Vasco encara o Flu e o sobe-e-desce das expectativas

Léo Jardim terá a complicada missão de parar o maior goleador do futebol BR no clássico contra o Flu
Léo Jardim terá a complicada missão de parar o maior goleador do futebol BR no clássico contra o Flu (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Quando ninguém esperava, o Vasco  foi ao Mineirão na sua estreia pelo Brasileirão e bateu o Galo em seus domínios.

A atuação fora de casa fez com que a confiança na equipe do Barbieri aumentasse, mas não o bastante para que muitos confiassem em uma vitória vascaína sobre o atual campeão brasileiro. E depois de uma outra boa atuação, empatamos com o Palmeiras (em um jogo que poderíamos ter tido melhor sorte).

Depois disso, veio o Bahia. Jogando em São Januário, contra um adversário que também volta à elite esse ano e que não tinha marcado ponto nas duas primeiras rodadas, todos esperavam uma vitória vascaína. “Esperaram errado, otários” nosso time poderia dizer: com uma atuação terrível, perdemos para o tricolor baiano em casa, com o Caldeirão lotado.

Seguindo a lógica, é natural que cheguemos ao clássico de hoje contra o Fluminense com a moral baixa, seja para os “especialistas” da imprensa ou mesmo para a nossa torcida. O vexame na Colina na última rodada, a boa fase do time do Laranjal e até o longo – e inaceitável – jejum de vitórias sobre o tricolete, naturalmente um freguês vip do Vasco, são boas justificativas para quem tem essa visão.

Resumindo, o favoritismo hoje estará todo do lado que veste verde, branco e grená. E, por mais contraditório que pareça, isso talvez seja positivo para o lado cruzmaltino.

Isso porque, enquanto o Barbieri não encontra uma forma de fazer seu time propor o jogo de forma eficiente – e aqui falo principalmente do nosso ataque – contra adversários teoricamente menos qualificados (foi assim contra o Bahia e também contra o ABC-RN, pela Copa do Brasil), encarar equipes mais fortes pode nos favorecer. Pelo menos foi assim nos clássicos pelo Carioca (mesmo na derrota para o próprio Flu na Taça Guanabara) e nas duas primeiras rodadas do Brasileiro.

A volta do Rodrigo ao time titular, que em tese, reforça o poder de marcação do nosso meio campo, é uma mostra disso. A tendência é que, priorizando o combate, possamos roubar mais bolas e partir em contragolpes com velocidade. Aí é torcer para que nossos atacantes convertam as chances que tiverem e “saibamos sofrer” caso a abertura do placar seja nossa.

Se vai dar certo contra o forte Fluminense? Nunca se sabe. Jogamos melhor que eles no Estadual e perdemos. Contra o Galo, aconteceu o contrário. Dê certo ou errado, esse parece ser, pelo menos por enquanto, a única forma do Vasco mostrar competitividade. Caso funcione, voltaremos a um ciclo de maior confiança em Barbieri e seus comandados. Aí é torcer que o time ganhe moral, embale e que acabe com essa gangorra entre expectativa/frustração

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
FLUMINENSE X VASCO

Local: Arena Maracanã.
Horário: 21 horas (de Brasília).
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO).
Assistentes: Bruno Raphael Pires (Fifa-GO) e Leone Carvalho Rocha (GO).
VAR: Wagner Reway (PB).

FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo e Marcelo; André, Alexsander, Lima (John Kennedy), Ganso e Arias; Cano.
Técnico: Fernando Diniz.

VASCO: Léo Jardim, Puma, Capasso, Léo, Lucas Piton, Rodrigo, Andrey, Jair, Gabriel Pec, Alex Teixeira e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: A SporTV e o Canal Premiere transmitem para todo o Brasil.

Vasco deve encarar o Bahia com a seriedade que o Brasileirão merece

Marlon Gomes deve ser a novidade no time que encara o Bahia, na Colina
Substituindo o volante Rodrigo, Marlon Gomes deve ser a novidade no time que encara o Bahia, na Colina (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Depois do empate com o Palmeiras na Arena Maracanã, o Vasco realizou um jogo-treino com o Sampaio Corrêa-RJ na reapresentação do elenco. A vitória por 3 a 1 não é tão relevante, mas o nome do adversário no amistoso de terça passada pode ser importante esta noite, na partida contra o Bahia, em São Januário.

Ainda que sejam poucos os remanescentes da temporada passada no elenco, será de bom tom que pelo menos estes se lembrem da partida que tivemos contra o xará maranhense na antepenúltima rodada da Série B de 2022. Naquela ocasião, uma vitória simples contra o Sampaio Corrêa-MA – que tinha uma campanha horrenda como visitante – nos garantiria o acesso à elite. Mas mesmo com a Colina entupida de gente, não fizemos o básico e perdemos a partida, à época, colocando em sério risco nosso retorno à primeira divisão.

Relembro esse episódio, talvez o mais frustrante de toda a temporada passada, para pedir que o Vasco de Barbieri não entre em campo com aquela sensação de “já ganhou“.

Quem viveu aquele momento terrível no ano passado não pode considerar que, por não ter conseguido marcar pontos nas três rodadas deste Brasileirão, o Bahia seja uma presa fácil. Aliás, pelo contrário. Exatamente por esse começo ruim na competição, o tricolor de aço sabe que uma vitória sobre o Vasco, dentro de São Januário, pode ser o impulso necessário para um recomeço no Brasileiro.

