É a lei do oeste

Após conseguir levar o modesto Audax-SP às finais do Paulistão esse ano (passando pelos “imbatíveis” marsupiais), o treinador Fernando Diniz virou o técnico da vez, mesmo não repetindo o feito do Doriva, que sagrou-se campeão paulista com o Ituano, em 2014. Não que a fama tenha vindo por acaso. Com táticas modernas, variação de jogadas, movimentação intensa e privilégio à posse de bola, Diniz e seu Audax mereceram a maioria dos elogios que receberam.

E o Oeste, adversário do Vasco hoje, foi o clube que contratou Fernando Diniz para comandar seu time no Brasileiro. Ter um oponente comandado por um treinador mais qualificado é motivo para preocupações? Claro. Mas pelo menos até o momento, a equipe do interior paulista não mostrou em campo qualidade bastante para ser considerada um perigo maior que a média dos nossos concorrentes.

A campanha com uma vitória, um empate e duas derrotas (uma delas em casa) garantiu ao Oeste uma modesta 15a colocação na tabela. Ou seja, mesmo que o clube de Itápolis tenha feito uma parceria com o Audax, trazendo não apenas seu treinador como também alguns jogadores, o arranjo parece não ainda trazer os frutos esperados. Se o problema é o pouco tempo que o grupo formado pelo Oeste teve para se acertar, o Vasco deve aproveitar essa possível falta de entrosamento de um grupo formado recentemente e explorar as deficiências do adversário.

Até porque, da nossa parte, não podemos reclamar da falta de conjunto. Desde a saída do Andrezinho estamos num 4-2-3-1 e o grupo já parece ter assimilado bem o que Jorginho pretende com essa formação. Mesmo levando em consideração que nossas vitórias têm acontecido em grande parte pelas atuações do Nenê, pode-se ver alguma evolução do time como um todo, principalmente nas jogadas ofensivas pela direita, com as subidas do Pikachu e do Eder Luis. O time tem criado bastante e se tivéssemos mais qualidade na hora da definição, teríamos aplicado mais goleadas no campeonato (contra o Bahia, por exemplo, marcamos quatro vezes, perdemos um pênalti e pelo menos três outros gols feitos foram desperdiçados). Se nossos jogadores colocarem o pé na forma e não tiverem os acessos de desatenção que tivemos no último jogo, uma vitória deve ser o resultado natural.

Mesmo que jogue em casa, o Oeste não deve se aventurar demais no ataque, adotando uma postura mais defensiva e aguardando os espaços para contragolpe. Nada muito diferente do que estamos já muito acostumados a ver na competição e quase uma regra em jogos entre favoritos e azarões: uma espécie de lei do oeste no futebol.

Oeste X Vasco

Oeste X Vasco

Felipe Alves; Francis, Rafael Rocha e Léo Bahia; Velicka, Danielzinho, Clébson e Mazinho; Maurinho, Ricardo Bueno e Léo Artur.

Jordi; Yago Pikachu, Luan, Rodrigo e Julio César; Marcelo Mattos, Julio dos Santos e Nenê; Eder Luis, Jorge Henrique e Thalles.

Técnico: Fernando Diniz.

Técnico: Jorginho.

Estádio: Arena Barueri. Data: 31/05/2016. Horário: 21h30. Arbitragem: Diego Almeida Real. Auxiliares: Alexandre A Pruinelli Kleiniche e Jose Eduardo Calza.

O SporTV transmite ao vivo para todo o Brasil (exceto SP). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Prós e contras

Foto: www.vasco.com.br
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A vitória do Vasco sobre o Bahia por 4 a 3 foi daquelas que tanto os entusiastas como os críticos terão motivos de sobra para defender seus pontos de vista. Como falei no pré-jogo, por ser um confronto entre os dois únicos campeões brasileiros na competição, as duas equipes fariam a partida mais importante dessa Série B. E pelo que ofereceu de alternativas, acabou cumprindo essa expectativa.

A galera do “copo meio cheio” poderá exaltar a 31a partida invicta, os 100% de aproveitamento, a manutenção da liderança e os quatro gols marcados; já os que vêm o “copo meio vazio” lembrarão dos gols que sofremos, dos que perdemos e da dificuldade que deixamos o Bahia nos proporcionar mesmo jogando em casa. O ideal é não se prender a um dos lados e dar-lhes o mesmo peso em uma análise.

Na primeira etapa, a impressão que tivemos era que o time soteropolitano seria menos complicado do que esperávamos. Ainda que o Bahia tenha conseguido encaixar alguns contra-ataques, Jordi teve pouco trabalho e o Vasco soube manter a posse de bola e o adversário em seu campo de defesa. Com Eder Luis e Yago Pikachu se movimentando bastante no ataque e Thalles ao menos tentando não ficar tão parado na frente, Jorginho parece ter encontrado alternativas ofensivas para a ausência do Andrezinho (que ainda faz uma falta danada vide a dependência que tivemos das ligações diretas e a dificuldade na saída de bola).

Mesmo que na base dos lançamentos, conseguimos criar boas chances. Mas isso serviu também para mostrar a necessidade desesperadora de um maior poder de decisão para o time. Além das jogadas desperdiçadas por falta de capricho no último passe, também perdemos pelo menos três gols feitos que poderiam resolver o jogo já na primeira etapa. Outro ponto que merece atenção foram os espaços que deixamos para o Bahia contra-atacar, um problema que tivemos sempre que tentamos pressionar o adversário.

A ida para o intervalo indicava que teríamos um jogo bem mais tranquilo que o esperado, com dois gols de vantagem no placar (o primeiro com Thalles e o segundo com Luan). E na volta para o segundo tempo, o Vasco seguiu buscando o ataque, mas também desperdiçando chances e dando espaços para o contragolpe. Depois de uma cabeçada de Eder Luis defendida por Marcelo Lomba e outra de Thalles tirada em cima da linha por um zagueiro do Bahia, nosso adversário diminuiu. Depois de um passe errado no ataque, o tricolor veio pra cima, Jordi ficou indeciso na hora do cruzamento e Hernane recebeu, livre, para marcar.

