Contra o Bahia, todos sabem o que o Vasco precisa fazer

Se os coletes significam quem joga e quem ficará no banco contra o Bahia, Luxa pode promover mudanças na sua equipe
Se os coletes significam quem joga e quem ficará no banco contra o Bahia, Luxa pode promover mudanças na sua equipe (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Nem é necessário falar da importância de uma vitória vascaína sobre o Bahia, hoje, na Colina. Não usarei a palavra “obrigação” ao lado de nada que tenha a ver com a partida porque sou um torcedor bastante supersticioso (e quem acompanha o espaço há algum tempo sabe que nem creio em “obrigação” neste contexto) e na última vez que falei nisso, nos ferramos bonito.

Mas todos sabem o que precisa acontecer hoje, né? Sem citar palavra nenhuma.

Apesar disso, não será um jogo fácil, como geralmente não é contra o tricolor baiano. Nos últimos anos temos nos especializado em perder, e algumas vezes de forma vergonhosa, para o Bahia, seja na Colina, seja na Fonte Nova (onde perdermos no primeiro turno, partida que acarretou na demissão do Ramon Menezes do time). E com eles em situação ainda mais delicada que a nossa, podemos contar com uma partida bastante complicada hoje.

Nosso adversário tem seus desfalques, mas os dois candidatos a cumprirem a “lei do ex”, Rossi e Gilberto, estarão em campo. O Vasco precisa ter atenção principalmente o segundo, que miseravelmente fez gols contra nós em todos os jogos desde que chegou ao Bahia.

Já o Vasco não tem desfalques – o Werley está machucado, mas, convenhamos, não dá pra chamar isso de desfalque. Com isso, Luxa pode manter a escalação que vem utilizando, o que não deve fazer: Castan deve retornar ao time, tirando a vaga do Graça, que jogou no empate com o Palmeiras. De resto, há um certo clamor pela efetivação do Pec no lugar do Talles. Não creio que isso vá ocorrer, mas não podemos dizer que é uma impossibilidade.

Nesta rodada, todos os nossos adversários diretos jogam contra times em posição melhor na tabela. Isso só reforça a importância de conseguirmos os três pontos hoje, já que provavelmente nos permitirá ampliar a vantagem para o Z4. Mas, como sempre é bom lembrar, para que isso aconteça, devemos fazer o dever de casa e não apenas esperar que nossos concorrentes se estrepem. Contra o Bahia ainda mais, já que a própria equipe baiana pode nos ultrapassar na tabela no caso de um resultado negativo para nós.

Então amigos em campo e Pofexô, sem “obrigações“, todos sabem o que precisa ser feito hoje, certo?

Vasco X Bahia

Fernando Miguel; Léo Matos, Leandro Castán, Marcelo Alves e Henrique; Bruno Gomes, Léo Gil, Yago Pikachu e Martín Benítez; Talles Magno e Germán Cano.

Douglas, Nino Paraíba, Ernando, Lucas Fonseca e Matheus Bahia; Gregore, Ronaldo e Daniel; Rossi, Thiago Andrade e Gilberto.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Técnico: Dado Cavalcati.

Estádio: São Januário. Data: 31/01/2021. Horário: 16h. Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO). : Fabricio Vilarinho da Silva (GO) e Eduardo Goncalves da Cruz (GO). VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP).

A Rede Globo Globo transmite para RJ, BA, ES, PE, AP, RR, AC, RO, AM, PA, MA, PI, RN, PB, AL, SE, TO, DF e Juiz de Fora-MG. O Canal Premiere transmite para seus assinantes de todo o Brasil e no sistema Pay-per-view.

Foi ruim, mas foi bom: Vasco traz um ponto do Allianz Parque

Benítez se destaca mais uma vez e garantiu o empate com um golaço de falta
Benítez se destaca mais uma vez e garantiu o empate com um golaço de falta (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Abel Ferreira fez o lógico e levou ao campo do Allianz Parque um time reserva. A questão é que vários dos suplentes palmeirenses seriam titulares em muitas equipes da Série A, incluindo aí o Vasco. Ou seja, mais que uma vantagem pra gente, a escalação alternativa do Palmeiras serviu para nivelar os times, o que se refletiu no resultado do jogo, um empate em 1 a 1.

Foi um jogo parelho. E, mesmo considerando que o ponto conseguido fora de casa contra o finalista da Libertadores e da Copa do Brasil não seria esperado em outras condições, restou à torcida vascaína a nítida impressão de que poderíamos ter um resultado melhor.

Diferente da vitória sobre o Galo, Luxa não priorizou a retranca e encarou de frente o Palmeiras. Em muitos momentos, o Vasco foi melhor, chegando a ter inclusive mais posse de bola. Porém, sem conseguir acionar muito nosso matador, ameaçamos menos do que deveríamos o gol palmeirense. Tanto que nosso gol saiu em um lance de bola parada, em uma falta magistralmente cobrada pelo Benítez.

Poderíamos ter vencido, mas o empate foi aceitável. Com um elenco um cadinho mais qualificado e um pouco mais de atenção – o gol que sofremos nunca teria acontecido se o Leo Gil não tivesse perdido uma bola ridícula no meio de campo – nossa sorte poderia ter sido melhor na partida. Mas o que valeu mesmo é ver que, se o Vasco mantiver o nível de atuação que tivemos ontem, provavelmente vamos garantir nossa permanência na elite com mais tranquilidade do que se poderia esperar.

 

As atuações

Fernando Miguel – algumas saídas “daquele jeito” e o mesmo tanto de boas defesas. Não teve culpa no gol sofrido.

