Vasco vence Bragantino e alivia seu torcedor (até 2024)

Heróis por acaso: Paulinho e Serginho, artilheiros da noite, saíram do banco para garantir a vitória do Vasco
Heróis por acaso: Paulinho e Serginho, artilheiros da noite, saíram do banco para garantir a vitória do Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Na hora decisiva, o Vasco conseguiu fazer sua parte, venceu o Bragantino por 2 a 1 e conseguiu se manter na elite do futebol brasileiro para a temporada do ano que vem.

Muito legal, a torcida fez a festa – merecida, depois de tanto apoio e sofrimento nas 38 rodadas do Brasileirão – e pôde dormir aliviada.

Mas, passada a euforia da “conquista“, a gente começa a pensar…Ficar aliviado é MUITO pouco. Quase nada. Aliás, apenas evitar mais um rebaixamento só não é mais inaceitável do que seria um novo rebaixamento.

E quando pensamos que não precisaríamos nem ter vencido, que um empate já nos bastaria, a sensação de que a incompetência dos outros foi tão decisiva para a nossa permanência na Série A quanto a nossa competência  só aumenta.

Ain, mas esse JC é muito chato! Reclamando justo agora???” Reconheço. Momento péssimo pra essas reflexões. Mas pra mim elas são inevitáveis. Principalmente no primeiro ano em que a salvação da lavoura chamada SAF desaguou um monte de grana no clube. Foi preciso se esforçar MUITO para quase levar o Vasco novamente para divisões inferiores.

Por isso, claro, além do alívio e da felicidade de ter permanecido na elite, é importante parabenizar Don Ramón e seus comandados, que mesmo com altos e baixos atingiram um objetivo que parecia impossível. Mas vale lembrar: o Vasco e seus gestores não podem se dar ao luxo de errar em 2024 tanto quanto erraram esse ano. A demissão do Paulo Bracks – após sua constrangedora coletiva de ontem – é uma sinalização positiva da 777. Quem já fez tanta merda não tem credibilidade para ser quem conduzirá o Vasco um nível acima na próxima temporada.

As atuações

Léo Jardim – sem culpa no gol que sofremos e com pelo menos uma boa defesa em chute de média distância no primeiro tempo, terminou o Brasileirão com bem mais moral do que começou. Nada mais justo, aliás.

Paulo Henrique – fez uma partida segura defensivamente mas se destacou mesmo pela grande jogada individual seguida de assistência para o segundo gol do Vasco.

Maicon – outro que terminou o ano em alta, depois de um começo de muitos questionamentos, muito  pelo que apresentou ontem: firmeza no combate, bom posicionamento nas bolas aéreas e muita segurança para a zaga.

Medel – guerreiro master, mais uma vez assumiu a responsa mesmo tendo que jogar no sacrifício. Evitou o que poderia ser um gol do Bragantino interceptando um chute no primeiro tempo e não deu vida fácil para os atacantes adversários. Não aguentou chegar até o fim e deu lugar ao Léo, que não comprometeu e até ajudou o time a pressionar quando o Bragantino ficou com um jogador a menos.

Lucas Piton – foi bastante presente no apoio e fez alguns bons cruzamentos.  Mas até por isso, sua lateral foi o melhor caminho para o adversário chegar ao ataque, aliás, lado por onde foi construída a jogada do gol de empate.

Jair – uma partida bem consistente, que se fosse a tônica ao longo do campeonato, dificilmente lhe deixaria no banco por tanto tempo. Depois de muita entrega cansou e deu lugar ao Zé Gabriel, que teve a vida facilitada quando o Vasco passou a ter um jogador a mais.

Praxedes –  pareceu querer mostrar serviço contra o clube que detém seus direitos, mas esteve longe de compensar o pagamento da tal multa ao Bragantino. Perdeu pelo menos uma chance bem clara de gol.

Marlon Gomes – se machucou acidentalmente no meio do primeiro tempo e acabou dando lugar ao Paulinho, que em poucos minutos se tornou um dos heróis da noite, abrindo o placar em jogada individual e contando com a sorte no arremate. Correu o jogo todo e teve a felicidade de ser protagonista no salvamento do seu time do coração.

Payet – jogando pelo lado de campo, não conseguiu fazer tanta diferença. Melhorava quando vinha pelo meio, mostrando visão de jogo e  habilidade. Sua grande temporada pelo Vasco será a próxima. Serginho entrou em seu lugar e foi o responsável por tranquilizar milhões de vascaínos pelo mundo, primeiro, arrumando a expulsão do zagueiro adversário – o que facilitou as coisas para o Vasco – e depois, fazendo o gol que nos garantiu a vitória.

Gabriel Pec – dessa vez ficou apenas na correria, sem muita efetividade. Mas seu saldo no ano foi mais que positivo (ainda que muitos ainda o contestem).

Vegetti– teve duas boas chances, ambas em cabeceios (em uma delas obrigou o goleiro adversário a operar um verdadeiro milagre) mas não deixou o seu.

Vasco encara o Flu, a ‘pedra no caminho’ na fuga do Z4

Dimitri Payet no treino do Vasco
Payet pode estrear como titular no clássico contra o Laranjal (📸: Leandro Amorim | Vasco)

No meio do caminho da sequência de confrontos diretos na luta para escapar do Z4 do Vasco há um clássico. E por isso, o jogo de hoje contra o Fluminense, no Engenhão, adquire uma importância que vai além dos indispensáveis três pontos em disputa.

Com a liberação de jogos em São Januário e um início de rodada bem favorável, vencer o tricolor hoje se torna importante também para fecharmos uma semana positiva da maneira ideal. Bater um rival – que depois das últimas décadas de ampla freguesia, acirrou por conta própria a rivalidade conosco – é a chave para seguirmos na briga ainda mais motivados.

