O empate em 2 a 2 com o Palmeiras foi aquele tipo de jogo pra deixar qualquer torcedor do Vasco com sentimentos conflitantes.
Ver o Vasco fazer um jogo parelho com o melhor time do Brasil é ótimo; vê-lo ceder o empate depois de abrir dois gols de diferença é frustrante.
Ver nosso ataque ser eficiente – talvez o pior problema que tivemos nesse começo de temporada – com os três jogadores da posição participando dos dois gols é ótimo; ver nossa defesa (um dos pontos altos do time nesse começo de temporada) tomar dois gols bobos por falhas de posicionamento é frustrante.
Ver o Vasco terminar a segunda rodada entre os cinco primeiros (entre os quatro, dependendo do fechamento da rodada) é ótimo; saber que tivemos a chance de terminar empatados na liderança e não conseguimos é frustrante.
Ver nosso time titular, ainda em construção e necessitando de peças que lhe dê maior consistência, competir em igualdade – e até ser superior em muitos momentos – com um dos elencos mais caros e já consolidados do futebol brasileiro é ótimo; ver que, na hora das substituições, qualquer adversário melhor estruturado têm peças que pelo menos mantém o nível de atuação do time e nós não, é frustrante.
Mas, no fim das contas, não dá pra lamentar o empate, mesmo da forma como aconteceu. O Vasco teve uma atuação digna – ainda que, na minha opinião, em nível um pouco abaixo da que teve na vitória sobre o Galo – e não podemos esquecer o atual momento da equipe. Por enquanto, é o que temos: um time que compete e que já mostrou, mesmo tendo suas oscilações, que não será presa fácil como costumávamos ver em outros tempos. Pode (e VAI) melhorar. E ai, é esperar a janela do meio do ano e esperar que cheguem reforços que qualifiquem o grupo.
Repito: neste momento, o Vasco empatar com o favorito ao bicampeonato do Brasileirão, mesmo jogando em casa, é sim um bom resultado. E ter que admitir isso, é frustrante.
As atuações
Léo Jardim – teve algum trabalho com chutes de fora da área, mas correspondeu. Não teve chance para fazer muita coisa nos gols sofridos.
Puma Rodríguez – fez boa dupla com Pec nas subidas ao ataque, mas penou com os avanços alviverdes pela sua lateral, principalmente no segundo tempo.
Robson – cumpriu bem sua função de “zagueiro-zagueiro” na maior parte do tempo, mas cochilou feio nos dois gols palmeirenses (principalmente no primeiro). Capasso entrou em seu lugar, foi afobado em alguns lances, mas não sofremos gols com ele em campo.
Léo – jogou com firmeza e mais uma vez ajudou nas saídas de bola. Mas também vacilou no lance do segundo gol que sofremos.
Lucas Piton – no primeiro tempo teve bastante trabalho com as subidas palmeirenses pelo seu lado de campo, mas fez grande jogada no segundo gol do Vasco, dando belo drible sobre seu marcador e acertando um cruzamento na medida para o Pedro Raul.
Rodrigo – sobra transpiração ao volante, mas falta inspiração. Muitas vezes roubou a bola para, na sequência, devolvê-la ao adversário com toques ruins. Marlon Gomes entrou em seu lugar e não conseguiu ser uma opção de velocidade para os contra-ataques, aparecendo mais fechando os espaços no meio.
Andrey – deu consistência ao meio de campo, ajudando tanto no combate como na organização de jogadas ofensivas. Foi bem, mas ainda assim parece precisar de ajuda na parte criativa.
Jair – a visão de jogo e o ótimo lançamento que fez para o Alex Teixeira no lance do primeiro gol vascaíno seria o bastante para elogiar sua atuação. Cansou no segundo tempo e deu lugar ao Galarza que fez o de sempre: não muito além da correria meio estabanada para fechar os espaços no meio de campo.
Gabriel Pec – tá difícil pros “antis” continuarem criticando: Pec mais uma vez foi um dos destaques do time, sendo a melhor opção de ataque em velocidade e marcou mais uma vez. Quando as pernas pesaram, deu lugar ao Orellano, que também deu trabalho à defesa palmeirense. Precisa de mais tempo em campo pra engrenar (e, provavelmente, ter uma chance atuando pelo meio, não pelas pontas).
Alex Teixeira – em um jogo muito pegado e intenso, teve problemas para superar a marcação alviverde. Mas compensou fazendo a assistência perfeita para o gol do Pedro Raul. Figueiredo o substituiu quando o time precisava de um gás novo. Acabou não sendo muito efetivo.
Pedro Raul – boa atuação do centroavante: segurou a marcação, fez o pivô, ajudou na criação e ainda teve participação decisiva nos dois gols vascaínos (marcando o primeiro). Que deslanche de vez daqui pra frente.