Goleado pelo Criciúma, Vasco volta à sua rotina de ‘tempestades perfeitas’

Ao perder o pênalti que levaria o Vasco ao empate ainda no primeiro tempo, Vegetti deu início à catastrófica derrota para o Criciúma
Ao perder o pênalti que levaria o Vasco ao empate ainda no primeiro tempo, Vegetti deu início à catastrófica derrota para o Criciúma (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Eu ainda estava nas arquibancadas de São Januário quando comecei a pensar no que falar hoje sobre a derrota para o Criciúma. Até o momento, anda era uma derrota, feia, mas apenas uma derrota. Longe do vexame que se sacramentou com o apito final da partida.

O jogo ainda estava 2 a 0 e eu pensava que um resultado tão terrível – que ninguém tem obrigação de se lembrar depois de tudo o que veio a seguir – depois de um primeiro tempo no qual poderíamos até terminado a frente no placar seria aquele típico caso de “errar rápido para corrigir rápido“. É papo de empreendedor, mas me parecia caber na situação: já que era pra pagar mico, que fosse nas primeira rodadas, quando ainda teríamos tempo para mudar a rota e tentar fazer um Brasileiro PELO MENOS sem o terror que vivemos em 2023.

Mas não demorou muito pra vermos que, pelo visto, 2023 não acabou para o Vasco.

Ontem eu tinha falado que uma derrota seria terrível por conta da pressão que seria jogada na equipe. E aí, não apenas perdemos, tivemos uma tempestade perfeita em São Januário:

✅Perdemos o jogo;
✅Perdemos o jogo em casa;
✅Perdemos o jogo contra um dos times que acabaram de subir da Série B;
✅Perdemos o jogo desperdiçando um pênalti e gols feitos;
✅Perdemos o jogo tendo uma atuação inclassificável no segundo tempo;
✅Perdemos o jogo numa goleada, com direito a provocação do adversário;
✅Perdemos o jogo e provavelmente entraremos no Z4;
✅Perdemos o jogo e a comissão técnica, a menor das responsáveis pela vergonha de ontem;

Resumindo, o que deveria ser um início de recuperação no Brasileiro acabou se tornando um alçapão para o Vasco cair direto em uma crise que certamente afetará o time por um bom tempo. E é bem provável que já vejamos os resultados práticos disso na quarta que vem, quando enfrentaremos o Fortaleza pelo jogo de ida na Copa do Brasil.

Depois de uma goleada como a de ontem, é natural que todo o trabalho seja revisto com um viés de terra arrasada. Que é preciso mudar, é claro. Mas quem  guiará o futebol vascaíno por novos rumos? Sob o comando da 777, está claro que nossa caravela não tem – nem terá – uma bússola ou um almirante que saiba o que está fazendo. E isso, no meio da tempestade que acabamos de adentrar.

Ao invés de falar das atuações dos jogadores, vale mais falar da atuação de quem realmente sofre com essas humilhações que o Vasco da Gama passa com uma frequência muito maior que a aceitável: a torcida.

Antes do jogo, mostrou que as coisas não estavam tão bem ao demorar dias para esgotar os ingressos para a partida. Ainda assim, foi lá e lotou o Caldeirão.

Durante os 90 minutos, apoiou o quanto foi possível. As primeiras vaias generalizadas só vieram no intervalo. Com o Criciúma aumentando a vantagem, natural os protestos aumentarem e parte dos torcedores irem embora (eu mesmo fui um deles. O Vasco é pra quem acredita, mas ontem, depois do 3 a 0, não havia fé que resistisse). Ainda assim, o estádio ainda estava bem cheio no quarto gol sofrido.

Jogaram objetos no campo, mas pelo nosso histórico recente, uma derrota catastrófica como a de ontem poderia ter gerado problemas muito maiores. Diante disso, só quem saiu merecendo aplausos na tarde de ontem foi nossa própria torcida.

Vasco volta pra casa e titulares voltam ao time contra o Criciúma

Estreia, finalmente? - Payet treinou entre os titulares e pode fazer contra o Criciúma seu primeiro jogo pelo Brasileiro
Estreia, finalmente? – Payet treinou entre os titulares e pode fazer seu primeiro jogo pelo Brasileiro contra o Criciúma (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Após duas rodadas como visitante, finalmente o Vasco volta à Colina pelo Brasileirão. Depois da vitória sobre o Grêmio na primeira rodada, encaramos outro time do Sul, o Criciúma.

