmo sendo uma boa opção para o elenco, se Caucaia terá utilidade no elenco.

A diretoria, dentro das dificuldades que todos conhecemos, tem trazido reforços e Caucaia é a quarta contratação para o segundo semestre. Os três primeiros reforços, o meia Emanuel Biancucchi, o lateral-esquerdo Julio César e o volante Diguinho ainda não estrearam. Desses, apenas Julio César e o primo do Messi podem suprir as mais evidentes limitações do grupo.

Então é de se perguntar: precisamos de mais um volante na equipe? Opções à titularidade do Serginho serão sempre bem vindas, mas tendo Lucas e Índio no grupo, será que precisaríamos investir na contratação de mais dois volantes? Caucaia, um desconhecido para grande parte dos vascaínos, pode ser o melhor nome entre eles, mas se for, o que justifica a contratação do Diguinho?

A ideia por trás do planejamento dessas contratações parece um mistério. Enquanto trazemos mais volantes ao time – agora são seis, descontando o Victor Bolt, que já foi embora – seguimos sem um meia armador além do irregular Jhon Cley e da incógnita Biancucchi e não temos quem faça sombra ao Gilberto (que parece de mal com o gol). Pelo menos, José Luis Moreira negou o interesse do clube em contar com o atacante Riascos, que seria mais um atacante de lado de campo a se juntar com Rafael Silva, Yago, Marquinhos e possivelmente Eder Luis. Se for para trazer mais algum jogador, que seja algum que pelo menos atue nas posições em que mais temos carência.

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Se ele não acrescentasse ao elenco, não estaria aqui” – José Luis Moreira sobre Jackson Caucaia.

Pode até ser que Jackson acrescente algo ao elenco. Mas é engraçado ouvir o VP de futebol falar isso depois de ter contratado uma penca de jogadores no começo de ano que sequer vestiram a camisa do Vasco e foram negociados sem ao menos jogar uma partida.

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Acordando para a realidade

rafaelA torcida do Vasco precisou acordar mais cedo nesse domingo para ver seu time em campo. E estávamos todos lá, 11 da madrugada, diante de TVs, monitores ou, para quem teve a oportunidade, nas arquibancadas do Orlando Scarpelli assistindo ao confronto contra o Figueirense. E o que vimos foi nosso time entrar em campo para um primeiro tempo ligado e terminar a partida aparentando tamanho cansaço que parecia precisar de uma cama imediatamente.

Entre os altos e baixos do 0 a 0 com o Figueira, quem resumiu nossa situação e acordou a torcida para o que realmente vivemos no Brasileirão foi o Dagoberto: “’Nossa realidade não é título algum.

Antes da torcida ficar ofendidinha, seria mais prático agradecer ao Dagol pela chacoalhada. Precisamos nos conscientizar que o que ele disse nada mais é que a dura realidade que temos hoje. O time que temos é esforçado, tem alguns valores e mostrou superação para ser campeão estadual. No Brasileiro a história é completamente diferente. E só quem quer se iludir muito desconhece esse fato.

A partida contra o Figueira deixou isso bem claro: quando jogamos bem, parece que estamos no limite das nossas capacidades. E se as coisas não dão certo, se não temos um pouquinho a mais de sorte, não conseguimos nossos objetivos mesmo quando acertamos mais que erramos. Assim foi o primeiro tempo do jogo, quando aproveitamos bem os espaços dados pelo adversário e conseguimos jogar com velocidade e inteligência. Criamos, inclusive, um bom números de jogadas ofensivas que renderam chances de gol, fugindo da rotina da “bolaparadadependência”. Mas aí, quem falhou foi nosso ataque, que normalmente recebe poucas bolas e quando as tem em bom número, desperdiça chances. Rafael Silva e Gilberto estiveram de cara para o gol, precisando apenas arrematar com qualidade para marcar. O primeiro teve três chances: cabeceou uma em cima do goleiro, isolou outra e chutou fraco na última; o segundo também colocou uma bola relativamente fácil na direção do goleiro, facilitando sua defesa.~Nossa  única boa chance no primeiro tempo em que o goleiro adversário teve mérito e que não contou com a ajuda das finalizações ruins dos nossos atacantes foi em um chute de Dagoberto, espalmado com precisão pelo André Muralha.