Léo Matos – uma boa partida, com atenção à defesa e boa participação ofensiva (inclusive marcando um gol em posição irregular). Cayo Tenório entrou em seu lugar e quase manteve o nível do titular.

Marcelo Alves – furou um chute que quase rendeu um gol ao Palmeiras, ainda no primeiro tempo. Mas no restante da partida foi bastante seguro.

Ricardo Graça – para quem está voltando de uma operação, até que foi bem. Mas provavelmente não perderia tão fácil na corrida para o Breno Lopes no lance do gol palmeirense se estivesse 100% fisicamente.

Henrique – até o “terceiro zagueiro pela esquerda” apareceu no apoio desta vez, inclusive chegando na área palmeirense. Mas não chegou a fazer muita diferença no ataque.

Bruno Gomes – eventualmente deixou de fazer o simples e se complicou, mas na média teve uma boa atuação, ocupando bem os espaços, marcando com eficiência e ajudando na saída de bola.

Leo Gil – o argentino foi quem teve a pior atuação no meio de campo. Até marca e dá o combate com intensidade, mas erra passes demais. O gol adversário nasceu de uma bola perdida pelo Gil porque foi enganado pelo quique da bola. Andrey entrou em seu lugar para dar um gás na marcação na parte final do jogo e não comprometeu.

Benítez – organizou o meio de campo e ditou o ritmo do time. Marcou um golaço da falta, nos garantindo um pontinho providencial. Quando diminuiu o ritmo, deu lugar ao Vinícius, que correu muito e produziu pouco.

Yago Pikachu – mostrou boa movimentação e ajudou na marcação, mas jogando mais avançado deveria ter sido mais efetivo no ataque. Carlinhos o substituiu e não acrescentou muito ao time.

Talles Magno – preso à esquerda e com funções defensivas, não conseguiu render, sendo facilmente superado pelos seus marcadores. Seu substituto Gabriel Pec se saiu muito melhor, mas é preciso dizer que teve mais liberdade para jogar por dentro. Quase marcou um golaço em bela jogada individual.

Germán Cano – a bola não chegou muito e faltou precisão nas poucas finalizações que pôde fazer.

Sensatez é o Vasco manter a cautela contra o Palmeiras

Benítez e Cano em São Paulo: dupla portenha é esperança de gols no Allianz Parque
Benítez e Cano em São Paulo: dupla portenha é esperança de gols no Allianz Parque (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Se o Abel Ferreira for um treinador sensato, o Palmeiras entrará em campo para a partida de hoje contra o Vasco com, no máximo, um time misto. Poupar os principais jogadores do elenco para uma final de Libertadores é o que se espera de um técnico com atitudes razoáveis.

Já o Luxemburgo, se também estiver em um dia de sensatez, não dará importância ao Palmeiras que irá a campo e manterá a forma de jogar com a qual o Vasco venceu o Galo, na última rodada. Será uma atitude razoável seguir pensando nas nossas limitações e perceber que, mesmo um time reserva do alviverde paulista pode nos trazer muitos problemas.

Além da qualidade do elenco palmeirense, não podemos ignorar o fato do jogo ser na casa deles, que o time – ainda que não tenha muito porque priorizar o Brasileirão – precisa dar uma resposta à derrota para o Ceará na última rodada e que, no fim das contas, a partida será uma ótima oportunidade para os reservas mostrarem serviço para o treinador.

Em situação completamente diversa, o Vasco só tem a priorizar o Brasileiro. Aliás, não “o Brasileiro”, mas a briga para fugir do Z4. É quase certo que o Pofexô repita a escalação que venceu o Atl-MG, o que nos faz crer que a forma de jogar também será a mesma: sabendo “sofrer”, com muita atenção à marcação e buscando os contra-ataques em velocidade. Pragmaticamente fechado.

Dadas as circunstâncias da partida, certo estará o Luxa se, assim como fez na última rodada, não inventar, ser cauteloso e esperar as oportunidades que pintarem para fazer gols. Tenhamos pela frente os titulares, um mistão ou mesmo um time do Palmeiras apenas com reservas.

Palmeiras X Vasco

Weverton (Jailson); Mayke, Luan, Alan Empereur e Scarpa; Patrick de Paula, Emerson e Zé Rafael; Breno Lopes, Veron e Willian Bigode.

Fernando Miguel; Léo Matos, Marcelo Alves, Leandro Castan e Henrique; Bruno Gomes, Leonardo Gil e Benítez; Yago Pikachu, Talles Magno e Germán Cano.

Técnico: Abel Ferreira.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Allianz Parque. Data: 26/01/2021. Horário: 20h. Arbitragem: Anderson Daronco (RS). Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Michael Stanislau (RS). VAR: Jean Pierre Gonçalves de Lima (RS).

O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Rolou a posse oficial do Jorge Salgado como Presidente da Diretoria Administrativa do Vasco pelo triênio de 2021 a 2023. Mas o que agitou as redes sociais foi o convite feito ao José Luís Moreira para continuar no cargo de Vice-Presidente de Futebol no clube.

O problema é que alguns veículos divulgaram a notícia sem citar um pequeno detalhe: o convite era para que o Zé do Táxi ficasse no cargo até o fim do Brasileiro. O que faz até sentido, já que mudar a estrutura do departamento no meio de uma briga séria para nos mantermos na elite não será nada produtivo.

