Obrigado e boa sorte

JorginhoEncaremos os fatos: Jorginho já está fora do Vasco.

O zum-zum-zum na imprensa dizia que ele já teria feito o acordo verbal com o Cruzeiro, mas que ainda não tinha conversado com o Dotô a respeito. Depois de ter conversado, Jorginho seguiu não negando nada e o Eurico veio com o papinho de que “é preciso respeitar a decisão do profissional”.

Na coletiva após o treino de ontem, Jorginho foi tão incisivo ao falar que seu foco são os dois jogos contra o Botafogo que é impossível não ver o sentido por trás das suas palavras. O foco, ou sendo mais claro, seu compromisso com o clube, irá apenas até depois das finais.

Não há muito mais o que falar sobre o assunto, ainda mais depois das ótimas colunas do Garone e do Bruno Guedes a respeito. Mas sem querer apelar para emoção como fez o primeiro, nem utilizar argumentos racionais para deixar claro que esse não seria o melhor momento para o técnico sair do clube como fez o segundo, acho válido apresentar um outro ponto de vista.

E, na minha modesta opinião, se o Jorginho quer sair, que saia.

Não se trata de fazer pouco do profissional, que até fez um bom trabalho. Mas achá-lo indispensável é exagero. Até o momento, seus maiores méritos foram ter QUASE conseguido evitar um rebaixamento (e por mais que alguns não se lembrem, parte desse QUASE também foi responsabilidade do treinador) e chegar às finais do Estadual. Ou seja, o mesmo que fez Adilson Batista entre 2013 e 2014, e sejamos francos, com um elenco pior em mãos.

Não que para o Vasco a saída seja boa. Discordando um pouco da coluna do Guedes, pode até ser que Jorginho tenha mais a perder, mas também teremos problemas sérios. Por exemplo, se havia algum planejamento para o Brasileiro, que começa em duas semanas, podemos jogar tudo fora. Será preciso encontrar um treinador bom e que tenha a humildade de manter o que há de positivo no time. E mesmo que encontremos, qualquer mudança no comando da equipe irá fatalmente trazer reflexos negativos justo no começo da competição.

Claro também que é muito fácil para mim sair cornetando o Jorginho, ignorando completamente a montanha de dinheiro que o Cruzeiro jogou no seu colo. Igualmente não há como negar que se conseguir emplacar um bom trabalho no time mineiro fará um bem danado para sua carreira. Mas se Jorginho não enxerga que o oposto também pode ocorrer e que uma demissão precoce na Raposa pode fazer com que ele retroceda profissionalmente para um patamar abaixo do que estava antes do Vasco, o que se há de fazer? Ficar com um treinador insatisfeito no comando também não é a maior das maravilhas.

Se fosse eu a decidir, não teria dúvidas em manter o Jorginho como treinador do Vasco. Mas mesmo com todos os percalços que sua aparentemente certa saída trará ao clube, não será o fim do mundo. Há uma falta de técnicos bons e que não peçam exorbitâncias para trabalhar? Há. Mas esse fato não torna o Jorginho nem melhor, nem pior técnico do que é. E há o que, para mim como vascaíno, é imperdoável: cogitar abandonar a equipe às vésperas do Brasileiro, sabendo que isso vai prejudicar o clube que inegavelmente deu uma levantada na sua carreira. Grana é importante e comandar um time da elite é uma grande vitrine, mas uma saída dessa forma só pode ser adjetivada como ingratidão.

É por isso que reafirmo minha opinião. Se o Jorginho acha que o melhor é aceitar a proposta cruzeirense, só nos resta agradecer os serviços prestados ao Vasco e desejar-lhe boa sorte.

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Claro que, apesar de todas as evidências tanto vindas do Jorginho como do Eurico, não podemos descartar a avidez da imprensa em colocar profissionais de um clube em outro ao menor sinal de uma proposta feita. Ano passado, levando-se em consideração o que um monte de jornalistas disseram, Doriva não chegaria a ser demitido do Vasco porque teria ido de mala e cuia para o Grêmio. À época, Doriva também tinha sido reticente ao ser questionado sobre a transferência, também evitou negar que não estivesse indo para Porto Alegre e, no final das contas acabou ficando em São Januário.

Mas vale lembrar também que depois da conversa com o Eurico, o Dotô não falou momento algum em “respeitar a decisão do profissional” como fez agora.

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Bom pra garotada

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Mesmo não sendo um adversário molezinha como os que nos acostumamos a enfrentar no Estadual – como no domingo passado – o Remo não chegou a realmente ameaçar a classificação do Vasco para a segunda fase da Copa do Brasil. Mesmo com um time recheado de reservas e penando com a falta de entrosamento (e porque não dizer, de qualidade da parte de alguns jogadores que atuaram), não tivemos muito trabalho para vencer a partida na Colina Histórica por 2 a 1.

Apresentando o que parecia ser uma soma de ausência de conjunto com um certo relaxamento, o Vasco chegou a ceder alguns espaços e fazer uma partida equilibrada com o frágil oponente que tínhamos pela frente. Aí, quando o Remo parecia gostar um pouco demais do jogo, o time se esforçava um pouquinho mais e passava a dominar a partida, acuando a equipe remista em seu campo. Nos dois tempos foi assim: vinha o apito inicial, o Vasco começava em marcha lenta; o Remo botava as mangas de fora e começava a rondar nossa área; o Vasco acordava e passava a ter maior volume de jogo.