Tão esperada quanto voltar a jogar em São Janú, as voltas de Payet e Medel são tão importantes quanto. Aliás, até mais, se lembrarmos do que o Vasco mostrou até aqui na competição. Sem o Francês, não sobra muito ao time além de chuveirinhos na área adversária; e sem o Xerifão, nossa zaga não conseguiu ter uma eficiência que compensasse os poucos gols que nosso ataque tem marcado (reflexo da baixa variação de jogadas ofensivas, relacionada diretamente à ausência do Payet, etc).

Chegar ao confronto contra o Tigrão já sendo um confronto direto pra fugir do Z4 era algo que não esperávamos. E nada indica que teremos um joguinho tranquilo: o Criciúma só está numa posição pior que a nossa por ter um jogo a menos e ainda não perdeu na competição (o que é bem relevante se considerarmos que eles jogaram contra o Galo em BH).

Isso torna o jogo de hoje crucial para que a equipe de Don Ramón volte ao caminho das vitórias e, antes de tudo, que saia da incômoda posição que já nos encontramos na tabela. Qualquer coisa diferente dos três pontos hoje pode nos deixar na zona de rebaixamento, jogando uma pressão enorme no time em uma mísera quarta rodada. Pressão essa que será ainda maior – e justificável – caso as voltas de Payet e Medel se confirmem: não vencer um dos ainda considerados principais candidatos ao rebaixamento, jogando em casa e com sua força máxima, será algo bem difícil da torcida aceitar de boa.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X Criciúma

Léo Jardim, Paulo Henrique, Medel, Léo, Lucas Piton, Sforza, Hugo Moura, Payet, Rayan, David e Vegetti. Gustavo, Claudinho, Rodrigo, Wilker Ángel e Miguel Trauco; Barreto, Higor Meritão, Fellipe Mateus, Marquinhos Gabriel e Marcelo Hermes; Bolasie (Eder).
Técnico: Ramón Diaz. Técnico: Cláudio Tencati.
Estádio: São Januário. Data: 27/04/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Caio Max Augusto Vieira (RN). Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Francisco Chaves Bezerra Junior (PE). VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP-FIFA).
TV: O Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

Vasco, com suor e sem inspiração, perde clássico para o tricolor

Hugo Moura fez uma assistência na sua estreia pelo Vasco, mas não conseguiu evitar a derrota no Clássico
Hugo Moura fez uma assistência na sua estreia pelo Vasco, mas não conseguiu evitar a derrota no clássico (📸: Lucas Merçon | Fluminense)

Nem acho que valha a pena ficar falando da arbitragem na derrota do Vasco para o Flu. Lances revistos pelo VAR, ainda que considerados decididos acima de qualquer contestação, são analisados por pessoas e pessoas são passíveis de enganos (digamos assim) em suas interpretações e ao traçar linhas.

Dito isto, o clássico de ontem foi mais uma daquelas partidas nas quais vimos que o Vasco joga nos limite das suas possibilidades para ser competitivo. Sem Payet, o time é 100% transpiração e muito pouca inspiração. Com três volantes no meio de campo, conseguimos errar mais passes que o Flu mesmo tendo apenas 45% da posse de bola. Criar algo errando tantos passes é bem complicado.

E há outra questão:  mesmo sem um articulador e errando muitos passes, a intensidade até ajuda a criar lances de perigo.  Mas sem inspiração, esses lances são inúteis: finalizamos bem mais que os tricolores, mas desperdiçamos todas (com exceção, claro, do gol do Vegetti), algumas claríssimas.

Tendo um adversário mais eficiente, o Flu não precisou fazer muita coisa para vencer a partida. Aproveitou as chances que teve e controlou bem o jogo quando o Vasco tentou pressionar. Ou seja, outra partida na qual até poderíamos ter melhor sorte, mas não tivemos força para conseguir evitar a derrota. Nada muito diferente da derrota para o Bragantino.

