Hoje, a vitória é o único resultado aceitável para o Vasco

Contra o Vitória, João Vitor vai improvisado na lateral direita
Contra o Vitória, João Vitor vai improvisado na lateral direita (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Usando de uma franqueza que nem se justifica pelo que o Vasco tem apresentado em campo, o jogo de hoje é daqueles que qualquer torcedor pode falar: se a gente não vencer o Vitória em casa, vai empatar com quem?

Os caras não venceram ninguém, o único ponto conquistado foi na base da rivalidade com o Bahia e nem em casa os caras estão conseguindo ganhar. O rubro-negro baiano está tão mal que consegue a proeza de estar abaixo de nós na tabela!

Mas aí temos que lembrar dos poréns…Eles estão atrás da gente, sim, mas têm um jogo a menos. E, verdade seja dita, eles pegaram uma tabelinha bem cruel nesse começo de Brasileiro (Palmeiras, São Paulo e Cruzeiro). E como o jogo adiado deles seria contra o Cuiabá, a partida menos complicada do Vitória até agora é justamente a contra o Vasco.

Chatão ler isso. Mas como negar?

Então, é óbvio que os baianos chegarão em São Januário nos considerando o adversário ideal para começar uma virada na competição (e, depois da goleada que sofremos na Colina para o Criciúma, dá pra achar que os caras estão viajando?). Cabe ao time do interino Rafael Paiva evitar que isso aconteça. Até porque, esse lance de “virada no Brasileiro” também é nossa pauta pra hoje.

Para conseguir isso, o interino fará mudanças no time que perdeu para o Furacão na última rodada. Payet volta ao time – esperamos em melhores condições que no seu último jogo – e João Vitor assumirá a lateral direita (o que mostra o quanto estamos bem servidos com PH e Puma). Muito provavelmente o JV parte do jogo como um terceiro zagueiro mesmo, até porque, o meio de campo hoje estará naquele jeito “marca-fofo“, com gringos Galdames e Sforza acompanhando o Francês no setor. Se essa meiuca gringa conseguir dar mais criatividade ao time, TALVEZ compense a falta de pegada no combate.  E aí, é contar que a dupla DVD Pirata faça a sua parte lá na frente (já que com o Rossi só podemos contar com uma substituição no intervalo. Ou antes).

O Vitória, como aparentemente qualquer time que tenhamos que enfrentar atualmente, não deve ser molezinha. Ainda assim, vencer é a única opção que o Vasco tem para não se afundar ainda mais na tabela e na crise.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X Vitória

Léo Jardim, João Victor, Maicon, Léo, Lucas Piton, Sforza, Galdames, Payet, Rossi, David e Vegetti. Lucas Arcanjo; Zeca (Willean Lepo), Bruno Uvini (Camutanga), Reynaldo e PK; Willian Oliveira, Dudu e Rodrigo Andrade; Matheusinho, Mateus Gonçalves (Iury Castillho) e Janderson.
Técnico: Rafael Paiva (interino). Técnico: Léo Condé.
Estádio: São Januário. Data: 12/05/2024. Horário: 18h30. Arbitragem: Raphael Claus (SP-Fifa). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP-Fifa) e Daniel Luis Marques (SP). VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP-VAR-Fifa)
TV: O SporTV e o Canal Premiere transmitem para assinantes de todo o Brasil.

A hora do Vasco fazer a sua parte é contra o Corinthians

O titular da zaga: Medel se recupera e estará em campo contra o Corinthians
No sacrifício: único titular da zaga não suspenso, Medel  ignora contusão para atuar contra o Corinthians (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Na rodada que acabou ontem, o Botafogo não ajudou, nem o Goiás. Na que começa hoje, não dá pra contar que o tricolor daqui ou o paulista vão ajudar.

E na real, o Vasco não tem porque contar com os resultados de ninguém para se garantir de vez na Série A ano que vem. E bater o Corinthians hoje, na Colina, é um passo decisivo para que isso se concretize.

Com o que rolou nos últimos duelos na parte debaixo da tabela, o confronto com o alvinegro paulista passou a ser mais que direto. Quem vencer dará um bom respiro (nosso adversário praticamente escapa da degola) e quem perder provavelmente penará até a última rodada para se livrar. E jogando em casa, com São Januário abarrotado, a responsabilidade pela vitória é bem maior pra gente. Vamos com uma zaga que nunca jogou junta, com Medel no sacrifício e sem opções decentes no banco; nosso meio campo vive uma queda de desempenho no pior momento possível; até a inaceitável escrita imposta pelos marsupiais (já se vão 13 anos sem uma vitória sobre os caras)…nada disso pode ser empecilho para conquistarmos três pontos.

Um empate hoje é um resultado quase inútil. Manter uma sequência invicta é bonitinho, mas não serve pra nada. Ganhar apenas um ponto só vai nos fazer depender dos outros para não voltarmos ao Z4 na penúltima rodada da competição.  Já perdemos pontos demais em confrontos diretos e já passou da hora de acabar com essa história.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x CORINTHIANS

Local: São Januário.
Horário: 21h30 (horário de Brasília).
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF-Fifa).
Assistentes: Leila Naiara Moreira da Cruz (Fifa-DF) e Kleber Lucio Gil (SC)..
VAR: Daniel Nobre Bins (VAR-Fifa-RS).

VASCO: Léo Jardim, Paulo Henrique, Capasso, Medel e Lucas Piton; Zé Gabriel, Paulinho e Praxedes (Payet); Rossi, Vegetti e Gabriel Pec.
Técnico: Ramón Díaz.

