Vasco fica no empate com o Boavista

Raniel comemora: centroavante mostrou mais uma vez vocação para o gol
Raniel comemora: centroavante mostrou mais uma vez vocação para o gol (📷 Celso Pupo/Fim de Jogo)

Quando uma partida de futebol é marcada às 21 horas de um sábado, as chances de um imprevisto impedirem que o torcedor acompanhe o jogo aumentam. Foi o que aconteceu ontem, com o empate entre Vasco e Boavista em 1 a 1: um imprevisto aconteceu e não pude ver o confronto.

Mas pelo que vi nos melhores momentos – esses do vídeo aí embaixo – tivemos um desses empates com cara de começo de temporada: o time demora a engrenar; quando se acerta, passa a dominar o jogo, cria e desperdiça chances, mas consegue marcar um gol. Aí vem a sequência: cansaço pela falta ritmo > substituições > queda de rendimento pela falta de entrosamento.  Essa sequência leva a duas possibilidades: ou o jogo vira aquele espetáculo de dar dor nos olhos ou o Vasco passa ser pressionado. E eventualmente cede o empate, como ontem.

No fim das contas, o resultado não faz tanta diferença, nem no estágio de preparação no qual está o time, nem por ser ainda a segunda rodada da Taça Guanabara e, sejamos sinceros, quem está muito preocupado com o Carioca esse ano? Como falei no post de ontem, neste momento é muito mais importante ver o Vasco mantendo um padrão de jogo e evoluindo aos poucos que vencer times de menor investimento no Estadual.

Como não vi a partida, mais uma vez não vão rolar as análises individuais. Mas vale citar o Raniel, mostrando ser um “centroavante-centroavante“, marcando seu segundo gol em dois jogos e, como sempre, o belo passe do Nenê no lance do gol. O Vovô tá aí mostrando seu valor: dos cinco gols vascaínos no ano, o veterano participou dos lances de três e marcou um.

Vasco x Boavista: jogar bem é mais importante que a liderança

Mesmo com mais opções no elenco, Zé Ricardo não deve mexer muito no time para o jogo contra o Boavista
Mesmo com mais opções no elenco, Zé Ricardo não deve mexer muito no time para o jogo contra o Boavista (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

Algo certamente esperado por poucos – e eu me incluo nessa – o Vasco chega à segunda rodada da Taça Guanabara lutando para manter a liderança do Estadual, em partida contra o Boavista, na Colina. Caso vença, seguirá com 100% de aproveitamento, após bater o Voltaço, fora de casa, na estreia da competição.

E o que isso tudo significa? Como diria o atual apresentador de reality show, nada. Só jogamos uma partida e o Carioquinha não é parâmetro pra nada. É melhor estrear com uma vitória, claro, mas como diz o grande vascaíno e parceiro Rapha Conceição:

Então, o ideal é continuar “não perdendo” no Estadual e vencer o Boavista na primeira partida que jogamos em casa nesse Estadual. Não significará muito? Provavelmente, não. Mas o time da Região dos Lagos já mostrou que pode complicar a vida dos grandes, arrancando um empate com o Botafogo no Vazião, na ptimeira rodada.

Mesmo com a regularização do Vanderlei, Galarza e das caras novas Matheus Barbosa e Getúlio, Zé Ricardo não deve mexer no time que venceu o Voltaço. Se rolar uma alteração, deve ser a estreia do Luis Cangá no lugar do Ulisses, que demonstrou alguma insegurança na quarta passada.

Mais importante que manter a liderança nesse momento, é manter o promissor padrão de jogo que tivemos na estreia e, claro, apresentar alguma evolução na parte defensiva.  Se com isso o time de Zé Roberto tiver outra boa atuação, saberemos que uma vitória significará mais que estar no topo da tabela no momento.

Vasco X  Boavista

Thiago Rodrigues, Weverton, Ulisses (Luis Cangá), Anderson Conceição, Edimar; Yuri Lara, Juninho, Nenê, Bruno Nazário, Gabriel Pec e Raniel.