Mesmo com todos  os titulares, o Vasco é um time que precisará se empenhar muito para conseguir seus objetivos. Sem reforços, com desfalques decisivos e com escolhas questionáveis (Rossi? Por que???), as coisas ficam mais complicadas. Lamentar a falta de sorte, decisões da arbitragem  ou placares injustos não resolve nada. “Merecer” um resultado melhor não altera o placar. E, ainda pior, não nos dará um pontinho sequer a mais na tabela.

As atuações

Léo Jardim – nada podia fazer nos gols sofridos. Fez pelo menos uma grande defesa, em finalização do Douglas Costa.

Paulo Henrique – outra atuação ruim. Pouco ajudou no apoio e defensivamente foi ainda pior.

Maicon – criou raízes no lance do primeiro gol, ficando plantado enquanto o Ganso saltou para cabecear. No segundo, não conseguiu interceptar o passe que chegou para o Martinelli marcar. Teve a chance de compensar as duas falhas marcando o gol de empate, mas cabeceou para fora na boa chance que teve.

Léo – não comprometeu como seu companheiro de zaga. Fez uma partida segura.

Lucas Piton – não conseguiu ser tão efetivo no apoio. No lance do segundo gol, foi facilmente superado pela troca de passes do adversário.

Sforza – precisou correr muito para impedir os avanços do tricolor. Acabou saindo, por cansaço, dando lugar ao Zé Gabriel, que levou um amarelo protocolar e não muito mais que isso.

Galdames – discreto demais, não conseguiu ajudar o time justo no que mais precisávamos: algum tipo de articulação. Erick Marcus entrou em seu lugar no intervalo, ajudando o time a ser mais incisivo no ataque. Mas na prática, não conseguiu ser tão efetivo.

Mateus Carvalho – mais uma vez prejudicado por um amarelo muito cedo (e dessa vez, completamente sem sentido). Antes de sair no intervalo, fez uma finalização com relativo perigo no começo da partida. Hugo Moura fez sua estreia substituindo o Cocão. O volante aumentou o poder de marcação pelo meio e se destacou acertando o cruzamento para o gol do Veggeti. Os erros de passes podem se justificar pela falta de entrosamento.

Rossi – outra atuação terrível. Facilmente superado pela defesa tricolor e sem cumprir aceitavelmente a função tática de ajudar a fechar o lado direito, não fez nada que preste ofensiva ou defensivamente. Rayan entrou em seu lugar no intervalo e é impossível negar que sua atuação ficou marcada – negativamente – por perder um gol quando estava sozinho diante do goleiro Fábio.

David – mais um jogo com intensidade e movimentação, criando jogadas e deixando seus companheiros em boa posição para finalizar. Saiu no final da partida, dando lugar ao Clayton, que assim como o Rayan, marcou sua presença em campo perdendo uma chance claríssima de gol.

Vegetti – no primeiro tempo, obrigou o Fábio a fazer uma grande defesa e poderia ter conseguido um penal a nosso favor se as regras de mão na bola dentro da área não tivessem interpretações diversas para equipes diferentes. No segundo tempo marcou o gol vascaíno. Deu trabalho aos marcadores -e para a arbitragem – durante todo o jogo.

Vasco ‘visitante’ busca recuperação contra o Flu na Arena Maracanã

Responsável direto pelo resultado negativo contra o Bragantino, Léo Jardim pode se reabilitar no clássico contra o Laranjal
Responsável direto pelo resultado negativo contra o Bragantino, Léo Jardim pode se reabilitar no clássico contra o Laranjal (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Não sei exatamente porque, mas tenho a impressão que, nos últimos anos – sempre que estamos na elite, obviamente – o Vasco é sempre o primeiro a encarar um clássico regional no Brasileirão. O jogo de hoje com o laranjal só reforça isso, ainda que possa ser apenas uma impressão.

O que não é uma impressão é que pegamos uma tabelinha complicada nesse começo de competição. Não sei se algum outro time teve nas três primeiras rodadas apenas adversários classificados pra Libertadores desse ano (o Bragantino já rodou, mas Grêmio e Flu seguem na fase de grupos).