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Bruno Méndez (Caetano), Veríssimo e Fábio Santos; Maycon, Moscardo, Giuliano e Renato Augusto; Romero e Yuri Alberto.
Técnico: Mano Menezes.

Transmissão: o SporTV e o Canal Premiere transmitem para todo o país.

Vasco arranca empate com o Furacão e mantém série invicta

Tão importante quanto segurar o ímpeto do Furacão foi Léo Jardim ter se segurado para próximo jogo, contra o Corinthians
Tão importante quanto segurar o ímpeto do Furacão foi Léo Jardim ter se segurado para próximo jogo, contra o Corinthians (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Nas 18 partidas que o Vasco teve como visitante neste Brasileirão, o time só não sofreu gols em três: nas vitórias sobre Cuiabá e América-MG e na de ontem, no empate sem gols contra o Athletico.

Isso já seria o bastante para valorizarmos o pontinho conquistado em Curitiba. Mas o jogo em si também evidencia a importância do resultado. O esquema com três zagueiros enfraqueceu nosso meio de campo e permitimos que o Furacão passasse boa parte do jogo nos pressionando. Ainda que Léo Jardim nem tenha tido tanto trabalho assim (apesar de ter realizado pelo menos um milagre no jogo), o Athletico chegou muitas vezes com perigo e, tivesse uma pontaria melhor, teria nos causado ainda mais problemas.

Ofensivamente o esquema também não ajudou. Com Paulinho em uma noite apagada e PH pouco participativo no apoio, apesar dos três zagueiros, tínhamos poucas opções para explorar os contra-ataques. E, como o próprio Don Ramón sinalizou na sua coletiva,  ainda faltou precisão nos poucos contragolpes que tivemos. Mesmo assim, tivemos algumas chances e poderíamos até ter tido uma sorte melhor na partida.

Obviamente uma vitória seria melhor, mas o pontinho conquistado serviu para nos garantir duas posições momentâneas e a certeza de terminar a rodada fora do Z4. Um empate em uma partida complicada e manter a sequência sem derrotas também dá mais uma moral para o time nessa reta final de campeonato. Ou seja, mesmo não nos garantindo um alivio maior, até que podemos nos dar por satisfeitos com o resultado na Ligga Arena.

As atuações:

Léo Jardim – apesar do Furacão ter rondado nossa área quase todo o jogo, não chegou a ter tanto trabalho. E quando exigido, se saiu bem: fez pelo menos duas grandes defesas, uma delas, um dos seus milagres.

Medel – seguro como sempre, melhorou a saída de bola do time quando inverteu sua posição com o Maicon. Saiu com dores e preocupa. Robson entrou em seu lugar e, enquanto eu ainda lamentava sua entrada em campo, quase marcou um gol de cabeça. Tomou um amarelo inexplicável do Daronco e está suspenso para a próxima partida.

Maicon – começando pela direita, quase entregou a mariola no começo do jogo numa saída errada. Deslocado pro centro, se saiu bem e foi importante principalmente cortando bolas levantadas na nossa área. Foi outro que não escapou dos amarelos do Daronco e não joga contra os gambás.

Léo – jogou com tranquilidade e não se complicou protegendo o lado esquerdo da zaga. Também foi alvo da mão nervosa do Daronco e está suspenso.

Paulo Henrique – firme defensivamente, poderia ter tido maior participação ofensiva em um esquema com três zagueiros. Acabou dando lugar ao Puma, que até apareceu mais no apoio, mas não chegou a se destacar.

Zé Gabriel – teve muito trabalho com os meias adversários e ainda baixou o Zé Delivery, entregando uma bola que poderia terminar em gol para o Athletico.

Paulinho – apenas mediano no combate, foi uma nulidade na articulação. Praxedes o substituiu e pelo menos apareceu na frente para ajudar no ataque, em um dos lances, quase marcando o gol que poderia nos dar a vitória.

Marlon Gomes – jogou com muita intensidade, mas acabou sendo mais útil na marcação – foi o maior ladrão de bolas do jogo – que na criação. Payet entrou em seu lugar quase no fim do jogo e não teve muita chance para aparecer.

Lucas Piton – aproveitou mais a liberdade oferecida pelo esquema e apareceu com perigo no apoio. Acertou dois cruzamentos que renderam boas chances de gol para o time.

Gabriel Pec – tentou explorar os contragolpes em velocidade e quase marcou um belo gol na etapa final, obrigando o goleiro athleticano a fazer uma grande defesa. Saiu no fim para a entrada do Mateus Carvalho, que  não teve tempo para aparecer.

Vegetti – pouco acionado, mas ainda teve duas oportunidades para marcar de cabeça.

***

E lá vamos nós, mais uma vez, falar da atuação do Sr. Anderson Daronco em uma partida do Vasco. Nem comentarei os amarelos, distribuídos profusa e precisamente para nossos jogadores pendurados. Isso estava na cara que ia acontecer.

O problema é que as daroncadas não foram apenas essa: um festival de faltas não marcadas, inversões de falta, aplicações exóticas de vantagens…aqueles errinhos que, ao final do jogo, nunca contam como “influenciar o resultado“, mas que vão levando o time prejudicado a se irritar. O que, obviamente, atrapalha seu desempenho.

O Vasco ainda tem dois jogos sem a arbitragem definida pela CBF (a partida contra o Corinthians terá Sávio Pereira Sampaio como juiz). Seria bom que o Sr. Daronco não fosse o responsável pelo apito em nenhuma delas.