Talvez minha preocupação seja o fator “gato escaldado“. Pelo que temos visto até aqui, pode-se falar o que quisermos sobre o Vasco do Barbieri, mas nunca que lhe falte vontade dentro de campo. E as dificuldades que nosso adversário tem demonstrado até aqui não são motivo para uma mudança de postura. O Vasco deve entrar em campo com a mesma disposição que teve contra o Galo e contra o Verdão: se temos chances de terminar a rodada no G4, isso só é possível porque encaramos dois dos favoritos ao título com seriedade. E ser sério, pelo menos neste momento, é reconhecer que nossa primeira briga na competição é pelos 45 pontos. E nessa briga, o Bahia é um dos nossos adversários diretos.

Tudo isso faz com que uma vitória hoje tenha uma importância além dos três pontos. E para chegar a esse objetivo, precisamos manter a pegada que temos tido, mantendo a intensidade e objetividade das duas primeiras rodadas. E, importantíssimo, com um pouco mais de atenção na defesa (algo poderia ter nos garantido mais dois pontos na última rodada).

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x BAHIA

Local: São Januário.
Horário: 20h00 (horário de Brasília).
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP-Fifa).
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP-Fifa).
VAR: Daniel Nobre Bins (RS-VAR-Fifa).

VASCO: Léo Jardim, Puma, Robson Bambu, Léo, Lucas Piton; Andrey, Marlon, Jair; Gabriel Pec, Alex Teixeira e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

BAHIA: Marcos Felipe, Kanu, Rezende e David Duarte; Vítor Jacaré, Acevedo, Yago Felipe, Cauly e Matheus Bahia; Everaldo e Biel.
Técnico: Renato Paiva.

Transmissão: O SporTV e o Canal Premiere transmitem a partida.

Só um Vasco focado e confiante pode chegar à final do Estadual

Um dos destaques do time na vitória contra o Fla na Guanabara, Rodrigo deve voltar ao time hoje, na decisão da vaga para a final do Estadual
Um dos destaques do time na vitória contra o Fla na Guanabara, Rodrigo deve voltar ao time hoje, na decisão da vaga para a final do Estadual (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Antes do primeiro jogo da semifinal, o momento do Vasco era um pouco melhor que o do Flamengo. O rubro-negro vinha de duas derrotas em clássicos, tinha perdido uma Taça Guanabara que parecia certa e precisaria reverter a vantagem que tínhamos para chegar à final do Estadual (o que se somava aos fracassos em sei lá quantas outras competições).

Nesse Vasco X Flamengo de hoje, menos de uma semana depois do primeiro, as coisas mudaram completamente. Perdemos o jogo de ida da semifinal e fomos eliminados da Copa do Brasil de forma vexatória sob qualquer ângulo que se possa analisar. E, sem uma vitória hoje, daremos adeus também ao Carioca.

O que Barbieri pode fazer para reverter esse momento? Além de promover o retorno do Rodrigo ao meio de campo, pouca coisa. O elenco é o mesmo, nenhum jogador terá uma melhora técnica significativa de quinta pra cá e dificilmente o técnico vascaíno encorporará um Cruyff ou um Guardiola pra inventar, com as peças que tem, uma alternativa tática que torne seu time uma máquina de jogar futebol.

Então já era? Claro que não.

Mesmo na derrota do primeiro jogo, o resultado poderia ser outro se não tivéssemos falhado tanto. Isso não quer dizer necessariamente que podemos “engolir” o Fla, mas ser competitivo e fazer frente é algo que já fizemos (tanto na vitória quanto na derrota) e é completamente plausível. Com esses mesmos jogadores e atuando da forma que eles já mostraram que podem atuar.

Então o que resta ao Barbieri é motivar seu elenco. Fazer com que esqueçam o fiasco contra o ABC-RN e os faça ver a importância desta semifinal para o restante da temporada. Mostrar capacidade de encarar de igual para igual e até ser superior aos concorrentes que teremos no Brasileirão já neste começo de reformulação é quase tão importante quanto um possível título estadual.

E como precisamos chegar à final para termos a chance de sermos campeões, vencer hoje é indispensável. E para vencer hoje, é indispensável que o time entre concentrado (para não cometer erros como cometeu no jogo da ida) e com confiança. E, diferente de milagrosas melhorias técnicas ou táticas, essas duas coisas só dependem do time para acontecer.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
VASCO X FLAMENGO

Local: Arena Maracanã.
Horário: 18h (de Brasília).
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo.
Assistentes: Luiz Cláudio Regazone e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha.
VAR: Rodrigo Carvalhães de Miranda.

VASCO: Léo Jardim, Puma Rodríguez, Capasso, Léo, Lucas Piton, Rodrigo, Andrey, Jair, Alex Teixeira, Gabriel Pec e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

FLAMENGO: Santos, Varela (Everton ou Matheus França), Fabrício Bruno, Rodrigo Caio e Pablo; Thiago Maia, Gerson e De Arrascaeta, Ayrton Lucas, Pedro e Gabriel Barbosa.
Técnico: Vitor Pereira.

Transmissão: pela internet, via Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch).

 

Vasco se empenha, mas segue vivo na briga pela final

Os crias Pec e Alex Teixeira marcaram, mas não foi o bastante para segurar a vantagem do empate
Os crias Pec e Alex Teixeira comemoram com Andrey: os dois marcaram, mas não foi o bastante para segurar a vantagem do empate (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Talvez meus poucos leitores não entendam o “mas” no título do post. Os mais ligados devem ter compreendido: nesta derrota por 3 a 2 para o Flamengo, o Vasco se empenhou MUITO em comprometer de forma irreversível a conquista para a vaga na final, MAS não conseguiu. Barbieri e seus comandados ainda têm plenas condições de reverter o resultado de ontem e avançar para a decisão do Carioca.