Muitos podem dizer que a ordem dos oponentes não faz diferença, já que temos que encarar todos. Mas na prática não é assim: um começo ruim de Brasileirão e estar nas últimas posições da tabela logo nas primeiras rodadas é ruim por já jogar pressão no time desde o início. E encarar três pedreiras já na largada, com duas delas em sequência jogando como visitante aumenta o risco de resultados ruins.

E até poderíamos não ser os visitantes hoje, se a pinimba dos tricoflores com o Vasco não seguisse inabalável. Mas dessa vez acho que nosso lado também vacilou: não fechar um acordo para meiar a Arena por causa da arenga velha sobre o lado da torcida acabou prejudicando o próprio torcedor, que teve bem menos ingressos ao seu dispor.

Não que eu ache desimportante a questão: o Vasco teria, por direito conquistado, que destinar o lado que quisesse no Maracanã e é uma injustiça histórica uma concessão cheia de maracutaias impedir isso. Mas, depois de anos nesse lenga-lenga, todos já deveríamos ter entendido que esse estádio da Radial Oeste pode até ainda se chamar Mário Filho, mas faz um tempo que não é mais o MARACANÃ.

(parênteses: os mais observadores já devem ter percebido que não chamo o estádio dessa forma há anos. O que hoje é Arena jamais será o Maraca. Fecha parênteses)

Mas mesmo tendo apenas 4 mil vascaínos nas arquibancadas, temos que encarar os “locatários da casa“. E o Flu entra em campo mais pressionado, já que ainda não venceu no Brasileiro e perder um clássico não vai ajudar nada a melhorar o clima no Laranjal. Então os caras virão com tudo, ainda mais se lembrarmos que o tricolor não vence o Vasco três partidas.

Já do nosso lado, ainda que estejamos numa posição melhor na classificação, precisamos voltar a vencer depois da injusta derrota da última rodada. E nada melhor para aumentar a moral de uma equipe que bater um grande rival. Mas seguimos com problemas: Don Ramón ainda não pode contar com Payet e Medel e o treinador ainda não anunciou se volta com o esquema com três zagueiros no clássico. Com uma atuação apagada contra o RB Bragantino, PH pode dar lugar ao João Victor, que formaria a zaga com Léo e Maicon. No meio e no ataque, devemos seguir com três volantes e  com Rossi fechando com a dupla DVD Pirata o trio ofensivo.

Com tudo isso, teremos uma partida complicada, como geralmente é todo clássico, mesmo sem desfalques importantes como teremos. Corremos grande risco de vermos novamente aquele monte de bolas alçadas à área pela falta de articulação do time. Mas pode dar certo, desde que nossos atacantes estejam mais inspirados e que não cometamos erros individuais primários (pra não chamar de falhas bisonhas) na defesa.

Campeonato Brasileiro 2024

Fluminense X Vasco

Fábio; Samuel Xavier, Felipe Melo, Manoel, Marcelo; André, Martinelli, Ganso; Arias, Marquinhos, Cano. Léo Jardim, Paulo Henrique (João Victor), Maicon, Léo, Lucas Piton; Sforza, Galdames, Mateus Carvalho, Rossi, Vegetti e David.
Técnico: Fernando Diniz. Técnico: Ramón Diaz.
Estádio: Arena Maracanã. Data: 20/04/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio (FIFA). Assistentes: Bruno Boschilia (FIFA) e Leone Carvalho Rocha. VAR: Rodolpho Toski Marques (VAR-FIFA).
TV: o Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

Placar injusto em Bragança Paulista frustra Vasco e sua torcida

A dupla DVD Pirata até funcionou, mas não foi o bastante para evitar a derrota do Vasco
A dupla DVD Pirata até funcionou, mas não foi o bastante para evitar a derrota do Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Há muitos motivos para a torcida ficar frustrada com a derrota por 2 a 1 para o Bragantino ontem.

O primeiro e mais óbvio é que o placar foi de uma injustiça tremenda. Não que o Vasco tenha sido muito superior, mas as circunstâncias da derrota foram revoltantes. Sofremos dois gols pra lá de cagados (um por falha individual justo do Léo Jardim, um dos mais confiáveis do elenco, outro, completamente acidental), colocamos uma bola na trave, Lucão – O LUCÃO!!! – praticou um milagre e ainda ignoraram um pênalti claríssimo sobre o Clayton no fim do jogo, que sequer foi avaliado pelo VAR.