O gol animou o Bahia e o jogo ficou franco. Mas o Bahia era mais eficiente e levava mais perigo. E numa falha de posicionamento da defesa vascaína, chegou ao empate. Mas a alegria baiana durou pouco por conta da nossa arma nada secreta: Nenê. Menos de dois minutos após o segundo gol do Bahia, o camisa 10 marcou um golaço chutando de fora da área após receber bom passe de Pikachu.

Daí em diante, a equipe baiana passou a buscar novamente o empate, propondo o jogo, enquanto ao Vasco coube jogar no contra-ataque, voltando a criar mais jogadas. Cerca de 10 minutos depois, Nenê ampliou marcando outro belo gol, em cobrança de falta. Ainda poderíamos ter marcado o quinto gol, primeiro com Caio Monteiro e depois com o próprio Nenê, em cobrança de pênalti, mas os dois desperdiçaram as chances. Jogo resolvido? Não! Aos 44 o Bahia ainda diminuiu, depois de confusão na área que terminou com Bruno Gallo marcando contra. Poderíamos no complicar novamente no jogo, mas não houve tempo para isso.

Não fizemos um jogo ruim, mas os três gols sofridos mostram que ainda precisamos melhorar. Mais uma vez Nenê fez a diferença, mas se isso nos garantiu a vitória ontem, deixa a preocupação na cabeça de todo torcedor: por enquanto, os prós do Vasco têm superado os contras. Mas o que acontecerá quando Nenê não estiver em campo?

As atuações….

Jordi – algumas boas defesas, mas falhou no primeiro gol ao dar uma saída em falso. Nos outros dois gols não teve culpa.

Yago Pikachu – uma atuação para deixar preocupado o Madson: muito consistente no apoio, o Pokémon vascaíno teve participação direta em três dos gols vascaínos. O único senão foi não conseguir impedir a cabeçada que originou o segundo gol do Bahia, mas bem que um jogador mais alto poderia estar no lance.

Rodrigo – como no último jogo, deu uma entregada que poderia nos complicar. Teve problemas com o ataque baiano.

Luan – também sofreu com os atacantes tricolores, mas compensou marcando um gol.

Julio Cesar – mesmo ficando mais preso à marcação, seu lado do campo foi várias vezes utilizado nas subidas do Bahia.

Marcelo Mattos – pra ele não tem bola perdida, mas foi envolvido algumas vezes pelo toque de bola do Bahia

Julio dos Santos – não conseguiu dar a segurança ideal à zaga e errou muitos passes, mas ainda assim foi importante, fazendo lançamentos para Pikachu que originaram dois gols do Vasco. Saiu para a entrada de Bruno Gallo, que deveria reforçar a marcação no fim do jogo, mas jogou contra o patrimônio marcando um gol contra.

Eder Luis – perdeu um gol feito, colocou uma bola na trave, quase marcou de cabeça e criou várias jogadas ofensivas. Ainda assim – ou talvez por isso – é o jogador mais irritante do time, pela quantidade de chances que desperdiça por errar o arremate ou o último passe. Deu lugar ao jovem

Willian Oliveira, que logo no primeiro lance roubou uma bola e iniciou a jogada que terminou em pênalti sobre Nenê.

Nenê – como sempre, decidiu: participou de três gols e fez duas assistências, para Eder Luis e para Caio Monteiro. Perder um pênalti que fecharia o caixão baiano não lhe tira o papel de melhor do time, mais uma vez.

Jorge Henrique – jogando mais recuado, mais uma vez distribuiu bem a bola.

Thalles – procurou mais o jogo, evitando ser uma figura parada entre os zagueiros. Marcou um gol com oportunismo e quase fez o segundo numa cabeçada, tirada em cima da linha. Caio Monteiro entrou em seu lugar e perdeu uma chance clara de gol, finalizando em cima do goleiro.

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Os únicos campeões

12Levando-se em consideração a tradição das duas equipes, o jogo entre Vasco e Bahia é o maior confronto dessa série B, já que não é sempre que times campeões brasileiros se encontram em divisões inferiores do futebol nacional. Para se ter uma ideia de como essa situação é rara, nas outras duas vezes em que passamos pelo constrangimento de estarmos onde estamos, isso só aconteceu quatro vezes: em 2009, contra o próprio Bahia e contra Guarani. Em 2014 éramos o único clube com títulos no Brasileiro.

Mas a realidade de hoje não permite que qualquer um dos times se prenda à sua tradição. Para o Vasco, nosso adversário de logo mais deve ser encarado como mais um compromisso na obrigatória missão de volta à elite. Já para o tricolor de aço, que amarga seu segundo ano consecutivo na segundona, vencer o grande favorito da competição na sua casa servirá como uma prova de que o Bahia entra com força na luta pelo acesso à Série A. Não que os objetivos do clube baiano tenham qualquer importância para nós. A seriedade com que o Vasco deve entrar em campo tem que ser a mesma com qualquer adversário, ainda mais diante da nossa torcida.

Nosso velho conhecido Doriva dirige o tricolor e terá menos problemas que Jorginho para escalar sua equipe. Além de só ter um desfalque, nosso ex-treinador pode contar com Renato Cajá, recém-contratado e já regularizado, podendo fazer sua estreia. Hernane, o ex-atacante mulambo é outro jogador que pode nos trazer problemas.

Já do nosso lado, continuamos sem três titulares (Martín Silva, Madson e Andrezinho) e Jorginho, apesar de não ter confirmado a equipe, deve repetir a formação que atuou boa parte do jogo contra o Vila Nova: Pikachu fica na sua posição de origem e Eder Luis ganha a vaga do Andrezinho, deixando o time num 4-2-3-1, com Nenê com liberdade para chegar junto do Thalles no ataque. É uma escalação ofensiva, adequada para um jogo em casa. Mas é preciso lembrar que essa formação só funcionou a contento na última partida depois que Diguinho entrou no lugar do Julio dos Santos, reforçando a marcação no meio de campo. E, claro, porque nosso camisa 10 estava naqueles dias irrepreensíveis.

Claro que todos esperamos por mais uma atuação endiabrada do Nenê, mas já passou da hora do Vasco encontrar alternativas para as partidas em que isso não aconteça. Caso isso aconteça na partida de hoje, uma vitória contra um dos candidatos mais fortes a uma vaga no G4 da competição servirá não apenas para mantermos a liderança na tabela, mas também que o Vasco não depende unicamente do craque do time.