Fernando, Wellington Silva, Diogo Rangel, Kadu e Bull; Ralph, Marquinho e Biel; Matheus Alessandro, Marquinhos e Di Maria

Técnico: Zé Ricardo.

Técnico: Leandrão.

Estádio: São Januário. Data: 29/01/2022. Horário: 21h. Arbitragem:Rodrigo Carvalhaes de Miranda. Assistentes: Wallace Muller Barros Santos e Guilherme Voga Tavares.

TV: Claro TV, DirecTV, Sky, Vivo transmitem no sistema Pay-per-view. Internet: Cariocão Play e Eleven Sports transmitem no sistema Pay-per-view.

Estreia com ‘semigoleada’: Vasco bate o Voltaço em atuação promissora

Boa estreia: goleada do Vasco sobre o Voltaço animou a torcida
Boa estreia: goleada do Vasco sobre o Voltaço animou a torcida (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

De onde menos se espera, as vezes, coisas boas aparecem. Contrariando os prognósticos – que não eram dos melhores – o time de desconhecidos comandado pelo Zé Ricardo estreou com uma consistente vitória por 4 a 2 sobre o Volta Redonda.  A equipe não apenas encerrou uma “tradição” de dois anos (desde 2019 o Vasco não vence sua primeira partida no ano), como também mostrou um futebol acima do esperado pelo tempo de preparação que teve.

Ainda que não se justifiquem empolgações exageradas, o Vasco apresentou-se bem na maioria do tempo. Tirando o comecinho da partida, quando o Voltaço até tentou uma graça e quase abriu o placar em – adivinhem! – um lance de escanteio, o Vasco dominou o adversário e as ações da partida. Os raros momentos de sufoco que passamos aconteceram quando nós mesmos demos bobeira e facilitamos para o arrumadinho time dos anfitriões.

O time se movimentou bem e depois de sofrer um pouco no início começou a marcar gols e, o mais interessante, em jogadas bonitas. Mostrando força ofensiva pela direita, Pec, o estreante Raniel e Nenê colocaram o Vasco em grande vantagem já no primeiro tempo. Vantagem essa que só não foi maior porque demos um gol ao Volta Redonda, numa recuada de bola infeliz que culminou em pênalti para eles já nos acréscimos. Com o 3 a 1, o time sabia que deveria continuar ligado na etapa final.

E foi o que aconteceu. Logo aos três minutos do segundo tempo, Juninho recebeu de Nenê e marcou o quarto gol vascaíno. Ainda correndo atrás do prejú, os donos da casa começaram a mexer no time, o Vasco também e, natural, voltamos a passar um tempo maior no nosso campo defensivo. O Volta Redondo chegou a diminuir o placar novamente, mas não teve força o bastante para nos ameaçar, seguindo a semigoleada até o apito final.

Para uma estreia, foi um jogo além do satisfatório. É preciso de ajustes, claro. O time ainda é manco pra direita, lado do campo onde concentramos demais as subidas ofensivas e defensivamente mostramos alguma insegurança. Mas é preciso se levar em consideração a falta de ritmo e entrosamento de um time formado quase completamente por jogadores que não se conheciam até um mês atrás. É o Carioquinha, foi contra o Volta Redonda, mas sim: dentro das suas possibilidades, o Vasco do Zé Ricardo parece ser promissor.

Aqui, onde normalmente eu falaria das atuações, tenho que começar reclamando da transmissão feita pelo Cariocão Play, um canal criado exclusivamente para transmitir o campeonato e esteve longe de conseguir fazer um trabalho aceitável. Falta de som ambiente, narrador errando os nomes dos jogadores, travamentos, delay no sinal…Definitivamente, é impossível não sentir saudades dos tempos em que os direitos do Estadual pertenciam àquela emissora que vocês detestam.

