Vasco perde mais uma para seu ‘algoz’ e está fora do Carioca

Nova Iguaçu anula o Vasco, vence e leva a vaga na final do Carioca
Nova Iguaçu anula o Vasco, vence e leva a vaga na final do Carioca (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Pro torcedor carioca médio, o Estadual só tem alguma importância em dois momentos: quando o seu time é campeão ou quando seu time passa algum vexame. Como depois da derrota de ontem para o Nova Iguaçu ser campeão é uma impossibilidade, para o Vasco restou a segunda opção.

E para quase todo mundo, ser eliminado por um dos “pequenos” do Rio é, indiscutivelmente, o que se pode chamar de vexame. Como falei no post de ontem, o peso da camisa, a discrepância de investimentos, o tamanho da torcida, entre outras coisas, conta.  Então, perder a vaga na final para um adversário que não tem nada disso faz o alarme do “vergonhometro” de qualquer torcedor soar na hora.

O ponto é que tradição e grana não entram em campo. E, na maioria das vezes, influenciam mais negativamente que o contrário. Muitos grandes times já fracassaram por entrar em campo considerando a vitória uma certeza porque tinham diante de si um adversário considerado menor. Nós mesmos, vascaínos, podemos enumerar alguns – ou vários – momentos em que isso aconteceu.

Mas isso é algo que não se pode falar do Vasco ontem. Não houve soberba ou salto alto. E se isso, na minha concepção, deveria atenuar o que seria efetivamente um vexame, por outro lado sinaliza algo bem mais sério (também opinião minha, claro): nós perdemos porque jogamos pior mesmo. E quando digo “perdemos”, não falo apenas das semifinais. Falo dos três confrontos contra o Nova Iguaçu. O time da Baixada foi melhor que o Vasco. Ponto.

Coisas do futebol. Mas também, um problema bem grande.

Seja com o time reserva – curiosamente, mesmo com a derrota, a única partida na qual poderíamos ter melhor (sorte se a arbitragem fosse justa) -, seja com o time desgastado ou, como ontem, com o time titular e descansado, o Nova Iguaçu mostrou saber anular nossos pontos fortes e se aproveitar bem das nossas fraquezas. As desculpas dadas para justificar os resultados dos dois primeiros jogos mostraram ser apenas isso: desculpas que não explicam o que ficou claro em campo: o Vasco de Don Ramón não conseguiu ser superior ao Nova Iguaçu em momento algum. E olha que o “pruefessor” mexeu consideravelmente na equipe para tentar surpreender os caras.

E como negar isso diante dos fatos? Foram seis tempos, mais 270 minutos (ou 4 horas e meia) de bola rolando e o Vasco não conseguir ficar à frente no placar um minuto sequer.

Classificar a eliminação de ontem como um vexame é problemático por dois motivos. Primeiro, porque é tirar os méritos de um adversário que, ao longo da competição, mostrou com folgas merecer estar onde está. É cair na pilha fraca de torcedores rivais que vão zoar mesmo tendo feito um Estadual pior que o nosso (isso, claro, no caso de tricoletes e alvinegros). E o segundo ponto é que “vexames” parecem ser incidentes, algo fora da curva e que, normalmente, não deveriam acontecer e/ou não acontecerão novamente. O que não se pode falar, pelo menos nesse Carioca, sobre nossos confrontos contra o Nova Iguaçu.

A eliminação de ontem deixa um recado, que deve ser levado bem a sério pelos jogadores, pela comissão técnica e pelos responsáveis pela gestão do futebol do Vasco: o bordão “o Carioca não é parâmetro” é uma verdade incontestável, mas que só vale na prática para desempenhos positivos. Ir bem na competição não é garantia nenhuma de que se terá uma boa temporada. Mas ir mal, CERTAMENTE é motivo para que se acenda um sinal amarelo para qualquer time.

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Sobre as atuações individuais?

Meme "sem tempo, irmão"
Sem tempo e, inegável, sem paciência também.

Vasco encara a Lusa por um final feliz na Guanabara

Depois de desfalcar o time na estreia do Vasco na Copa do Brasil, Payet volta ao time para fechar a Taça Guanabara
Depois de desfalcar o time na estreia do Vasco na Copa do Brasil, Payet volta ao time para fechar a Taça Guanabara (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Das 10 partidas que Don Ramón comandou o Vasco na Taça Guanabara, apenas uma, a vitória contra o Madureira, aconteceu em São Januário.  E a segunda, mais de mês depois, é essa conta a Portuguesa da Ilha. Justo no fechamento do primeiro turno do Carioca.