 

Vasco X Bahia

Vasco X Bahia

Jordi; Yago Pikachu, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Eder Luis (Bruno Gallo ou Evander) e Nenê; Jorge Henrique e Thalles.

Marcelo Lomba; Tinga, Lucas Fonseca, Jackson e João Paulo; Feijão, Paulo Roberto, Danilo Pires e Luisinho; Thiago Ribeiro e Hernane.

Técnico: Jorginho.

Técnico: Doriva.

Estádio: São Januário. Data: 28/05/2016. Horário: 16h30. Arbitragem: Emerson de Almeida Ferreira. Auxiliares: Pablo Almeida da Costa e Sidmar dos Santos Meurer.

A Rede TV e a Rede Brasil transmitem ao vivo (exceto para o Rio de Janeiro). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Nenê decide

Foto: www.vasco.com.br
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´O Vasco vinha tendo problemas para jogar contra o Vila Nova.

Como era esperado, Andrezinho fazia falta ao meio e a opção do Jorginho em escalar Yago Pikachu em seu lugar nem de longe compensou sua ausência. Falta ao Pokemón a qualidade e visão na hora do passe. O Vasco atacava sem precisão e cedia espaços pelo meio ao adversário, que fez o goleiro Jordi ter bastante trabalho.

Aos 12 minutos, Madson sente uma contusão e precisou sair. Era a chance de Jorginho colocar alguém para acertar a marcação no meio de campo, deslocando Pikachu para a lateral. Mas ele fez o contrário: mandou Eder Luis ao campo. Manteve o time em cima do Vila Nova, mas o jogo continuava franco, com o time goiano ainda criando oportunidades de gol.

Nenê, único em campo que efetivamente podia fazer a diferença, parecia querer jogo. Fez um bom lançamento para Rodrigo (que cabeceou com perigo mesmo tendo sido agarrado), deixou Júio César em ótima condição para marcar (mas o lateral chutou em cima do goleiro) e tentou um arremate de fora da área, passando perto da trave. Fora isso, enfrentou a marcação brutal com a que está acostumado. No último lance do primeiro tempo sofreu um carrinho criminoso, que além de lhe garantir uma saída de campo num carreto, rasgou-lhe a chuteira. O juizão nada marcou.

Veio o segundo tempo. Jorginho mais uma vez mexeu no time, tirando o inoperante Julio dos Santos e colocando Diguinho. O treinador também segurou Pikachu, que diminuiu seu ímpeto ofensivo. Defesa cuidada, o jogo mudou. O Vasco passou a dominar o jogo sem correr tantos riscos. Não que o Vila Nova estivesse morto. As chances de contragolpe diminuíram, mas quando apareciam, o Vila tentava criar problemas.

O Vasco rondava a área adversária, mas faltava algo para definir o jogo. E esse “algo” era Nenê decidir que era o momento de resolver a partida: aos 27, o camisa 10 fez boa jogada na linha de fundo e foi derrubado ao invadir a área. Pênalti, convertido pelo próprio Nenê. A tranquilidade ficou ainda maior sete minutos depois. Luan foi derrubado – dentro da área, em mais um penal ignorado pelo juiz – e Nenê foi cobrar a falta na quina da área. Bola no ângulo, indefensável. 2 a 0 e mais três pontos na conta.

Mais uma vitória com a marca do camisa 10, que ampliou sua artilharia e garantiu a liderança vascaína por mais uma rodada. Enquanto Nenê seguir decidindo os jogos, os eventuais desfalques da equipe serão minorizados. Resta sabermos como o Vasco resolverá suas partidas quando Nenê for o desfalque.

As atuações…

Jordi – mesmo com uma ou outra rebatida perigosa, o jovem goleiro fez uma partidaça, garantindo o zero no nosso lado do placar nos momentos em que o Vila Nova atacou. Fez pelo menos três grandes defesas e quase marcou um gol (!)

Madson – antes de sair contundido logo aos 12 minutos, fez um corte arriscado em direção ao gol numa bola que iria para fora. Eder Luis entrou em seu lugar e até trouxe uma maior movimentação para o ataque do Vasco, mas parece impossível ao Chico Bento concluir uma jogada corretamente.

Rodrigo – quase marcou um gol e quase entregou outro de forma inaceitável.

Luan – não cometeu erros grosseiros como o do seu companheiro de zaga e também teve uma chance para marcar, mas não chegou a tempo na bola. Sofreu a falta que originou o segundo gol vascaíno.

Julio Cesar – não apoiou tanto, mas em uma das suas subidas quase marcou um belo gol após receber bola açucarada do Nenê.

Marcelo Mattos – bem no combate direto, mas errou passes demais, principalmente no primeiro tempo. No segundo, quase marcou de cabeça após lançamento de – adivinhem? – Nenê.

Julio dos Santos – não se viu qualquer contribuição do paraguaio para o time. Saiu no intervalo para a entrada do Diguinho, que parecia perdido nos primeiros momentos, mas depois conseguiu fechar os espaços pelo meio com eficiência. Foi expulso injustamente com o jogo já acabado.

Yago Pikachu – não chegou a fazer muito nos 12 minutos em que esteve ao lado do Nenê no meio de campo. Deslocado para sua posição de origem com a saída do Madson, foi pouco acionado no apoio, ficando mais preso à marcação.

Nenê – foi o Nenê que todo vascaíno gosta de ver: entre uma pancada e outra dos marcadores, colocou os companheiros em condição de marcar e garantiu a vitória com dois gols.

Jorge Henrique – mais recuado, teve uma boa atuação distribuindo bem o jogo e ajudando na marcação.

Thalles – um pouco mais de movimentação, mas não o bastante para apagar a impressão de que está longe de ser o atacante que o Vasco precisa. Evander entrou em seu lugar e não chegou a acrescentar muito ao time.

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Hora de mostrar força

Imagem: freepik.com
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Diz o ditado que uma andorinha não faz verão. Mas para o ditado valer de alguma coisa, as outras andorinhas têm que comparecer e fazer a sua parte. Sem poder contar com um dos seus principais titulares na partida de hoje contra o Vila Nova, em Brasília, o Vasco precisa mostrar que sua força está no conjunto do time, independente dos desfalques que tenha.