Sobre isso, dei minha opinião em um tweet:

Vasco pragmático sofre, mas vence o Galo

Cano - com dois gols marcados - e Pikachu foram os artilheiros na vitória vascaína sobre o Galo
Cano – com dois gols marcados – e Pikachu foram os artilheiros na vitória vascaína sobre o Galo (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Depois dos fiascos diante do Coritiba e do Red Bull Bragantino nas últimas rodadas, estava difícil encontrar um vascaíno confiante para a partida contra o Atlético-MG, ainda que fosse na Colina. Mas na situação em que nos encontramos, o otimismo da torcida não deve ser um fator que entre em uma equação que é simples: para seguir na elite, o Vasco precisa vencer.

E foi com essa visão pragmática que Luxemburgo armou sua equipe, sem pudores de jogar de forma reativa, reconhecendo não apenas o poderio do adversário, mas também suas próprias limitações. Ou seja, o Vasco ontem “jogou como time pequeno”, como muitos torcedores escancaram a boca para reclamar; e foi exatamente por isso que conseguiu a vitória por 3 a 2 sobre o Galo.
E com o placar – e principalmente, os três pontos – dificilmente veremos um vascaíno que reclame da retranca armada pelo Pofexô.

Mas não foi apenas na forma de jogar que o Vasco foi bem. Além da segurança do sistema defensivo, que em grande parte do tempo anulou a força ofensiva dos mineiros, fomos mais eficientes nas transições rápidas para o ataque. E não apenas com bolas longas, como nos gols de Cano e Pikachu no primeiro tempo, mas também trabalhando a bola no campo adversário, como no belo terceiro gol, que contou com uma boa troca de passes e uma excelente assistência do Benítez para o Cano marcar pela segunda vez, um golaço.

Por outro lado, como não poderia deixar de ser, a vitória foi sofrida. Sofrimento esse que veio antes mesmo da alegria, com o penal cometido por Léo Matos que, por sorte, foi desperdiçado pelo time mineiro. E mesmo que tivéssemos uma vantagem de três gols até os 20 minutos do segundo tempo, o Galo não desistiu da partida, nos pressionou muito na parte final da partida e por pouco não conseguiu um empate heroico. Foi por pouco, mas conseguimos nos segurar e garantir os três pontos até o apito derradeiro do juiz.

A importante vitória nos fez chegar a esse domingo na 14ª colocação e, mais importante, nos deixa mais perto da pontuação que nos livrará do Z4. Se tudo der certo, podemos terminar a rodada nesta posição. Mas mesmo que os resultados não nos favoreçam, necessariamente ficaremos fora da “zona da confusão”, já que Sport e Bahia se enfrentam hoje. Se o Pofexô e seus comandados seguirem com o mesmo empenho, as chances de não voltarmos para as quatro últimas colocações é grande.

As atuações

Fernando Miguel – fez uma grande defesa quando o jogo estava 3 a 1, mas quase comprometeu o resultado: o primeiro gol do Galo foi em mais uma daquelas bolas defensáveis que o Barba costuma aceitar e no segundo gol, estava muito mal posicionado em uma cobrança de escanteio.

Léo Matos – de herói a vilão em 45 minutos: cometeu um pênalti imbecil aos 15 minutos do primeiro tempo que, se não fosse desperdiçado pelo time mineiro, mudaria a história do jogo. Pouco tempo depois, fez as assistências para os dois primeiros gols do Vasco. No segundo tempo, com o Vasco mais recuado, acabou se limitando a ajudar na marcação. Cayo Tenório entrou em seu lugar e nos pouco menos de 10 minuto em que esteve em campo, também priorizou a parte defensiva.

Marcelo Alves – sem o Graça e tendo o Werley como opção, não faz sentido manter o Marcelo no banco. Teve uma atuação segura, tanto nas bolas altas como nos combates diretos (ainda que, no segundo gol adversário, estivesse desatento e sem marcar ninguém).

Leandro Castan – foi bastante exigido por conta da ofensividade atleticana, mas não comprometeu.

Henrique – como nos tempos do ramonismo, não foi visto no apoio, mas foi bem seguro na parte defensiva.

Bruno Gomes – uma partida muito boa do jovem volante, que ocupou bem os espaços no meio de campo, protegeu bem a zaga marcando e fazendo o combate com precisão e não tentou inventar quando ficou responsável pela saída de bola.

Gil – o motorzinho de costume, nem sempre correndo de forma inteligente, mas foi importante na marcação, jogando com aplicação. Tem aquele problema com os passes, né, mas não chegou a comprometer. Caio Lopes o substituiu no fim, mas ainda a tempo de levar um cartão amarelo.

Benítez – correu muito, se empenhou na marcação – foi quem mais roubou bolas no time do Vasco – e vindo mais de trás, ajudou na saída de bola. E ainda fez a bela assistência para o golaço do Cano no segundo tempo. Cansou e deu lugar ao Carlinhos, que não conseguiu se destacar (como de costume).

Yago Pikachu – seu gol, marcado aos 30 do primeiro tempo, foi importante para tirar desconcentrar o adversário e facilitar as coisas pro nosso lado. Mas fora o gol, foi mais útil defensivamente que atacando. Deu lugar ao Werley aos 42 do segundo tempo. E adivinhem quem deixou o Sasha sozinho para marcar o segundo gol do Galo….

Talles Magno – o pofexô deu ao garoto algumas funções defensivas e o deixou mais preso à esquerda. Resultado: sem liberdade, voltou a não conseguir desenvolver um bom futebol. Tanto que foi o primeiro a sair do time, sendo substituído pelo Gabriel Pec, que tentou ligar alguns contra-ataques, mas não conseguiu dar bom termo às jogadas.