Os erros começaram antes da bola rolar, com a inexplicável escolha do Barbieri de tirar o Rodrigo, que vinha dando segurança à zaga e que na vitória sobre o Fla na Taça Guanabara foi bastante eficiente na marcação ao Arrascaeta (que, não por acaso, foi um dos melhores jogadores do adversário ontem). A escolha do técnico pelo Galarza, tenha ou não dado certo aos olhos do treinador (que queria reforçar a marcação pela esquerda e dar mais liberdade ao Alex Teixeira) nem de longe compensou o que perdemos no poder de combate no meio de campo com a ausência do Rodrigo.

Mas os erros não se restringiram ao Barbieri. Mesmo sofrendo mais que no primeiro clássico, conseguimos abrir o placar com Pec recebendo um presente da zaga rubro-negra e fuzilando para o gol. Mas os vacilos do time começaram a comprometer o resultado 15 minutos depois: Pumita corta um cruzamento para fora da área (talvez tendo sofrido um empurrão, ignorado pelo VAR) e a bola sobra nos pés do Arrascaeta, que emenda de primeira. Jair, na direção do chute, preferiu fazer um corta-luz a interceptar a bola, que terminou nas redes. Ainda poderíamos ter ido pro intervalo com a igualdade no placar, mas aos 42 veio a falha mais grotesca do jogo, com Capasso saindo a bola nos pés do Pedro, que driblou o argentino e marcou.

No segundo tempo, Barbiero tentou acertar seu time, fez alterações, mas o que ajudou mesmo o Vasco a dar uma melhorada foi a ligeira pisada rubro-negra no freio. Eles ainda tinham mais posse de bola, mas a vantagem no placar diminuiu seu ímpeto. Nessa, nosso ataque fez sua melhor jogada – um contra-ataque iniciado pelo Alex Teixeira, que passou pelo Pedro Raul e foi finalizado pelo próprio Alex – e conseguiu o empate.

Com isso, o Fla voltou a pressionar e nós, a nos segurarmos. O que conseguimos por cerca de 10 minutos, antes que nossas falhas pusessem tudo a perder. O terceiro gol, da sua origem à bola na rede, foi uma sucessão de erros: a falta do Figueiredo, o monte de jogadores olhando a bola cruzar nossa área, Léo Jardim com raízes embaixo das traves e Pumita, que marcava o Fabrício Bruno, deixando o zagueiro cabecear sem esboçar reação. Depois disso, o Flamengo voltou a recuar um pouco, o Vasco tentou esboçar uma pressão pouco efetiva e foi isso.

Como falei desde o título desta resenha, apesar das sequências inaceitáveis de erros idem, o Vasco não está morto e as possibilidades de classificação para a final estão completamente abertas (tanto que não faz 10 dias que vencemos o Flamengo por um placar que, no próximo domingo, nos dará a vaga na decisão). Mas todos, do técnico aos jogadores, devem tomar a derrota de ontem como uma lição a ser aprendida. Barbieri precisa reconhecer que errou – que nem classifico como burrada, já que ainda temos um time em formação – em algumas decisões. E os jogadores precisam, desesperadamente, entender que certos erros não podem ser cometidos por atletas profissionais. Muito menos em um clássico decisivo.

As atuações

Léo Jardim – evitou o que seria o quarto gol do Flamengo com uma grande defesa e em dois gols pouco podia fazer. Mas no terceiro gol, com um cruzamento sem tanta força na pequena área, poderia ter saído na bola. Não merece a crucificação que tem sofrido, mas não tem passado a segurança que um goleiro de alto nível deve passar.

Puma Rodríguez – de herói no primeiro jogo contra o Fla, acabou se tornando um dos destaques negativos na derrota de ontem. Na etapa inicial, penou com os avanços rubro-negros pelo seu lado do campo e ainda acabou, involuntariamente, participando do lance do primeiro gol adversário. E no terceiro gol, ficou plantado no chão enquanto o zagueiro do Fla cabeceou sozinho para a rede.

Capasso – nas estatísticas, um dos melhores em campo; na prática, cometeu a falha mais bizarra do time, dando o segundo gol ao Flamengo de presente em uma saída de bola das mais desastradas da história do clássico.

Léo – foi um dos jogadores que ficaram apenas olhando a bola que originou o terceiro gol cruzar a área. No primeiro tempo, marcou um gol, mas estava em posição irregular.

Lucas Piton – discretíssimo no jogo, foi tão apagado no apoio que tornou a escolha pelo Galarza para ajudar a cobrir nosso lado esquerdo ainda mais incompreensível.

Andrey – jogou mais recuado e o resultado foi não conseguir dar a proteção necessária à zaga e não conseguir ajudar na criação. Rodrigo entrou em seu lugar no fim do jogo e ajudou a dar mais segurança ao meio de campo quando o Vasco tentava pressionar e ficou mais exposto aos contragolpes.

Galarza – seria injustiça colocar a responsa pela derrota nas costas do jovem paraguaio, principalmente porque ele não se escalou para o jogo. Mas em campo não conseguiu ser útil na criação e foi muitas vezes afobado no combate, o que lhe rendeu um amarelo e a saída do time no intervalo. Marlon Gomes o substituiu e mesmo que tenha trazido uma dinâmica melhor ao meio de campo, entrou em um momento do jogo no qual não teria como ser o salvador da pátria.

Jair – teve a chance de mudar a história do jogo, bastava bloquear o chute que originou o gol de empate do Fla. Mas saiu da frente da bola, atrapalhando ainda mais a vida do Léo Jardim. Nenê entrou em seu lugar no fim do jogo, e nem com os dois times esgotados conseguiu aparecer.

Gabriel Pec – abriu o placar da partida com um gol de oportunismo e tentou ajudar na marcação. Saiu quase no fim, dando lugar ao Erick Marcus, que até deu algum trabalho à defesa adversária, mas não conseguiu ser tão efetivo.