Depois de passarmos a etapa inicial sem abrir o placar e criando poucas chances reais de gol, veio um segundo tempo mais interessante, principalmente depois do Jorginho começar a mexer na equipe e colocar ainda mais garotos da base em campo. Com as três substituições feitas, nada menos que seis jogadores criados em São Januário atuaram na partida (a saber, Luan, Henrique, Evander, Andrey, Caio Monteiro e Thalles).

E a jogada do nosso primeiro gol contou com a participação de três deles: Henrique escapou pela linha de fundo e tocou para Evander; ele acionou Nenê que invadiu a área e deu um inteligente passe para trás, encontrando Caio Monteiro livre para chutar pro gol. Cinco minutos depois ampliamos, mais uma vez com Evander participando do lance ao cobrar o escanteio que terminou na cabeçada mortal do Rafael Vaz.

Com dois gols de vantagem e podendo empatar a partida, o time mais uma vez diminuiu o ritmo e o Remo aproveitou como pôde. Primeiro, obrigou Martín Silva a fazer uma defesa muito difícil; e aos 29 acabou marcando o seu golzinho, numa cobrança de escanteio. Mas isso foi tudo o que a equipe paraense conseguiu fazer antes do fim do jogo.

No fim das contas, mostrou-se correta a estratégia de poupar alguns titulares. O time sentiu a ausência de alguns deles – principalmente a do Andrezinho fazendo a saída de bola – mas no final das contas conseguiu o principal: garantiu a classificação para a próxima fase mesmo dando um descanso para jogadores importantes da equipe. Além disso pôde dar à garotada um gostinho do que é disputar um jogo decisivo entre os profissionais. Ao longo do ano eles certamente serão muito utilizados e ir pegando ritmo e experiência é fundamental.

As atuações…

Martín Silva – mesmo em um jogo menos complicado, precisou fazer duas ou três defesas complicadas. Não pode fazer nada no gol.

Yago Pikachu – alternou bons e maus momentos, mas mesmo não se escondendo do jogo e sendo participativo pode-se dizer que desperdiçou mais uma chance de mostrar que pode ser titular atuando na sua posição de origem.

Luan – não chegou a ter problemas contra o os homens de frente do Remo. No gol que sofremos, é aquilo: com a altura que a zaga tinha ontem, é vacilo levarmos um gol de escanteio cobrado na primeira trave.

Rafael Vaz – passou boa parte do jogo tentando mostrar que é craque. E entre uma e outra demonstração de excesso de autoconfiança, arriscou mais lançamentos do que deveria e entregou pelo menos uma bola de forma inaceitável para um titular de zaga vascaína. Compensou marcando um belo gol de cabeça.

Henrique – mesmo levando-se em consideração a fragilidade do adversário, fez outra boa partida: participou com alguma eficiência do apoio (tanto que iniciou a jogada do nosso primeiro gol) e defensivamente se saiu melhor que o Pokémon.

Marcelo Mattos – ontem encorporou o Guiñazu e deu carrinhos até na própria sombra. Mais uma vez fez alguns recuos perigosos e não conseguiu ajudar muito na saída de bola. Chegou a receber um bele passe para finalizar na frente do gol, mas se embananou sozinho com a bola.

Diguinho – se saiu ainda pior que o Mattos, errando um monte de passes nas saídas de bola e falhando inclusive na marcação.

Evander – em sua estreia como titular, começou a partida meio perdido em campo. Foi crescendo no decorrer da partida, distribuindo bem a bola e criando algumas boas jogadas. Acabou participando dos dois gols vascaínos, no primeiro, dando o passe para Nenê e no segundo cobrando o escanteio preciso para a cabeçada do Vaz. Deu lugar ao Andrey nos minutos finais da partida, e tirando a disposição natural de um garoto que teve sua primeira chance em uma partida oficial com os profissionais, não pode mostrar muita coisa.

Nenê – o camisa 10 já nos habituou a ver atuações minimalistas: ele não faz quase nada de útil em grande parte do jogo, mas sempre acaba sendo decisivo em poucos lances. Foi assim mais uma vez ontem. No primeiro tempo deixou o Marcelo Mattos na cara do gol e acertou bom lançamento para uma cabeçada do Riasco (ambas os lances acabaram desperdiçados); no segundo, fez a assistência no lance em que abrimos o placar. Fora isso, praticamente não apareceu.

Eder Luis – se é a falta de ritmo, não se sabe. Mas o fato é que o Chico Bento não tem acertado quase nada nas oportunidades que tem tido no time. Ainda assim foi quem levou mais perigo ao gol remista na etapa inicial, acertando um belo chute de fora da área e perdendo um gol feito após receber boa bola do Pikachu. Foi o primeiro a ser sacado pelo Jorginho, dando lugar ao Caio Monteiro, que precisou de 5 minutos em campo para abrir o placar. Depois do gol marcado, não chegou a ter algum momento de destaque.

Riascos – pareceu empolgado com o baile que deu sobre a zaga mulamba no último domingo e exagerou nas tentativas de drible; ou talvez tenha sido apenas o Riascos de sempre, só que sem gols. Antes de ser substituído só teve uma boa chance, em uma cabeçada após lançamento do Nenê. Thalles o substituiu e acabou passando boa parte do tempo mancando em campo após ter tido uma torção que, esperamos, não seja muito grave.

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As prioridades de cada um

prioridadeOlhando apenas para as duas competições, não dá nem pra discutir (principalmente em um ano no qual o Vasco está fora da elite): a Copa do Brasil é muito mais importante que um Estadual. Além de garantir uma vaga na Libertadores do ano que vem, vencer a Copa é a única chance que teremos de comemorar um título nacional esse ano.