Na última rodada ficou claro quanto o meia faz falta para a equipe. A atuação pra lá de irregular contra o Tupi mostrou que, sem o Andrezinho, o meio de campo perde muito da sua articulação e do equilíbrio defensivo. Quando as coisas apertam, é ele quem faz a ligação entre a defesa e o ataque e inicia muitas das nossas jogadas ofensivas. Os holofotes podem estar sempre voltados para o Nenê ou Martín – outro que não joga hoje, nem nas próximas seis partidas – mas os números não nos deixam mentir: Andrezinho é um dos grandes responsáveis pelo sucesso do time.

Mas sendo prático, quais as opções do Jorginho? O próprio técnico não parece estar muito certo, já que não definiu oficialmente o time e já citou mais de uma possibilidade. Podemos começar a partida com Evander, que substituiu Andrezinho no jogo contra o Tupi, mas aí perdemos na recomposição defensiva e na objetividade (o que pode ser diminuído se o garoto tentar aparecer menos e fazer o simples mais vezes); Bruno Gallo é outro, mas aí perdemos muito na qualidade de passe e na criatividade; Com Diguinho teríamos um time mais forte no combate, mas aí dependeríamos exclusivamente do Nenê para criar alguma coisa. Ou seja, atualmente ninguém pode cumprir a contento as funções do Andrezinho. Talvez quando Fellype Gabriel estiver em condições de jogo.

Mesmo sem um dos principais titulares, quem estará em campo tem que justificar o investimento feito pelo clube, muito maior que o de qualquer outro adversário na competição. Nos dois primeiros jogos, o Vila Nova ganhou jogando em casa e perdeu como visitante. Por isso, nem o fato de jogar fora de São Januário servirá como desculpa, já que a partida será em Brasília e certamente a nossa torcida comparecerá em número maior que a do Vila Nova.

Uma breve olhada no histórico recente do nosso adversário – um time que até ano passado estava na segunda divisão do campeonato goiano e na série c do Brasileiro – torna evidente o fato de que pende muito mais para o nosso lado a responsabilidade da vitória. O time pode se ressentir da ausência de um ou dois titulares, mas isso não é o bastante para tirar do Vasco o favoritismo nessa ou em qualquer outra das 38 rodadas do Brasileiro.

 

Vila Nova X Vasco

Vila Nova X Vasco

Edson; Jefferson Feijão, Anderson, Vinícius Simon e Marcelo Cordeiro; Maguinho, Robston, Jean Carlos, Roger e Leandrinho; Vandinho.
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Jordi, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Evander (Bruno Gallo) e Nenê; Jorge Henrique e Thalles.

Técnico: Rogério Mancini.

Técnico: Jorginho.

Estádio: Mané Garrincha. Data: 24/05/2016. Horário: 21h30. Arbitragem: Marcelo Aparecido R de Souza. Auxiliares: Alberto Poletto Masseira e Vitor Carmona Metestaine.

O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Sobre a contusão do Andrezinho: o CAPRRES tem feito um excelente trabalho na recuperação e prevenção de contusões dos nossos atletas. Exatamente por isso é estranho ver um jogador se contundir com uma gravidade maior, com cinco minutos de bola rolando e sem ter levado uma bordoada de um adversário.

Até agora, o CAPRRES vinha sendo merecedor de todos os elogios que recebeu. Mas não conseguir prever que o Andrezinho poderia se contundir parece ser a sua primeira bola fora.

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Sobre o Rafael Vaz: pelo que foi noticiado, todos os envolvidos são responsáveis pela sua saída do Vasco.

A diretoria mostrou ter má vontade com o empresário do jogador por não envolvê-lo na negociação e fazer proposta diretamente ao Vaz. Reinaldo Pitta, o empresário, também não parecia fazer muita questão que seu cliente renovasse com o clube (e o fato de ter sido dispensado pelo lateral Julio Cesar quando renovou com o Vasco certamente teve alguma influência nessa atitude). E o próprio Vaz, que se quisesse permanecer no Vasco, poderia ter aceitado a proposta vascaína e renovado.

Vale dizer que é direito do jogador achar que merecia uma proposta melhor, assim como procurar outro clube que lhe ofereça valores maiores (e até mais chances como titular, o que dificilmente aconteceria agora com Jorginho). Mas é preciso lembrar que nessa história quem mais perdeu foi o Vasco. Primeiro, porque há muito o Jorginho já tinha declarado que contava com o Vaz e queria ver seu contrato renovado; segundo, porque com o fim do contrato, perderemos 60% dos direitos do jogador que pertenciam ao clube.

Resumindo: o Vasco verá um jogador que poderia lhe render uma boa grana indo embora – muito possivelmente para o seu maior rival – sem ter qualquer lucro com isso e ainda terá que aumentar a lista de reforços, já que a saída do Vaz deixa apenas Jomar e Aislan (!!!) como opções para a zaga. Ou seja, um prejuízo duplo.

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Um desconto para o time

Foto: www.vasco.com.br
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O mais interessante na vitória do Vasco sobre o Tupi por 1 a 0 – além de, obviamente, termos conquistado mais três pontos – foi poder observar como o time se comporta diante de algumas adversidades que devem ser comuns ao longo desse Brasileiro. E pelo que vimos, há motivos para ficarmos tranquilos e também algumas situações que precisam ser corrigidas o mais rápido possível.

Mas vamos por partes…

Perda de titulares – ficou evidente que o time sentiu muito a falta do Andrezinho, que precisou ser substituído logo no começo da partida. Mas ao longo do jogo pudemos perceber também que o problema não foi a queda de qualidade com a entrada de um reserva (é óbvio que ainda que não podemos dizer que Evander tem a mesma eficiência que Andrezinho) e sim, a demora do time em se adaptar à ausência do titular. Evander não tem as mesmas características do Andrezinho e as mudanças que seriam necessárias para que o time jogasse melhor com o garoto em campo só foram feitas após a conversar que o time teve com Jorginho no intervalo. Com isso, passamos a primeira etapa inteira com uma saída de bola fraca e sem conseguir criar jogadas. Seria bom que a equipe conseguisse ser mais ágil em perceber que precisa mudar a forma de jogar numa situação como essa, mas não podemos deixar de citar que o treinador enxergou a melhor maneira para resolver isso com um papo no vestiário.