Obviamente, não será fácil. Mesmo com desfalques importantes e com a cabeça voltada para outra competição, o time do Laranjal é um adversário perigoso e muito bem treinado pelo seu técnico emprestado pela CBF. Do nosso lado, também teremos ausências que serão sentidas, principalmente o xerifão Mendel que, suspenso, desfalcará nossa zaga.

Com isso, Ramón Díaz precisará escalar um time diferente do que vinha escalando. E provavelmente será uma equipe mais ofensiva do que temos visto: Pumita volta ao time, entrando no lugar do também suspenso Bambu (que não jogando mesmo com a ausência do Mendel, evidencia que o “pruefessor” o transformou mesmo em lateral). Sem Jair, expulso contra o Bahia, Zé Gabriel deve ser o único jogador prioritariamente de combate no meio de campo. No ataque, Rossi deve colocar o Pec no banco (não se sabe exatamente por quais razões) e Sebastian, o desaparecido Alex Teixeira e Serginho disputam uma vaga. O Pirata Vegetti, obviamente, fecha o trio ofensivo.

(Parêntese: confesso que gostaria de ver o time em um 4-1-2-1-2, com o Zé Delivery mais à frente da zaga, Praxedes e Paulinho ajudando a cobrir as laterais (o que será importante com o Puma em campo) e o Payet mais avançado, municiando um ataque com Sebastian – já que aparentemente o Pec perdeu espaço – e Vegetti. Seria uma formação mais cautelosa contra um oponente que sabe jogar com um trio ofensivo gringo que poderia fazer uma graça. Fecha parênteses)

Três pontos hoje nos farão encostar na porta do Z4 e nos deixarão a 5 pontos de escapar da “zona da confusão“, tendo um jogo a menos que nossos oponentes. Uma situação ainda crítica, mas que seria melhor não fossem os vários equívocos – chamemos assim – de arbitragem que nos prejudicaram. Será um partida difícil, como todo jogo no Brasileirão e clássico são. Mas superar as dificuldades e o Flu é indispensável para o Vasco seguir na sua reação no Brasileiro.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x FLUMINENSE

Local: Engenhão.
Horário: 16h (horário de Brasília).
Árbitro: Raphael Claus (SP-Fifa).
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP-Fifa) e Neuza Inês Back (SP-Fifa).
VAR: Daiane Muniz (SP-Fifa).

VASCO: Léo Jardim, Puma, Maicon, Léo, Lucas Piton, Zé Gabriel, Praxedes, Paulinho, Rossi, Sebastián (Alex Teixeira ou Serginho) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

FLUMINENSE: Fábio; Guga, Nino, Felipe Melo e Marcelo (Diogo Barbosa); André e Alexsander; Arias, Keno, John Kennedy e Cano.
Técnico: Fernando Diniz.

Transmissão: O Canal Premiere transmite a partida para todo país.

É oficial: Vasco vence e reação no Brasileiro começou

Escolhido como titular, Serginho marcou o go da vitória do Vasco sobre o Galo
Escolhido como titular, Serginho marcou o go da vitória do Vasco sobre o Galo (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

O Vasco precisou penar nos tribunais pra conseguir jogar hoje na Arena Maracanã. Penou, por todo um turno de Brasileiro, pros executivos responsáveis pelo futebol entenderem que precisávamos de reforços de qualidade. Até a torcida penou pra comprar ingressos para a partida contra o Galo. E, como não poderia deixar de ser, o time penou, mas conseguiu uma importante vitória contra o Atlético-MG.

Mas mesmo sofrendo com as dificuldades impostas pelo adversário, pela chuva que desabou no Rio e pelas péssimas condições do gramado “primorosamente” cuidado da Arena, a minguada vantagem no  placar poderia ter sido maior. Ficamos no 1 a 0, mas colocamos duas bolas na trave, desperdiçamos uns três contra-ataques daqueles que não se perdem e ainda tivemos um pênalti claríssimo não marcado a nosso favor.

Não que não possamos citar que o Atlético dominou boa parte do jogo, principalmente quando o time recuou demais no primeiro tempo e no fim do segundo. Mas conseguimos nos segurar nesses momentos, com graus diferentes de desespero.

No fim das contas, o que importa mesmo foi termos somados mais três pontos. Mas também é importante ver que os reforços deram uma boa encorpada ao time e que o Vasco do Ramon Díaz nos dá esperanças de que podemos sair do buraco em que nos encontramos.

Esse é um Vasco que mostra ter força para reagir. E, somados aos dois últimos jogos, a vitória de hoje já pode ser considerada o começo da nossa reação no Brasileiro.

As atuações

Léo Jardim – na realidade, não chegou a ter tanto trabalho assim. Mas fez pelo menos duas boas defesas em chutes perigosos do Hulk.

Robson – as atuações do Puma – que nem relacionado pro jogo foi – têm sido tão terríveis que, na comparação, o Bambu nem tem ido mal. Bobeou numa saída de bola, é incapaz de acertar um cruzamento, mas pelo menos tem defendido bem sua lateral. Cansou e deu lugar ao azaradíssimo Gabriel Dias, que depois de meses se recuperando de uma contusão grave, se machucou novamente dez minutos depois do seu retorno aos campos. O zagueiro Maicon entrou em seu lugar pra ajudar a segurar o resultado no fim do jogo dando algumas bicudas providenciais na bola.

Gary Medel – fez por merecer o chavão: foi um monstro na defesa. Soberano no combate, nas antecipações e, mesmo com seu metro e meio de altura, nas bolas aéreas.

Léo – com Medel lá atrás, tem tido menos problemas e mais liberdade para ajudar na ligação com o meio de campo. Chegou a tentar o arremate duas vezes.