Mas porque hoje não teremos uma análise dos jogadores? Porque não vi mais que cinco minutos do segundo tempo da partida, graças à queda de sinal (aí, nada a reclamar do Cariocão Play, mas sim da Sky). Do que eu vi, o destaque óbvio para os jogadores de frente. Gabriel Pec (um gol e uma assistência), Nenê (um gol e participação nas jogadas de outros dois), Bruno Nazário (uma assistência e boa movimentação) e Raniel (um gol mostrando bom posicionamento na área) foram todos bem ou muito bem.

Os volantes Juninho e Yuri Lara também se destacaram, o primeiro por marcar um gol e mostrar habilidade quando aparecia na frente e o segundo pelo seu poder de marcação.

Os laterais foram regulares: Weverton mostrou ser eficiente no apoio, mas vacilou feio no recuo de bola que originou o pênalti para o Voltaço; já o Edimar não comprometeu, mas ficou muito preso à parte defensiva, mesmo nos momentos em que o Vasco mais pressionava.

A zaga também teve seus altos e baixos, mas podemos dar um desconto: ainda levará tempo para que Ulisses e Anderson Conceição tenham o entrosamento ideal. O goleiro Thiago Fernandes também teve momentos de irregularidade na sua estreia pelo Vasco. Se fez duas ou três boas defesas ao longo da partida, também deu alguns rebotes perigosos e teria chance de corrigir o recuo equivocado no lance do penal, mas não percebeu o avanço do atacante e foi lento na jogada.

Vasco estreia no Estadual com Nenê e mais 10

Contra o Voltaço, o veterano Nenê será o rosto mais conhecido no Vasco versão 2022
Contra o Voltaço, o veterano Nenê será o rosto mais conhecido no Vasco versão 2022 (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

Depois da garotada da base trazer alguma empolgação para o torcedor vascaíno (ainda que terminando precocemente sua participação na Copinha), 2022 começa na prática hoje, com a estreia do Vasco pelo Estadual. E o primeiro compromisso oficial de Zé Ricardo e seus comandados é contra o Volta Redonda, no Raulino de Oliveira.

Há pouco a se dizer a respeito, pelo menos da minha parte. E isso se vê logo pelo título do post: ele não é uma exaltação ao veteraníssimo Nenê; é uma constatação, melancólica por sinal, do elenco que o Vasco tem hoje.

Digo isso porque, não fosse por Juninho e Pec – que devem estar em campo hoje (o segundo apenas porque o meia Vitinho, um dos reforços que acabaram de chegar, já se contundiu) – o título da publicação de hoje seria literal. Dos 11 jogadores que teremos em campo, pelo menos oito são daqueles que, como dizem, não seriam reconhecidos se cruzássemos por eles na rua. Vá lá, sete, se considerarmos o atacante Bruno Nazário, que deve ser lembrado pelos tempos que atuou no Botafogo.

Então, para evitar leviandades e injustiças, melhor não tecer comentários a respeito de uma equipe que, aí sim literalmente, desconheço por completo. Até porque, o pouco que se sabe são os resultados de dois jogos-treino: uma vitória sobre um time de sindicato e uma derrota para um dos adversários que teremos no Carioca.

Mas jogo é jogo, e jogo-treino é jogo-treino. Quem sabe Zé Ricardo não aparece com alguma novidade e consegue fazer surpreender a todos com uma boa partida da sua equipe?

Não dá pra esperar muito mais que isso, né?

Volta Redonda X  Vasco

Vinícius Dias, Iury, Daivison, Dilsinho e Luiz Paulo; Muniz, Bruno Gallo e Caio Vitor; Pedrinho, MV e João Vitor.

Thiago Rodrigues, Weverton, Ulisses, Anderson Conceição e Edimar; Yuri Lara, Juninho, Nenê; Gabriel Pec (Isaque), Bruno Nazário e Raniel.

Técnico: Neto Colucci.

Técnico: Zé Ricardo.

Estádio: Raulino de Oliveira. Data: 26/01/2022. Horário: 19h. Arbitragem: Alexandre Vargas Tavares de Jesus. Assistentes: uiz Cláudio Regazone e Daniel de Oliveira Alves Pereira.

TV: Claro TV, DirecTV, Sky, Vivo transmitem no sistema Pay-per-view.