Retrancas raros foram os momentos em que o Tupi tomou a iniciativa na partida, preferindo ficar na maioria do tempo com seus 11 jogadores atrás da linha da bola. No primeiro tempo isso foi um grande problema para o Vasco, que não conseguiu criar jogadas. Obviamente devemos levar em consideração o que foi dito no primeiro ponto, até porque depois do time se ajustar à ausência do Andrezinho, conseguiu controlar a partida com mais facilidade na etapa final e correu poucos riscos (tirando uns cinco minutos na metade final do segundo tempo). Jorginho e seus comandados precisam ter em vista que encarar times fechados será o mais comum na competição e não podemos demorar 45 minutos para conseguir superar as retrancas.

Dependência do Nenê – isso já seria um problema pelo simples fato de que será humanamente impossível que o camisa 10 esteja sempre em campo (além de possíveis contusões, será impossível um jogador com o hábito de reclamar da arbitragem como Nenê passe 38 jogos sem levar três cartões amarelos). Mas essa não é a única preocupação. A verdade é que o Nenê tem participado menos dos jogos do que de costume.

Antes que meus poucos leitores me abandonem, participar pouco não é o mesmo que jogar mal ou não ser decisivo. Disso, não podemos acusar o Nenê. Mas mesmo que seus devotados fãs não concordem, o Nenê passa a maioria do tempo dando dribles, levando pancadas e enfeitando jogadas. É ÓTIMO que tenhamos um camisa 10 que resolva as partidas em um, dois lances. A questão é que o Nenê muitas das vezes tudo o que ele faz se resume a esses um ou dois lances nos 90 minutos dos jogos.

Isso está longe de ser um problema. A maioria dos times NO MUNDO desejaria ter um jogador com o percentual de gols e assistências que tem o Nenê pelo Vasco. O problema é time todo ficar dependente desse jogador. Precisamos encontrar alternativas para quando o Nenê não estiver em campo (ou estiver e não acertar um lance, como já aconteceu mais de uma vez).

O ataque – esse é o problema mais óbvio do Vasco. Vemos como o time é limitado nessa posição quando lamentamos a saída de um jogador como Riascos, e pior, quando a lamentação é justa. O Vasco na verdade tem jogado sem atacantes, já que Jorge “tático” Henrique cumpre tantas funções no time que quase não o vemos perto da área adversária e Thalles, infelizmente, não consegue executar a função de centro-avante com a eficiência necessária. No banco temos apenas Eder Luis (que além de está numa fase terrível, quando entra acaba tendo que fazer o mesmo que o Jorgenrique) e Leandrão, que na minha opinião, é pesadão, lento e perde um caminhão de gols (ou seja, é um Thalles mais velho). A não ser que o treinador vire um mestre ninja da autoajuda e promova uma verdadeira metamorfose no Thalles, esse é o tipo de problema que Jorginho não conseguirá resolver sozinho. A diretoria precisa fazer a sua parte e buscar algum reforço para o setor. Mas que seja EFETIVAMENTE um reforço. Trazer alguém que não resolva nosso ataque e apenas inche o elenco não vai adiantar de nada.

Todas essas situações influenciaram o desempenho do Vasco ontem, tanto positiva quanto negativamente. Contra o Tupi, um time que promete lutar arduamente contra o rebaixamento, fizemos o bastante para conseguir apenas uma vitória simples. Claro que podemos dar um desconto, já que é o começo da competição e o time deverá ter ainda alguns reforços – esperamos! – e ajustes. Mas o treinador, os jogadores e a diretoria não podem se acomodar com uma liderança após duas rodadas. Todos devem fazer a sua parte para reforçar os que há de positivo e neutralizar o pontos negativos da equipe.

As atuações…

Martín Silva – uma defesa em cada tempo e a sorte de ver dois chutes pararem no travessão.

Yago Pikachu – na prática, não se diferencia muito do Madson: apoia bastante (mas erra muitos cruzamentos) e não se destaca defensivamente. Ontem, desperdiçou boa chance após receber bola de Thalles e deu uma caneta humilhante em um marcador.

Rodrigo – não chegou a ter problemas com o ataque da equipe mineira.

Luan – também se saiu bem diante dos atacantes do Tupi e ainda garantiu a vitória ao marcar o gol do Vasco.

Julio Cesar – compensando a liberdade que o lateral direito teve, ficou mais preso à marcação. Nas vezes em que subiu ao ataque não mostrou eficiência. Saiu na metade do segundo tempo para a entrada do Henrique, que foi muito mais incisivo na parte ofensiva, tendo feito inclusive uma finalização com relativo perigo.

Marcelo Mattos – na maioria do tempo foi bem na proteção à zaga e não errou tantos passes como de costume. Foi outro a canetar um marcador adversário.

Julio dos Santos – o paraguaio até pode trazer um maior equilíbrio defensivo ao meio de campo – e se compararmos o jogo de ontem com o que fizemos contra o CRB isso fica evidente – mas tem um problema gravíssimo: enquanto sua contribuição para o time é discreta, seus erros são sempre evidentes. Ontem o lance de maior perigo que passamos surgiu após Rúlio ter recuado mal uma bola, logo no começo do jogo. Também perdeu mais uma chance de marcar pela primeira vez com a camisa do Vasco, ao não dar um carrinho para escorar uma bola que passou em frente ao gol

Andrezinho – com cinco minutos de jogo, se contundiu e foi substituido por Evander, que passou o primeiro tempo inteiro sem encontrar o posicionamento ideal no time. Após o intervalo teve mais liberdade para jogar e apareceu mais, criando algumas boas jogadas. Deu lugar ao Diguinho nos minutos finais para que o meio de campo ficasse mais protegido.

Nenê – deu dribles, se enrolou com a bola algumas vezes, errou passes, reclamou com a bandeirinha…mas é aquilo: por pior que vá no jogo, Nenê sempre resolve. No primeiro tempo acertou o cruzamento para Luan marcar de cabeça o gol da vitória e no segundo deixou Thalles na cara do gol (em lance que o atacante desperdiçou). No fim do jogo quase marcou o segundo, tentando um gol olímpico.

Jorge Henrique – vinha tendo a atuação de sempre, mais ajudando na marcação que no ataque, até ser deslocado para o meio após o intervalo. Aí se saiu melhor, não apenas por dar mais liberdade ao Evander, mas também por ter melhorado a saída de bola do time.