(update: a CBF divulgou a análise do lance pelo VAR. O pênalti não aconteceu.)

Mas, mesmo se não considerarmos os lances decisivos da partida, a injustiça do resultado final se baseia também nas atuações dos dois times. O jogo foi, no mínimo, parelho, com as duas equipes alternando um certo predomínio. Se fosse apenas por isso, o empate teria sido o placar mais justo.

Mas o que no fim das contas é mais frustrante, pelo menos pra mim, nem foi o resultado em si. O que é realmente chato é o torcedor vascaíno se sentir sempre incomodado por procurar formas de ver o lado positivo de uma derrota. Quando pensamos coisas como “o placar foi injusto“, “fomos garfados“, “demos azar“, “perdemos, mas fomos melhores“, sempre vem à mente aquela mosquinha que zumbe nas nossas mentes: nos acostumamos com pouco.

Uma derrota fora de casa contra um adversário que há anos tem tido melhores temporadas que as nossas não é um absurdo. Não dá pra ignorar a falta que Payet e Medel fizeram. A derrota para o Bragantino só aconteceu por sofrermos gols anormais. O pênalti não marcado poderia ter mudado a história do jogo. Mas mesmo que tentemos racionalizar, sempre vem o zumbido: “desculpa de time fraco não serve para o Vasco“.  Sabotamos até a perspectiva de, pelo que jogamos (não só ontem, como também contra o Grêmio), podemos fazer um Brasileiro bem menos complicado que o do ano passado.

Pra mudar essa situação, precisamos voltar a vencer o mais rápido possível. Azar do laranjal.

As atuações

Léo Jardim – uma noite pra esquecer: uma falha inaceitável no primeiro gol e muito azar no segundo.

Paulo Henrique – não conseguiu ter uma boa atuação. Ainda que tenha mostrado o empenho de sempre, não foi eficiente nem na marcação, nem no apoio.

João Vitor – vinha jogando bem, inclusive iniciando jogadas de ataque, mas sentiu o joelho e saiu no intervalo. Maicon entrou em seu lugar e viu sua atuação ficar marcada por ter desviado um chute direto pro nosso gol.

Léo – fez uma partida segura e ainda conseguiu fazer alguma graça no ataque, acertando um belo cruzamento pro Vegetti e quase marcando de cabeça.

Lucas Piton – penou no primeiro tempo com as subidas do Bragantino e, no lance do primeiro gol, poderia ter pelo menos tentado espanar o rebote do Léo Jardim. No segundo tempo conseguiu ser mais efetivo, participando mais no apoio.

Sforza – jogou com intensidade e mesmo atuando mais recuado ajudou a iniciar algumas jogadas. No segundo tempo, ficou mais preso à marcaçcião.

Galdames – iniciou a jogada que culminou no gol vascaíno, mas fora isso, teve uma atuação apagada. Clayton entrou em seu lugar no fim, para tentar uma última pressão. Foi claramente derrubado na área, sem que o VAR esboçasse qualquer atitude.

Mateus Carvalho – vinha tentando organizar jogadas e aparecer na frente para finalizar (inclusive perdeu uma chance claríssima chutando pra fora), mas foi sacado no intervalo por estar pendurado. Zé Gabriel o substituiu e fez seu feijão-com-arroz meio insosso.

Rossi – ciscou muito, acertou pouco. Entrou em campo achando que era exímio  nos cruzamentos, mas não acertou nenhum. Não voltou para o segundo tempo, dando lugar ao Rayan, que foi muito mais útil, participando da jogada do gol de empate dando bom passe para o David.

David – se movimentou muito, incomodou sempre a zaga adversária e fez assistência na medida para o Pirata marcar o seu gol. A despeito do que pensa a torcida sobre seu futebol, vem se firmando no time. Don Ramón  o sacou para a entrada do Adson, para dar um novo gás ao ataque. Não chegou a fazer nada muito relevante.