Cano – acabou com mais um jejum de gols com muito estilo, marcando duas vezes: uma, mostrando o oportunismo que todo centroavante precisa ter e outra deixando clara a qualidade técnica do seu futebol. E ainda ajudou também na defesa.

Vencer para subir e ganhar moral

Benitez treina no CT do Almirante: volta do gringo aos titulares é esperança de um Vasco melhor em campo
Autor de um golaço contra o Galo no Mineirão, Benitez volta aos titulares e é esperança de um Vasco melhor em campo (Foto: reprodução YouTube/Vasco TV)

No primeiro turno, perdemos o jogo contra o Coxa no Couto Pereira, resultado que se repetiu na partida do returno, em São Januário.

No primeiro turno, contra o Atlético Mineiro, tomamos um vareio no Mineirão. O jogo do returno com o Galo é hoje e….esperamos que o resultado não se repita.

Não só o resultado – um 4 a 1 dentro de casa, a essa altura do campeonato, seria de arrasar – mas também precisamos encontrar um jeito de vencer. Mesmo tendo o alvinegro mineiro ainda lutando pelo título, que tenha um elenco bem mais qualificado e um treinador de grife.

Como faremos isso? Eu não faço ideia, o que não faz diferença. Quem precisa saber o que fazer para vencer a partida é o pofexô. Luxemburgo poderá contar com as voltas do Henrique, do Bruno Gomes e também do Benítez, que, vale lembrar, marcou um golaço de bicicleta contra o Galo.

Luxa não deve inventar tanto quanto na partida contra o Red Bull Bragantino, então a volta a um 4-3-3 com Pikachu jogando como ponta é quase certa. É melhor que o time que começou em Bragança Paulista, mas a questão é: melhor a ponto de nos fazer vencer o Galo? Esperamos que sim.

Como Bahia e Sport se enfrentam, uma vitória hoje necessariamente nos deixará fora do Z4. Com alguma sorte, podemos subir até três posições de uma só vez. Mas pra isso, Luxa e seus comandados primeiro devem fazer o seu dever de casa. E se conseguirmos isso contra um dos – ainda – candidatos ao título, teremos, além do salto na classificação, um ganho na moral que vai nos ajudar muito nesta reta final de Brasileiro.

Vasco X Atlético-MG

Fernando Miguel; Léo Matos, Marcelo Alves, Leandro Castan e Henrique; Bruno Gomes, Leonardo Gil e Benítez; Yago Pikachu, Talles Magno e Germán Cano.

Everson, Guga, Igor Rabello (Allan), Réver e Junior Alonso; Jair, Guilherme Arana e Hyoran; Savarino, Keno e Eduardo Vargas.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Técnico: Jorge Sampaoli.

Estádio: São Januário. Data: 23/01/2021. Horário: 21h. Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araujo (SP). Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (GO) e Bruno Raphael Pires (GO). VAR: Elmo Alves Resende Cunha (GO)

O SporTV transmite para seus assinantes de todo Brasil (exceto RJ). O Canal Premiere transmite para seus assinantes de todo o Brasil e no sistema Pay-per-view.

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Depois de várias idas e vindas na justiça, Jorge Salgado finalmente foi empossado como o novo presidente do Vasco.  Que tenha sabedoria e, porque não, sorte para conduzir a instituição para tempos mais condizentes com sua gloriosa história. E, é também importante dizer, que compreenda a responsabilidade que o cargo exige, principalmente sendo o primeiro presidente vascaíno eleito de forma direta.

E para que a nova gestão possa fazer seu trabalho em paz, seria bom que os derrotados aceitassem a derrota e começassem a pensar no que é melhor para o clube, não qual é a melhor artimanha para chegar ao poder.

Fraco, azarado e goleado

Gabriel Pec saiu do banco de reservas para marcar seu primeiro gol como profissional
Gabriel Pec saiu do banco de reservas para marcar seu primeiro gol como profissional (Foto: reprodução Youtube)

O Vasco que entrou em campo contra o Bragantino na partida de ontem remetia aos tempos do Sá Pinto: um time com marcação frouxa e criação nula, nem atacava e nem conseguia se defender. Com menos de três minutos de bola rolando, os donos da casa já nos esmagavam no nosso campo de defesa e faziam o que queriam com a nossa defesa.

E como o time de Bragança Paulista deitava e rolava, não demorou muito para abrirem o placar, depois de uma jogada que parecia uma brincadeira de linha de passe em aquecimento para treino.

Luxa viu que as mexidas que fez no time não deram certo e fez sua primeira alteração antes do intervalo. A entrada do Pikachu no lugar do Juninho deu uma ligeira melhorada no time, começamos a chegar no ataque e deixamos de ser amassados. Mas não foi o bastante para empatarmos e o primeiro tempo acabou com o Vasco ainda em desvantagem no placar.

Foi um primeiro tempo que mostrou como nosso time pode ser limitado e como nosso treinador pode errar.

Na volta do time para o segundo tempo, vimos que o Pofexô tinha feito mais duas alterações. Surpreendentemente, as entradas de Carlinhos e Vinícius (para as saídas de Caio Lopes e Talles, respectivamente) melhoraram o time. Passamos a atacar com bem mais frequência e, em alguns momentos até a pressionar o Bragantino.

Mas quem ampliou foi a equipe da Red Bull, em um vacilo da defesa, que deixou o craque do time adversário sozinho para finalizar com precisão. A vantagem ampliada não chegou a diminuir o ímpeto do Vasco, que continuou atacando, criando algumas chances, até que conseguimos marcar um gol, com Pec aproveitando uma falha do goleiro e empurrando a bola pra rede.