Lucas Piton – bem no apoio no primeiro tempo, acertou um belo cruzamento no início da jogada do gol. No segundo tempo ficou mais preso à defesa.

Zé Gabriel -partida correta do volante, cumprindo bem o seu papel com discrição.

Paulinho – comandou o meio de campo, ditando o ritmo da equipe e também ajudando bastante na marcação (onde precisa ter um pouco mais de calma). Foi um dos melhores do time.

Praxedes – outro que mostrou as vantagens de se ter um meia que não queima o pé assim que recebe a bola.

Serginho – herói do dia marcando um gol de oportunismo, também fez boas jogadas em velocidade pelo lado do campo. Cansou e deu lugar ao Rossi que na sua reestreia com a armadura cruzmaltina mostrou mais disposição que qualidade.

Gabriel Pec – incansável, dedicado e esforçado. Mas segue perdendo gols incríveis e tomando decisões erradas em profusão. Sofreu um pênalti claríssimo no segundo tempo, ignorado solenemente tanto pelo juiz quanto pelo VAR.

Vegetti -não deixou o dele, mas foi decisivo no lance do gol e ainda colocou uma bola no travessão. Deu lugar ao  Sebastian Ferreira que entrou em um momento no qual o Vasco estava mais preocupado em não permitir o empata que ampliar sua vantagem. Então, pouco pôde fazer.

Crer em uma vitória do Vasco sobre o Corinthians é um exercício de fé para a torcida

Lei do ex? Piton enfrenta seu antigo pela primeira vez hoje, no Itaquerão
Lei do ex? Piton enfrenta seu antigo pela primeira vez hoje, no Itaquerão (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Deve ter uma galera um pouco mais confiante pro confronto contra o Corinthians. Afinal de contas, a 777 resolveu trabalhar, trouxe um monte de reforços, o novo técnico teve mais um tempo pra trabalhar e nosso adversário, pelo menos no Brasileirão, também não está na melhor das fases. Infelizmente, pelo menos pra mim, esses motivos que listei aí em cima não são motivo para deixar nenhum vascaíno confiante.

O “trabalho” da 777 foi na  verdade um “anti-planejanento“: gastou mal uma tonelada de dinheiro, demorou tempo demais para fazer a tal “mudança de rumos” e para contratar um novo treinador e, vendo agora as chances de fracasso crescerem, contratam jogadores em baciada.

E falando sobre a baciada, os reforços qualificam o elenco, claro. Mas isso, ficou claro nesse Brasileiro, não chega a ser uma vantagem já que time tinha muitas posições carentes. E, sejamos sinceros, quase todos os reforços são mais apostas de maior risco. Em uma equipe com um novo treinador, que mal teve tempo para conhecer os jogadores que já tinham algum entrosamento, isso é ainda pior.

Esse desconhecimento generalizado prejudica o trabalho do recém-chegado Díaz. Nem relacionar o Serginho, que acabou de chegar, é um reflexo disso (e também dos efeitos da tal baciada de contratações). Mudar o esquema de jogo na sua segunda partida, escalando três zagueiros (mesmo levando em consideração as voltas do Léo e do Capasso, o 3-5-2 é um esquema mais complicado de dar certo com pouco tempo de treino) é outro sinal. O planejamento equivocado da 777 resulta nisso: obrigar o novo treinador a trocar o pneu com o carro em movimento.

O que nos leva a pensar nas dificuldades de enfrentar Corinthians nessas condições. O alvinegro paulista ainda corre riscos no Brasileiro, mas segue vivo na Copa do Brasil e certamente vai querer mostrar à sua torcida que sua classificação na tabela não é justa. Vencer bem um grande clube – ainda que numa fase ridícula – será uma motivação extra.

Como falei no início do post, tudo isso torna  a confiança em uma vitória hoje no Itaquerão um exercício de fé gigante para qualquer torcedor. E como a fé do vascaíno não depende de dirigentes, executivos de futebol, técnicos ou mesmo dos jogadores, sim, confio em uma vitória do Vasco hoje.

Só não me peçam pra explicar as razões dessa confiança.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
CORINTHIANS X VASCO

Local: Itaquerão.
Horário: 18h30 (de Brasília).
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Mauricio Coelho Silva Penna (RS) e Michael Stanislau (RS)
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Gil, Bruno Méndez (Lucas Veríssimo) e Matheus Bidu; Fausto, Maycon, Ruan Oliveira e Renato Augusto; Róger Guedes e Yuri Alberto.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

VASCO: Léo Jardim; Miranda, Capasso e Léo; Puma, Medel, Jair, Praxedes e Lucas Piton; Figueiredo e Sebástian Ferreira.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: O Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

Sem muitas opções, Batista arma um Vasco ofensivo contra o Cruzeiro

O atacante Serginho será uma das estreias no time do Vasco contra o Cruzeiro
O atacante Serginho será uma das estreias no time do Vasco contra o Cruzeiro (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Enquanto a 777 não se mexe, William Batista precisa dar seus pulos para conseguir montar o time que encara o Cruzeiro hoje, em um São Januário interditado e vazio. Na sua quarta partida como interino do Vasco, Batista precisará apelar para reforços (?) provavelmente longe do melhor condicionamento, eternos reservas e improvisações.

Não que o técnico-tampão tivesse muita coisa a fazer. Não é culpa dele se o elenco de centenas de milhões montado pelos donos de 70% do futebol vascaíno não têm um reserva para o Piton, por exemplo. Bastou o lateral ser suspenso para que Batista se visse obrigado não apenas a escalar uma dupla de zaga que nunca atuou junto (com um dos estreantes fora de ritmo de jogo) como também tirar da posição de origem um dos poucos jogadores que tem atuado com alguma regularidade e improvisá-lo na lateral.