Mas especificamente nesse jogo de logo mais contra o Remo, há vários outros fatores que devem ser levados em consideração. E fazendo isso, não podemos negar que a prioridade deve ser outra. Alguns torcedores certamente não concordarão, mas Jorginho – que de bobo não tem nada, tanto que já há clubes de olho gordo pra cima do nosso técnico – sabe disso e escalará um time misto contra a equipe paraense.

Se não tivéssemos uma final para disputar já no próximo domingo, tudo bem. Mas estando às portas de um bicampeonato que não conquistamos há mais de 20 anos, depois de uma partida intensa como foi a vitória sobre a mulambada e de duas idas e voltas de Manaus em 15 dias, o mais prudente é mesmo dar um descanso para alguns dos vovôs-garotos do time.

Até porque, sem querer diminuir as dificuldades da partida de hoje, jogar pelo empate, dentro de casa e contra o Remo não é o que podemos chamar de missão das mais complicadas. Ainda que a equipe remista tenha nos dado algum trabalho no jogo de ida, ela não atravessa uma grande fase, tendo sido eliminada de todas as competições que disputou nesse primeiro semestre. Diante do que – em teoria, sempre é bom lembrar – o Remo pode nos oferecer de riscos, Jorginho foi até comedido nas alterações que fará no time. Um ou outro titular que devem jogar hoje também poderiam ser poupados sem maiores problemas.

E será interessante ver alguns dos reservas que entrarão em campo. Nas laterais, Yago Pikachu terá mais uma oportunidade na sua posição de origem, justo contra o maior rival do time que o projetou e Henrique poderá confirmar a evolução que mostrou nas últimas vezes que jogou; O garoto Evander, a promessa da base que gera maior expectativa no momento, deve ter sua primeira chance como titular; E Eder Luis poderá provar que, se conseguir executar as mesmas funções do Jorge Henrique, pode ser uma opção mais veloz para a posição.

É uma formação que não muda a forma de jogar, mantendo a estrutura do time titular. Certamente sofrerá com a falta de entrosamento, mas, por outro lado, será uma equipe mais jovem. Jogando com aplicação e sem a preguiça que vimos eventualmente no Estadual, tem tudo para conseguir a classificação. Tudo é uma questão de postura: se o Vasco pode priorizar as finais do Estadual, para os reservas que entrarão em campo, a prioridade deve ser fazer uma boa partida e mostrar ao treinador que eles estão prontos para disputar uma vaga no time titular.

Vasco X Remo

Vasco X Remo

Martín Silva; Yago Pikachu, Luan, Rodrigo e Henrique; Marcelo Mattos, Diguinho, Evander e Nenê; Eder Luis e Riascos.

Fernando Henrique; Levy, Henrique, Max e Fabiano; Lucas Garcia, Chicão, Alisson e Marco Goiano; Eduardo Ramos e Ciro.

Técnico: Jorginho.

Técnico: Marcelo Veiga

Estádio: São Januário. Data: 27/04/2016. Horário: 21h45. Arbitragem: Flavio Rodrigues de Souza. Auxiliares: Leandro Matos Feitosa e Fabricio Porfirio de Moura.

A rede Globo (RJ, ES, Juiz de Fora-MG, SE, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR e DF) transmite a partida ao vivo. A ESPN Brasil e o Sportv 2 transmitem para seus assinantes em todo país .

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O Cruzeiro não apenas estaria interessado em contratar o Jorginho, como já teria feito uma proposta e pedido uma resposta antes mesmo das finais contra o Canil. O próprio Jorginho já teria reafirmado sua intenção de permanecer no Vasco e, na minha humilde opinião, não acredito mesmo que o técnico fosse trocar de clube nesse momento.

Mas a verdade é uma só: tenha sido mesmo feita a proposta cruzeirense ou seja apenas especulação da imprensa, esse tipo de coisa virar notícia só mostra o enfraquecimento do clube como instituição. Será que o Cruzeiro faria hoje uma proposta pelo Tite? Ou pelo Cuca? Ou pelo Dorival? E a imprensa repercutiria uma informação dessas se a proposta não tivesse uma confirmação oficial do clube mineiro por esses treinadores? Se o Vasco vivesse o bom momento que vive hoje, mas não estivesse cheio de dívidas e prestes a inciar sua terceira disputa de Série B em oito anos, o Cruzeiro teria a pretensão de nos tirar o técnico dessa maneira? Dificilmente.

Se hoje clubes que têm –  sendo gentil – uma tradição equivalente à nossa enxergam o Vasco como um clube cujos contratados balançam diante de qualquer proposta, só podemos “agradecer” aos dirigentes que comandaram o Gigante nos últimos 16 anos.

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Eis então que ficamos sabendo também da seguinte notícia:

Deve ter sido um pedido pessoal do César Martins…

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Vitoria da maturidade sobre o descontrole

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Não precisou muito tempo para vermos quem sairia vencedor na primeira semifinal do Estadual desse ano. Aliás, não precisou sequer começar a partida: a intempestiva entrada mulamba em campo, que abandonou o protocolo para dar uma demonstração de…bem, não dá pra saber exatamente o que significou aquele gesto, mostrou o descontrole do nosso adversário mesmo antes da bola rolar. Se foi uma tentativa de intimidar nossoo time, não deu certo. Os mulambos simplesmente deram – perdoem-me pelo trocadilho – uma baita bandeira de que no futebol estão longe da maturidade que tem a equipe do Jorginho. O resultado não poderia ser outro: Vasco 2 a 0 e vaga na final garantida sem muitas complicações.