Para a Lusa, a partida é completamente irrelevante: sem possibilidades de chegar à semifinal e com vaga garantida na Taça Rio, nosso adversário vai à Colina apenas cumprir tabela. Isso aumenta a responsabilidade do Vasco no confronto. Além da discrepância de investimento e o fato de jogar em casa (com ingressos esgotados), Don Ramón e seus comandados ainda não asseguraram o quarto lugar na classificação final do turno. Mesmo um empate pode comprometer a vaga na semifinal, caso o Botafogo vença o Flu no clássico da rodada.

(Parêntese: vale lembrar que chegar à semifinal do Estadual é a meta mínima para o Vasco no campeonato. Ainda que isso não tenha muita importância prática, é sempre mais um ponto de pressão para o time. Fecha parênteses.)

E, também vale lembrar, que o possível descompromisso da Lusa com a partida não é motivo para o Vasco não fazer o possível pela vitória. Nos três jogos que a equipe da Ilha do Governador fez contra os grandes do Rio, perdeu apenas para o time do Laranjal, tendo empatado com os queridinhos da Gávea e com o Alvinegro. Então, para nós, não tem essa de entrar achando que os três pontos virão pra conta “digrátis”.

Com apenas Zé Gabriel como desfalque (?) e a volta do Payet – ausente na vitória sobre o Marcílio Dias pela Copa do Brasil – nem teremos margem para justificar qualquer resultado que não permita a confirmação nas semifinais. Time com sua força máxima, apoio do Caldeirão lotado e um adversário que, além de não ter a força de um grande rival, não briga por mais nada na competição. Difícil ter uma situação que caracterize mais perfeitamente a expressão “depende apenas das suas forças“.

Resumindo: está completamente nas mãos do Vasco garantir uma Taça Guanabara com um final feliz.

Campeonato Estadual 2024

Vasco X Portuguesa-RJ

Léo Jardim; Paulo Henrique, João Victor, Medel, Léo, Lucas Piton; Sforza (Mateus Cocão), Galdames, Payet; David (Adson) e Vegetti. Dida; Ronaldo, Diego Guerra, Pedro Botelho e Joazi; Wellington Cézar, João Paulo e Romarinho; Cesinha, Patrick Carvalho e Miguel.
Técnico: Ramón Diaz. Técnico: João Carlos Ângelo.
Estádio: São Januário. Data: 03/03/2024. Horário: 18h10. Arbitragem: Yuri Elino Ferreira da Cruz. Assistentes: Raphael Carlos de Almeida Tavares dos Reis e Lilian da Silva Fernandes Bruno. VAR: Philip Georg Bennett.
TV: o SBT transmite para o RJ,  Manaus e Vitória. O SporTV e o Canal Premiere transmitem para assinantes de todo o Brasil. Internet: Cazé TV.

Vasco tem contra o Botafogo a última chance de depender apenas de si no Carioca

Léo será o único titular da zaga em campo hoje, contra o Botafogo
Léo será o único titular da zaga em campo hoje, contra o Botafogo (📸: Leandro Amaral | Vasco)

A situação é a seguinte: ou o Vasco vence o Botafogo hoje no Engenhão, ou seguindo a lógica quase inevitável de todo Carioca, ficará à mercê de um Fluminense – que ainda jogará contra o time da estrela solitária – já classificado e que poderá “escolher” qual dos dois irá para as semifinais.

Ainda restarão três partidas para todo mundo, claro. Mas ficar contando que o Alvinegro ou que o Nova Iguaçu vão perder pontos nas rodadas que restam é contar com ovos em barrigas de galinhas que nem no nosso galinheiro vivem. E isso, claro, ainda contando que as nossas galinhas farão tudo certo nos jogos que nos faltam.

Resumindo, para nós, o terceiro clássico na Taça Guanabara é a última chance do time não ficar dependendo de calculadoras para chegar às semifinais. E passar a depender apenas das suas forças é algo que já passou da hora para o Vasco conseguir. Se não pelos pontos perdidos nos dois clássicos anteriores, pelos que perdemos em jogos contra adversários que, nem de longe, investiram tanto quanto nós nos seus elencos.

E se não fizemos nossa parte contra os pequenos, a paga é ser obrigado a fazer contra um grande rival. E temos que fazer isso contra um Botafogo que jogará com sua força máxima justo quando nós teremos que ir com uma zaga praticamente reserva, já que o juiz da partida contra o Flu pinçou a dedo quem deixaria suspenso do nosso time para esse jogo. Medel e João Vitor, que tomaram cartões inexplicáveis, estão fora. Maicon e Rojas precisarão segurar a onda. Não chega a ser desesperador, mas a dupla titular certamente têm um maior entrosamento e mais ritmo de jogo.