Internet: Cariocão Play e Eleven Sports transmitem no sistema Pay-per-view.

Mesmo com um elenco pra lá de enxuto, o Vasco não poderá contar com todos os atletas do grupo neste início de Taça Guanabara/Cariocão. Isso porque, vejam vocês, alguns dos jogadores não foram inscritos a tempo na competição.

É o tipo de “problema” – chamemos assim – que sempre acontece, entre diretoria, saia diretoria. Esse ano, pelo menos, há uma nota no site oficial “justificando” – chamemos assim – os desfalques por burocracias não resolvidas a tempo.

E vocês aí reclamando que nada melhora, né?

Eliminação precoce com saldo positivo para a garotada na Copinha

Figueiredo, na última foto oficial como capitão na Copinha 2022: centroavante foi o grande destaque vascaíno na competição
Figueiredo, na última foto oficial como capitão na Copinha 2022: centroavante foi o grande destaque vascaíno na competição (📷: Rubens Chiri/Saopaulofc.net)

Então chegou ao fim a campanha da garotada do Vasco na Copinha 2022, com a derrota para o São Paulo por 4 a 2 pelas oitavas de final da competição. Não pude ver a goleada sobre o Joinville por 4 a 0, nem  o empate com o Audax (com vitória nos penais) em 1 a 1, mas como não poderia deixar de ser, parte da torcida (pelo menos na minha timeline do Twitter), se comportou da forma padrão: os elogios se transformaram em críticas.

Natural e, sim, o time ontem não conseguiu repetir as melhores atuações que teve ao longo do campeonato (não que alguém devesse esperar outros 12 a 0 no decorrer da competição). Mas muita gente simplesmente ignorou o nível do adversário do outro lado e preferiu enxergar os “defeitos” dos garotos.

Como tenho por convicção que se deve ter paciência e relevar os altos e baixos que jogadores da base apresentam, não tenho como não considerar o saldo desta Copinha positivo, ainda que tenhamos sido eliminados precocemente.  O jogo com o São Paulo, pelo que ambas as equipes apresentaram na competição, poderiam estar em uma final não tivesse o regulamento promovido tão cedo o cruzamento entre os dois times. E, fosse em uma final, o Vasco teria a presença do zagueiro Pimentel, que ontem fez muita falta.

Não que seja o caso de responsabilizar o regulamento ou um solitário desfalque pelo resultado de ontem. A molecada ontem vacilou em pelo menos três dos quatro gols, deu azar em alguns lances e não teve competência para diminuir a diferença para o tricolor mais cedo, desperdiçando uma ou duas boas chances.

Do jogo de ontem, ficam os dois belos gols do Figueiredo – por enquanto, artilheiro da Copinha – e Andrey. E da competição, de um modo geral, a impressão de que alguns garotos têm plenas condições de ajudar o time principal nesta temporada.

Desde que, claro, não sejam queimados pela costumeira falta de paciência dos vascaínos.

Garotada 100%: Vasco se classifica com mais uma vitória

 

Vasco comemora a virada contra o SKA-Brasil na Copinha
Faltava a virada: garotada comemora com Figueiredo, autor do gol da vitória sobre o SKA-Brasil(📷 Roberto Zacarias/Vasco)

Sempre me pergunto quando poupar jogadores se tornou uma regra que não pode ser violada em hipótese alguma. Sinceramente não me lembro disso ser uma prática nas longínquas décadas de 80 e 90. Talvez houvesse menos jogos nessa época, não sei. Mas pegando 1997 como exemplo, disputamos o Carioca, Brasileirão, Copa do Brasil, Rio -SP, Supercopa e até uma Teresa Herrera. Alguém se lembra de ver o Vasco de Edmundo, Galvão, Germano e cia. jogar com um time na sua maioria de reservas em alguma das competições?