E o Vasco venceu sem precisar dar espetáculo ou jogar muito bem. Nem mesmo se valeu da vantagem do empate, buscando o ataque tanto quanto à mulambada, que precisava marcar gols. A diferença é que o Framengo tinha uma posse de bola estéril, que não nos ameaçava muito, enquanto o Vasco ia ao ataque na boa e levava mais perigo. Foi assim até os 21 minutos, quando abrimos o placar após Riascos dar uma série de dribles no zagueiro César Martins (que devem ter lhe provocado danos irreversíveis na coluna), passar para Nenê (que chutou em cima do Wallace) e Andrezinho aproveitar a sobra para estufar a rede com um chute na entrada da área.

Com vantagem ainda maior, o Vasco acabou recuando suas linhas de marcação, o que fez com que o Framengo fosse mais presente no ataque, principalmente pela esquerda. Jorge Henrique, Diguinho e Júlio César não conseguiam impedir os avanços do adversário e com isso a mulambada passou a cruzar bolas perigosas pela nossa área. Por sorte, os atacantes de grife do outro lado parecem ficar ainda menos eficientes diante do Rodrigo e não conseguiram aproveitar as oportunidades que tiveram.

No segundo tempo as coisas se resolveram ainda mais rapidamente. Voltando com uma marcação melhor, o Vasco precisou de apenas 11 minutos para ampliar: Júlio César avançou para o ataque, tocou para Andrezinho que encontrou Riascos na área. O colombiano chuta, Paulo Vitor defende e a bola bate em Wallace e vai para o gol. Foi contra, mas como a arbitragem deu o gol para o atacante vascaíno, Riascos chegou ao seu nono gol e à artilharia da competição.

Precisando marcar três gols para escapar da eliminação, a mulambada acabou se abatendo. E aí, o Vasco mais uma vez mostrou segurança, garantindo o placar sem correr muitos riscos. A expulsão do Alan Patrick aos 33 minutos – após falta desqualificante sobre Yago Pikachu – decretou o fim das esperanças rubro-negras. Daí em diante foi só esperar o apito final, dado em cima dos 45 minutos. Até o árbitro sabia que acréscimos seriam inúteis.

A nona partida sem derrota para a urubulândia serviu para evidenciar como o momento vascaíno é melhor que o do rival. Ainda que não tivéssemos marcado nenhum gol, a classificação do Vasco seria inevitável, já que os mulambos pouco nos ameaçaram. No fim das contas, nada mais justo diante da campanha das duas equipes na competição. Mas vale lembrar que, como disse o Jorginho em sua coletiva, não ganhamos nada ainda e o objetivo é o bicampeonato. Eliminada a mulambada, agora é se preparar para a segunda final seguida contra o Canil e mostrar a mesma tranquilidade que tivemos ontem nas duas partidas decisivas que teremos pela frente.

As atuações…

Martín Silva – segurança em todos os lances e pelo menos uma grande defesa, ainda no primeiro tempo.

Madson – com maiores preocupações defensivas, não foi tão presente no apoio. Se saiu bem na função.

Luan – superior aos atacantes mulambos em praticamente todos os lances. Acabou iniciando com uma espanada na bola um contra-ataque perigoso, desperdiçado por Nenê e Riascos.

Rodrigo – assim como o companheiro de zaga, não teve muitos problemas para parar o ataque urubulino.

Julio Cesar – voltando de contusão e aparentemente jogando no sacrifício, acabou não dando a proteção necessária à sua lateral, que foi o caminho mais utilizado pela mulambada para chegar ao ataque. No segundo tempo melhorou e até chegou a fazer algumas boas jogadas no apoio. Cansou e deu lugar ao Rafael Vaz, que entrando com o jogo resolvido acabou mesmo improvisado na esquerda, onde se preocupou unicamente em reforçar a marcação.

Diguinho – jogando à frente da zaga, poderia ter menos problemas se adiantasse um pouquinho mais a marcação – algo que não foi exclusividade sua, mas do time como um todo – e não permitisse a constante troca de bola framenga tão próxima à nossa área. Na saída de bola deu umas vaciladas. Também atuando meio que no sacrifício, deu lugar para o Yago Pikachu, que se ateve mais à marcação. A expulsão do Alan Patrick, que praticamente acabou com qualquer chance de reação mulamba, aconteceu em uma falta sofrida pelo lateral/volante.

Julio dos Santos – não é implicância, eu simplesmente sou incapaz de ver qualquer coisa de útil que o paraguaio faça em campo. Talvez seja porque ele só faça a tal “função tática” que os técnicos tanto gostem. Mas é aquilo: quem não faz nada, não erra. E como muito ajuda quem não atrapalha, nem dá pra falar muito do cara.

Andrezinho – mais uma vez ocupou o espaço que deveria ser do Nenê e fez muito bem. Iniciou as melhores jogadas do time, participou dos lances dos dois gols, mostrando boa visão de jogo e de posicionamento no que marcou e encontrando Riascos com um bom passe no segundo.

Nenê – mesmo tendo finalizado algumas vezes no primeiro tempo e tendo iniciado a jogada do primeiro gol, foi um dos mais fracos no time: perdeu um monte de bolas bobas (e um gol feito, ao preferir tocar ao invés de chutar para o gol), errou muitos passes e passou a maioria do tempo caindo. No segundo tempo melhorou, mas ainda ficou aquém do que se espera do craque do time.

Jorge Henrique – foi muito mais presente no apoio à marcação – onde não foi muito bem, já que não conseguiu impedir os avanços do Rodinei – tendo feito apenas uma boa jogada ofensiva, quando puxou um contra-ataque e deu ótimo passe para Nenê (que desperdiçou o lance). Pelo menos não se pode ignorar a entrega do jogador em campo.