Vegetti – perdeu uma chance clara em cada tempo: primeiro, cabeceou uma bola pra fora e na etapa final carimbou a trave. Mas deixou o seu, depois de receber boa bola do David. No primeiro tempo fez um gol em, VÁ LÁ, jogada irregular.

***

Só um conselho – não solicitado e que certamente não chegará ao destinatário – ao Don Ramón.

Pruefessor“, o senhor está há pouco tempo no Rio, pouco tempo no clube e talvez não saiba como as coisas funcionam por aqui. É mais ou menos assim: se fazemos tudo certinho, a imprensa esportiva esmiúça o que for possível para falar mal do Vasco. Se esmiuçar não der certo, aparece um boato para falar mal do Vasco. Se ainda isso não funcionar, eles simplesmente inventam algo pra falar mal do Vasco. Então, o senhor imagine o que fazem quando efetivamente fazemos algum besteira.

Veja a sua fala equivocadíssima de ontem à noite. Seu comentário machista e sem sentido – é, vimos que o senhor tentou se desculpar com o manjado “mal interpretado“, mas…convenhamos, né? – acabou tendo tanto ou mais destaque que o próprio jogo. No jornal televisivo de maior audiência no Rio de Janeiro, o tempo dado ao seu comentário foi maior que a cobertura da partida. Sabe por que? Porque bater no Vasco é o esporte preferido do jornalismo esportivo carioca.

Para a instituição Vasco da Gama, estar sempre ao lado das minorias é algo mais que importante. Está em nossa essência e história. E como isso é um valor inatacável, quem sempre nos ataca vai sempre aproveitar os deslises que alguém ligado ao clube comete nessa área. Então, é esse o conselho: da próxima vez, tome mais cuidado. Tenha certeza que a tensão do jogo passou antes de iniciar a coletiva.

Com mais um desfalque importante, Vasco encara o RB Bragantino

Esperança de gols hoje, Vegetti já balançou a rede do Nabi Abi Chedid pelo Vasco
Esperança de gols hoje, Vegetti já balançou a rede do Nabi Abi Chedid pelo Vasco (📸 Leandro Amorim | Vasco)

O Vasco começa o Brasileiro aparentemente passando por um teste de estresse. Não da torcida (que já se acostumou com isso), mas da capacidade de adaptação seu elenco: a cada rodada perdemos um titular e Don Ramón tem que se virar para manter a competitividade da sua equipe.

Conseguimos nos virar  – até bem, diga-se – sem o Francês na vitória sobre o Grêmio na estreia pelo Brasileirão. E hoje, além do Payet continuar fora, também não contaremos com o Medel, dispensado para visitar a mãe, adoentada, no Chile. Serão dois desfalques sérios contra o RB Bragantino, mais uma pedreira que temos pela frente.

Pedreira que nenhum vascaíno deve ter esquecido, tão recente ainda é a última rodada do Brasileirão do ano passado. Mesmo sem muito pelo que brigar e contra um Vasco desesperado por 3 pontos e jogando com seu estádio lotado, o time de Bragança vendeu muito caro sua derrota.  E agora, quando eles são nossos anfitriões, com o campeonato começando e depois de um empate na primeira rodada, certamente o time do energético vai nos trazer ainda mais complicações na busca pela sua primeira vitória.

Cabe ao Ramón Diaz bolar um jeito da sua equipe não sentir as ausências que terá. Aparentemente, o “pruefessor” deve seguir a máxima de não mexer em time que está ganhando: é colocar o João Vitor no lugar do Medel e manter o time que bateu o tricolor gaúcho no domingo. A princípio, isso é o mais lógico e mais seguro. Mas para dar certo, não podemos ter apagões como o que sofremos no gol gremista. Com isso, é aguentar a pressão que o Bragantino deve tentar impor e esperar o momento certo para dar o bote.

Sendo realista, voltar de Bragança Paulista com um empatezinho  não seria terrível. Mas é aquilo: se você viveu nos últimos 20 anos e ainda é vascaíno, é bem difícil que seja adepto do realismo. Então, estarei à frente da TV esperando por aquele 1 a 0 sofrido e mais três pontos na nossa conta.