Todo mundo relativiza a (des)importância do Carioca, mas o pensamento deve ser o seguinte: se a gente não consegue chegar nas semifinais de um campeonato que “não serve de parâmetro“, o que esperar de competições mais complicadas? Não ser eliminado já na Taça Guanabara é o mínimo que um clube que investe centenas de milhões de Reais deveria fazer. E se perdermos pontos contra o Botafogo hoje, até conseguir esse mínimo será bastante complicado.

Campeonato Estadual 2024

Botafogo x Vasco

Gatito Fernández; Damián Suárez, Lucas Halter, Bastos e Hugo; Danilo Barbosa, Newton e Jefferson Savarino; Júnior Santos, Matheus Nascimento e Diego Hernández. Léo Jardim; Paulo Henrique, Maicon, Rojas, Léo, Lucas Piton; Zé Gabriel, Galdames, Payet; David e Vegetti.
Técnico: Tiago Nunes. Técnico: Ramón Diaz.
Estádio: Engenhão. Data: 18/02/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Wagner do Nascimento Magalhães. Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha. VAR: Rodrigo Nunes de Sá.
TV: A Band TV transmite para o Rio e parte da Rede. O canal Bandsports transmite para assinantes de todo o Brasil. Internet: os canais GOAT (aberto) e Bandsports (assinantes) transmitem.

A hora do Vasco fazer a sua parte é contra o Corinthians

O titular da zaga: Medel se recupera e estará em campo contra o Corinthians
No sacrifício: único titular da zaga não suspenso, Medel  ignora contusão para atuar contra o Corinthians (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Na rodada que acabou ontem, o Botafogo não ajudou, nem o Goiás. Na que começa hoje, não dá pra contar que o tricolor daqui ou o paulista vão ajudar.

E na real, o Vasco não tem porque contar com os resultados de ninguém para se garantir de vez na Série A ano que vem. E bater o Corinthians hoje, na Colina, é um passo decisivo para que isso se concretize.

Com o que rolou nos últimos duelos na parte debaixo da tabela, o confronto com o alvinegro paulista passou a ser mais que direto. Quem vencer dará um bom respiro (nosso adversário praticamente escapa da degola) e quem perder provavelmente penará até a última rodada para se livrar. E jogando em casa, com São Januário abarrotado, a responsabilidade pela vitória é bem maior pra gente. Vamos com uma zaga que nunca jogou junta, com Medel no sacrifício e sem opções decentes no banco; nosso meio campo vive uma queda de desempenho no pior momento possível; até a inaceitável escrita imposta pelos marsupiais (já se vão 13 anos sem uma vitória sobre os caras)…nada disso pode ser empecilho para conquistarmos três pontos.

Um empate hoje é um resultado quase inútil. Manter uma sequência invicta é bonitinho, mas não serve pra nada. Ganhar apenas um ponto só vai nos fazer depender dos outros para não voltarmos ao Z4 na penúltima rodada da competição.  Já perdemos pontos demais em confrontos diretos e já passou da hora de acabar com essa história.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x CORINTHIANS

Local: São Januário.
Horário: 21h30 (horário de Brasília).
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF-Fifa).
Assistentes: Leila Naiara Moreira da Cruz (Fifa-DF) e Kleber Lucio Gil (SC)..
VAR: Daniel Nobre Bins (VAR-Fifa-RS).

VASCO: Léo Jardim, Paulo Henrique, Capasso, Medel e Lucas Piton; Zé Gabriel, Paulinho e Praxedes (Payet); Rossi, Vegetti e Gabriel Pec.
Técnico: Ramón Díaz.

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Bruno Méndez (Caetano), Veríssimo e Fábio Santos; Maycon, Moscardo, Giuliano e Renato Augusto; Romero e Yuri Alberto.
Técnico: Mano Menezes.

Transmissão: o SporTV e o Canal Premiere transmitem para todo o país.

Vasco precisa devolver a quebra de escrita contra o Furacão

Dilema no gol: pendurado, Léo Jardim não pode levar um amarelo no jogo de hoje, contra o Furacão
Dilema no gol: pendurado, Léo Jardim não pode levar um amarelo no jogo de hoje, contra o Furacão (📸: Leandro Amorim | Vasco)

O histórico – nem tão – recente de confrontos do Vasco com o Furacão não é o que podemos chamar de tranquilo. Há séculos sem ganhar dos caras no Paraná e com uma goleada vergonhosa na bagagem, os jogos contra o Athletico-PR são ainda mais complicados nas retas finais de Brasileirão, ainda mais na situação de hoje (nós, na briga pra permanecer na elite; eles, ainda disputando algo na competição): já tiramos um título quase certo dos caras e eles já jogaram a pá de cal em um dos nossos rebaixamentos, com direito a briga sangrenta na arquibancada.