Riascos – participou dos dois gols, entortou a coluna do zagueiro mulambo no primeiro, ganhou de presente da arbitragem o segundo e ajudou a levar o Vasco à final chegando à artilharia do campeonato. Foi ou não foi um bom dia para o colombiano? Eder Luis o substituiu depois dos 30 minutos para dar novo gás aos contra-ataques vascaínos, o que acabou não sendo necessário. Ainda assim, o Chico Bento participou de duas boas jogadas.

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Antes da partida, a imprensa se esmerou em mostrar a festa da torcida rubro-negra em Manaus e em informar que os ingressos destinados ao Flamengo tinham grande procura. A intenção óbvia era mostrar que a movimentação do torcida adversária era mais intensa que a da nossa, ignorando que o Vasco jogava pelo segundo final de semana seguido na cidade e que, mesmo assim, fez uma recepção tão calorosa quanto a do rival e esquecendo de citar que não é fácil para o torcedor vascaíno pagar ingressos caros duas vezes no mesmo mês.

E qual foi a resposta do Framengo para o carinho do povo de Manaus? Ignorar os pequenos torcedores que entrariam em campo com os jogadores para fincar uma bandeira no campo. Para aliviar bastante a barra do time, podemos dizer que foi uma atitude bastante deselegante.

E no final das contas, não adiantou nada. Foram eliminados do mesmo jeito. Se a intenção ao espetar a bandeira mulamba no gramado era mostrar que “conquistariam aquele território”, o Vasco mostrou como se faz isso da maneira correta: com bola na rede.

Com a derrota, ficou claro que fincar bandeiras não adianta nada. Mas O Bandeira é quem deve estar querendo enterrar sua cabeça num buraco no chão.

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A vantagem que importa

vantagemComo todos devem se lembrar, foi na semifinal do Estadual de 2015 que iniciamos a série invicta de oito jogos sobre a mulambada. Hoje repete-se o cenário e basta ao Gigante manter a escrita recente para conseguir chegar às finais da competição.

E já que falamos em escrita, podemos dizer que mantemos uma também em disputas de semifinais contra a urubulândia. Nos últimos cinco anos, disputamos três semifinais contra eles e ganhamos todas: em 2012, quando o Estadual ainda tinha dois turnos, os tiramos das finais da Taça Guanabara e da Taça Rio e a já citada semifinal do Carioca do ano passado.

Mas escritas não valem de nada com a bola rolando e nem a vantagem de podermos empatar a partida de hoje deve ser levada em consideração. Jorginho e seus comandados devem entrar em campo pensando unicamente em vencer. Contar com tabus ou jogar com o regulamento debaixo do braço é pedir para correr riscos desnecessários.

Desnecessário porque, mesmo sabendo que a igualdade no placar nos favorece, temos plenas condições de vencer o clássico. A mulambada pode não estar mais em um momento tão ruim, mas mesmo que tenha conseguido uma sequência de vitórias (contra Boavista, Bangu e Confiança-SE), seus últimos jogos não foram exatamente o que se pode chamar de complicados. Por mais que o Vasco não venha mostrando um futebol excelente, não dá pra comparar o nível do nosso time com o dos últimos adversários do Framengo.

E talvez nem precisemos mostrar excelência para chegar à final. Se mostrarmos raça e disposição tática, temos tudo para sairmos de Manaus com a vaga. Contra o Fluzim já mostramos uma evolução com relação aos últimos jogos na Taça Guanabara e em um jogo eliminatório contra um dos nossos maiores rivais temos ainda mais razões para nos superar.

Como Diguinho substituirá Marcelo Mattos, nosso único desfalque, a forma do time jogar não mudará muito. A volta do Julio Cesar também é uma boa notícia – mesmo que Henrique não tenha ido mal nas chances que teve – já que traz mais experiência e segurança contra um adversário que explora bastante as jogadas pelos lados do campo.

De resto, é esperar que o Vasco entre pilhado em campo, mas que não caia na pilha. Entrar ligado e jogar com firmeza não é o mesmo que partir para a violência ou entrar em provocações, que certamente acontecerão. Não podemos esquecer que uma expulsão hoje significará um desfalque numa possível final. Esse recado, obviamente, tem como alvo principal o Rodrigo, que mais uma vez terá um confronto contra o Guerrero.

Não podemos esquecer que não tem essa de “campeonato à parte“. Não precisamos de mais pressão para um jogo que, a despeito de toda a rivalidade e tensão que envolve um confronto contra os mulambos, essa partida é apenas mais um passo em direção ao objetivo principal, que é a conquista do bicampeonato. Precisamos apenas de seriedade e concentração para conseguir a vaga, sem a necessidade de nos apegarmos à escrita. Até porque, já mostramos com a nossa campanha ao longo da competição que somos melhores que o Framengo. Essa é a única vantagem que deve ser levada em consideração hoje.

Vasco X Fla

Vasco X Flamengo

Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Riascos.

Paulo Victor, Rodinei, César Martins, Wallace e Jorge; Cuéllar, Willian Arão, Mancuello e Alan Patrick; Marcelo Cirino e Guerrero.

Técnico: Jorginho.

Técnico: Muricy Ramalho.

Estádio: Arena da Amazônia. Data: 24/04/2016. Horário: 16h. Arbitragem: Leonardo Garcia Cavaleiro. Auxiliares: Dibert Pedrosa Moises e Jackson Lourenço Massarra Dos Santos.

As redes Bandeirantes (RJ, MG, ES, DF, PE, BA, AL, RN, PB, SE, MA, PI, PA, AM, RO, RR, AP, AC e TO) e Globo (RJ, ES, TO, BA, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF) transmitem ao vivo. O canal PFC transmite para seus assinantes em todo país .