Campeonato Brasileiro 2024

RB Bragantino X Vasco

Lucão, Andrés Urtado, Douglas Mendes, Luan Cândido e Juninho Capixaba; Jadsom, Eric Ramires e Gustavinho; Henry Mosquera, Vitinho e Eduardo Sasha. Léo Jardim, Paulo Henrique, João Victor, Léo, Lucas Piton; Sforza, Galdames, Mateus Carvalho; David, Rossi e Vegetti.
Técnico: Pedro Caixinha. Técnico: Ramón Diaz.
Estádio: Nabi Abi Chedid. Data: 17/04/2024. Horário: 19h. Arbitragem: Paulo César Zanovelli da Silva. Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Fernanda Kruger. VAR: Charly Wendy Straub Deretti.
TV: o Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

Com menos dificuldades que o esperado, Vasco estreia no Brasileirão com vitória sobre o Grêmio

Com um gol, Matheus Carvalho foi um dos destaques na vitória sobre o tricolor gaúcho
Com um gol, Matheus Carvalho foi um dos destaques na vitória sobre o tricolor gaúcho (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Tirando o apagão generalizado no lance em que sofremos um gol, até que não há muito o que reclamar na vitória vascaína sobre o Grêmio, por 2 a 1. Mesmo contra um dos postulantes ao G4 do Brasileiro, o time do Don Ramón fez, como dizem muito na imprensa esportiva, um jogo controlado.

Depois do fim decepcionante do Estadual, era natural que o torcedor estivesse com um pé atrás nessa estreia de Brasileirão. Sem conseguir reforços e com um monte de desfalques importantes, encarar o tricolor gaúcho parecia ser uma missão complicadíssima mesmo jogando na Colina.

Mas até que não foi. Se não tivemos um domínio avassalador na partida, conseguimos segurar o Grêmio sem muito esforço e também mostrar alguma eficiência ofensiva, mesmo sem contar com Payet em campo. O fim do primeiro tempo, com dois gols de vantagem e sem ter sofrido nem uma finalização, é uma prova disso.

Na etapa final era previsível uma tentativa de reação do Grêmio. E, ainda que eles tenham tido mais iniciativa, só conseguiram fazer o seu gol por uma falha inaceitável de todo o sistema defensivo (que conseguiu tomar um gol em lance de escanteio curto!). Fora isso, seguramos bem a pressão meia bomba que sofremos e, mais para o fim do jogo, ainda conseguimos encaixar alguns contra-ataques perigosos.

Foi mais tranquilo do que esperávamos, mas esse foi só o primeiro passo em um campeonato bastante longo. Sendo uma estreia, não dá para ter uma avaliação definitiva sobre o que houve de positivo ou de negativo. É seguir nessa pegada, melhorar no que pode ser melhorado e seguir em frente.

As atuações

Léo Jardim – quase não teve trabalho ao longo do jogo e no lance do gol – ainda que tenha se deixado surpreender – não pôde fazer nada.

Paulo Henrique – apareceu mais defensivamente, mas não chegou a ser uma nulidade no apoio, chegando a finalizar duas vezes. Rojas entrou em seu lugar naquele momento do jogo no qual parecia ser melhor segurar o placar. Não comprometeu.

Medel  – enquanto esteve em campo, o Grêmio praticamente não nos ameaçou. Deu lugar ao João Victor, que não foi mal, mas estava no apagão coletivo que originou o gol adversário.

Léo – jogando com segurança, fez uma boa partida.

Lucas Piton – não foi tão decisivo no apoio, mas criou alguma coisa no ataque. Se saiu bem defensivamente.

Mateus Carvalho – o ex-Cocão foi um dos destaques da partida, jogando com intensidade durante todo o jogo e sendo útil também na distribuição das bolas. Coroou sua atuação com um belo gol.

Sforza – fez bem a proteção à zaga, mostrando que pode se sair bem atuando como primeiro volante.

Galdames – foi o mais discreto do meio de campo, mas também não comprometeu. Foi bem no combate e fez alguns desarmes. JP entrou em seu lugar na parte final da partida e ajudou a segurar o ímpeto gremista.

Rossi – fez uma boa partida, dando trabalho para a zaga adversária e participando dos lances dos dois gols. Foi substituído pelo Rayan, que mostrou vontade, mas além de não se entender muito bem com o Pirata no ataque, vacilou no lance do gol do Grêmio.