 

Vasco precisa devolver a quebra de escrita contra o Furacão

Dilema no gol: pendurado, Léo Jardim não pode levar um amarelo no jogo de hoje, contra o Furacão
Dilema no gol: pendurado, Léo Jardim não pode levar um amarelo no jogo de hoje, contra o Furacão (📸: Leandro Amorim | Vasco)

O histórico – nem tão – recente de confrontos do Vasco com o Furacão não é o que podemos chamar de tranquilo. Há séculos sem ganhar dos caras no Paraná e com uma goleada vergonhosa na bagagem, os jogos contra o Athletico-PR são ainda mais complicados nas retas finais de Brasileirão, ainda mais na situação de hoje (nós, na briga pra permanecer na elite; eles, ainda disputando algo na competição): já tiramos um título quase certo dos caras e eles já jogaram a pá de cal em um dos nossos rebaixamentos, com direito a briga sangrenta na arquibancada.

A partida de hoje na tal “Ligga Arena, infelizmente, repete o cenário. Enquanto os donos da casa ainda precisam de pontos para se garantir na Libertadores do ano que vem, nós estamos todos com as calculadoras na mão, fazendo contas para disputar a Série A em 2024. No primeiro turno, já sob o comando de Don Ramón, o Athletico quebrou o tabu de nunca ter nos vencido em São Januário. Esta noite o Vasco tem a chance de devolver a quebra em uma escrita: não vencemos o Furacão em seus domínios há longos 16 anos.

O retrato do momento mostra um Vasco melhor, apesar de tudo. Enquanto mantemos uma invencibilidade de 5 partidas, o Athletico está o mesmo número de jogos sem conseguir uma vitória. Mas sabemos que o futebol não segue lógicas momentâneas. Uma hora, invencibilidades e fases ruins acabam. A missão de Ramón Diaz e seus comandados é fazer com que a nossa boa fase continue.

O problema é que, no contexto do campeonato, um empate nos serve pouco. Um ponto pode nos fazer subir uma posição na tabela (ou até duas, mas não dá pra contar muito com uma vitória do Botafogo sobre o Santos), mas não nos permitirá aumentar a vantagem para o Z4. Em caso de vitória do Cruzeiro sobre o Goiás, por exemplo, nos deixará a apenas um ponto da 17ª colocação. Sendo assim, vencer o Furacão na sua casa é o único objetivo que o Vasco pode ter hoje.

E para conseguir os três pontos, Don Ramón precisará mexer na sua equipe. Com a expulsão do Rossi na partida contra o Cruzeiro, Payet e Marlon Gomes disputam a vaga. Entre quem entrar, talvez seja mais interessante abandonarmos o esquema com três atacantes (no qual o Francês não consegue desempenhar todas as funções táticas e ainda se sacrifica) e ter mais um homem no meio. Marlon ainda tem chance de entrar mesmo que o Camisa 10 ganhe a vaga do Rossi, aí, no lugar do Praxedes (que, pelo que vem jogando, poderia muito bem pegar um banco). A outra alteração no time deve ser o retorno do PH à lateral, o que é positivo, já que provavelmente precisaremos de maior eficiência defensiva hoje do que o Puma pode oferecer.

Vencer hoje é o ideal, porque nos faria ganhar no mínimo duas posições na tabela – com alguma sorte, até quatro (!) – e aumentaria nossa distância do Z4. Um empate, como já disse, não seria o melhor dos mundos, nos manteria no bolo dos desesperados e numa situação pior que a da rodada passada. Ainda assim, seria um pontinho fora de casa, o que não podemos desprezar de forma alguma.

Já uma derrota…bom, é melhor nem pensar nessa hipótese.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
ATLHETICO X VASCO

Local: Ligga Arena.
Horário: 19h30 (de Brasília).
Árbitro: Anderson Daronco (RS-Fifa).
Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS-Fifa) e Maurício Coelho Silva Penna (RS).
VAR: Wagner Reway (PB-VAR-Fifa).

ATHLETICO-PR: Bento, Cacá, Thiago Heleno e Esquivel; Cuello, Erick, Fernandinho e Canobbio; Zapelli, Vitor Bueno e Willian Bigode
Técnico: Wesley Carvalho.

VASCO: Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon, Medel, Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes (Marlon Gomes), Paulinho, Marlon Gomes (Payet), Gabriel Pec e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: o  canal TNT transmite para todo o Brasil (exceto PR). A Cazé TV transmite para assinantes no YouTube. O canal Casemito transmite no Twitch (para cadastrados e assinantes Amazon Prime).

***

Chatão isso de ficar falando de arbitragem antes mesmo da partida começar, mas é impossível não ficar preocupado quando o apitador do jogo de hoje será o Sr. Anderson Daronco.

Com seu histórico de arbitragens “colaborativas” para o Vasco, é impossível não lembrar que o Léo Jardim está pendurado. E, por uma infeliz coincidência do destino, se ele estiver suspenso na próxima rodada, o jovem Halls será o goleiro titular: Ivan tem contrato com o Corinthians, nosso próximo adversário. Ou seja, ele não poderá jogar contra os gambás.

Então, para não corrermos o risco de disputar um confronto direto com  nosso  terceiro – e inexperiente – goleiro, Jardim deverá ser bastante comedido com possíveis reclamações e ceras. É certo que a mão do Daronco estará coçando para dar um amarelo para o titular do nosso gol.