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Saiu o resultado do Prêmio Top Blog e entre milhares de concorrentes terminamos com um honroso 3º lugar. Mesmo sem conseguir o primeiro lugar, fica o agradecimento por todos os votos que os leitores desse humilde bloguinho nos deram. Valeu mesmo!

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E os reforços?

grafiteA janela de transferência internacional para o Brasil acaba hoje. Ou seja, quem quiser contratar jogadores vindos do exterior precisa fazê-lo até 23h59 dessa quarta, caso contrário, é contar com reforços que estejam jogando no país.

O Brasileiro está nas bicas e o Vasco tem algumas deficiências evidentes no elenco (sendo otimista, um reserva para o Nenê e um centroavante). Mas no atual momento que o clube vive, nem especulações têm aparecido. Nem falo de um reforço vindo das Zoropa, o que seria demais. Mas um boatozinho sobre alguém vindo da Coréia, Arábia Saudita, Paraguai talvez, já poderia nos deixar um pouco alegres.

Porém, o único boato que surgiu foi o possível interesse no veteraníssimo Grafite, do alto dos seus 37 anos. E mesmo essa história foi desmentida por um dirigente do Santa Cruz, atual clube do jogador. Há não muito tempo, a torcida reclamava do monte de notícias que plantavam jogadores no Vasco. Éramos felizes e não sabíamos.

O clube não tem grana, isso, todos sabemos. Mas a falta de recursos não torna nosso elenco mais variado ou completo. O que não pode acontecer é um repeteco de 2015: a campanha no Estadual fez com que a diretoria considerasse o time bom o bastante para disputar a Série A. Deu no que deu. Ainda podemos dizer que esse ano será diferente porque o elenco atual é melhor que o do Carioca passado e disputaremos a Série B. Tudo isso é verdade, mas isso não quer dizer que é impossível passarmos apertos na competição. A segundona exige muito de qualquer time e se não tivermos um elenco com mais opções, podemos nos complicar.

Na ponta do lápis, a verdade é uma só: mesmo que viesse, o Grafite não resolveria todas as deficiências do elenco. E quem tem a obrigação de resolver esse problema é a diretoria. Precisamos de reforços para o segundo semestre (não apenas por causa do Brasileiro, mas também pela Copa do Brasil) e o Dotô terá que se virar para conseguir isso. Se faltou capacidade para fazer um contrato melhor com a Caixa, que se arrume outros patrocinadores. O que não podemos é correr riscos justo quando nem na elite estamos.

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Jogo atípico com o vencedor de sempre

Foto: www.vasco.com.br
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Uma partida da Taça Guanabara – que dá troféu, mas não é título – disputada a milhares de quilômetros da baía que lhe batiza; em um turno que foi disputado em pontos corridos mas acabou tendo uma final; que tinha como apontado favorito um time que é contumaz freguês do seu adversário; que foi transmitido apenas por pay-per-view e essa única opção ficou fora do ar por 30 minutos da partida; que teve gol invalidado, expulsão de jogador por levar uma cabeçada e que um dos participantes terminou sem sua zaga titular em campo (e com um atacante com pouco mais de 1,50 de altura como zagueiro). E como se não bastasse e para coroar o caráter incomum dessa Guanabara, teve como vencedor um time que há 13 anos não conseguia esse feito.

De tudo o que aconteceu na Arena da Amazônia ontem, só uma coisa não pode ser chamada de esquisita: o resultado. No apito final, deu a lógica e o Fluzim mais uma vez confirmou sua vocação de cliente preferencial e perdendo outra vez para o Vasco, que acabou levando a taça para São Januário.

Foi um jogo de muita correria e não muita técnica, como é até natural em um clássico. De diferente, a disposição do Vasco, que precisando do resultado mostrou mais vontade que a equipe tricolete. No primeiro tempo, os times entraram no esquema da correria e mesmo que tenham criado algumas chances de gol – o Fluzim chegou a balançar a rede, mas o árbitro anulou o lance assinalando uma entrada faltosa em Martín Silva – os momentos de emoção não foram muitos. Os flores, precisando de um empate para garantir o primeiro lugar no turno, jogavam de forma mais cautelosa e explorando os contra-ataques; o Vasco por isso tomava mais a iniciativa e tinha mais posse de bola, porém cedia muitos espaços para o Laranjal partir para o contragolpe. Mas pelo nosso lado, apresentávamos dificuldades para furar a marcação adversária, tanto que nossa melhor chance surgiu numa bola parada, com Andrezinho acertando o travessão numa cobrança de falta de longa distância. Na sequência desse lance, Cavalieri impediu que Riascos abrisse o placar numa cabeçada perigosa.

O calor equatorial acabou fazendo com que os times diminuíssem o ritmo gradativamente, não sem antes fazer uma vítima: Luan acabou passando mal e sendo substituído por Rafael Vaz, ainda na primeira etapa. Talvez por isso os dois times tivessem precisado de um tempo maior no intervalo para se recuperar, o que fez que as equipes retornassem para a etapa final após 20 minutos de descanso.

Riascos comemora seu gol (Foto: www.vasco.com.br)
Riascos comemora seu gol (Foto: http://www.vasco.com.br)

E logo no minuto inicial do segundo tempo o Vasco criou uma boa chance, com Riascos. Mas o atacante se alongou demais nos dribles e acabou não conseguindo finalizar. Seguíamos com maior posse de bola até que a transmissão da partida foi interrompida por uma queda de sinal do Premiere. Meia hora do jogo se passou sem que a emissora voltasse com o jogo, tempo suficiente para Jorginho tirar Julio dos Santos, colocar Eder Luis e esse criar a jogada que culminou no gol de Riascos. Nesse intervalo em que apenas os vascaínos no estádio puderam ver a partida, o Flu quase empatou e Marcelo Mattos se desentendeu com o volante Edson (que após dar uma cabeçada no vascaíno provocou a expulsão dos dois).