Renascido na partida, o Vasco buscava o empate quando uma mistura de falhas individuais e azar decretou o fim das chances de voltar pro Rio com um pontinho na sacola: Andrey perdeu uma bola de forma imbecil, Castan correu pro lado errado, clareando a área para a finalização do Claudinho. O chute talvez não entrasse, mas bateu no pé do Werley e, por uma infelicidade, tirou completamente o Barba da bola. Antes do fim, Fernando Miguel ainda sofreu mais um gol, esse de falta, o segundo no qual tudo o que tentou fazer foi tirar a bola com a força do olhar.

Podemos até dizer que o 4 a 1 foi muito exagerado e que o Bragantino não jogou tão mais assim. Mas jogou mais, foi mais organizado e tem jogadores melhores. O placar pode até ter sido dilatado, mas teve sua razão de ser, que foi resumida nesse tweet:

https://twitter.com/luisanunes/status/1352077337014235137

As atuações

Fernando Miguel – no primeiro e terceiro gols, não tinha o que fazer. Nos outros dois, manteve a irritante mania de apenas olhar a bola entrar sem se mexer. Ainda assim, fez pelo menos uma grande defesa no primeiro tempo.

Léo Matos – fraco defensivamente e inútil no apoio. Gabriel Pec entrou em seu lugar e deixou o dele, seu primeiro gol como profissional. Ainda colocou uma bola na trave.

Werley – fez um “quase gol contra”, desviando mal a bola e tirando o Barba do lance no terceiro gol do Bragantino.

Leandro Castan – observou a cabeçada no lance do primeiro gol do Bragantino. Também vacilou no lance do terceiro gol.

Neto Borges – várias vezes envolvido pela troca de bola do adversário, deixou que o Bragantino avançasse pela sua lateral sem muitas preocupações.

Andrey – foi sua lambança no lance do terceiro gol que acabou com qualquer chance do Vasco na partida.

Juninho – não se encontrou em campo, até que saiu de campo, dando lugar ao Yago Pikachu ainda no primeiro tempo. O Pokémon conseguiu fazer algumas jogadas pela direita, ajudando o time a ter maior presença ofensiva.

Leo Gil – correu de um lado pro outro sem mostrar qualquer utilidade pro time. Sua atuação foi tão apagada que Marcos Jr. entrou em seu lugar e deu uma melhorada na marcação pelo meio de campo.

Caio Lopes – desperdiçou a chance de mostrar serviço na sua primeira partida como titular. Não voltou do intervalo, dando lugar ao Carlinhos. Surpreendentemente o rapaz foi um dos que ajudaram o Vasco a ter seu melhor momento na partida, trazendo alguma criatividade ao meio de campo. O gol do Pec veio do rebote de um chute do Carlinhos de fora da área.

Talles Magno – não conseguiu produzir nada e deu lugar ao Vinícius no intervalo. O velocista pelo menos puxou algumas jogadas pelos lados do campo, mas o rapaz segue sendo um mestre em tomar decisões equivocadas.

Cano – não teve muitas oportunidades, mas ontem o gringo chegou até a atrapalhar o Carlinhos em um lance que poderia terminar em gol.

***

Agora, depois da clara demonstração das nossas deficiências e da nossa falta de sorte, nos resta torcer para o Santos vencer o Fortaleza para não nos vermos novamente no Z4. É o que acontece com os times que não fazem sua parte em campo: depender que outros façam a parte deles.

GRAÇAS A DEUS que o jogo contra o Galo, no próximo sábado, será o derradeiro jogo do Vasco sob o comando da atual gestão. A razão do Vasco depender tanto da sorte e de outros times é por que a atual diretoria deixou de fazer a sua parte em muitos pontos nesses três anos.

Esperando por uma boa surpresa em Bragança Paulista

Último treino do Vasco antes do jogo contra o Bragantino: que a atividade traga melhoras ao time
Último treino do Vasco antes do jogo contra o Bragantino: que a atividade traga melhoras ao time (Foto: reprodução YouTube/Vasco TV)

Mesmo sendo bastante reticente quanto ao otimismo que a torcida nutre com o trabalho do Luxemburgo, confesso que me deixei levar pela empolgação: antes do jogo com o Coritiba, o amigo Helder Floret perguntou quantos pontos o Vasco faria nos próximos cinco jogos. Respondi, sem titubear:

A derrota pro Coxa serviu para, digamos, um ajuste de perspectiva para muitos torcedores que se deixaram levar pela empolgação. Mas o interessante na minha previsão otimista é que, os dois pontos que eu achava que o Vasco perderia nos próximos 15 disputados eram justamente contra o Red Bull Bragantino, nosso adversário de hoje.

Ou seja: antes de perdermos em casa para o lanterna do Brasileirão, eu previa vitórias sobre o Galo na Colina e sobre o Palmeiras no Allianz Parque. Mas não conseguia ver o Vasco vencendo o Bragantino no Nabi Abi Chedid.

A enquete do Helder parece que tem uns dois meses, tão diferente é a opinião que eu tinha sobre o time do Pofexô antes e depois da última rodada. Por isso, tenho que me esforçar para lembrar porque cogitei que seria mais fácil vencer fora de casa o finalista da Libertadores e da Copa do Brasil que o clube que voltou para a Série A esse ano.