E essas mexidas talvez nem sejam o que Batista fará de mais heterodoxo contra a Raposa. O interino deve mandar a campo um time sem um centroavante fixo, e ainda assim, com uma formação ofensiva, talvez até demais.

No papel, parece que jogaremos em um 4-2-4. Mas – mais provável – também pode ser um batido 4-3-3 com Pec jogando pelo meio. Ou ainda um 4-4-2, com Orellano também atuando mais recuado. A questão é saber quem fará o combate no meio de campo. E se esse monte de jogadores inimigos do gol compensará lá na frente, de forma efetiva, a natural perda de combatividade de uma meiuca com apenas um volante com mais pegada.

No fim das contas, Batista faz o que pode com o tempo e o material que tem em mãos. É o menos culpado em toda essa história. E, olhando apenas para os números, o interino até agora mantém 50% de aproveitamento, exatamente o desempenho que o Vasco precisa pra escapar da degola na última rodada. Não é nada, não é nada…

É, foram apenas duas partidas. Mas já é bem mais do que os executivos que comandam nosso futebol têm feito.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x CRUZEIRO

Local: São Januário.
Horário: 16h (horário de Brasília).
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF-Fifa).
Assistentes: Bruno Boschilia (PR-Fifa) e Alessandro Alvaro Rocha de Matos.
VAR: Thiago Duarte Peixoto (SP).

VASCO: Léo Jardim, Puma, Maicon, Capasso, Léo, Mateus Carvalho, Marlon Gomes, Gabriel Pec, Orellano, Erick Marcus e Serginho.
Técnico: William Batista (Interino).

CRUZEIRO: Rafael Cabral; William, Neris, Luciano Castán e Kaiki; Matheus Jussa, Filipe Machado e Mateus Vital; Bruno Rodrigues, Wesley e Stênio (Gilberto).
Técnico: Pepa.

Transmissão: o Canal Premiere transmite a partida.

Depressão de fim de ano

728x485Meus leitores têm todo o direito de estarem chateados e até de me acusar de abandono de lar. Mesmo sendo aquela época do ano em que ninguém liga muito pra internet – e menos ainda para o futebol, já que os clubes estão de férias – a falta de novidades por aqui é notória e indesculpável.

Bom, seria indesculpável. Mas todos já devem ter percebido a pasmaceira no clube, a falta de novidades que nos empolguem. Como se alguma novidade pudesse nos empolgar depois do que passamos esse ano. Complicado, né?

Teve a confirmação do Yago Pikachu. Mas, sejamos realistas: o rapaz mostrou POTENCIAL, o que nos deixa – ou pelo menos ME DEIXA – a uma distância considerável da empolgação. Ainda mais se lembrarmos da “maldição da lateral direita”. Nos últimos anos contratamos outros dois jogadores que se destacaram na mesmo posição em times menores e, assim que sentiram o peso da armadura cruzmaltina, foram decepcionantes. E olha que o Julinho e o Jonas ainda tinham a vantagem de terem se destacado na Série A, coisa que o Pikachu não fez. Sendo assim, como disse no último post, só a diretoria tem motivos para soltar fogos pela contratação, já que ganhou a queda de braço com um rival (coisa que, todos sabemos, ela preza mais que tudo nessa vida). De resto, me reservo ao direito de esperar as atuações do Yago em campo antes de me empolgar.

***

Querem ver uma situação que prova o momento triste pelo qual passa o Vasco atualmente? A situação do Serginho.

Analisem friamente e escolham qual é a opção mais deprimente:

  1. o fato do volante-volante ser para o Jorginho uma das prioridades para a renovação;
  2. o fato de que, dentro do elenco que temos, o Serginho ser realmente um dos mais aproveitáveis;
  3. o fato de, mesmo assim, não conseguirmos segurá-lo e perdermos o jogador para o Sport.

Diante dessas alternativas, como ter motivação para escrever sobre o Vasco por esses dias?

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Pra dizer que nem todas as notícias são ruins: o Serginho partiu para o Sport, mas foi junto com o Christianno. Aleluia!

Mas também é deprimente ver que o pior lateral que já pisou o gramado de São Januário jogará a Série A e o Vasco não.

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E enquanto novos reforços não chegam e alguns jogadores se vão, a boataria continua. Não há nada que indique, concretamente, que perderemos Luan e Nenê, titulares absolutos do time.

Mas é aquilo: quando Luan diz “Tenho contrato até 2017 e vou me apresentar ao clube em janeiro até que alguém me ligue e fale alguma coisa”  e Nenê fala “Tenho contrato e não tem nem o que ficar falando. Claro que, no futebol, a gente nunca sabe” (entre outras coisas), os dois deixam claro que a permanência de ambos, mesmo que haja grandes chances de se confirmar, não é uma certeza.

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Por aparelhos

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Foi mais complicado do que se poderia esperar, mas ainda assim o Vasco fez a sua parte e venceu o Santos por 1 a 0, ontem na Colina. Infelizmente os resultados que precisávamos na rodada não aconteceram e, apesar de nos mantermos vivos até a última rodada, nossa permanência na elite do futebol brasileiro respira por aparelhos.

Não que não soubéssemos há muito tempo que escapar do terceiro rebaixamento seria um drama. A reação no campeonato, que veio bem mais atrasada do que deveria, não teve a força necessária para compensar 22 rodadas com um desempenho indigno para nossas tradições. E 2015 entrou em seus derradeiros capítulos, como não poderia deixar de ser de forma dramática: uma chuvarada desabou sobre o Rio, atrapalhando a chegada da torcida, inundando São Januário e provocando o atraso da partida em mais de uma hora.