Vasco deixa vitória escapar e fica no empate com o Cruzeiro


Contando com um pouco de sorte, Puma abriu o placar da partida
Contando com um pouco de sorte, Puma abriu o placar da partida no empate com a Raposa (📸: Leandro Amorim | Vasco)

O empate em 2 a 2 com o Cruzeiro nem foi um resultado péssimo. Claro que, pelo cenário desta rodada, uma vitória seria perfeita. Mas continuamos à frente da própria Raposa, aumentamos a distância pro Z4 em um ponto e, no fim das contas, um ponto é melhor que nada.

O problema não foi o placar em si, mas sim a clara impressão de que não conquistamos um ponto; deixamos de ganhar dois. Não que o jogo tenha sido fácil ou que nossos anfitriões não tenham sido melhores  em considerável parte dos 90 minutos. Mas até isso poderia ter sido evitado se o Vasco tivesse tido outra postura.

Ter recuado demais após o gol do Pumita, é um exemplo do que o time não deveria ter feito. A estratégia deu certo contra o Botafogo, mas ontem o Vasco apenas chamou o Cruzeiro para o seu campo, sem mostrar a mesma eficiência defensiva que teve no clássico. Resultado? Nos seguramos o quanto pudemos, mas acabamos batendo nosso próprio recorde em sofrer gols no fim do primeiro tempo: dessa vez fomos vazados duas vezes depois dos 40 minutos.

(parêntese: os gols que sofremos também entram na conta do “poderíamos ter evitado“. O primeiro, além do apagão do nosso meio de campo, foi fruto da má sorte do Medel, que acidentalmente desviou o chute e matou o Léo Jardim; o segundo não teria acontecido se o Rossi não fosse um imbecil. Fecha parêntese)

Deixando a vantagem escapar, precisávamos melhorar. E até melhoramos, ainda que tenha levado um tempinho. Mas ter maior presença ofensiva e igualar o placar com o gol do Pec foi o máximo que conseguimos. Poderíamos ter feito mais? Sim, mas aí nossa ineficiência em colocar a bola na rede fez a diferença. É o risco que se corre ao ter inimigos do gol, como o Sebastian, em campo.

Se o uruguaio não tivesse perdido o gol feito que perdeu – ou não estivesse em posição irregular no lance que anulou nosso terceiro gol – poderíamos voltar de BH com uma posição bem mais confortável na competição, precisando de uns dois ou três pontos para acabar com os qualquer risco e jogando a pressão da luta pela permanência na elite para os nossos concorrentes diretos. Agora, seguimos apenas com o nariz fora d’água e precisamos vencer uma ou duas partidas das quatro que nos faltam. Todas contra adversários bem mais qualificados que o Cruzeiro.

O empate de ontem pode até não ter tido “sabor de derrota“. Mas se não conseguimos uma vitória com gostinho de “estamos salvos” foi, mais uma vez, por vacilos nossos.

As atuações:

Léo Jardim – não chegou a ter muito trabalho, mas contou com a sorte no fim do jogo, quando o Cruzeiro perdeu um gol feito, com nosso goleiro já batido. Nada podia fazer nos gols.

Puma Rodríguez – ninguém esperava muito do lateral uruguaio, mas acabou sendo decisivo, abrindo o placar para o Vasco em um típico “gol cagado” (ainda que numa bela finalização). Na defesa, também surpreendendo muitos, não chegou a se comprometer (ainda que os dois gols do Cruzeiro tenham saído do seu lado do campo).

Maicon – a disposição de sempre, se destacando nos cortes pelo alto e nos bloqueios aos chutes do Cruzeiro. Na parte final do jogo saiu, dando lugar ao Léo, que não prejudicou a atuação da zaga.

Medel – teve mais uma boa atuação, infelizmente marcada pelo azar de ter desviado o chute que originou o primeiro gol cruzeirense.

Lucas Piton – uma atuação regular, que teria sido mais decisiva se sua assistência para o Sebastian fosse para um jogador que soubesse fazer gols.

Zé Gabriel –  não dificultou muito a vida do meio de campo adversário, que chegava com liberdade para finalizar com muita frequência. No primeiro gol da Raposa, poderia ter cometido uma falta e parado o lance. Sebastian o  substituiu e, mesmo fazendo a assistência para o gol do Pec, conseguiu se destacar negativamente perdendo um dos gols mais feitos da partida e estando em posição irregular na jogada que renderia nosso terceiro gol.

Paulinho  – mostrou alguma intensidade durante uma parte muito pequena do jogo, ainda no primeiro tempo. Depois, sumiu até machucar o ombro e dar lugar ao Jair, que trouxe um pouco mais de consistência defensiva ao meio de campo.

Praxedes –  uma lástima. Frouxo na marcação, incapaz na articulação de jogadas e um monte de decisões equivocadas. Saiu para a entrada do  Marlon Gomes, que voltando de contusão, pareceu estar fora de ritmo.

Rossi – pra não dizer que só atrapalhou o time, foi ele quem descolou o passe para o Pumita marcar seu gol. De resto, nada de útil: por causa de uma cera feita por ele, o juiz deu mais um minuto de acréscimo no primeiro tempo, minuto esse no qual o Rossi resolveu cometer uma penalidade idiota. E ainda conseguiu ser expulso estando no banco, depois de ter sido substituido pelo Payet. O francês participou do lance do gol de empate, cobrando o escanteio escorado pelo Sebastian para o Pec. Quase fez um belo gol em jogada individual, mas demorou a chutar e foi bloqueado.

Gabriel Pec – jogando pela esquerda no primeiro tempo, foi uma nulidade. Com a saída do Rossi, foi para a esquerda e passou a contribuir mais. Garantiu o pontinho em BH marcando o gol de empate.