Já o segundo tempo foi a vez do nosso sistema defensivo falhar constantemente. Vale falar da contribuição do Doriva nisso, que não conseguiu consertar o enorme espaço entre os volantes e meias desde o primeiro tempo, o que fazia com que nossa marcação chamasse o Figueirense para o nosso campo. As alterações feitas pelo treinador também não surtiram qualquer efeito positivo, pelo contrário: Bernardo não foi nem de perto tão presente como foi Rafael Silva, Lucas não resolveu o problema de cobertura às subidas do Christianno e Jhon Cley, entrando no lugar do Julio dos Santos não teve tempo nem capacidade para levar o time à frente. Manter Dagoberto, evidentemente o mais cansado em um time que já andava em campo, até o fim da partida foi outro erro de Doriva.

Com isso, passamos a etapa final pedindo para sofrermos gols, ou por falhas de cobertura pela esquerda ou por erros individuais dos marcadores, com destaque para o Rodrigo, irreconhecível. Não fosse Martin Silva manter seu nível de excelência e, temos que admitir, a incapacidade ofensiva dos anfitriões, e nem o empate teríamos conseguido.

Com esse empate, o segundo contra adversários que provavelmente terão tantos problemas quanto o próprio Vasco na competição, terminamos a rodada na 14ª colocação. É muito cedo para qualquer tipo de desespero ou previsão pessimista, mas já está em tempo do time mostrar à torcida que temos motivos para confiar. Eurico Miranda garantiu, em um programa de TV na noite de sábado, que o Vasco não passará sufoco e que “com certeza” não será um mero participante do Campeonato. Pela nossa posição na tabela e pelo que jogamos nessas duas rodadas, Dagoberto fez uma analise muito mais próxima do que realmente acontece do que o presidente do clube.

As atuações…

Martín Silva – pelo menos duas grandes defesas, uma em cada tempo, que garantiram o empate em Florianópolis.

Madson – com menos de dois minutos de jogo, acertou um belo cruzamento para Rafael Silva. Mas depois desse raro acerto, errou tudo o que tentou: não conseguiu ser minimamente efetivo no apoio e na defesa se enrolou diversas vezes. Foi talvez sua pior atuação pelo clube.

Luan – bem no combate direto, mas o que errou de passes nas saídas de bola foi uma grandeza.

Rodrigo – definitivamente não era seu dia: erros de posicionamento, perda de bolas fáceis e até chapéu dentro da área tomou. Poderíamos ter sofrido uns dois ou três gols depois de falhas individuais suas.

Christianno – um jogo em que nosso valente lateral esquerdo é um dos melhores do time não poderia acabar bem. Tirando a constante pavimentação e recapeamento da avenida que leva seu nome pela esquerda – o que nem é culpa exclusiva dele – o rapaz foi muito bem no apoio, acertando não um, mas DOIS cruzamentos muito bons e finalizando uma vez com perigo em chute de fora da área.

Guiñazu – teve trabalho para cobrir os buracos no meio e pareceu se irritar com o time no segundo tempo, tanto que voltou a ser o Guiñazú de raiz em alguns momentos, errando passes e fazendo faltas mais duras.

Serginho – gosta tanto de roubar bolas que faz questão de devolvê-las aos adversários só para roubá-las de novo. Ou seja: o que tem de positivo no combate é desperdiçado ao errar pencas de passes. Falhou diversas vezes na cobertura dos laterais. Lucas entrou em seu lugar e não melhorou muito o nível do sistema defensivo. Fez uma finalização de cabeça com relativo perigo.