Alex Teixeira – justificou sua presença em campo com a jogada do segundo gol, na qual roubou a bola no meio de campo. acionou o Pedro Raul e invadiu a área ele mesmo para marcar de cabeça. Deu lugar ao Figueiredo, que correu pra lá, correu pra cá, ajudou no combate com empenho, mas fez muito pouco para ajudar a reverter o placar. Pelo contrário, ainda cometeu, desnecessariamente, a falta que terminou no terceiro gol do Flamengo.

Pedro Raul – mostrou inteligência no segundo gol vascaíno, saindo do impedimento para receber a bola em contra-ataque, fintar o marcador e acertar um cruzamento na medida para o Alex Teixeira. Mas no resto do jogo, oscilou demais, ainda mostrando uma ansiedade inexplicável na hora dos arremates.

Vasco encara o Bangu esperando que as surpresas na Guanabara tenham acabado

Poucos amigos: Capasso parece desconfiado antes da sua estreia como titular, hoje, contra o Bangu
Poucos amigos: Capasso parece desconfiado antes da sua estreia como titular, hoje, contra o Bangu (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

É como diz o maior clichê relacionado ao esporte bretão: o futebol é uma caixinha de surpresas.

Antes do jogo contra o Fla, poucos apostariam em uma classificação vascaína para as semifinais caso não vencesse o clássico. Sem conquistar os três pontos contra o líder da Taça Guanabara, o Vasco dependeria de uma combinação bastante improvável de resultados para evitar a eliminação ainda no primeiro turno do Estadual.

Hoje, quase não dá pra acreditar que pudéssemos nos complicar: batemos o Flamengo e depois, com a Botafogo perdendo e o Voltaço empatando, o Vasco já está classificado, independente do resultado no confronto de hoje com o Bangu.

Ironia ainda maior? O tricolor venceu o Fla x Flu, tirou a Taça Guanabara do time da Gávea e, em caso de uma vitória simples em São Januário, o rubro-negro ficará em terceiro na tabela, encarando o próprio Vasco (com a vantagem do empate a favor do cruzmaltino).

E essa, a meu ver, é a principal razão para que os comandados do técnico Barbieri entrem em campo com toda disposição, focados em vencer. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar a possibilidade de jogar por dois resultados iguais uma semifinal contra um grande rival (muito menos contra o “eterno favorito” ao título estadual).

Ainda que os três pontos tenham sua importância, o treinador vascaíno aparentemente considera fazer alguns testes com sua equipe. Jogando em casa, já classificado e contra um Bangu apenas cumprindo tabela (update: como bem me alertaram pelo Twitter, o Bangu ainda briga por uma vaga na Taça Rio. Se isso é o bastante para motivações excessivas do alvirrubro, essa é outra história), Barbieri ameaça levar a campo uma escalação mais ofensiva: Rodrigo pode “bancar“, dando lugar ao Marlon Gomes, o que levaria o Andrey a jogar como primeiro homem do meio de campo. Alguns titulares também podem ser poupados para as semifinais, principalmente os pendurados Léo e Piton. A única alteração por contusão é a entrada do Capasso, que entra no lugar do Miranda e que dá toda a pinta de que não sai mais do time.

Depois de tantas reviravoltas nas últimas rodadas, o que nossa torcida espera é que essa Taça Guanabara termine da forma mais previsível possível: com o caldeirão fazendo a diferença, que o Vasco confirme seu favoritismo no confronto e que garantamos a vantagem do empate nas semifinais com uma vitória sem muitos problemas.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
VASCO X BANGU

Local: São Januário.
Horário: 19h30 (Brasília).
Árbitro: Tarcizo Pinheiro Caetano.
Assistentes: Rafael Sepeda de Souza e Wallace Muller Barros Santos.

VASCO: Ivan, Puma, Capasso, Léo e Piton; Rodrigo (Marlon Gomes), Andrey e Jair; Alex Teixeira, Gabriel Pec e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri

Técnico: Felipe Loureiro.

Transmissão: pela internet, via Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch).

Vasco encaminha vaga na semifinal (e ainda venceu o Fla)

Puma faz a festa: lateral garante a vitória sobre o Fla e encaminha vaga do Vasco na semifinal
Puma faz a festa: lateral garante a vitória sobre o Fla e encaminha vaga do Vasco na semifinal (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

É inútil negar o quanto é legal (usemos esse termo) vencer o Flamengo sob qualquer circunstância. Mas o 1 a 0 de ontem sobre o rubro-negro foi importante para o Vasco por muitos outros motivos, todos mais importantes que a rivalidade.

Para mim, mais importante que bater nosso maior rival foi ver que, mesmo tendo a mais fraca atuação em um clássico nesse estadual (pior até que contra o Flu), conseguimos ser competitivos e fazer um jogo parelho em boa parte do tempo contra o elenco multimilionário e já estabelecido do adversário. Podem alegar que o Vasco também gastou milhões para montar seu time e que o Fla também está iniciando um novo trabalho, mas a comparação seria forçada. Do lado de lá, apenas UM reforço custou quase o mesmo que todos os nossos; e se eles estão com um técnico novo, o Vasco começou praticamente do zero há poucos meses.

E mesmo com apenas três remanescentes do time de 2022 – Alex Teixeira, Pec e Rodrigo, não contando com o Andrey, que reestreou ontem – o Vasco soube se segurar quando preciso e levar perigo ao adversário quando teve chance. Ainda que o Fla naturalmente tivesse o domínio em boa parte da partida, tivemos mais chances claras que eles, com Pedro Raul colocando duas bolas na trave.