Vegetti – mesmo pouco acionado, marcou três vezes em posição irregular e quase marcou um de cabeça.

Vasco imprevisível enfrenta a Raposa acuada

Absolvido em julgamento por sua expulsão contra o Goiás, Vegetti encara o Cruzeiro, no Mineirão
Absolvido em julgamento por sua expulsão contra o Goiás, Vegetti encara o Cruzeiro, no Mineirão (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Nas últimas rodadas, aconteceu de tudo com o Vasco.

Ainda não tinha vencido fora de casa sob o comando de Don Ramón e bateu o Coelho em BH, no que ainda era um confronto direto.

Mesmo jogando melhor contra Fla e Santos, perdeu as duas partidas. Assim como perdeu para o Inter, em casa, em um jogo no qual precisava mostrar força.

Precisava vencer desesperadamente o Goiás, e estando a minutos de conquistar os três pontos, cedeu o empate e se enterrou na classificação.

E justo quando as esperanças da torcida começaram a enfraquecer, o time emendou uma sequência de vitórias contra Cuiabá, Botafogo e novamente o América-MG, estas duas últimas, mesmo jogando menos – ou bem menos – que seus adversários.

Então, na real, falar que o Vasco PRECISA vencer o Cruzeiro hoje, no Mineirão é um redundância que pouco ou nada adianta. Os jogadores sabem disso, o técnico sabe disso, mas saber não muda a imprevisibilidade da equipe.

Dadas as circunstâncias, a partida de hoje é a mais importante do campeonato. Levando os três pontos, sobe duas posições na tabela, segura a própria Raposa na 16ª colocação, aumentará para cinco pontos a distância do Z4 e precisará de (talvez) mais três pontos em 12 a disputar para se livrar de vez de qualquer risco.

Já uma derrota, além do inevitável abalo moral, vai nos deixar novamente no bolo dos desesperados.

Desespero esse que esta noite estará do outro lado. Às portas da zona de rebaixamento e jogando com portões fechados por conta da confusão no jogo contra o Coxa, o Cruzeiro certamente não entrará em campo com a tranquilidade necessária. O Vasco precisa usar isso a seu favor.

Tirando o PH, único desfalque do time, Don Ramón pode escalar o que seria sua força máxima. Com quase 10 dias para trabalhar, o técnico teve tempo para ajustar sua equipe e evitar que precise dar outa coletiva pós-jogo reclamando do que viu em campo.

Mas no fim das contas, com ou sem reclamações, o importante é vencer, passando por cima das imprevisibilidades e da Raposa, um bicho muito perigoso acuado como está.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
CRUZEIRO X VASCO

Local: Mineirão.
Horário: 19h (de Brasília).
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS).
Assistentes: Michael Stanislau (RS) e Maurício Coelho Silva Penna (RS).
VAR: Daniel Nobre Bins (RS-Fifa).

CRUZEIRO: Rafael Cabral, William, Lucas Oliveira (Neris), Luciano Castán e Marlon; Matheus Jussa, Machado, Mateus Vital (Japa) e Nikão; Rafael Elias e Bruno Rodrigues.
Técnico: Paulo Autuori.

VASCO: Leo Jardim, Puma Rodríguez, Medel, Maicon e Lucas Piton; Zé Gabriel, Paulinho e Praxedes; Rossi, Vegetti e Gabriel Pec.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: o Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

Vasco com a faca e o queijo minas nas mãos

Convocado para a Seleção Pré-Olímpica, Pec segue titular contra o Coelho, hoje, na Colina
Convocado para a Seleção Pré-Olímpica, Pec segue titular contra o Coelho, hoje, na Colina (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Com a balbúrdia acontecida no (literal) confronto entre o Coxa e o Cruzeiro, nossa partida de hoje contra o América-MG tornou-se uma oportunidade de ouro para o Vasco não apenas abrir uma distância do Z4 mas também para ganhar alguma tranquilidade antes de entrar em uma reta final de Brasileiro na qual essa mesma tranquilidade deve passar longe.

A oportunidade é única pelo desenho da rodada. Além do Coxa ter segurado a Raposa, todos os nossos outros concorrentes diretos têm partidas complicadas. Dando a lógica, temos tudo para terminar a rodada com três pontos de distância da zona da confusão e abrindo alguma vantagem no número de vitórias, algo que pode fazer a diferença no fim do campeonato.

Mas para isso acontecer, o Vasco precisa vencer. Não apenas o América, mas antes disso, a ansiedade. Nossa vitória sobre o Botafogo na última rodada mostrou que uma suposta superioridade técnica perde importância em um momento de pressão. E o Coelho, ainda que seu elenco tenha brio e não queira entrar pra história como o que teve o pior desempenho em uma Série A, entrará em campo sem qualquer peso sobre os ombros. A pressão pelo resultado estará toda do nosso lado.

Don Ramón precisa deixar isso claro para sua equipe: buscar a vitória pelos 90 minutos é uma obrigação, mas não um sinônimo de desespero. É preciso jogar com calma, criar as oportunidades de gol sem abandonar a cautela que se mostrar necessária. Com a contusão do Erick, Rossi e Alex Teixeira disputam sua vaga, que deve ser a única alteração com relação ao time que venceu o Alvinegro. Sendo assim, manter a forma de jogo – e o bom nível de atuação – que tivemos no clássico não deve ser um problema.