O campo pesado seria mais um problema para o Vasco, que tem um time recheado de veteranos e que jogaria contra um Santos formado basicamente por moleques. O começo da partida foi preocupante. Mesmo que o desempenho longe da Vila Belmiro seja ridículo, foi o Peixe que ameaçou primeiro: Rodrigo vacilou e o atacante Nilson, cria da Colina, só não marcou de cabeça por conta de uma milagrosa intervenção de Martín Silva.

O susto logo no início fez o Vasco acordar. Mas, como de costume, o domínio vascaíno não se convertia em muitas chances de gol. Tirando uma oportunidade com Jorge Henrique (que chutou pra fora na cara do gol) e outra com Riascos (que errou uma finalização por cobertura), nos limitamos a rondar a área santista e tentar chutes de média e longa distância sem levar muito perigo ao gol santista.

Foi preciso que Nenê aparecesse dentro da área para que o alívio chegasse. No finalzinho do primeiro tempo, o camisa 10 perdeu grande chance após receber a bola em um lateral cobrado rapidamente por Jorge Henrique. Na sequência da jogada, após cobrança de escanteio, o mesmo Nenê sofreu pênalti e o cobrou, abrindo o placar pouco antes da ida para o intervalo.

No segundo tempo, o Vasco parecia interessado em fazer um repeteco do jogo contra o Joinville: o time começou a mostrar o inevitável cansaço e permitiu que o Santos tomasse mais a iniciativa. Jorginho mais uma vez demorou a fazer substituições, mesmo que alguns jogadores estivessem claramente se arrastando em campo.

Por sorte, o desentrosamento do time reserva santista não permitiu que eles aproveitassem o melhor momento na partida. Nosso treinador finalmente resolveu mexer no time e a entrada do Rafael Silva ajudou a levar o Vasco novamente ao ataque. Ainda assim – e mesmo com as entradas de Bruno Gallo e Guiñazu – passamos por momentos de tensão com o time evidentemente morto nos minutos finais. Mas a luta e a superação do time foram o bastante para segurar o placar até o fim.

Conseguimos a vitória que nos manteve com esperanças até a última rodada, e a felicidade só não foi maior por conta da derrota do Palmeiras para o Coxa. Em uma outra situação, encarar o Coritiba já sem riscos de queda poderia até ser melhor, mas as rodadas anteriores não nos ajudaram e precisaremos, não apenas vencer a partida no Couto Pereira, como também contar com o as ajudas de Corinthians e Fluminense no domingo que vem. Não depender apenas das nossas próprias forças para escapar é o preço que pagamos pela pífia campanha que fizemos por 22 rodadas. O que torna tudo muito mais injusto, já que o Vasco que só nos fez passar vergonha nesse Brasileirão não é ESSE Vasco de ontem. O de antes, certamente já estaria rebaixado há algum tempo; o Vasco que venceu ontem e que chega vivo à última rodada não merece, de forma alguma, o rebaixamento.

As atuações…

Martín Silva – na minha opinião, foi ainda mais importante que o Nenê no jogo de ontem. Não tivesse operado um milagre antes dos cinco minutos do primeiro tempo, o Santos teria aberto o placar e o jogo ficaria infinitamente mais complicado. E ao longo do jogo ainda fez mais umas duas ou três defesas difíceis.

Madson – teve espaço para apoiar e aproveitou os mesmos. Mas, como sempre, não conseguiu concluir as jogadas. Defensivamente vem sendo regular e ontem não foi diferente.

Rafael Vaz – na defesa fez o simples e não chegou a se complicar. Quando foi à frente foi o contrário: mostrou estilo numa tentativa de bicicleta, mas isolou a bola.

Rodrigo – jogou deslocado para a posição do Luan e demorou um pouco para se acertar. Estava marcando – ou deveria estar – o atacante Nilson quando esse obrigou San Martín a defender uma cabeçada com endereço certo.

Julio Cesar – atento na defesa, só subiu ao ataque na boa, sem arriscar muito no apoio.

Diguinho –  foi bem na saída de bola e mostrou grande empenho no combate. Saiu de campo exaurido, dando lugar ao semiesquecido Guiñazu, que no pouco que esteve em campo só mostrou o novo corte de cabelo.

Serginho – novamente com mais liberdade para avançar, se atabalhoou em todas as subidas ao ataque.

Andrezinho – fez uma boa partida, iniciando a maioria das jogadas ofensivas. Tomou o terceiro amarelo e já está de férias. Bruno Gallo entrou em seu lugar e apenas ajudou o time a garantir o resultado.

Nenê – vinha fazendo uma partida discreta até o fim do primeiro tempo, quando desperdiçou uma chance claríssima em um lance e sofreu o pênalti na jogada seguinte. Cobrou e converteu com a categoria de sempre. Se entregou tanto em campo que mal conseguia andar ao final do jogo.

Jorge Henrique – tirando a disposição apresentada em todo o jogo, pouco fez. Perdeu um gol feito ainda no primeiro tempo.

Riascos – a correria de sempre, dando trabalho para a defesa adversária. Mas, como já se sabe, suas limitações intelectuais o impedem de escolher a jogada certa a fazer. Quando mostrou um lampejo de inteligência quase fez um belo gol por cobertura, mas pegou mal na bola. Também cansou e deu lugar ao Rafael Silva, que trazendo novo gás ao time, ajudou o Vasco a voltar ao ataque no segundo tempo.

***

Mais de 10 mil vascaínos encararam a chuva, ruas alagadas, trânsito caótico e falta de transporte para apoiar o time no estádio. Foram à Colina, esperaram o adiamento de mais de uma hora para o início da partida e fizeram uma festa inesquecível e provaram a sua importância nesse momento gravíssimo da competição.

A entrada do time para se aquecer no campo, passando no meio dos torcedores, foi uma das cenas mais incríveis protagonizadas pelos vascaínos em muito tempo. Uma demonstração de força e amor ao clube e uma prova de que, não importam as burrices dos nossos dirigentes ou as dificuldades que a equipe atravesse, a torcida sempre estará junto ao Vasco.