O golaço do Puma logo aos 3 minutos da etapa final mudou as características do jogo, forçando o rubro-negro a tentar pressionar e ao Vasco esperar o contra-ataque. Nisso, também fomos superiores: nossa defesa segurou bem o ímpeto do Fla (com bela atuação do Léo Jardim e animadora estreia do Capasso) e pudemos nos dar ao luxo de deixar de ampliar a vantagem com Pedro Raul desperdiçando – mais um! – penal, sofrido por Marlon Gomes.

Mas além de conseguirmos a vitória nessas condições, bom mesmo foi ver um Vasco que precisava de um resultado para seguir vivo no Estadual e conseguiu, mesmo com todo o tradicional favoritismo que jogam para o rival. Com os três pontos, não apenas continuamos no G4 e dependendo apenas das nossas forças para conseguir a vaga nas semifinais, como podemos até ter a vantagem no primeiro confronto decisivo. Seja qual for o resultado do Fla x Flu na última rodada, temos chances de terminar a Taça Guanabara na segunda colocação, podendo chegar à final com um empate contra o terceiro colocado. Lembrando que, para isso acontecer, precisaremos de uma boa vitória contra o já eliminado Bangu, na quinta-feira.

Mas, é claro, e não poderia deixar de comentar: conseguir tudo isso passando por cima do Flamengo é muito mais legal.

As atuações
Léo Jardim – garantiu o resultado com grandes defesas no segundo tempo.

Puma Rodríguez – não conseguiu ter a efetividade ofensiva que estamos acostumados a ver, mas após marcar o golaço com uma bomba do meio da rua, compensou se superando defensivamente.

Miranda – estava fazendo uma partida correta até se machucar no fim do primeiro tempo e dar lugar ao Capasso, que já conquistou a torcida na estreia, mostrando disposição e a raça argentina que todos esperavam.

Léo – soberano na maioria dos lances, não deu vida fácil para o ataque rubro-negro e foi quase perfeito nas bolas aéreas.

Lucas Piton – também não teve tanta presença no apoio, mas segurou bem na marcação.

Rodrigo – encarou o clássico com um maturidade impressionante, anulando o Arrascaeta com muita eficiência. Deu lugar ao Marlon Gomes, que deu maior mobilidade ao meio de campo. Sofreu o penal desperdiçado pelo Pedro Raul e quase marcou um golaço após enfileirar uma penca de marcadores.

Andrey – caiu em um time no qual nunca tinha jogado junto, mas compensou a falta de entrosamento com muita entrega.

Jair – acabou sendo o meia que menos rendeu, não conseguindo ajudar na criação e cedendo alguns espaços no setor. Barros entrou para repor a saída do Rodrigo como primeiro volante e marcou com firmeza.

Gabriel Pec – teve uma atuação daquela que chamam de “tática“: acabou sendo mais útil marcando as subidas do lateral que criando jogadas ofensivas. Figueiredo entrou em seu lugar e foi mais efetivo que o Pec, tanto no empenho nos combates como na criação: deixou o Nenê na cara do gol com um bom passe.

Alex Teixeira – criou algumas boas jogadas no primeiro tempo, armando contra-ataques, mas caiu de produção no segundo tempo. Deu lugar ao Nenê, que não deveria ser uma opção em um jogo de tamanha intensidade. Pouco fez e, na chance que teve, desperdiçou uma chance clara, de cara para o goleiro.

Pedro Raul – prendeu a marcação, tentou ajudar na marcação, colocou duas bolas na trave, mas acabou queimando sua atuação ao desperdiçar um pênalti que traria muito mais tranquilidade para o time.

Nova Iguaçu x Vasco: seriedade em campo e festa na arquibancada

Depois de dois jogos fora, Nenê volta a ser relacionado contra o Nova Iguaçu
Depois de dois jogos fora, Nenê volta a ser relacionado contra o Nova Iguaçu (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

O Vasco foi recebido com festa em Brasília, como de costume quando viaja para qualquer um dos quatro cantos do país. Aos brasilienses, não faltam motivos pra comemorar, claro. Não é sempre que podem ver de perto seu time do coração, é a oportunidade de ver o Vasco SAF e seus reforços no estádio depois de uma sonora goleada sobre o Resende com uma boa atuação do time.

E é ótimo o Vasco encarar o Nova Iguaçu influenciado pelo alto astral e positividade da sua torcida na capital brasileira. Jogar com alegria nunca fez mal a time nenhum, é claro. Mas a FESTA, tem que ficar nas arquibancadas. Em campo, é preciso seriedade. Redundância, claro. Seriedade é preciso em todos os jogos. Mas vale reforçar a dica se pensarmos como foi a última partida que fizemos diante de uma torcida fora do Rio: a torcida capixaba fez festa, o time entrou em campo um tantinho indulgente e perdemos o jogo.

E é isso que não pode se repetir. O Nova Iguaçu tá ali, mais preocupado em não cair do que em fazer alguma graça no campeonato e só venceu uma das suas seis partidas na Taça Guanabara. Mas nem o time da Baixada devia contar em “fazer graça” e a luta contra o rebaixamento é um objetivo no qual nosso adversário deve se agarrar com todas as forças. O Botafogo, que não passou de um empate com a equipe iguaçuana na rodada passada, que o diga.

Então é bom que o time entre no Mané Garrincha com a mesma pegada que mostrou contra o Resende. Ligado, vibrante e buscando a vitória desde o início. Barbieri tem alguns desfalques (Figueiredo está fora, Robson continua no estaleiro e o volante Rodrigo está suspenso), mas terá a volta do Nenê, que talvez comece a partida no banco. De Lucca é certo no meio de campo, mas Orellano e Erick Marcus disputam a vaga no ataque.