O jogo de hoje é o último que teremos contra um adversário que, em teoria, não tem mais o que disputar na competição. Isso aumenta nossa responsabilidade, já que não tendo vida fácil até a derradeira rodada, somar pontos é indispensável. Ter a serenidade necessária para vencer o América hoje pode ser a chave para encararmos a reta final do Brasileirão com mais tranquilidade. E essa chave, hoje, está nas mãos – e pés – do time do Vasco.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x AMÉRICA-MG

Local: São Januário.
Horário: 18h30 (horário de Brasília).
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF-Fifa).
Assistentes: Bruno Boschilia (PR-Fifa) e Tiago Augusto Kappes Diel (RS).
VAR: Rodolpho Toski Marques (PR).

VASCO: Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon, Medel, Lucas Piton, Zé Gabriel, Paulinho, Praxedes, Gabriel Pec, Rossi (Alex Teixeira) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz

AMÉRICA-MG: Jori, Mateus Henrique, Danilo Avelar, Ricardo Silva e Marlon; Alê, Martínez, Juninho e Benítez; Felipe Azevedo e Mastriani.
Técnico: Diogo Giacomini (Interino).

Transmissão:  o Canal Premiere transmite para todo o país.

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Teve pleito no Vasco ontem e vale dar os parabéns ao Pedrinho, novo presidente eleito do Clube. Não sei exatamente sua capacidade como gestor – ainda mais em um momento ainda transitório de SAF – mas uma coisa todo torcedor acredita: amor ao Vasco da Gama não lhe falta.

Não é garantia de um bom mandato, mas deveria ser a primeira e indispensável condição para quem chega ao cargo.

Vasco, pressionado como sempre, encara um Botafogo pressionado como nunca

Em um clássico dramático, Vasco precisa mostrar mais força que o Bota
Em um clássico dramático, Vasco precisa mostrar mais força que o Bota (📸: Leandro Amorim | Vasco)

O Botafogo, nosso adversário de hoje em São Januário, entrará em campo hoje pressionado como nunca neste Brasileiro. De potencial campeão com rodadas de antecedência, viu uma diferença que chegou a ser de 14 pontos para o segundo colocado ser pulverizada para zero, com o Palmeiras igualando seu número de pontos com a vitória que teve no início da rodada.

Já o Vasco entra em campo pressionado como sempre esteve na competição: ainda no Z4 e mais afundado ainda com a vitória do Goiás ontem, o Gigante não pode sequer cogitar um empate no clássico de hoje, ainda mais sendo realizado no nosso caldeirão.

Cada um com seus problemas” é o que diz a sabedoria popular. Mas apesar de ser um confronto entre um dos times com pior rendimento e o líder do Brasileirão desde as primeiras rodadas, podemos dizer que o Vasco chega em um momento melhor que seu adversário.

Loucura dizer isso? Talvez. Mas vejamos o contexto… O Vasco até chega à partida uma posição abaixo do que estava no começo da rodada, mas com as derrotas do Cruzeiro e do Bahia, uma vitória hoje não apenas nos deixará fora do Z4 ao fim dessa rodada como, vejam vocês, nos jogará no bolo dos times que lutam pela última vaga na Sul-Americana. Além disso, enquanto o alvinegro vem de uma derrota daquelas de acabar com o psicológico de qualquer equipe,  nós conseguimos três pontos importantíssimos na última rodada, ao bater o Cuiabá fora de casa.

Outra ponto a se citar é que, enquanto o Botafogo chega com um monte de desfalques por suspensão, o Vasco contará com a volta do Vegetti ao ataque e terá até mais opções aceitáveis no banco, como Jair e, provavelmente, Rossi e Marlon Gomes. A volta do Pirata ao time deve ser a única mexida de Don Ramón na a equipe que venceu na última rodada.

Com tudo isso (mais a óbvia vantagem de jogar em um São Januário mais uma vez lotado), podemos dizer que o Vasco chega com certo favoritismo ao clássico? Claro que não. Primeiro, exatamente por ser um clássico. Segundo porque, por mais que o Botafogo esteja muito pressionado e com problemas para ser escalado, é inegável que tem um time muito mais preparado e – impossível não admitir – qualificado com o nosso. E por último, o mais decisivo de todos, o Vasco tem mostrado uma irregularidade em campo que não nos dá segurança para dizer que somos favoritos contra qualquer adversário que seja. Menos ainda sobre o líder do Brasileirão.

Mas uma coisa que podemos dizer com segurança, é que o Vasco tem o DEVER de entrar em campo mostrando mais empenho pela vitória que o Botafogo. Os dois times chegam ao clássico em níveis de pressão semelhantes, mas seus objetivos são diametralmente opostos. E o nosso, infelizmente bem menos nobre, é evidentemente mais crítico que a luta que o alvinegro enfrenta pelo título.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x BOTAFOGO

Local: São Januário.
Horário: 19h (horário de Brasília).
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS).
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP).
VAR: Wagner Reway (VAR-Fifa-PB).

VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique, Maicon, Medel e Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes e Paulinho; Gabriel Pec, Erick Marcus (Payet) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

BOTAFOGO: Lucas Perri; Di Placido, Bastos, Phelipe Sampaio e Marçal; Danilo Barbosa, Tchê Tchê e Eduardo; Júnior Santos, Victor Sá e Tiquinho Soares.
Técnico: Lucio Flavio.

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Esqueci de citar um ponto que pode acabar sendo decisivo na partida: o Sr. Leandro Vuaden apita o jogo. Que na resenha sobre o jogo de amanhã eu não precise citar seu nome ou reclamar da arbitragem….