Júlio dos Santos – é o único do time que parece compreender o conceito de “virada de jogo”. Mas fora isso não acrescentou muito na criação e nem foi eficiente na marcação. Cansou e deu lugar ao Jhon Cley, mas com pouco mais de cinco minutos para fazer alguma coisa, não chegou a aparecer.

Dagoberto – tem qualidade para dar passes de primeira, coisa rara no time, e enquanto tem gás ajuda o time a ir ao ataque. Quando cansa, se arrasta em campo e não consegue fazer muito mais além de faltas bobas. Acertou um belo chute no primeiro tempo, obrigando o goleiro adversário a fazer grande defesa.

Rafael Silva – foi o jogador mais perigoso do time enquanto esteve em campo, mas desperdiçou três chances claras para marcar, o que é inaceitável para qualquer atacante que queira ser titular de um time como o Vasco. Bernardo entrou em seu lugar e, como na maioria das vezes, não ajudou em nada o time.

Gilberto – é esforçado, se posiciona bem e quando vê que a bola não chega, procura os lances por ele mesmo. Mas pelo segundo jogo seguido perde um gol feito na cara do goleiro.

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Como toda segunda-feira, publiquei uma coluna também no Vasco Expresso. Clica aí e dê uma conferida.

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Acordando cedo

despertadorNão basta o torcedor vascaíno ser obrigado a acordar mais cedo em pleno domingão se quiser ver o jogo contra o Figueira pela segunda rodada do Brasileirão. Além de precisar ajustar o despertador para antes das 11 horas da matina, ele precisará ter o Premiere em casa para ver o jogo (ou compensar o fato de ter perdido uma noitada mais hardcore no sábado e ir para um boteco que transmita a partida antes do almoço).

E se esse novo horário inventado pela CBF – que só vale para os não queridinhos da mídia – vai obrigar o torcedor a ficar na cama menos tempo do que poderia nessa manhã de domingo, esse começo de campeonato já mostra que quem já teria que ter despertado é o time do Vasco. O empate contra o Goiás na estreia nos tirou dois pontos importantíssimos, principalmente por terem sido perdidos na Colina. Prova disso é que o próprio time goiano, que não jogou absolutamente nada contra nós, nesse sábado venceu bem seu primeiro jogo em casa. Coisa que nós não conseguimos.

A vacilada na primeira rodada nos obrigará a compensar esse empate com uma vitória fora de casa o quanto antes (até porque teremos uma parada duríssima sábado que vem, contra o Inter). Se tivéssemos vencido o Goiás, a pressão por três pontos contra o Figueira não seria tanta. O problema é que, além do jogo ser em Santa Catarina, o alvinegro precisa compensar o resultado da sua estreia ainda mais que o Vasco, já que tomou uma sonora sapecada de 4 a 1 do Sport. Argel Fucks e seus comandados sabem que estão na conta do chá e que todo ponto será vital na luta contra o rebaixamento esse ano. E eles certamente esperam que a maioria absoluta de pontos que conquistarão no campeonato será dentro do Orlando Scarpelli.

Como dizem, cada um com seus problemas. Se o Figueira tem os dele, nós temos os nossos. Pelo menos, com a equipe o Doriva não precisa se preocupar – tirando, obviamente, suas claras limitações – já que terá seus titulares todos à disposição. A questão é saber se conseguiremos atuar de forma mais convincente do que atuamos nas duas últimas partidas. Os empates contra Goiás e Cuiabá, esse último pela Copa do Brasil, foram de amargar e se é esperar demais que o Vasco tenha uma atuação de gala, podemos ao menos torcer que o time faça um jogo mais próximo dos que fez nas rodadas decisivas do Carioca. O possível desespero do adversário pode até nos ajudar: diante da sua torcida e precisando se refazer de uma goleada, o Figueirense não poderá ficar na retranca o tempo todo. E, como todo vascaíno está cansado de saber, não temos conseguido ser efetivos no ataque contra oponentes que se fecham na defesa.