Uma vitória hoje não nos fará avançar na tabela, mas com um jogo a menos, nos deixará no bolo junto com Bangu, Flu, Bota e o Voltaço. Como ainda não tivemos nenhum clássico, é importantíssimo acumular todos os pontos possíveis, já que a briga pela vaga no G4 está acirrada. E caso consigamos vencer, aí sim, o time poderá festejar junto com a torcida nas arquibancadas brasilienses.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
NOVA IGUAÇU X VASCO

Local: Estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ).
Hora: 21h10 (de Brasília).
Árbitro: Tarcizio Pinheiro Caetano.
Assistentes: Luiz Cláudio Regazone e Carlos Henrique Alves Lima Filho.

NOVA IGUAÇU: Anderson Max, Léo Fernandes, Matheus Alves, Gabriel Pinheiro e Bruninho; Paulo Henrique, Gustavo Nicola e Ícaro; Andrey Dias, Nathan Palafoz e Andrezinho.
Técnico: Carlos Vítor.

VASCO: Ivan, Puma, Miranda, Léo, Lucas Piton; De Lucca, Jair, Nenê (Alex Teixeira), Eric Marcus (Orellano), Gabriel Pec e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: A TV Bandeirantes e a BandSports transmitem a partida para todo o Brasil.

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Não tinha como não falar dos #Próximos100Anos por motivos de que o vídeo feito pra campanha é apenas fodástico. Vejam e participem.

É preciso mudar

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

O Vasco conseguiu um empate contra o Santa Cruz na bacia das almas.

O Santa Cruz, que jogou com um time misto. Que está lutando para não cair no Brasileirão. Que prefere sair da Copa do Brasil para disputar a Sul-Americana.

Mesmo com tudo isso, o Vasco precisou de um gol de pura sorte, mais uma vez marcado por um zagueiro, no finzinho do jogo, para não sair derrotado – mais uma vez – em casa.

Não que o Santa Cruz tenha feito uma boa partida. Marcou seu gol no começo do jogo e passou o resto da partida se defendendo, esperando o contra-ataque. Conseguiram alguns, até estiveram perto de marcar o segundo, mas basicamente ficaram na retranca.
Já o Vasco….mais uma vez dominou a partida, teve mais posse de bola e foi completamente ineficiente. Até finalizou mais que o normal, mas a maioria absoluta dos arremates foi terrível. A pressão exercida foi totalmente sem efetividade.

Ainda que tivéssemos perdido, a vaga não estaria decidida. Não pelo que mostrou o Santa Cruz. Dizer que é impossível marcarmos gols no Arruda ou até vencermos seria uma leviandade. Mas a verdade é que o Vasco se estagnou, ficou previsível. E Jorginho se apega não apenas à estrutura do time, como também à forma da equipe jogar. Nós, que há pouco tempo tínhamos a maior invencibilidade do país, viramos um time fácil de ser batido.

Como eu disse, podemos sim passar para as oitavas da Copa do Brasil. Mas se em uma semana o Jorginho não mudar algumas coisas, a missão será muito mais complicada.

As atuações….

Martin Silva – fez pelo menos duas grandes defesas no segundo tempo, mas a bola do gol era defensável.

Madson – um titular que não acerta nada durante o jogo é algo inexplicável. Errou tudo o que tentou e ainda perdeu um gol feito. Yago Pikachu entrou em seu lugar no intervalo, mas acabou não sendo tão efetivo no apoio e ainda cansou de deixar espaços pela sua lateral.

Rodrigo –não teve pernas para acompanhar o atacante no lance do gol adversário e isso ainda nos primeiros cinco minutos de partida.

Luan – mal posicionado no lance do gol do Santa, compensou com muita disposição durante todo o jogo e com o gol acidental que acabou marcando.

Julio Cesar – as vaias – justas, vale dizer – que recebeu no fim do primeiro tempo devem ter mexido com os brios do lateral coroa: na etapa final fez umas duas ou três boas jogadas e chegou a finalizar com perigo.

Marcelo Mattos, – é um bonde, erra um monte de passes e faz um porrilhão de faltas. Mas no momento em que o time todo entra no desespero e parte para o ataque, se mostra necessário.

Henrique – não chegou a comprometer, mas acabou pecando pela omissão: foi discreto demais. Cedeu lugar para Caio Monteiro no intervalo. O atacante se esforçou muito, mas acertou muito pouco.

Andrezinho – apareceu mais no primeiro tempo, acertando alguns bons lançamentos, mas errando mais passes que o normal. No segundo, com o time embolado na frente tentando o empate, sumiu do jogo.

Nenê – não se omitiu do papel de principal jogador do time, mas passou mais tempo caído em campo que de pé. Fez algumas boas jogadas e cobrou o escanteio que originou o gol.

Jorge Henrique – fica lá, correndo pelo campo todo, pra deleite do treinador e irritação da torcida, que não vê motivos para sua titularidade. Pelo menos finalizou duas vezes com perigo, uma delas, no fim do jogo, estourando no travessão.

Leandrão – uma bela jogada que terminou em grande defesa do goleiro tricolor. Thalles entrou em seu lugar e trouxe um pouco mais de movimentação ao ataque. Poderia ter sido o herói do jogo se não fosse o milagre feito pelo goleiro Tiago Cardoso (que terminou colocando a bola para seu próprio gol no fim da jogada). Deu outra cabeçada perigosa e participou da jogada que terminou no chute do Jorgenrique no travessão.

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Se formos nos prender apenas à bola rolando, a vitória do Vasco por 2 a 0 sobre o Brasil de Pelotas foi padrão: em uma atuação burocrática em grande parte do tempo, contra um adversário bastante limitado e com o Nenê sendo decisivo na partida. Trocando em miúdos, voltamos a vencer, mas o time continua devendo à torcida uma atuação mais convincente.