Thalles – pesado e pecando pela falta de movimentação, Thalles depende muito que a bola chegue redonda aos seus pés para finalizar. E ontem, nem quando isso aconteceu conseguiu mostrar competência: quando se viu diante do goleiro, chutou mal na única chance clara que teve para marcar.

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Jogar bem é obrigação

gol1Sou adepto da filosofia que nega a existência da “obrigação de vencer” em futebol. A imprevisibilidade, ou em linguagem mais próxima, a eterna possibilidade de uma zebra, é o elemento que torna o famoso esporte bretão tão fascinante. Todo adversário, por mais modesto que seja, pode fazer uma grande equipe virar a prova viva de que “não tem mais bobo no futebol”.

Dito isto, não posso afirmar que o Vasco tenha a obrigação de vencer o Tupi, nosso adversário pela segunda rodada do Brasileiro. Mas depois do que vimos na quarta-feira no jogo contra o CRB pela Copa do Brasil, o Gigante tem sim uma obrigação hoje: ter uma atuação pelo menos aceitável diante do clube mineiro.

Isso é o mínimo que a equipe cruzmaltina pode fazer para compensar o estresse pelo qual fez sua torcida passar em seu último jogo. E se o Vasco fizer o seu papel, aí sim podemos dizer, sem querer faltar com o respeito que merece o Tupi, que os três pontos serão uma consequência natural da partida.

Elementos que corroboram essa impressão não faltam. O Tupi é um dos times mais modestos da Série B: acabou de subir da terceirona, ficou apenas na nona colocação no último campeonato mineiro (e poucos são aqueles que, não sendo de Minas, conseguiriam se lembrar de nove clubes do Estado) e já começou a Série B perdendo em casa para o Goiás. Para quem carrega um amplo favoritismo na competição, empatar com a agremiação da simpática cidade de Juiz de Fora já pode ser considerado uma derrota. Ainda mais jogando em casa e tendo como único desfalque o Madson, que será substituído pelo Yago Pikachu.

A vitória provavelmente nos levará novamente ao topo da tabela (que momentaneamente está com o Atl-GO, que venceu ontem o Brasil de Pelotas), lugar de onde a torcida não espera sair em momento algum nessa competição. Mas para transformar esse desejo em realidade, cabe ao Vasco atuar conforme manda o figurino: como um clube grande que está apenas de passagem pela Série B. Qualidade para isso, o elenco tem; e se jogarmos sempre com isso em mente, o Tupi – ou qualquer outro adversário no campeonato – terá que suar sangue para conseguir nos bater.

Vasco X Tupi

Vasco X Tupi

Martín Silva; Yago Pikachu, Rodrigo, Luan e Julio César; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Thalles.

Glaysson; Filippe Formiga, Heitor, Rodolfo Mol e Bruno Costa; Rafael Jataí, Filipe Alves e Marcos Serrato; Jonathan, Thiago Silvy e Giancarlo.

Técnico: Jorginho.

Técnico: Ricardo Drubscky.

Estádio: São Januário. Data: 21/05/2016. Horário: 16h. Arbitragem: Francisco Carlos do Nascimento. Auxiliares: Pedro Jorge Santos de Araujo e Brigida Cirilo Ferreira.

O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Depois do volante William Oliveira, o Vasco acerta com seu segundo reforço para o segundo semestre: é o meia Fellype Gabriel, que veio do Palmeiras depois de passar o ano de 2015 lutando contra as contusões.

Conseguindo superar os problemas físicos, Fellype é um bom reforço para o elenco. Conversando com alguns torcedores pelo Twitter, todos esperam que ele tome o lugar do Julio dos Santos no time. Acho esperança demais. Primeiro, porque não imagino que Jorginho coloque no banco um dos seus preferidos “jogadores táticos” para escalar um jogador que certamente está sem ritmo de jogo (fez apenas UMA partida ano passado) e que ainda deve demorar um tempo para estar 100%. E depois, mesmo que todos se lembrem do Fellype atuando como segundo homem de meio de campo no Botafogo, essa não é sua posição de origem e nem onde prefere jogar (como o próprio declarou à época).

Sendo assim, quando estiver bem física e tecnicamente, Fellype Gabriel provavelmente será reserva do Andrezinho ou do Nenê, que atualmente têm como reservas para posição Evander e Mateus Vital, ambos muito jovens. Fellype seria uma opção com mais experiência para armação.

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A loucura funcionou (dessa vez)

Foto: www.vasco.com.br
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– Ou as pessoas me chamariam de maluco ou falariam que fiz o certo.

A declaração do Jorginho na coletiva após o empate em 1 a 1 com o CRB incorre em um erro que aprendemos a distinguir nas aulas de lógica do colégio: a falácia. Pelo que fez ontem, o técnico do Vasco poderia sim ser chamado de maluco e, mesmo que a classificação tenha vindo, isso não quer dizer necessariamente que ele tenha feito o certo. As loucuras cometidas pelo Jorginho ontem poderiam ou não dar certo, mas isso teve muito mais a ver com a obra do acaso do que por sua genialidade ou sua visão como estrategista da bola.

As maluquices do Jorginho começaram já na escalação. As entradas de Bruno Ferreira na lateral e Yago Pikachu no meio desequilibraram demais o time; com o Madson vetado (o que só ficamos sabendo na coletiva pós-jogo), parecia lógico que o Pokémon jogasse na lateral e não no lugar do Julio dos Santos, poupado sabe-se lá por qual razão. Jorginho até costuma trocar o paraguaio pelo Pikachu, mas sempre quando o Vasco precisa abdicar de uma marcação mais forte no meio de campo e ser mais ofensivo.

Começar a partida com essa formação só serviu para cedermos espaços para o CRB encaixar seus ataques. Tanto que o Vasco só teve uma chance clara de gol no primeiro tempo, justo na única jogada certa da dupla reserva que começou a partida: Bruno Ferreira foi até a linha de fundo, toca para trás e a bola chegou ao Pikachu que, como de costume, isolou a bola mesmo estando na cara do gol.

O gol do time alagoano saiu pouco depois disso, em cobrança de falta na qual Martín Silva fez um golpe de vista e acabou vendo a bola estufar a rede. E o CRB só não ampliou ainda na primeira etapa por que o goleirão compensou a falha tirando a bola dos pés de um atacante quando ele estava prestes a marcar. O fim do primeiro tempo deixou na dúvida o que tinha sido pior: estar perdendo o jogo ou constatar que o placar era justo.