David – marcou um bonito gol, ainda que contando com um desvio da zaga. Conseguiu jogar com desenvoltura, criando algumas boas jogadas e ajudando na recomposição defensiva. Adson o substituiu e no pouco tempo que teve em campo, ajudou o Vasco a equilibrar o jogo quando o Grêmio tentava exercer uma pressão.

Vegetti – não conseguiu marcar seu primeiro gol no primeiro jogo do Brasileirão, mas deu trabalho à zaga e ao goleiro gremistas.

Vasco estreia no Brasileirão mais uma vez em meio à incerteza

Incertezas na estreia: se os gestores do Vasco não se resolvem, sobra para Don Ramon e Emiliano quebrarem a cabeça já no primeiro jogo do Brasileiro
Incertezas na estreia: se os gestores do Vasco não se resolvem, sobra para Don Ramon e Emiliano quebrarem a cabeça já no primeiro jogo do Brasileiro (📸 Matheus Lima | Vasco)

Amanhã a estreia do Vasco SAF em Campeonatos Brasileiros completará um ano: no dia 15 de abril de 2023, o cruzmaltino foi à BH e venceu o Galo no Mineirão, ainda na “Era Barbieri“. No pré-jogo, tinha dito aqui no Blog que estrearíamos no Brasileirão entre a alegria e a incerteza.

Hoje, o Vasco gerido pela 777 Partners iniciará seu segundo brasileiro contra o Grêmio, dessa vez em casa. E passados 365 dias (por conta do ano bissexto), a sensação que a torcida tem é que as incertezas continuam e os motivos para se alegrar são menores. Se é que existem.

Ano passado, o jogo contra o Atlético-MG era o retorno do Vasco à elite, depois de amargarmos dois anos na Série B e de um acesso complicadíssimo. Não sabíamos como passaríamos pelo Campeonato, mas disputar a Série A já era motivo de sobra para o torcedor estar radiante e esperançoso.

Mas o restante da temporada foi minando a alegria e a esperança de todos. As expectativas com a 777 não se concretizaram e passamos outro Brasileiro fugindo de mais um rebaixamento, o que só aconteceu – com muita luta – na última rodada.

Mudou o ano e não dá mais pra manter a visão romântica do Vasco empresa. Os processos burocráticos da 777 seguem criando problemas para os responsáveis por reforços e o futebol do clube segue gastando muito e contratando mal. Prova disso? Payet se machucou, desfalca o time contra o Grêmio e, por conta disso, Don Ramon deve escalar um time sem um armador, com três volantes (e um deles pode ser o Zé Gabriel).

No ataque, ainda que tendo mais opções, o quebra-cabeças continua. Até o desprestigiado Rossi pode acabar em campo, ao lado do Pirata e Clayton. David e Adson também disputam a vaga.

Resumindo: o Vasco começa mais um Campeonato Brasileiro com muitas incertezas, com deficiências claras no elenco e sem podermos apontar com um mínimo de certeza com qual esquema entraremos em campo. E isso, contra um adversário quem inicia a competição com status de favorito a pelo menos uma vaga no G4 e que já chega precisando de um bom resultado depois de uma largada terrível na Libertadores desse ano.

Como os gestores da SAF não conseguem fazer seu trabalho a contento, quem tem que se virar é o técnico. Que Don Ramón e Emiliano consigam compensar a incompetência extracampo com a bola rolando.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X Grêmio

Léo Jardim, João Victor, Medel, Léo, Lucas Piton, Zé Gabriel (Mateus Carvalho), Sforza, Galdames (David), Adson, Clayton e Vegetti. Marchesín (Caíque); João Pedro, Geromel, Kannemann e Cuiabano; Villasanti, Pepê e Franco Cristaldo; Gustavo Nunes, Pavón e Diego Costa.
Técnico: Ramón Diaz. Técnico: Renato Gaúcho.
Estádio: São Januário. Data: 14/04/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Flávio Rodrigues de Souza (SP-Fifa). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP-Fifa) e Daniel Luis Marques (SP). VAR: Daiane Muniz (SP-Fifa).
TV: a TV Globo transmite para o RJ e parte da rede. O Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.