Podemos citar uma maior pegada do time na marcação, principalmente no começo do jogo, o que seria o mínimo depois de duas derrotas dentro de casa. Sabendo que a vitória seria o único resultado aceitável, o Vasco ao menos mostrou uma disposição maior em campo, reflexo também de uma equipe titular mais jovem. E em um dos lances em que recuperamos a bola por conta da nossa marcação mais intensa, saiu o gol logo aos nove minutos: Rodrigo roubou a bola na nossa intermediária e lançou; a bola pipocou na cabeça do Caio Monteiro e foi para o Thalles, que também de cabeça tocou para Nenê, que se projetou em velocidade e tocou sem chance para o goleiro já dentro da grande área.

Com o placar aberto logo no começo, poderíamos pensar que o jogo ficaria mais tranquilo. Porém o Vasco mais uma vez ficou molengando e não parecia muito interessado em resolver o jogo rapidamente. Nossa vocação para complicar partidas fáceis voltou a se mostrar, e além de não criarmos mas nenhuma chance de gol no primeiro tempo, permitimos que o Brasil crescesse e só não sofremos o empate por um milagre realizado pelo Luan, que depois de bater cabeça na grande área se recuperou e impediu que o atacante adversário empurrasse a bola para nossa rede com Jordi completamente batido no lance.

No segundo tempo continuamos cozinhando a partida, mas pelo menos não corremos mais riscos (exceto nas bolas paradas, quando mais uma vez mostramos falhas de posicionamento nos chuveirinhos). Dominávamos o jogo, sempre rondando a área adversária, mas não criávamos oportunidades de gol. Somente aos 26 minutos resolvemos a partida, com a dupla que vinha garantindo a vantagem no placar: em uma cobrança de falta, Nenê encontrou Luan subindo por trás da zaga do Brasil e com um toque de categoria ampliou o placar.

Foi uma vitória padrão, daquelas em que o Vasco parece meio preguiçoso diante de um oponente não muito capacitado para nos criar problemas. O bom futebol que a equipe nos deve há algum tempo ficou mais uma vez na pendura, e a torcida ainda pode cobrar essa conta.

As atuações….

Jordi – sem muito trabalho durante a partida, fez apenas uma defesa digna de nota, ainda no primeiro tempo. Não chegou a trazer consequências, mas o garoto mostrou alguma insegurança nas saídas do gol para cortar bolas alçadas à área.

Madson – o de sempre: um cemitério de futuras jogadas e um convite ao ataque adversário.

Luan – garantiu a vitória tanto na defesa como no ataque: consertou a única lambança que fez impedindo um gol dos mais feitos da história e marcou o segundo gol em um belo chute de primeira.

Rodrigo – foi bem no combate direto, mas em alguns momentos parece estar cansado. Cobrou uma falta com perigo no começo do jogo.

Julio Cesar –  todas as vezes que chegou ao apoio errou seus cruzamentos. E assim como o Madson, deu espaços pela sua lateral.

Marcelo Mattos –  mais uma vez carregou o piano da marcação pelo meio de campo.

Henrique – deve ter sido o 38º jogador a ser testado como segundo homem do meio de campo. Se não chegou a comprometer, também não teve um desempenho que lhe garantisse ESSA vaga no time. Yago Pikachu entrou em seu lugar e não foi muito além, mas pelo menos conseguiu uma finalização com relativo perigo.

Andrezinho – ajudou na saída de bola, mas pouco fez na criação de jogadas. Saiu no fim do jogo para a entrada do Diguinho, que  não teve tempo para fazer nada (graças a Deus).

Nenê – voltou a ser o Nenê de sempre: alvo de muitas faltas, reclamações mil com a arbitragem e os dois gols da partida passando pelos seus pés. Marcou o primeiro e fez o cruzamento para o segundo.

Caio Monteiro – outro a ter mais efetividade ofensiva que Jorge Henrique, já que não precisava ficar se preocupando em marcar os adversários até o nosso campo. Fez uma grande jogada ainda no primeiro tempo, mas exagerou no individualismo e desperdiçou o lance. William Oliveira entrou no seu lugar para fechar mais o meio de campo, mas foi visto se atrapalhando no ataque algumas vezes.

Thalles – deu de cabeça o passe para o gol do Nenê em uma jogada de pivô e tentou reproduzir o lance durante os 90 minutos, sem sucesso. No mais, nada.

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E por falar em pendura, vale citar os amarelos que os jogadores pendurados levaram: Nenê, Andrezinho, Rodrigo e Madson, os quatro titulares com dois cartões amarelos, receberam o terceiro e ficam fora da partida contra a Luverdense, sábado que vem. Como temos um compromisso pela Copa do Brasil na quarta, fica difícil crer que não rolou uma forçada de barra nos cartões.

Faria mais sentido se o jogo com o Santa Cruz fosse depois da partida contra a Luverdense, mas estrategicamente a oportunidade de poupar três veteranos de uma viagem longa até o Mato Grosso faz sentido. Que os jogadores que ganharam uma folga no Brasileiro compensem com esforço redobrado na Copa do Brasil.

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Reconstrução urgente

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Na coletiva, após a derrota do Vasco para o Avaí por 2 a 1 – e a segunda seguida, algo que não acontecia desde o dia 5 de setembro de 2015 – Jorginho falou da arbitragem, da força do adversário, do reduzido plantel que tem em mãos e da necessidade de reforços. Falou também que confia no Aislan e de outras coisas, mas de importante mesmo, apenas uma frase: “temos que reconstruir nosso trabalho”.