Se lembrarmos que a maioria absoluta dos ingressos foi vendida antecipadamente, podemos deduzir que os poucos mais de 10 mil vascaínos poderiam estar em número muito maior, fosse a diretoria razoável e entendesse que nesse momento, o apoio do torcedor é muito mais importante que fazer caixa dobrando o preço do ingresso.

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Também publiquei uma coluna no site do Vasco Expresso. Cliquem aqui e confiram.

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Vasco segue vivo, torcida quase morre

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Nenhum vascaíno guarda boas lembranças da Arena Joinville. Palco final do rebaixamento do clube em 2013 e de uma briga entre torcidas que poderia ter terminado em tragédia, o estádio de memórias tão funestas para nós recebeu mais uma vez o Vasco, nessa oportunidade para encarar os reais donos da casa, o Joinville. E apesar do final feliz com a vitória do Gigante por 2 a 1, o jogo poderia ter sido responsável por uma verdadeira mortandade na nossa torcida. Pelo menos os vascaínos com problemas cardíacos correram um risco enorme.

No começo, a emoção foi boa pra nós. O Vasco preciso de apenas cinco minutos pra abrir o placar – em um belo gol do Nenê – e de apenas nove para colocar dois gols de vantagem sobre o adversário, dessa vez com Riascos mostrando uma eficiência não muito comum.

Quem não teve um enfarte pela alegria em excesso, viu o jogo amornar depois dos gols. O Vasco controlou bem a partida e mesmo com o JEC tentando ter uma maior presença no ataque, os donos da casa não chegaram a incomodar Martín Silva.

Na volta do intervalo, as coisas não mudaram muito. A marcação do time segurava o Joinville na boa e fomos poucos ameaçados. Mas os problemas começaram na metade final do segundo tempo. Jorginho demorou a tentar dar um novo gás à equipe e passamos a ser pressionados. E quando nosso treinador resolver mexer no time, aí é que a coisa desandou de vez: Madson, com dores, deu lugar ao Bruno Gallo. Com isso Serginho foi deslocado para a lateral e o Vasco se perdeu em campo.

Sem forças para contra-atacar, passamos a apenas nos defender. Aos 34, Martín Silva foi obrigado a operar um milagre. Mas no minuto seguinte, o mesmo Martín é enganado pelo quique da bola e o Joinville diminuiu.

Daí em diante, a torcida passou por mais um teste para cardíaco. Os donos da casa pressionavam e chegaram a ter chances claras para empatar. Para os vascaínos, só restava olhar o relógio e o medidor de pressão. Os de coração mais forte, sobreviveram para ver o apito final, que nos garantiu os três pontos que nos mantêm vivos na luta.

A vitória era imprescindível, o time fez por onde conquista-la, mas complicar um jogo que parecia absolutamente resolvido até os 30 minutos do segundo tempo é algo muito preocupante. O time resiste e ainda é permitido à torcida sonhar. Mas é muito difícil confiar plenamente na força da equipe. Vamos seguir acreditando, claro. Mas pelo que vimos hoje, para não corrermos riscos de um ataque cardíaco, teremos que renovar os estoques de calmantes para os dois últimos jogos.

As atuações…

Martin Silva – um milagre em uma cabeçada à queima-roupa e uma falha no lance seguinte, também em uma cabeçada.

Madson – apareceu algumas vezes no apoio, mas como sempre sem conseguir concluir as jogadas. Defensivamente deixou alguns espaços, principalmente no segundo tempo. Sentiu e Bruno Gallo entrou em seu lugar e basicamente se ateve à marcação.

Luan – uma partida abaixo das anteriores. Falhou nas bolas altas. Levou injustamente o terceiro amarelo e está fora do jogo contra o Santos.

Rafael Vaz – no nível do Luan, fez uma partida regular.

Julio Cesar – com trabalho na marcação, apareceu pouco no apoio.

Diguinho – fez um bom primeiro tempo, marcando em cima e errando poucos passes. No segundo tempo, quase complicou o time com dois passes displicentes. Aislan entrou em seu lugar e, contrariando a normalidade, salvou o time cortando uma bola que tinha endereço certo.

Serginho – alternou bons e maus momentos: no combate foi bem, mas sendo o volante com mais liberdade para chegar a frente, não foi eficiente. Acabou deslocado para a lateral com a saída do Madson.

Andrezinho – jogando mais recuado, ajudou na saída de bola e mostrou uma aplicação ainda não vista na marcação.

Nenê – uma grande atuação, marcando um golaço logo aos cinco minutos e dando trabalho constante para os marcadores adversários. Como era de se esperar, cansou no segundo tempo.

Jorge Henrique – participou no lance do segundo gol, desviando a bola que acabou nos pés do Riascos e roubou uma bola importantíssima na nossa área no fim do jogo. Fora isso, nada de útil.

Riascos – uma precisão inusitada na finalização para o segundo gol e uma virada de bola excepcional para Nenê, ainda no primeiro tempo. De resto, a correria sem muito sentido de sempre, enquanto teve pernas. Depois disso, foi substituído por Julio dos Santos, que não teve tempo para fazer muita coisa.

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Também tem coluna nova no site Vasco Expresso! Cliquem aqui para dar uma conferida.

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Gols, números e rezas

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Figueirense, Avaí, Coritiba e Goiás deram inúmeras chances para o Vasco se aproximar deles na classificação do Brasileiro. Tantas que, mesmo iniciando o segundo turno 13 pontos atrás do 16º colocado, chegamos à 35ª rodada quatro pontos distantes da mesma colocação. Tantas foram as chances que poderíamos inclusive ter ultrapassado todos os nossos concorrentes.