Pode ter acontecido, em uma ou outra partida mais decisiva. Mas não era uma obrigação, como parece ser hoje. Mas não é esse o assunto. O assunto é a vitória do Vasco sobre o SKA-Brasil, por 2 a 1. Pelo placar – e depois de um 5 a 1 contra o Lagarto-SE e um 12 a 0 contra o Rio Claro-SP – é fácil perceber que ontem tivemos o adversário mais complicado desta primeira fase da Copinha.

E é aí que voltamos ao começo do post. Toda complicação que tivemos foi fruto da opção por jogarmos com sete reservas.

Vejam, não tenho nada contra poupar jogadores. No caso de ontem, era até o lógico a se fazer. Já estávamos classificados para a próxima fase, a competição tem jogos em sequência e nem é preciso explicar os benefícios de colocar em campo uma molecada mais descansada em um jogo eliminatório.

Mas era tudo uma questão de prioridades: era importante a classificação em primeiro do grupo (para que o time não precisasse ter todo o trabalho logístico com o deslocamento para Osasco, onde teria que jogar se passasse como segundo do grupo)? Se era, talvez fosse o caso de poupar menos jogadores. Até porque, convenhamos: com a idade que os garotos têm, todos devem ser uns fominhas de bola, que não perderiam a chance de entrar em campo para mais uma partida.

Resultado: poupamos jogadores importantes pro time, os reservas não conseguiram corresponder (também por méritos do SKA, que realmente era o adversário mais complicado do grupo) e Igor Guerra precisou colocar os titulares depois do intervalo. E com eles em campo, o Vasco foi sempre superior, pressionando o SKA tanto quanto pressionou nas outras partidas, até conseguir a virada.

Talvez fosse por isso, né? Depois de duas goleadas, estava faltando uma vitória por virada, bem ao estilo cruzmaltino. Agora não falta mais.

Falando sobre a partida, ficou clara a diferença de nível entre os reservas e titulares do nosso sub-20. Não que os suplentes tenham jogado mal…mas acabaram sofrendo com a falta de entrosamento (erraram bem mais passes que os titulares, por exemplo) e de pontaria, nas vezes que tiveram chance de marcar. E não podemos ignorar que o SKA é um time bem treinado e que conta com jogadores talentosos.

Mas a entrada dos titulares no segundo tempo evidenciou a superioridade vascaína sobre o adversário. Enquanto nossos reservas não conseguiram conter o ímpeto ofensivo do SKA, o Vasco com seus titulares pressionou a equipe paulista da mesma forma que fez contra os dois adversários anteriores: marcação adiantada, recuperação de bola de forma rápida e muita pressão ofensiva. Demorou, foi com emoção, mas a virada acabou chegando. E foi mais que merecida.

Garotada massacra Rio Claro e entra para história do Vasco na Copinha

Vinícius marca seu terceiro gol na Copinha, o segundo de pênalti, na histórica golada por 12 a 0 sobre o Rio Claro
Vinícius marca seu terceiro gol na Copinha, o segundo de pênalti, na histórica golada por 12 a 0 sobre o Rio Claro (📷 João Carlos Gomes/Vasco)

O almoço de sábado acabou às 14h03 e quando olhei o relógio vi que tinha esquecido do jogo da Copinho, entre Vasco e Rio Claro. Liguei a TV às 14h09 e, seguindo o hábito de ver as partidas enquanto tuito a respeito, já tinha preparado a piada: “E aí, já está 1 a 0 Vasco?

Antes de dar tempo de digitar o tweet, apareceu o placar e o Vasco já vencia por 2 a 0. E, antes que eu conseguisse escrever qualquer coisa, Marcos Dias ampliou em uma bela cobrança de falta.

Não tinha saído o 4º gol ainda, e eu comentei:

E acabou sendo isso mesmo…diante de um 12 a 0, histórico para o clube e para a competição (maior goleada vascaína, terceiro placar mais dilatado em todas as edições da Copinha e a maior até agora este ano), termos garantido a classificação para a próxima fase com o resultado até perdeu um pouco da importância.

Mas ainda mais legal que o placar, foi a forma como ele construído. A disposição da garotada, jogando leve como cabe aos rapazes da idade deles, conta, mas o bom mesmo foi ver como eles mantiveram o foco e mostraram a gana em marcar gols e mais gols mesmo com uma vitória já consolidada na metade do primeiro tempo.