Basicamente, é isso. Mesmo que todos os argumentos expliquem o resultado, não o justificam. O problema não foi a arbitragem – realmente péssima e justo quando o juiz é do mesmo estado do nosso principal concorrente ao título – ou os problemas com o elenco, nem a maratona de jogos. O problema é que o Vasco se tornou um time muito previsível, que qualquer retranquinha um pouco mais ajustada consegue complicar a vida irredutivelmente.

E não é de hoje que o Vasco não consegue jogar bem. O time vem tendo atuações abaixo da crítica há muito tempo, mesmo quando vence. Ontem não foi diferente. O Vasco pode até ter tido mais posse de bola, mas foi uma nulidade ofensiva. Ficou rondando a área, desperdiçou uma penca de jogadas de linha de fundo por ter laterais irritantemente incompetentes, e pouco chutou a gol. Os atacantes, que estão longe de serem uma maravilha, quase não recebem bolas. Quando pressionamos (e graças unicamente ao um total recuo do time catarinense), vivemos de balõezinhos para área sem qualquer efetividade.

Ainda assim, graças às limitações do Avaí, conseguimos marcar um golzinho na marra. Golzinho esse que, aliás, até poderia ter nos dado a vitória, se não fossem os erros individuais do time. Aliás, não do time, de um único jogador. Enquanto o Luan não estiver bem ou estiver com a Seleção, o Aislan até pode ficar no time; mas entregando gols ao adversário como tem feito todo jogo, precisaremos ser MUITO mais eficientes no ataque. Com o rapaz na zaga, já podemos considerar o placar pelo menos 1 a 0, seja qual for nosso adversário.

Apenas uma pessoa pode resolver esses problemas e o nome dela é Jorginho. Quem tem que pensar em alternativas táticas para o time é o treinador. Quem pode tirar a titularidade de quem não está jogando nada é o treinador. Quem deveria dar mais chances à molecada da base e dar um descanso para uns dois ou três veteranos que não rendem é o treinador.

Jorginho terá uma semana para pensar na vida e no seu trabalho até o, agora mais que nunca, importante jogo contra o Brasil de Pelotas. Um resultado ruim pode significar a saída da liderança pela primeira vez na competição e, em caso de derrota, um inesperado terceiro fracasso seguido dentro de São Januário. Caso isso aconteça, arbitragem, elenco reduzido ou falta de reforços não servirão como desculpa: as cobranças pela “reconstrução” do Vasco recairão todas sobre o mestre de obras do time.

As atuações…

Martín Silva – com a zaga que vem tendo à sua frente, vai precisar fazer mais que agarrar uma penalidade por jogo para não ver o Vasco perder.

Madson – como não teve chance de cobrar um lateral dentro da área, fez apenas o de costume: estragar jogadas de linha de fundo. Jorginho demorou séculos para colocar Yago Pikachu no seu lugar, quando o jogo já estava 1 a 0. E só de não ter aquela cara de chorão do Madson, o Pokémon já pode ser considerado melhor. Ainda assim, não conseguiu acompanhar o atacante que empurrou a bola pra rede no lance do segundo gol.

Rodrigo – estava desatento no lance do primeiro gol e levou um corte simples no segundo. Teve uma chance para marcar, mas seu chute acabou sendo bloqueado pelo braço do zagueiro do Avaí.

Aislan – é uma espécie de anti-Nenê: enquanto o camisa 10 participa dos lances de quase todos os gols feitos pelo Vasco, Aislan está sempre envolvido nos gols que sofremos: ontem, no primeiro gol, fez acidentalmente a assistência para o atacante adversário; no segundo, olhou o passe que originou o gol passar à sua frente sem esboçar qualquer reação além de observá-la.

Julio Cesar – não fosse a presença do Aislan seria indiscutivelmente o pior em campo. E mesmo com o Nenê do Mundo Bizarro na zaga pode haver dúvidas. Acabou com uma penca de jogadas no ataque, errou um monte de passes e vacilou também nos dois gols: o jogador do Avaí que marcou o primeiro passou pelas suas costas e no segundo tomou um drible vergonhoso.

Marcelo Mattos – pode parecer estranho, mas nem chegou a ter tanto trabalho assim. Mas com a defesa entregando a paçoca toda hora, não adianta ficar carregando piano. Quando o Vasco passou a pressionar, até arriscou algumas subidas, com resultados sofríveis.

Julio dos Santos – esteve em campo, dizem. Me lembro vagamente do paraguaio perdendo uma bola fácil perto da nossa área. Saiu para a entrada do Caio Monteiro, outro a entrar no jogo com o time já atrás no placar. Deu maior movimentação ao ataque e acabou marcando o gol vascaíno.

Andrezinho – jogou mais afastado da área para ajudar na saída de bola e, longe do ataque, não chegou a contribuir muito municiando o ataque.

Nenê – mostrou disposição e não fugiu do jogo, mas ainda não voltou a ser decisivo como era em outros tempos. Teve uma boa chance no primeiro tempo, mas chutou pra fora. Acabou participando do lance do gol: o rebote aproveitado pelo Caio veio depois de um chute do camisa 10 rebatido pelo goleiro Renan.

Eder Luis – substituiu Jorge Henrique, mas sem precisar executar as 468 funções que Jorginho lhe atribui. Com isso, tivemos efetivamente um atacante de lado de campo. E, surpreendentemente, Chico Bento foi bem, criando boas jogadas e dando trabalho à defesa adversária. Mas é aquilo: na hora de definir, Eder Luis é terrível. No segundo tempo perdeu o gol mais feito do jogo, mandando para fora uma cabeçada de frente pro gol. Cansou, sumiu e cedeu lugar ao Evander, que não precisou cansar para sumir.

Leandrão – pesado como um trator e com a velocidade de um (com o pneu furado), não conseguiu escapar da marcação avaiana em momento algum.

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