Vasco vence o Cuiabá e segue na briga

Finalmente: depois de mais de nove meses no clube, Orellano marca seu primeiro gol com a camisa do Vasco
Finalmente: depois de mais de nove meses no clube, Orellano marca seu primeiro gol com a camisa do Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

No primeiro turno, o Vasco estava em uma situação bastante complicada quando encarou o Cuiabá. Punido, estava proibido de jogar em São Januário, faria seu primeiro jogo depois do fim da “Era Barbieri” e, depois de uma partida horrorosa, conseguiu uma vitória pelo placar mínimo, que nem fez com que, à época, saíssemos do Z4.

Um turno inteiro depois, a situação do Gigante é a mesma. Tanto que a descrição do jogo de ontem, mais de quatro meses depois do primeiro confronto entre as equipes neste Brasileirão, é quase a mesma: em situação complicada na classificação e jogando fora de casa, o Vasco fez uma partida muito ruim e nem mesmo a vitória – essa, por 2 a 0 – foi o suficiente para nos tirar da “zona da confusão“.

Também como no primeiro jogo, a vitória só serve como alívio ao torcedor. Faltando sete jogos para o fim do Brasileiro e a três pontos da 16ª colocação, o futebol apresentado, ainda que tenhamos vencido, nem de longe foi o suficiente para nos permitir ter aquela confiança de que venceremos mais quatro jogos até o fim da competição.

Depois de um primeiro tempo que mais lembrou um jogo de início de temporada de tão sem graça que foi, nem o chorado primeiro gol do Pec ou o belo gol do Orellano no fim do jogo foram o bastante para fazer ignorar o sufoco que nos permitimos passar por quase toda segunda etapa, mesmo contra um adversário que precisou lutar tanto contra nossa defesa quanto com suas próprias limitações.

O que nos faz pensar: se passamos um sufoco contra o Cuiabá, de onde vamos tirar pelo menos 8 pontos – já pretensiosamente considerando certos os três pontos contra o Coelho na Colina – nos jogos contra Botafogo, Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio e Furação, os três últimos como visitante?

É por isso que a vitória de ontem foi importantíssima, mas apenas para nos manter respirando na briga pela permanência na elite. E como essa luta é contra três campeões brasileiros (com alguns deles tendo resultados surpreendentes dadas as suas campanhas até aqui), fica claro que o Vasco precisará mostrar mais se quiser mesmo escapar da degola.

As atuações:

Léo Jardim – teve um pouco menos de trabalho que nos últimos jogos, mas como sempre fez defesas importantes.

Paulo Henrique – deu algumas vaciladas na defesa e errou passes demais no começo do jogo, mas foi importante no lance do primeiro gol, fazendo uma jogada de (quase) linha de fundo e cruzando pra área. Deu lugar ao Léo, quando Don Ramón resolveu fechar mais seu time para segurar o resultado. Não comprometeu.

Medel – mais uma partida na qual mostrou sua importância para o time, tanto pela liderança quanto pela entrega.

Maicon – começou aparentemente nervoso, tomando um drible desclassificante do Deyverson. Mas se recompôs e jogou com firmeza.

Lucas Piton – o que não teve de efetivo no apoio como costuma ser compensou com maior participação defensiva.

Zé Gabriel – teve problemas com a saída de bola, mas iniciou a jogada do primeiro gol acionando o PH com um bom lançamento.

Praxedes – ainda que não tenha feito por merecer muitos elogios, pelo menos foi o único que tentou fazer alguma graça no terrível primeiro tempo do jogo, arriscando duas finalizações de fora da área.

Paulinho – discretíssimo, mas esforçado, não contribuiu muito até dar lugar ao Orellano, que finalmente marcou seu primeiro gol pelo Vasco em bela jogada individual, driblando meio setor defensivo do Cuiabá.

Gabriel Pec – fazia uma partida sem muito destaque até abrir o placar mostrando bom posicionamento. Depois disso, voltou a não fazer muita coisa. Deu lugar ao Pumita na reta final do jogo e não chegou a aparecer (e, não atrapalhando, já ajudou).

Erick Marcus – tão sem destaque quanto o Pec, com a diferença que não marcou gol. Deu lugar ao Payet, que entrou em um momento do jogo no qual seria difícil fazer alguma coisa, com o Vasco sendo acuado pelo adversário.

Sebastián – uma amostra da sua eficiência no ataque foi sua participação no gol do Pec, quando não conseguiu empurrar a bola pra rede quando estava sozinho, acertando a trave. Alex Teixeira o substituiu e ajudou um pouco mais, mas foi prejudicado pela pouca eficiência do time em conseguir contra-ataques.

Vasco vence o Coelho, sai do Z4 e mostra que os tempos ‘são outros’

De reserva a herói: Jair saiu do banco para marcar o gol que tirou o Vasco do Z4
De reserva a herói: Jair saiu do banco para marcar o gol que tirou o Vasco do Z4 (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Fosse em outros tempos até recentes, a partida entre o Vasco e o América-MG teria um desfecho bem diferente. Se o confronto não tivesse sido adiado, por exemplo: a partida teria acontecido entre duas derrotas em casa (para o Cruzeiro e o Furacão), William Batista ainda seria o técnico e o único reforço da janela do meio do ano em condições de jogo era Serginho.

Mas, pior que isso tudo era que NADA dava certo para o Vasco.

Se a partida de ontem tivesse acontecido na 15ª rodada, alguém acha que o  Vasco resistiria à pressão imposta pelo Coelho no primeiro tempo? Ou que Léo Jardim faria os milagres que fez ontem? Ou que não sofreríamos um gol no fim do primeiro tempo? Que o VAR – quem diria, o VAR! – chamaria o árbitro para rever um lance ao nosso favor?