Puxando pela memória, uma das razões é o foco. O Bragantino ainda precisa de pontos para se afastar de vez do Z4 e para se garantir na Sul-Americana (diferente do Palmeiras, que certamente entrará em campo pensando na final com o Santos). Outro motivo foi a boa fase do Bragantino, que no momento em que o campeonato chega na sua fase crítica, já mantém uma invencibilidade de três jogos. Não termos conseguido vencê-los em São Janú, no primeiro turno, também deve ter entrado na conta.

O raciocínio acima foi em outro momento. Hoje, difícil não considerar um empate com o RB Bragantino fora de casa um resultado muito bom. Porque, nossa torcida sabe, não teremos facilidades em Bragança. Não apenas porque nosso adversário está em melhor fase, mas também porque voltamos a apresentar um futebol bastante frágil e ainda teremos desfalques no time.

As ausências dos suspensos Henrique e Bruno Gomes são mais problemáticas do que podem parecer. No caso do lateral, a opção que resta, Neto Borges, consegue ser pior que o titular; já o caso do Bruno é mais grave. O garoto voltou bem ao time e Andrey, a mais provável opção do Luxa para substituí-lo, não tem o mesmo poder de marcação que o Bruno. E isso, em um jogo no qual certamente precisaremos muito de um meio de campo forte no combate.

Apesar de tudo, o lado torcedor sempre acaba prevalecendo e sempre acreditamos em uma vitória (pelo menos até a bola rolar). E se o Vasco nos surpreendeu negativamente na última partida, podem nos dar uma boa surpresa hoje, por que não?

Red Bull Bragantino X Vasco

Cleiton, Aderlan, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Edimar; Ricardo Ryller, Raul e Claudinho; Artur, Ytalo e Cuello.

Fernando Miguel; Léo Matos, Werley, Leandro Castan e Neto Borges; Andrey, Leonardo Gil e Juninho; Yago Pikachu (Caio Lopes), Talles Magno e Germán Cano.

Técnico: Maurício Barbieri.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Nabi Abi Chedid. Data: 20/01/2021. Horário: 21h30. Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS). Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e Jose Eduardo Calza (RS). VAR: Daniel Nobre Bins (RS)

A Rede Globo transmite a partida para RJ, ES, AP, RR, RO, AC, AM, PI, RN, PB, DF e Juiz de Fora (MG). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

 

Derrota para o Coxa é uma tromba d’água fria no otimismo vascaíno

A expulsão do Henrique atrapalhou muito o time, mas não justifica a derrota para o Coxa
A expulsão do Henrique atrapalhou muito o time, mas não justifica a derrota para o Coxa (Foto: http://www.coritiba.com.br)

O site do clube ostenta hoje a matéria “Com um a menos desde a primeira etapa Vasco é superado pelo Coritiba”. Como cabe a qualquer site oficial, a manchete ameniza a derrota, como daria cores mas vivas em caso de vitória.

Digo que o título ameniza a derrota porque estar com menos jogadores em campo não foi o que nos fez perder o jogo. Nem mesmo o fato de o gol adversário ter sido em – mais uma – bola defensável justifica o 1 a 0 para o Coritiba.

O Vasco perdeu para o Coxa porque jogou mal, algo que já estava acontecendo antes da expulsão do Henrique ou do Fernando Miguel ter aceitado o chute mais ou menos do volante do Coxa. A verdade é que o time do Pofexô fez um primeiro tempo digno do Sá Pinto. E os 45 minutos finais, quando o Coritiba se agarrou ao placar como um sobrevivente de naufrágio se agarra a um toco flutuante de madeira no oceano, o time não mostrou a capacidade de reação necessária para sequer empatar.

Para não dizerem que estou sendo muito rigoroso, podemos dizer que o time merecia pelo menos o empate, não apenas por ter pressionado o Coritiba – que, lembrando, mais se deixou pressionar que o contrário – e pelas duas chances claras que Cano teve e foram espetacularmente defendidas pelo goleiro Wilson (o melhor jogador do time adversário). Mas isso também é amenizar o resultado. Wilson fez a parte dele com maestria. E se nós não conseguimos nem um empate (que já seria péssimo, mas nos faria subir uma posição na tabela) foi porque não fizemos nossa parte a contento.

A derrota foi uma tromba d’água fria na cabeça da torcida, que depois da goleada no clássico contra o Botafogo, não espera nada além de uma vitória tranquila contra o lanterna da competição, que não tinha uma vitória há DEZ rodadas. Agora, ao invés de terminar a rodada a uma vitória de entrar na zona de classificação para a Sul-Americana, olhando pra cima na tabela, passaremos o domingo no humilhante exercício de secar concorrentes ao Z4. E com chances reais de voltar para lá ainda hoje.

Nossos próximos três jogos – Bragantino fora de casa, Galo na Colina e Palmeiras em SP – prometem nos trazer bem mais complicações que o Coritiba poderia oferecer. É hora do Luxa mostrar que pode corresponder a toda confiança que boa parte da torcida deposita em seu trabalho.

As atuações

Fernando Miguel – o Coxa não exigiu tanto do nosso goleiro. E quando o fez, o Barba aceitou mais um chute defensável, o que nos levou à derrota.

Léo Matos – no apoio, pouco fez; na defesa, cortou bisonhamente a bola no lance que originou o gol adversário. E, claro, levou seu cartãozinho amarelo habitual. Cayo Tenório entrou em seu lugar e teve maior presença ofensiva (muito por conta do Coritiba ter desistido de atacar por praticamente toda segunda etapa).