E tudo isso por quê? Aparentemente, porque todos queriam, de alguma forma, deixar sua marca na história vascaína. Como a inversão de valores parece ter se tornado um hábito na Colina, seria bom que nosso time profissional se inspirasse nesse espírito que garotos da base têm mostrado.

De todo modo, sabemos como pensa o vascaíno médio. Hoje, Zé Ricardo pode até agradecer sua contratação ter sido feita antes do início da Copinha, caso contrário, certamente haveria um coro pela efetivação do Igor Guerra (como já há gente pedido vários dos garotos como titulares dos profissionais).  Mas se a vitória sobre o Lagarto-SE e a de ontem empolgaram, no fim das contas nada além do título manterá a lua de mel entre a torcida, o atual time sub-20 e seu treinador.

Sobre a partida, desnecessário dizer que o nível do Rio Claro  como adversário era bem baixo. Ainda assim, é inegável que o massacre que vimos foi muito mais resultado das qualidades do time do Vasco que das limitações do nosso oponente. Com marcação alta e pressionando durante toda a partida, o único atleta cruzmaltino que não se destacou foi o goleiro Cadu, por total falta de trabalho. De resto, mesmo os zagueiros foram bem, roubando as bolas que raramente passaram do meio de campo. Figueiredo mais uma vez foi o principal nome do jogo, marcando três vezes e assumindo a liderança na artilharia da Copinha, com cinco gols em dois jogos.

Vasco estreia na Copinha com vitória contundente

Marcando dois golaços, Figueiredo foi um dos destaques do Vasco na boa vitória sobre o Lagarto-SE, na estreia da Copinha
Marcando dois golaços, Figueiredo foi um dos destaques do Vasco na boa vitória sobre o Lagarto-SE, na estreia da Copinha (📷: João Carlos Gomes/Vasco)

Enquanto os reforços que chegam a São Januário não empolgam – o atacante Raniel e o meia Vitinho, os dois últimos anunciados, são evidentes apostas – o torcedor vascaíno deve buscar empolgação onde pode. Por exemplo, na vitória da molecada do Vasco na estreia da Copa São Paulo, batendo o Lagarto-SE por contundentes 5 a 1.

Tá, talvez empolgar seja um termo forte, mas o time do técnico Igor Guerra teve uma atuação que animou quem acompanhou a partida. Sabemos como é a competição: uma penca de clubes pequenos tentando fazer caixa negociando garotos que suam sangue em campo para mostrar serviço em uma das poucas chances que têm diante de uma vitrine nacional. Mesmo assim, o padrão é ver os clubes mais tradicionais engolirem os times mais modestos.

Mas apesar do placar com “cara de Copinha”, a equipe sergipana não foi um adversário prostrado. O Lagarto nos deu algum trabalho e mesmo sendo goleado, não vendeu tão fácil a derrota. A vitória veio porque o Vasco jogou bem. Depois de uma aparente insegurança inicial, o time dominou o jogo por boa parte dos 90 minutos e deu uma palhinha do que a torcida deve esperar: uma equipe que tenta aliar a valorização a posse de bola (em alguns momentos, a impressão de que Igor Guerra é um discípulo do Fernando Diniz ficou clara) com uma intensa movimentação e transições rápidas para o ataque.

Todos, incluindo quem entrou ao longo do jogo, atuaram bem ou mesmo muito bem. Os destaques foram, claro o ataque – principalmente Figueiredo (que marcou duas vezes), Juan e Rayan, que entraram e precisaram de poucos minutos para marcar seus gols – e o zagueiro Pimentel. O único vacilo do time foi no lance de pênalti, desperdiçado pelo adversário, protagonizado pelo goleiro Cadu e o lateral JP Galvão. Nada que possa comprometer os garotos.