Ou ainda: alguém acha que a bola espírita que o Jair, vindo do banco, não só iria em direção ao gol como estufaria as redes, já nos acréscimos, garantindo nossa vitória por 1 a 0?

Se por conta da nossa posição na tabela obviamente não podemos falar em “sorte de campeão“, podemos dizer pelo menos que a uruca que o Vasco vinha carregando há séculos, parece ter ido embora. Antes, o time perdia mesmo que tivesse sido melhor que o adversário; ontem, mesmo com a atuação bem ruim que tivemos no primeiro tempo e sem conseguir transformar a vantagem numérica em gols ao longo de quase toda a etapa final, conseguimos vencer.

Nem sempre vamos jogar bem e golear, como qualquer time. Em um campeonato de pontos corridos, o que importa é mostrar a competitividade necessária para vencer mesmo nos dias ruins, nos quais quase nada da certo. A vitória de ontem, que finalmente nos tirou do Z4 – esperamos que em definitivo – mostrou que o Vasco do Don Ramón está neste patamar.

As atuações
Léo Jardim – se o Jair se tornou o herói da noite, o goleiro vascaíno foi o salvador: não tivesse feito pelo menos três grandes defesas (uma delas, um verdadeiro milagre), voltaríamos de BH ainda no Z4.

Puma Rodríguez – vinha recuperando a moral com a torcida, mas sua atuação foi um retrocesso. Errou um monte de passes e não conseguiu ser efetivo no apoio. Marlon Gomes o substituiu quando a prioridade do time era pressionar e deu trabalho à zaga americana.

Medel – com o meio de campo desacertado, a zaga ficou sobrecarregada. Com isso, o xerife chileno teve muito trabalho para segurar a pressão do adversário no primeiro tempo. Na etapa final o jogo mudou e o lado volante pôde aparecer e Medel passou a ajudar iniciar as jogadas ofensivas.

Léo – passou pelos mesmos problemas do seu companheiro de zaga e igualmente passou o segundo sendo mais visto iniciando jogadas que tendo trabalho na defesa.

Lucas Piton – não esteve em um dia de cruzamentos calibrados, mas acertou algumas bolas e foi boa opção ofensiva. Finalizou uma vez com perigo.

Zé Gabriel – parece que o excesso de elogios ao seu “renascimento” lhe fez mal. Ontem, errou um monte de passes e não conseguiu garantir uma proteção à zaga eficiente. Seu melhor momento na partida foi quando deu lugar ao Jair, que compensou, e muito, as várias decisões equivocadas que vinha tomando na partida marcando um golaço salvador.

Paulinho – bem marcado, não conseguiu mostrar a eficiência que lhe rendeu o apelido de Magic Paula. Ainda assim, foi importante no combate (foi quem mais roubou bolas no time) e decisivo ao fazer a assistência para o gol do Jair.

Praxedes – não conseguiu mostrar seu melhor futebol, sendo facilmente anulado pela correria do Coelho. Saiu no intervalo, dando lugar ao Gabriel Pec, que se não marcou o seu gol pelo menos ajudou a time a pressionar o adversário com boas jogadas pelos lados do campo.

Payet – sua falta de ritmo não combinou com a intensidade imposta pelo América. Sumido em campo, deu lugar ao Sebastian no intervalo. O uruguaio foi esforçado como sempre e quase marcou um gol de cabeça.

Rossi – outro que não conseguiu repetir suas últimas atuações, muito por méritos da defesa adversária, armada para anular nossas jogadas pelos lados do campo. Deu lugar ao Serginho no segundo tempo, que renovou o gás  do ataque vascaíno, ajudando na nossa pressão, mas acabou evidenciando suas limitações (técnicas e, porque não dizer, intelectuais).

Vegetti – mesmo não sendo o dia do Pirata – perdeu duas chances de cabeça, uma indo pra fora, outra parando na trave – acabou sendo protagonista do lance que mudou o jogo a nosso favor ao tomar uma cotovelada digna de MMA e provocar a expulsão de um zagueiro adversário no final do primeiro tempo.

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As declarações do jogador Juninho, capitão do América-MG, após o apito final da partida já seriam inaceitáveis, já que a expulsão do seu companheiro de equipe aconteceu ainda no primeiro tempo e houve tempo de sobra para que o seu time visse o lance em alguma TV. Mas, vá lá…no calor do momento, com a derrota se confirmando nos acréscimos, até podemos entender as besteiras faladas pelo jogador.

Agora, um dirigente falar em “operação salva Vasco” é uma leviandade que não tem explicação ou desculpa. Primeiro, porque um presidente de clube deveria mostrar alguma compostura. Segundo, porque é simplesmente RIDÍCULO insinuar que o Vasco possa ter sido favorecido em algum momento neste campeonato. A única operação que envolve o Vasco neste Brasileiro, como qualquer pessoa minimamente atenta já sabe, é quando o somos OPERADOS em campo: já fomos prejudicados diversas vezes ao longo da competição. O que, aliás, teria acontecido mais uma vez se o VAR não tivesse indicado a revisão da verdadeira AGRESSÃO da qual Vegetti foi vítima.

Vamos ver se a CBF mostra com o América o mesmo rigor que sempre têm quando é o Vasco o time a ser punido. Se essas acusações absurdas não resultarem em um belo gancho ao jogador e ao dirigente do clube mineiro, o favorecido será o América.