O time precisava mudar e Jorginho mexeu na equipe. O time até entrou mais ligado, mas a troca do Bruno Ferreira pelo Eder Luis não resolveu nossos problemas de marcação. Criamos algumas oportunidades – duas com Thalles – mas estávamos ainda mais vulneráveis aos contragolpes. Vendo que o time não conseguia marcar, Jorginho partiu para o tudo ou nada antes da metade da etapa final: ele tirou Marcelo Mattos e colocou o Evander em campo, deixando o time sem nenhum volante de origem.

Parecia desespero demais para um placar que não nos eliminaria. As alterações acabaram com a pouca organização que o time tinha, já que Andrezinho e Jorge Henrique (???) tiveram que recuar para ajudar na marcação. Continuamos sofrendo com os contra-ataques e não melhoramos ofensivamente. Aos 35, Jorginho cometeu sua maior loucura, trocando um centro-avante por um zagueiro: Thalles saiu e Rafael Vaz entrou para jogar na frente.

A maluquice deu certo. Já nos acréscimos, Eder Luis recebeu passe do Andrezinho e tentou o arremate. O chute errado – como tudo que tentou no jogo – se transformou num passe perfeito para Vaz, que penetrou como um verdadeiro camisa 9 e empurrou para a gol. Não havia mais tempo para o CRB reagir. O 1 a 1 manteve nossa invencibilidade e nos classificou para a próxima fase da Copa do Brasil sem precisarmos dos pênaltis.

O Vasco começou o jogo com três laterais em campo e terminou com três zagueiros, três meias, um atacante e nenhum volante. Ao longo da partida, um atacante virou volante e um zagueiro jogou no ataque. Com a classificação, a torcida fez brincadeiras com a genialidade do treinador. Mas as piadas se tornariam críticas raivosas se as coisas não dessem certo e, dentro de uma normalidade que nem sempre acontece no futebol, não eram para dar mesmo. A escalação inicial do Jorginho foi equivocada e as substituições ao longo da partida foram exageradamente arriscadas. Não havia razão para as alterações na escalação inicial nem para jogar o time tão para frente ainda na metade do segundo tempo. Dessa vez, as loucuras do Jorginho deram certo. Mas isso não quer dizer que darão certo sempre.

As atuações…

Martín Silva – uma grande defesa, tirando a bola dos pés do atacante do CRB. Mas a falta que originou o gol do adversário era defensável.

Bruno Ferreira – ninguém lembrava que o jovem lateral ainda estava no Vasco. Depois dos 45 minutos que esteve em campo, faremos de tudo para esquecê-lo novamente. Eder Luis entrou em seu lugar e até tentou ser efetivo puxando contra-ataques, mas errou tudo o que podia. Errou inclusive o chute que passou longe do gol mas acabou nos pés decisivos do Rafael Vaz.

Rodrigo – com a frouxidão da marcação no meio de campo, teve problemas com o ataque adversário.

Luan – parece ter sentido a falta de ritmo no seu primeiro jogo desde a final do Estadual. Foi mal no tempo de bola e cometeu de forma infantil a falta que originou o gol do CRB.

Julio Cesar – ineficiente tanto no apoio como n marcação. Na sua melhor jogada, sofreu pênalti ignorado pelo juiz.

Marcelo Mattos – não conseguiu fazer uma proteção eficiente à zaga e errou passes demais. Saiu quando Jorginho partiu para o tudo ou nada, dando lugar ao Evander, que tem muito a crescer no futebol ainda antes de ficar tentando lances de efeito quando o time está precisando marcar gols.

Yago Pikachu – quando estava no meio, não ajudou Marcelo Mattos na marcação como deveria e ainda perdeu o gol mais feito do Vasco; indo pra lateral com a saída do Bruno Ferreira, apenas transformou a direita do time numa avenida.

Andrezinho – um dos poucos a se salvar do fiasco que foi a atuação geral do time. Tentou levar o time ao ataque, mas a bagunça que se transformou o time o atrapalhou. Iniciou a jogada do nosso gol acertando bom passe para o Eder Luis.

Nenê – pelo visto, gastou seu poder de decisão todo contra o Sampaio Corrêa. Ontem não acertou nada e pouco contribuiu.

Jorge Henrique – acompanha o lateral, recompõe a defesa quando perdemos a bola e até terminou a partida como volante. Só não é visto no ataque.

Thalles – passou em branco no primeiro tempo, sendo muito pouco acionado. No segundo tempo chegou a finalizar com perigo duas vezes, mas nas duas a defesa adversária cortou a bola. Ainda assim, não dá pra negar que lhe falta buscar o jogo e pelo menos tentar criar mais oportunidades. Deu lugar ao Rafael Vaz que entrou mesmo para jogar no ataque e acabou sendo mais efetivo, marcando mais uma vez um gol que salvou, se não a classificação (já que iríamos para os penais), a sequência invicta do time.

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A chance do Thalles

Foto: www.vasco.com.br
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O único desfalque que a equipe do Jorginho terá para a partida contra o CRB, logo mais na Colina, talvez nem deva ser considerado um desfalque. Sem contrato e com uma renovação de empréstimo improvável, Riascos não joga hoje e ao que tudo indica não jogará mais pelo Vasco, pelo menos nessa temporada. E, pela lógica, não podemos chamar de “desfalque” um jogador que não tem mais vínculo com o clube.

Uma pena a saída do colombiano, ainda mais se lembrarmos que todos – tirando a diretoria cruzeirense e a zaga mulamba – torciam pela sua permanência. Mas o time não pode ficar se lamentando. Temos uma classificação na Copa do Brasil para confirmar e quem entrar no lugar do Riascos deve ter em mente que a saída do artilheiro do time no ano é o tipo de problema que deve ser encarado como uma oportunidade. Jorginho ainda não confirmou o time, mas entre Thalles e Eder Luis, a balança da titularidade hoje pende para o primeiro. E entre os dois, é justamente o jovem Thalles quem mais deve se agarrar à essa chance como titular e mostrar que pode ser o principal atacante do time.