Vendo sua vantagem ter sido tomada, o Fluzim tentou aproveitar o maior espaço em campo para pressionar, mas nos contra-ataques, o Vasco esteve mais perto de ampliar do que ceder o empate. A melhor chance foi de Eder Luis, que acertou uma bomba que não terminou em gol graças a mais uma grande defesa do Cavalieri. Nos minutos finais, Rodrigo saiu para a entrada do Diguinho e Jorge Henrique (?!?!?) terminou a partida na zaga. O Flu ainda teve uma boa chance com Osvaldo, mas Martín Silva garantiu o resultado e a conquista da Guanabara.

A vitória foi importantíssima, não pelo título – o que realmente não é – mas por aumentar a confiança da equipe, nos garantir a vantagem do empate na semifinal e, impossível não citar, por garantir um poupudo prêmio pelo primeiro lugar. Mas é importante lembrarmos das palavras do Andrezinho ao final da partida: “(…) não ganhamos nada ainda. Objetivo maior é o título carioca”. Esse deve ser sempre o pensamento de todos no grupo. A Taça Guanabara é legal, mas o que todos queremos é o bicampeonato.

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Sem poder ver o jogo na íntegra por conta da queda de sinal, nem é justo falar das atuações em detalhes. Apenas apontarei quem considerei os destaques da partida.

Martín Silva, que mesmo tendo saído mal na bola no lance do gol invalidado do Flu, garantiu o resultado com uma bela defesa aos 48 minutos do segundo tempo.

Rodrigo, que mais uma vez teve uma bela atuação em um clássico, superando os atacantes tricoletes em praticamente todos os lances (e inclusive salvando uma bola em cima da linha do nosso gol).

Andrezinho, que depois de duas ou três atuações mais apagadas voltou a compensar a pouca participação do Nenê no jogo, criando jogadas e também ajudando na marcação.

Eder Luis, que mudou a cara do jogo quando o Vasco precisava partir para buscar o resultado e deu o passe para o Riascos marcar o gol da vitória. Quase marcou um golaço com uma bomba de fora da área (o que é uma raridade no seu caso).

E, claro, Riascos, que marcou seu oitavo gol na competição e o mais importante na sua passagem pelo Vasco.

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Que vergonha, hein, Premiere? Vou te dizer, viu!

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Tem coluna nova também no Vasco Expresso. Clica aí pra dar uma conferida!

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Hora de decidir

hora-hVasco e Flores decidem hoje o “título”da Taça Guanabara bem longe do Rio, em Manaus. As duas equipes vivem momentos diferentes: o Vasco, ainda que mantenha uma grande invencibilidade, há muito tempo vem caindo de produção e já não mostra um futebol convincente há bastante tempo (não fosse por isso, já poderia ter vencido o turno antecipadamente); o Fluzim, que começou de maneira irregular o ano, trocou de treinador e subiu bastante de produção, estando invicto há 11 partidas e tomou a vantagem do empate na decisão de hoje do próprio Vasco.

Mesmo que o tal “viés de alta” esteja do lado florido do confronto, não podemos nos enganar: a responsabilidade da vitória é bem maior para o nosso lado. Eis os porquês:

1) O Fluzim entrará com um time misto enquanto nós, tirando a ausência do contundido Julio Cesar, jogaremos completos.

2) Mesmo sendo em Manaus e não sendo o mandante do jogo, nossa torcida será maioria absoluta no estádio.

3) O vencedor do turno levará um prêmio de R$1,2 milhões e o clube precisa muito de grana (lembrando que já desperdiçamos a chance de levar 60% da renda do jogo contra o Remo por não termos eliminado o jogo da volta).

4) Os tricoletes desprezaram completamente o Estadual enquanto o Vasco priorizou a competição. Será vergonhoso perder a Taça Guanabara para uma equipe que está com a cabeça em outra disputa, a final da tal liga.

5) E o mais importante, vencendo a partida garantimos não só a Taça Guanabara, mas também a vantagem do empate e o mando de campo na semifinal.

Há também o fato dos tricoletes serem nossos clientes preferenciais nas últimas décadas e não seria nada além de um ato de justiça vencermos os flores e devolvermos a derrota no Brasileiro do ano passado (a última que tivemos) e manter nosso excelente retrospecto em clássicos.

Já passou da hora do Vasco voltar a apresentar um futebol mais consistente e nada melhor que um confronto com um rival para isso. Razões para entrar 100% ligados e motivados na partida não faltam. Por ser uma possibilidade de facilitar nosso caminho para o bicampeonato, esse Fluzim x Vasco é o jogo mais importante do ano para Jorginho e seus comandados. Esse é o momento de deixar a aparente falta de interesse que mostramos nas últimas partidas e provar que temos poder de decisão.

Flu X Vasco

Fluminense X Vasco

Diego Cavalieri; Wellington Silva, Marlon, Henrique e Giovanni; Edson, Douglas, Marcos Junior, Gerson e Osvaldo; Fred.

Martin Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Henrique; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Riascos (Thalles).

Técnico: Levir Culpi.

Técnico: Jorginho.

Estádio: Arena da Amazônia. Data: 17/04/2016. Horário: 16h. Arbitragem: João Batista de Arruda. Auxiliares: Jackson Lourenço dos Santos e Diego Luiz Couto Barcelos.