Werley – não teve participação direta no lance do gol e não chegou a comprometer. Podia pelo menos tentar caprichar um pouco mais nos passes, principalmente quando tenta fazer esticar as bolas ou iniciar as jogadas.

Leandro Castan – quase não teve trabalho e não comprometeu, apesar de um tropeço ou outro.

Henrique – de salvador a vilão em uma cotovelada.

Bruno Gomes – observou de longe a preparação do chute e deu as costas para a bola no lance do gol do Coxa. Mas de um modo geral, não foi mal. Foi correto no combate e na ocupação dos espaços.

Léo Gil – acertou o belo cruzamento para a cabeçada do Cano que só não terminou em gol para o Vasco por um milagre do Wilson. De resto, errou tudo o que tentou. Foi trotando para tentar impedir o chute do volante Hugo Moura e acabou no meio do caminho, não fazendo nada. Demorou, mas Gabriel Pec entrou em seu lugar e, infelizmente, não conseguiu ser muito útil na criação de jogadas.

Juninho – discreto, não chamou a responsabilidade para si em nenhum momento enquanto esteve em campo. Deu lugar ao Caio Lopes ainda no intervalo. E o garoto também apareceu pouco, mas ajudou o time a pressionar o Coritiba no seu campo de defesa.

Yago Pikachu – com a expulsão do Henrique, foi deslocado para a lateral esquerda, um dos erros do Luxa durante a partida: se o Pokémon não tem feito bons jogos na lateral direita, sua posição de origem, na esquerda ele simplesmente desapareceu. O treinador levou incontáveis minutos para perceber isso e colocou o Neto Borges em seu lugar. Que, apesar de ser um lateral esquerdo de ofício, foi tão nulo quanto o Pikachu.

Talles Magno – muito marcado desde o início de jogo, não conseguiu ser tão efetivo (quase marcou em um lance no primeiro tempo, mas o passe para ele não foi bom). Sua saída ainda no intervalo foi outra opção inexplicável do Luxa no jogo, já que o Talles era o único que levou o time ao ataque no primeiro tempo. Martín Benítez o substituiu e mesmo com uma clara falta de ritmo prejudicando seu futebol, deixou mais uma vez claro que, em boas condições, não pode ficar fora do time.

Germán Cano – ainda sem marcar sob o comando do pofexô, completou a quinta partida sem marcar, dessa vez, por méritos do goleiro Wilson, que impediu o gol do gringo duas vezes com defesas incríveis.

Contra o Coxa, o Vasco não pode perder pontos

Ben 10, de volta ao time, conversa com Luxa: contra o Coxa, o meia argentino começa no banco
Ben 10, de volta ao time, conversa com Luxa: contra o Coxa, o meia argentino começa no banco (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Sejamos francos: o Coritiba – nosso adversário na partida de hoje, na Colina – será um dos quatro times que cairão para a Série B ao fim do Brasileirão. Faça o que fizer nas nove rodadas que lhe restam, o Coxa precisaria de uma combinação de resultados tão inacreditável que cravar seu rebaixamento já hoje muito dificilmente errará.

O time paranaense não vence desde outubro, entabulando uma sequência de 10 partidas sem vitórias, com três empates e sete derrotas. Para entender o nível do problema, o Coritiba perdeu, EM CASA, para o Botafogo. É, o mesmo Botafogo que vencemos por 3 a 0 na rodada passada.

Ainda assim, se o Vasco encarar os 90 minutos do jogo como uma mera formalidade para computar mais três pontos, já começa facilitando as coisas para o adversário. E, como falei uns posts atrás, o estilo coach-motivacional-gritado do Luxa não é daqueles que perdoam comandados que entrem de salto alto em campo. O pofexô sabe que este é o tipo de confronto pra entrar em campo e amassar o oponente enquanto a bola estiver rolando, sem precisar que o Henrique nos salve evitando gols em cima da linha.

O time deve ser o mesmo que iniciou o clássico contra o Botafogo, com exceção do Cayo Tenório, que volta ao banco com o retorno de suspensão do Léo Matos. E, mesmo que o Benitez já esteja regularizado e até tenha sido relacionado, é melhor manter o time que já teve boas atuações que colocar o gringo sem ritmo apenas porque ele era titular antes do Luxa chegar. Mas é aquilo: que o Juninho não vacile, porque se o Bem 10 entrar e fizer a diferença, as chances do garoto ganhar um ticket permanente pro banco é grande.

Seja como for, e guardado o devido respeito ao Coxa, o jogo de hoje é daqueles que não podemos nos dar ao luxo de perder pontos. Não contra um adversário tão frágil e afundado na lanterna da competição e não na situação em que nos encontramos, ainda longe de estarmos numa posição segura. Então hoje, para Luxa e seus comandados, é vencer ou vencer. Sem desculpas.

Vasco X Coritiba

Fernando Miguel; Léo Matos, Werley, Leandro Castan e Henrique; Bruno Gomes, Leonardo Gil e Juninho; Yago Pikachu, Talles Magno e Germán Cano.

Wilson, Maílton, Rhodolfo, Sabino e Guilherme Biro (Jonathan); Hugo Moura, Nathan Silva e Sarrafiore; Pablo Thomaz (Cerutti), Neilton e Ricardo Oliveira.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Técnico: Gustavo Morínigo.

Estádio: São Januário. Data: 16/01/2021. Horário: 21h. Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP). Assistentes: Daniel Luis Marques (SP) e Eduardo Goncalves da Cruz (MS). VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)

O Canal Premiere transmite para seus assinantes de todo o Brasil e no sistema Pay-per-view.