As soluções caseiras têm sido adotadas por praticamente todos os clubes e com a grana curta e as poucas opções disponíveis no mercado, o Vasco não pode abrir mão desse recurso. E a saída do Riascos joga sobre o Thalles a responsabilidade de, finalmente, provar que o potencial que muitos viram no seu futebol pode se tornar realidade. E, mais importante e urgente, uma realidade no Vasco, o clube que o revelou. A torcida não precisa nesse momento de mais um Alan Kardec, que teve chances na Colina por anos e só conseguiu algum reconhecimento quando saiu do clube.

E se olharmos bem, a responsa do Thalles em se sair bem é ainda maior que a do AK: ele chegará à titularidade com um time de qualidade, com um técnico competente e disputando um Brasileiro no qual o Vasco é franco favorito, coisa que o Kardec não teve em nenhuma das temporadas que passou no clube. Para um jogador jovem, o 2016 vascaíno será um ano perfeito para se buscar a afirmação. Thalles não pode desperdiçar a chance que lhe caiu no colo.

Aparentemente Thalles corrigiu algumas atitudes que lhe prejudicaram muito no ano passado e já tem mostrado uma eficiência maior nessa temporada. Torçamos que contra o CRB ele confirme essa impressão com uma boa atuação e de preferência com gols. Mesmo que joguemos por um empate para avançarmos na Copa do Brasil, o ideal é que esqueçamos essa vantagem e busquemos a vitória desde o início. E que o novo atacante titular mostre que tem capacidade para se firmar nessa posição.

Vasco x CRB

Vasco X CRB

Martín Silva; Madson, Rodrigo, Luan e Julio César; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Thalles (Eder Luis).

Juliano; Bocão, Audálio, Jussani e Diego; Olívio, Rivaldo, Dakson, Gerson Magrão e Luidy; Neto Baiano.

Técnico: Jorginho.

Técnico: Mazola Júnior.

Estádio: São Januário. Data: 18/05/2016. Horário: 19h30. Arbitragem: Francisco de Paula dos Santos Silva Neto. Auxiliares: Jorge Eduardo Bernardi e Lucio Beiersdorf Flor.

A ESPN Brasil e o SporTV 2 transmitem para seus assinantes em todo país.

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O primeiro reforço para a disputa da Série B é o volante William Oliveira, de 24 anos e vindo do Madureira. E não, a chegada de um volante não é motivo, pelo menos por enquanto, para reclamações da torcida.

Primeiro porque, mesmo que não seja uma posição que demandasse prioridade numa contratação, não dá pra dizer que tendo Diguinho como reserva o elenco não precise de opções. E reclamar da origem do reforço é besteira: de onde vocês esperavam que viessem jogadores? Do Real Madrid? Infelizmente essa é a atual realidade do Vasco.

O rapaz – que nem é tão novinho assim – pode se sair bem no final das contas. Precisamos ter paciência e torcer que os reforços, mesmo que de times modestos, valham a pena. Vamos ver o William em campo antes de criticá-lo.

Isso, claro, se o caso do volante não for o mesmo de algumas contratações feitas pela diretoria, que chegam ao Vasco, esquentam o banco (ou nem isso) e vão embora sem jogar um minuto sequer pelo time.

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Valeu Riascos!

Foto: www.vasco.com.br
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O Cruzeiro não tem qualquer obrigação de fazer favores ao Vasco ou a qualquer outro clube. Posto isso, que as coisas fiquem claras: é óbvio que não querer renovar o empréstimo do Riascos é uma represália do clube mineiro pela recusa do Jorginho em aceitar a proposta para dirigir seu time de futebol.

Quando foi emprestado ao Vasco, Riascos era execrado pela torcida cruzeirense e não tinha oportunidades para jogar. Tanto que, entre janeiro e maio de 2015, o colombiano havia atuado apenas quatro vezes pelo time. Todos julgavam que sua contratação havia sido um erro da diretoria da Raposa.

Pelo que fez em 2015, nada indicaria que uma volta do Riascos interessaria ao Cruzeiro. Já a atual temporada realmente valorizou o jogador, artilheiro do Vasco no Carioca com algumas boas atuações. Ainda assim, é preciso contextualizar seu desempenho: marcar nove gols no Estadual do Rio não transformaram o colombiano em craque e mesmo a torcida vascaína tem restrições quanto à qualidade do atacante. O bom início de ano do Riascos certamente não seria o bastante para mudar completamente a opinião da diretoria cruzeirense a seu respeito.

Com cinco atacantes em seu elenco, alguns com as mesmas características do colombiano, a diretoria do Cruzeiro sabe que são remotas as chances do jogador ser aproveitado no grupo. O treinador Paulo Bento já deve ter um bom trabalho para conhecer quem já está no time e com algum entrosamento. Um novo atacante mediano não deve fazer a menor diferença para o técnico português.

Acho quase certo que Riascos amargará a reserva por um longo tempo em BH ou servirá apenas como moeda de troca com algum clube. E o pior, provavelmente em um novo empréstimo, já que os grandes clubes dificilmente desejarão pagar o valor pedido pelo Cruzeiro e os menores não terão essa grana para investir no jogador.

Resumindo, ao renovar não o empréstimo do Riascos para não fazer uma “bondade” ao Vasco – pouco pretensioso o sr. Gilvan Tavares, né? – a diretoria celeste além de não ter o retorno do investimento feito só conseguirá prejudicar o jogador (que gostaria de permanecer no Rio) e o Vasco, que perde agora um titular.

Se o Vasco não pode fazer nada para retaliar a atitude do Cruzeiro, menos ainda pode fazer a torcida vascaína além de lamentar essa história. Da minha parte, posso dizer que ao menos encontrei um time para torcer contra nesse Brasileirão.

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Mesmo não sendo um craque, não podemos deixar de reconhecer o respeito com o qual você vestiu a armadura cruzmaltina. Boa sorte e obrigado por tudo, Riascos!

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Como já falei algumas vezes antes, Riascos não é nenhum fora de série. Mas a sua saída aumenta a necessidade de reforços: mesmo com a presença do colombiano no elenco, a chegada de um centroavante era necessária. E a volta do Leandrão, definitivamente, não é a solução para o nosso ataque (algo que o próprio Jorginho sabe, caso contrário, não teria liberado o jogador para o Boavista).

Então, diretoria? Quando chegam os reforços?

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