Com uma viagem para o Mato Grosso no meio da semana, Doriva não teve tempo o bastante para inventar a pólvora. Então, a responsa por uma partida melhor está principalmente nos pés dos jogadores. Precisamos jogar com inteligência e explorar nossos pontos fortes: se a criação não está rendendo, temos aproveitar nosso poder de combate para roubar bolas ainda na nossa intermediária e acionar as jogadas em velocidade pelos lados do campo, com Madson por um lado e Rafael Silva pelo outro. E se não conseguirmos acertar as jogadas de linha de fundo…bom, sempre nos resta esperar por uma bolinha parada salvadora.

Enquanto os reforços não chegam é o que temos. Esse mesmo time já teve jogos bem mais complicados esse ano e conseguiu não apenas jogar bem, mas ganhar bem. O que falta agora é ouvir o relógio bater e acordar para o fato de que o Brasileirão já começou. Se continuarmos cochilando, corremos os risco de despertar tendo pesadelos.

Campeonato Brasileiro 2015

Figueirense x Vasco

Alex; Leandro Silva, Marquinhos, Thiago Heleno e Roberto Cereceda; Paulo Roberto, Fabinho, Marquinhos Pedroso e Yago; Clayton e Everaldo.

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Christianno; Guiñazú, Serginho e Julio dos Santos; Dagoberto, Rafael Silva e Gilberto.

Técnico: Argel Fucks.

Técnico: Doriva.

Estádio: Orlando Scarpelli. Data: 17/05/2015. Horário: 11h. Arbitragem: Thiago Duarte Peixoto (SP). Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Rogerio Pablos Zanardo (SP).

O Canal Premiere transmite para seus assinantes em todo país  e no sistema Pay-per-view.

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Fora dos campos, boa notícia: finalmente a Caixa vai renovar o patrocínio com o clube. Depois de obter as CNDs e receber em janeiro a última parcela do acordo de 2014, a novela – que se alongou principalmente por conta da demora do banco estatal em negociar a renovação – chega ao fim. Serão R$ 15 milhões até o fim do ano.

A renovação da parceria reforça um fato inegável: a nova gestão Eurico Miranda conseguiu, em cinco meses, fazer mais do que fez em mais de sete anos da sua passagem anterior. Conquistou o mesmo número de títulos no futebol profissional e trouxe muito mais em patrocínios (mesmo considerando que a Caixa veio da gestão anterior) em 2015 que no período entre 2001 e 2008.

O senão fica por conta do valor acordado. É o mesmo que a Caixa pagou pelo ano passado – quando sua marca teve uma exposição bem menor, por conta da disputa da Série B – e ainda teremos que ceder mais um espaço na camisa, a omoplata, com a qual pretendia-se lucrar R$ 4 milhões/ano quando passou a ser negociada em 2013.

Se contarmos a megaexposição que teve na conquista do Estadual esse ano e os quase oito meses – dois meses e meio ainda da gestão anterior – em que manteve o logo da Caixa nos uniformes gratuitamente, fica a impressão de que o clube poderia ter lucrado mais com esse novo acordo.

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Fato curioso: o perfil do Instagram do clube publicou uma série de fotos com os títulos conquistados pela atual gestão. Entre eles, está a comemoração pelo torneio Touchdown, conquistado pelo Vasco Patriotas no dia 13 de dezembro de 2014. A equipe já era finalista da competição três dias antes da nova diretoria assumir.

Quando se fala do rebaixamento em 2008, os devotos do Dotô negam de pés juntos que a diretoria que montou o time e comandou o clube por 1/4 do Brasileiro tenha qualquer responsabilidade pela queda da equipe.

É assim mesmo: o que é bom, entra na conta. O que é ruim, é sempre culpa dos outros.

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