A goleada levou o Vasco à liderança do seu grupo e deve ter dado mais confiança para a garotada mostrar mais da sua qualidade daqui pra frente. Vencendo a próxima partida, que acontece no sábado, a #BaseForte já encaminhará bem sua vaga na próxima fase da copinha.

Mas não custa lembrar: é preciso manter a serenidade e segurar a ansiedade. Não a molecada, mas a torcida, que depois do jogo de ontem, já deve estar louca pra pedir uns seis ou sete dos meninos entre os titulares do time profissional.

2021: o ano que deixei de ser Vasco…

A gente até consegue sair da Colina. O impossível é São Januário sair da gente...
A gente até consegue sair da Colina. O impossível é São Januário sair da gente…

Se você está lendo esse post, ou é um dos poucos leitores que me restam depois desse mais de mês que passei sem atualizar o blog (acho que o maior período que passei sem falar sobre o Vasco na internet nos últmos quase 14 anos) ou entrou por curiosidade por causa do título apelativo, quase um clickbait.

Nos dois casos, sendo você um torcedor do Vasco e me conhecendo ou não, sabe que esse título é uma impossibildade. Quem é REALMENTE vascaíno não deixa de ser Vasco. Chame de sina, patologia ou tendência  masoquista, a realidade é essa: a gente pode sair de São Januário, mas São Januário não sai da gente.

Mas o título é apenas MEIO mentiroso. Porque, sim, eu deixei de ser Vasco. Não em definitivo, o que entraria no caso das impossibilidades como disse acima. Mas nas últimas semanas abandonei as notícias, não entrei no site oficial, não vi outros blogs sobre o time, ignorei os programas esportivos e restringi minha participação como torcedor ao pagamento do meu plano de sócio (e isso por que as cobranças são automáticas).

Por que isso? Porque 2021 foi terrível demais. Porque depois de escrever sobre o clube em portais esportivos e em blogs independentes desde 2007, conscientemente eu me dei férias do Vasco. Porque depois de quatro rebaixamentos em menos de 15 anos, ver o clube não conseguir retornar à elite (e assim atingir o que considero seu ponto mais baixo em mais de 12 décadas de história) foi demais até pra mim.

E, convenhamos: que vascaíno, depois de uma temporada horrorosa como a que tivemos, merecia acompanhar uma última rodada de Série B como essa?

Não vi a partida, nem os melhores momentos. E basta olhar o post aí de baixo pra saber que, antes da bola rolar, eu já achava que não valeria a pena mesmo.

A questão é que nada melhorou o bastante para o torcedor do Vasco ter muitas esperanças de um 2022 redentor, pelo menos, no nível que nossa tradição mereça. Como disse, não acompanhei as notícias do clube nesse período, mas sei que Zé Ricardo assumiu, um monte de tralhas foi embora, alguns outros jogadores chegaram e continuamos com aquele patrocínio lazarento. Abusolutamente nada que faça o vascaíno soltar fogos por aí.

Ainda assim, aproveito o primeiro dia deste ano para reafirmar que, depois deste intervalo necessário, seguirei comentando o que acontece e o que deixa de acontecer no Club de Regatas Vasco da Gama aqui e em outros lugares na internet. Assim como é impossível se livrar do time que temos no coração, vocês também não se verão livres de mim com facilidade.

***

Pra não dizerem que não comentei a respeito de nada sobre o clube neste primeiro post de 2022, uma breve observação sobre as idas e NÃO vindas do Diego Souza.

O cara foi muito bem na sua passagem pelo Vasco UMA DÉCADA ATRÁS (apesar do Cássio), mas ficar lamentando a permanência no Grêmio de um jogador com 36 anos e que fica de conversinha com três clubes antes de resolver seu destino é um pouco demais.

E, vale lembrar: mesmo que nossa realidade seja a busca pelo acesso à Série A, é muito melhor buscar reforços mais jovens, com mais disposição, menos probabilidade de contusões sérias e que ainda possam render algo ao clube caso se destaquem. Contratar veteranos disputados apenas por clubes da segundona (exatamente o caso do DS10) não me parece ser um tipo de contratação que o Vasco deva buscar.