Mas não aproveitamos as chances dadas pelos adversários e não conseguimos sair do Z4. E o 1 a 1 com o Corinthians ontem foi ainda pior. Perdemos pontos, jogando em casa e numa rodada em que todos venceram. Agora, como não conseguimos fazer a nossa parte, dependemos cada vez mais da competência alheia.

Não que Vasco tenha feito uma partida ruim. Controlamos a partida boa parte do tempo, não correndo muitos riscos mesmo diante do melhor visitante do Brasileiro. Ainda que controle não significasse chances de gol – tivemos uma ou duas apenas no primeiro tempo – o jogo não apresentava as dificuldades que todos esperavam.

O primeiro tempo, de muita correria e marcação, não chegou a empolgar. Mas a torcida ainda mantinha a esperança na vitória. Esperança essa que diminuiu consideravelmente após a expulsão imbecil do Rodrigo, logo aos 16 minutos da etapa final. Se estava complicado ameaçar os marsupiais antes, com um a menos a situação ficaria ainda mais difícil.

Mas o improvável aconteceu: em um lance de contra-ataque, Nenê deixou Júlio César na cara do gol para marcar com uma precisão poucas vezes vista da parte dos nossos atacantes ao longo do campeonato. A festa dos vascaínos em todo o mundo virou apreensão assim que reparamos no tempo: conseguiríamos resistir aos gambás por mais 20 minutos e com um jogador a menos?

 Com a expulsão do Rodrigo, Jorginho tirou Diguinho e perdemos de vez o meio de campo. Tite, aproveitando a vantagem numérica, avançou ainda mais a marcação e renovou o time, colocando jogadores descansados. O Vasco, mesclando o cansaço dos seus veteranos e a ansiedade por manter o placar, passou a marcar no desespero. Os gambás criavam chances em sequência. E o inevitável aconteceu. Dos 20 minutos que precisávamos segurar, ficamos na metade: aos 36, Vagner Love empatou o jogo.

O Corinthians, já campeão, nem precisou se esforçar muito para confirmar o título sem uma derrota. O Vasco, já sem pernas e abalado pelo empate, não tinha forças para desempatar. A festa, no apito final, poderia ser dos dois times. Mas apenas os paulistas tiveram motivos para comemorar.

Tivéssemos feito nossa parte nas inúmeras vezes que tivemos chance, um empate com o melhor time do país seria um resultado até bom, mesmo jogando em casa. Mas como falhamos antes, o empate torna nossa situação extremamente complicada. Não podemos mais pensar em perder pontos e mesmo que as três vitórias venham, ainda dependeremos de tropeços dos nossos concorrentes. Ou seja, o Vasco não precisa apenas de gols, mas também de cálculos e muita reza para não confirmar seu terceiro rebaixamento.

As atuações….

Martin Silva – não chegou a ser muito exigido e não tinha o que fazer no gol sofrido.

Madson – bem marcado, não ofereceu a opção ofensiva de costume. Defensivamente, deu algumas vaciladas, principalmente entre o nosso gol e o gol de empate marsupial.

Luan – um dos melhores do time, conseguiu cortar praticamente todas as bolas que chegavam à nossa área.

Rodrigo – o chute no rosto do jogador corintiano acabou sendo mais doloroso para o nosso time.

Júlio César – tinha tudo para terminar a partida como o herói do jogo, mas no gol dos gambás, deixou sua lateral completamente livre para Edilson receber a fazer o cruzamento que originou o empate.

Diguinho – vinha se atrapalhando com a bola mais que qualquer coisa, mas sua saída acabou por entregar de vez o meio de campo ao adversário. Saída essa que só aconteceu por conta da expulsão do Rodrigo, já que a zaga precisou ser recomposta com a entrada do Rafael Vaz, que parecia muito nervoso e errou quase tudo que tentou.

Serginho – acabou se saindo melhor que o Diguinho, marcando com disposição e fechando bem os espaços pelo meio. No gol de empate, não conseguiu cortar a bola centrada para Vagner Love.

Andrezinho – começou o jogo perdido, não conseguindo ser útil na criação ou no combate. Melhorou no decorrer da partida, mas não chegou a fazer diferença para levar o Vasco ao ataque.

Nenê – vinha fazendo uma partida discreta, sendo superado com facilidade pelo sistema defensivo do Corinthians. Mas quando teve uma chance, mostrou sua importância para o time: deu um passe preciso para Júlio César abrir o placar.

Rafael Silva – teve apenas uma chance, ainda no primeiro tempo, mas a desperdiçou chutando a bola com a sola do pé. Saiu para a entrada do Jorge Henrique, que no final das contas foi apenas mais um a tentar ajudar o time a segurar o 1 a 0 a nosso favor.

Riascos – sua presença como titular é uma das provas de como o ataque foi o ponto fraco do Vasco em 2015. Mesmo com suas evidentes limitações técnicas e intelectuais, não há no elenco uma opção na qual se olhe e possa dizer com segurança que fará melhor que o colombiano. Prova disso é que, mesmo fazendo nada além de protagonizar cenas dignas de comédias pastelão, Riascos ainda deu mais trabalho aos Gambás que Eder Luis, que tirando uma jogada que terminou em um passe completamente equivocado para a área corintiana, nada fez.

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A diretoria - representada pelo Zé do Taxi - mostra que o momento é de festa para o Rodrigo (foto: www.vasco.com.br)
A diretoria – representada pelo Zé do Taxi – mostra que o momento é de festa para o Rodrigo (foto: http://www.vasco.com.br).

Vale um comentário à parte sobre o valoroso Rodrigo, experiente capitão da equipe e figura símbolo do time montado pela diretoria.

Um zagueiro veterano, com 35 anos de idade, não pode em hipótese nenhuma tomar um amarelo ainda no primeiro tempo por reclamação. Menos ainda em um jogo decisivo contra um adversário muito mais qualificado.