 

Vasco vence Bota e sobe mais um degrau

Talles comemora seu gol: atacante volta a jogar bem e foi importante na vitória vascaína
Talles comemora seu gol: atacante voltou a jogar bem e foi importante na vitória vascaína (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

A impressão que o Vasco passou para quem assistiu a tranquila vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo é de que, fosse esta uma atuação normal do time no Brasileirão, não estaríamos em uma situação de “sair da zona da confusão”.

Não que o adversário tenha nos proporcionado maiores complicações – pelo contrário, o Botafogo mostrou uma fragilidade impressionante, maior até que no primeiro turno, quando também vencemos – ou que a equipe tenha tido uma apresentação de gala, com variações táticas e jogadas ensaiadas em profusão.

O caso não foi esse. A principal diferença entre o Vasco de ontem e o Vasco de algumas rodadas atrás foi o desempenho individual. E nisso, não dá pra negar a influência, e os méritos, do técnico.

Fica difícil não creditar ao Luxa a evidente diferença de motivação dos jogadores, principalmente quando vemos que vários deles tiveram suas melhores atuações em muito tempo nas duas últimas partidas. Castan, Henrique, Bruno Gomes, Talles e até mesmo o Pikachu, que mesmo não jogando bem ontem, conseguiu terminar um jejum de gols que começou…exatamente depois do pofexô ter deixado o Vasco em 2020.

Ainda há problemas? Sim, o mais visível deles, o rápido cansaço que o time apresenta, mesmo entre os mais jovens. Mas tanto isso, como a falta de opções no banco, é algo que o técnico possa resolver. O primeiro problema, o preparador físico pode resolver; já o segundo, só a nova diretoria pode dar um jeito.

Seria se deixar levar pela empolgação dizer que, caso o Luxa estivesse desde o começo do ano no clube, o Vasco estaria disputando o título ou pelo menos uma vaga na Libertadores. Mas os jogos da equipe sob nova direção – tanto o de ontem, como o empate com o Atlético-GO, na última rodada– permitem sim que a torcida fique mais otimista. A vitória no clássico nos fez subir mais um degrau que nos afasta da zona da confusão, nos deixando na 15ª posição e a três pontos do Z4. Se continuarmos assim no “pojeto campeonato de 12 jogos”, quem sabe não subimos os degraus que precisamos pra chegar a uma vaguinha na Sul-Americana?

As atuações

Fernando Miguel – teve menos trabalho do que deu trabalho à sua já famosa sorte. Falhou no gol do Botafogo, mas por (olha ela aí!) sorte o lance foi anulado.

Cayo Tenório – a preocupação era que o garoto tivesse problemas na parte defensiva, mas o Botafogo não chegou a ameaçar. Ajudou no apoio, inclusive participando do lance do primeiro gol. Jadson entrou em seu lugar e não chegou a fazer qualquer coisa digna de nota.

Werley – sem um adversário que lhe trouxesse muitos problemas, foi ao ataque cometer seus erros: perdeu o gol mais feito da partida por não conseguir dominar uma bola quase embaixo da trave.

Leandro Castan – não deixou que os atacantes alvinegros se criassem, se saindo melhor em praticamente todos os combates diretos, antecipações e bolas aéreas. Podia tentar fazer MENOS lançamentos, já que erra muito quando tenta sair esticando as bolas.

Henrique – outra vez herói, outra vez decisivo: evitou o empate botafoguense salvando outro gol em cima da linha. E ainda acertou um belo cruzamento para Talles abrir o placar.

Bruno Gomes – muito bem na proteção à zaga, combate e ocupação dos espaços. E o mais importante, parece que a fase das expulsões é coisa do passado. Marcos Junior entrou em seu lugar no fim do jogo não teve tempo para cometer erros graves.

Leo Gil – com a chegada do Luxa, passou a ter maiores responsabilidades na parte da criação. Não consegue ser o armador que o time precisa, mas conseguiu ajudar o Vasco a manter a pressão durante o primeiro tempo, com muita movimentação. Responsável pelas bolas paradas, criou lances de perigo nas faltas e escanteios. Mais uma vez cansou muito cedo no segundo tempo e deu lugar ao Caio Lopes, que deu novo gás ao cansado meio-campo vascaíno e teve importante participação no segundo gol vascaíno.

Juninho – parece querer exibir a qualidade técnica em demasia e com isso perde objetividade. O dia que for mais ágil ao passar a bola, será muito mais útil ao time. Inexplicavelmente estava tão cansado aos 20 minutos do segundo tempo que precisou dar lugar ao Andrey, que marcando o segundo gol em um momento no qual o alvinegro tentava ameaçar, tranquilizou e praticamente resolveu o jogo.

Yago Pikachu – um primeiro tempo apagado e um segundo ainda mais sumido. Quando tudo indicava que sua participação mais marcante na partida seria a discussão acalorada que teve com o Castan, sofreu, cobrou e converteu o penal que deu números finais ao placar do jogo.

Talles Magno – impressionante o “efeito pofexô” sobre o Talles: bastaram duas partidas pro garoto voltar a jogar com alegria, desenvoltura e, o melhor, efetividade. Infernizou a zaga adversária, marcou o primeiro gol e participou da jogada do segundo. No fim do jogo deu lugar ao Gabriel Pec, que no pouco tempo que esteve em campo, deixou o Cano na cara do gol com um excelente passe.

Cano – com a melhora do time, tem sido mais acionado. Mas aí, o inesperado acontece e a máquina de gols começa a perder chances, algumas bem claras. Esperemos que compense na partida contra o Coxa.

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