O canal Premiere transmite ao vivo no sistema pay-per-view e para seus assinantes em todo país.

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Quando fiquei sabendo que o jogo não seria transmitido na tv aberta, imaginava que a razão seria a preferência pelo “mais querido“, apesar da partida deles não ter nem 1/10 da importância de um clássico que decide turno. Olhando o jornal hoje, descobri que não apenas não transmitirão Flor x Vasco, como não transmitirão partida nenhuma.  A disputa que estará na televisão às 16 horas é política: finalmente a Dona Globo encontrou algo pelo qual torce mais que pela mulambada.

Uma pena que a transmissão do futebol no Brasil ser um semi-monopólio. Nessas horas, seria ótimo que a emissora do Sílvio Santos pudesse ser uma opção.

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Mais do mesmo

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Henrique recebe pela esquerda e avança. Toca para Nenê que, numa tabelinha um-dois, devolve para o jovem lateral, que avança e centra para a área. Thalles invade a área e aproveita o bom cruzamento do Henrique, acertando uma cabeçada mortal para a rede. Gol do Vasco.

Reproduzo a jogada do gol que garantiu a vitória vascaína por 1 a 0 sobre o Remo por um motivo bem simples: não há praticamente mais nada para se falar sobre a partida.

A mudança de competição não parece ter surtido qualquer efeito sobre a equipe vascaína, que mais uma vez teve uma atuação muito fraca. Se não chegou a repetir o papelão feito diante do Madureira, mais uma vez não conseguiu se impor diante de um adversário dos mais limitados. Sem saída de bola, lento na transição entre os setores e com falhas de cobertura, o Vasco criou muito pouco e ainda passou alguns riscos contra o – apenas – esforçado Remo.

No primeiro tempo, tirando uma chegada de Riascos após passe um pouco longo demais de Jorge Henrique, não chegamos a criar chances reais de gol. Na etapa final, perdemos logo aos 4 minutos nossa chance mais clara, com a dupla Riascos/Jorge Henrique invertendo os papéis: Riascos roubou uma bola na frente da área e chutou fraco; a bola sobrou para JH na cara do goleiro Fernando Henrique e ele conseguiu perder o gol.

Mas depois disso, o jogo virou um tédio completo. O Vasco dominava amplamente a posse de bola, mas não conseguia ser objetivo. O Remo, mais inteiro em campo principalmente na metade final do segundo tempo, acabou levando maior perigo com os contra-ataques, inclusive obrigando Martín Silva a fazer grandes defesas. Jorginho mexeu no time, mas as alterações não chegaram a fazer com que o time passasse a realmente ameaçar os donos da casa. E justo quando o time já estava em primeira marcha, aparentemente já satisfeito com o empate sem gols, conseguimos fazer a jogada descrita no início do post e garantir a vantagem para o jogo da volta.

Como já foi dito, o fato da Copa do Brasil ser a única chance da torcida vascaína comemorar um título nacional em 2016 não parece ter sido motivação bastante para que o Vasco abandonasse a postura preguiçosa que já mostra há alguns jogos. Tivemos um “mais do mesmo” das últimas rodadas do Estadual, e isso definitivamente não nos tranquiliza nesse momento, em que estamos às portas de uma sequência de decisões no Carioca. Tomara que o time se reencontre nos clássicos que teremos daqui pra frente. Até porque, se isso não acontecer, a luta pelo bicampeonato estadual será muito mais complicada.

As atuações…

Martín Silva – mesmo contra um adversário fraco como o Remo, precisou fazer dos seus milagres. Acabou garantindo a vitória com pelo menos duas grandes defesas.

Madson – sua lateral foi sempre a melhor opção para as ofensivas do adversário. No apoio, aquela incapacidade de acertar um cruzamento que todos já conhecemos.

Luan – mesmo com os espaços deixados pelo meio campo, não comprometeu.

Rafael Vaz – com uma atuação um pouco abaixo do companheiro de zaga, parecia nervoso em alguns lances. Assim como contra o Madura, protagonizou com Luan uma sequência de gols perdidos por finalizações horrendas.

Henrique – vinha tendo uma atuação discreta, até iniciar a bela jogada do gol, fazendo um cruzamento na medida para Thalles marcar. Saiu no finalzinho com câimbras, dando lugar ao Evander, que só teve tempo para levar um amarelo por cera.

Marcelo Mattos – foi o mais regular do meio de campo, mais uma vez tendo que superar a falta de ajuda na marcação pelo meio. Foi bem no combate direto e nas antecipações.

Yago Pikachu – estar no estado em que apareceu para o futebol não impediu que sumisse em campo. Não conseguiu ajudar na criação e não conseguiu fazer uma cobertura eficiente para o Madson. Deu lugar ao Eder Luis, que tirando uma cabeçada por cima do gol após cruzamento do Nenê, não fez nada digno de nota.

Andrezinho – tentou organizar as jogadas e até distribuiu bem a bola, mas errou passes demais. Sentiu o cansaço na metade final do segundo tempo.

Nenê – vinha se destacando por prender a bola demais e reclamar com a arbitragem. Mas como não poderia deixar de ser, participou do lance do gol, fazendo uma inteligente tabela com Henrique.

Jorge Henrique – correu muito e ajudou bastante na marcação. Mas isso não é desculpa para um atacante que não acerta nada na frente ser titular. Perdeu um gol feito no segundo tempo.

Riascos – uma boa chance no começo da partida e não muito mais que isso. Thalles entrou em seu lugar e garantiu a vitória fazendo um gol com marca de centro-avante.

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