Um zagueiro veterano pode menos ainda confundir o esporte com o qual ganha a vida e dar um golpe de kickboxe no rosto de um oponente. E não apenas por isso ser condenável moralmente, mas pelo risco de prejudicar seus companheiros no caso de uma expulsão.

Mas, a despeito da sua idade e experiência, o veterano Rodrigo fez tudo isso ontem. O resultado óbvio foi sua expulsão, que prejudicou o Vasco de todas as maneiras: nos deixou com menos um jogador em campo, fez o treinador queimar uma alteração, acabou com a formação do meio de campo…e nos fez perder o melhor jogador da defesa nas bolas aéreas, o próprio Rodrigo.

E sofremos um gol de cabeça. Que provavelmente não aconteceria se o veterano e experiente capitão de 35 anos não tivesse agido como um zagueiro recém-saído da base.

Rodrigo tem suas qualidades e, no atual elenco vascaíno, é indiscutível sua condição de titular. Mas a predileção da diretoria vascaína pelo jogador – que antes da partida lhe fez até uma festinha pelo 100º jogo com a armadura cruzmaltina – não lhe dá salvo conduto para agir como um imbecil. As besteiras e provocações que o Rodrigo costuma fazer nas entrevistas (o que, aliás, lhe rendeu uma renovação contratual de dois anos e a predileção de uma diretoria que age da mesma forma) ele até pode continuar fazendo. Mas expulsões como a de ontem são inaceitáveis. Talvez até passíveis de punição (em um clube gerido de forma séria, claro).

E eis a ironia: o veterano Rodrigo, símbolo da política de contratações da diretoria, com sua irresponsabilidade foi responsável direto pelo empate de ontem. E no final das contas, o queridinho do Dotô pode acabar sendo responsável direto pelo terceiro rebaixamento do Vasco.

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Qual é o time ideal?

esquema2Um seguidor do blog no Twitter enviou uma sugestão de armação que ele considera ideal para a partida contra os Gambás. Gostei da brincadeira e resolvi fazer a minha também. É essa – um cadinho confusa, confesso – que está ilustrando o post de hoje.

A única diferença da minha escalação com relação ao time que venceu o Palmeiras é a volta do Bruno Gallo, que pra mim, deve entrar no lugar do Serginho. O Corinthians costuma fazer uma forte marcação no campo adversário, e com Gallo e Diguinho, a nossa saída de bola ficará melhor (isso, claro, se Diguinho estiver em um bom dia).

Ainda falando sobre como os Gambás jogam sem a posse de bola: Tite fez da compactação uma das maiores virtudes defensivas do seu time. Para furarmos esse bloqueio, precisaremos superar a movimentação deles, não esquecendo que eles, basicamente, marcam com os 10 jogadores da linha. Rafael Silva e Riascos deverão não apenas puxar jogadas pelos lados do campo, como também alternar posições e tentar jogadas na diagonal, pra frente da área. Esse movimentação dos atacantes trará mais problemas para a marcação marsupial e com isso, Nenê acabará tendo mais liberdade para chegar a frente para finalizar (fundamento no qual ele se sai melhor que Rafael e o colombiano).

Mas Nenê não poderá ficar apenas fixo na frente, tendo também que ajudar o Andrezinho na armação das jogadas. Bruno Gallo e Diguinho também poderão ajudar nisso, desde que um deles guarde posição à frente da zaga.

Defensivamente, a movimentação também é imprescindível. A marcação deve ser pegada e não se pode dar espaços, principalmente para Jadson e Renato Augusto pensarem no que fazer. E nisso, o time terá que se sacrificar mesmo, todo mundo tem que ajudar na marcação pelo meio, inclusive Andrezinho e Nenê. Rafael Silva e Riascos naturalmente deverão acompanhar as subidas dos laterais para não sobrecarregar Gallo e Diguinho, que se tiverem que cobrir JC e Madson o tempo todo, acabarão deixando espaços na meiuca.

A palavra do jogo é intensidade. Os gambás, quando estão realmente interessados na partida, jogam em cima o tempo todo. E já está claro que os sujeitos querem o título já nessa quinta. Assim, além de superar o Corinthians, teremos que superar duas grandes limitações nossas: definir o jogo o mais rápido possível, antes que o time fatalmente canse na metade final do segundo tempo. A primeira, mesmo que tenhamos feito isso contra o Palmeiras na rodada passada, aconteceu raríssimas vezes nesse Brasileiro; a segunda é algo inevitável pela média de idade que o elenco tem.

Será uma partida complicadíssima, e até por isso, uma vitória servirá para aumentar a confiança da equipe e da torcida. Sabemos que boa parte do elenco e da comissão técnica não são os maiores responsáveis pela situação do time, mas é o momento da equipe jogar tudo o que deveria ter jogado ao longo do campeonato e não jogou.

E para vocês, caros leitores? Qual seria a escalação ideal para a partida de quinta-feira?

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Os jogadores precisarão se superar para conseguir a vitória. E boa parte da torcida deverá também se superar para estar no estádio e fazer a sua parte: não é todo mundo que, no meio do mês e na crise que vivemos, terá 80 realetas para garantir seu lugar nas arquibancadas.

Dobrar o preço do ingresso – lembrando que muitos sócios sequer têm direito à meia entrada – em uma partida na qual o apoio do torcedor é importantíssimo é, pra dizer o mínimo, escolher o pior momento para privilegiar o lado financeiro. Para dizer o máximo, o cúmulo do oportunismo.

O vascaíno que tiver condições de ir, deve ir. Nesse momento, todos precisam dar sua cota de sacrifício pelo Vasco. Mas por esse preço, não dá pra reclamar muito se o estádio não lotar.

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