A partida de hoje na tal “Ligga Arena, infelizmente, repete o cenário. Enquanto os donos da casa ainda precisam de pontos para se garantir na Libertadores do ano que vem, nós estamos todos com as calculadoras na mão, fazendo contas para disputar a Série A em 2024. No primeiro turno, já sob o comando de Don Ramón, o Athletico quebrou o tabu de nunca ter nos vencido em São Januário. Esta noite o Vasco tem a chance de devolver a quebra em uma escrita: não vencemos o Furacão em seus domínios há longos 16 anos.

O retrato do momento mostra um Vasco melhor, apesar de tudo. Enquanto mantemos uma invencibilidade de 5 partidas, o Athletico está o mesmo número de jogos sem conseguir uma vitória. Mas sabemos que o futebol não segue lógicas momentâneas. Uma hora, invencibilidades e fases ruins acabam. A missão de Ramón Diaz e seus comandados é fazer com que a nossa boa fase continue.

O problema é que, no contexto do campeonato, um empate nos serve pouco. Um ponto pode nos fazer subir uma posição na tabela (ou até duas, mas não dá pra contar muito com uma vitória do Botafogo sobre o Santos), mas não nos permitirá aumentar a vantagem para o Z4. Em caso de vitória do Cruzeiro sobre o Goiás, por exemplo, nos deixará a apenas um ponto da 17ª colocação. Sendo assim, vencer o Furacão na sua casa é o único objetivo que o Vasco pode ter hoje.

E para conseguir os três pontos, Don Ramón precisará mexer na sua equipe. Com a expulsão do Rossi na partida contra o Cruzeiro, Payet e Marlon Gomes disputam a vaga. Entre quem entrar, talvez seja mais interessante abandonarmos o esquema com três atacantes (no qual o Francês não consegue desempenhar todas as funções táticas e ainda se sacrifica) e ter mais um homem no meio. Marlon ainda tem chance de entrar mesmo que o Camisa 10 ganhe a vaga do Rossi, aí, no lugar do Praxedes (que, pelo que vem jogando, poderia muito bem pegar um banco). A outra alteração no time deve ser o retorno do PH à lateral, o que é positivo, já que provavelmente precisaremos de maior eficiência defensiva hoje do que o Puma pode oferecer.

Vencer hoje é o ideal, porque nos faria ganhar no mínimo duas posições na tabela – com alguma sorte, até quatro (!) – e aumentaria nossa distância do Z4. Um empate, como já disse, não seria o melhor dos mundos, nos manteria no bolo dos desesperados e numa situação pior que a da rodada passada. Ainda assim, seria um pontinho fora de casa, o que não podemos desprezar de forma alguma.

Já uma derrota…bom, é melhor nem pensar nessa hipótese.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
ATLHETICO X VASCO

Local: Ligga Arena.
Horário: 19h30 (de Brasília).
Árbitro: Anderson Daronco (RS-Fifa).
Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS-Fifa) e Maurício Coelho Silva Penna (RS).
VAR: Wagner Reway (PB-VAR-Fifa).

ATHLETICO-PR: Bento, Cacá, Thiago Heleno e Esquivel; Cuello, Erick, Fernandinho e Canobbio; Zapelli, Vitor Bueno e Willian Bigode
Técnico: Wesley Carvalho.

VASCO: Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon, Medel, Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes (Marlon Gomes), Paulinho, Marlon Gomes (Payet), Gabriel Pec e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: o  canal TNT transmite para todo o Brasil (exceto PR). A Cazé TV transmite para assinantes no YouTube. O canal Casemito transmite no Twitch (para cadastrados e assinantes Amazon Prime).

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Chatão isso de ficar falando de arbitragem antes mesmo da partida começar, mas é impossível não ficar preocupado quando o apitador do jogo de hoje será o Sr. Anderson Daronco.

Com seu histórico de arbitragens “colaborativas” para o Vasco, é impossível não lembrar que o Léo Jardim está pendurado. E, por uma infeliz coincidência do destino, se ele estiver suspenso na próxima rodada, o jovem Halls será o goleiro titular: Ivan tem contrato com o Corinthians, nosso próximo adversário. Ou seja, ele não poderá jogar contra os gambás.

Então, para não corrermos o risco de disputar um confronto direto com  nosso  terceiro – e inexperiente – goleiro, Jardim deverá ser bastante comedido com possíveis reclamações e ceras. É certo que a mão do Daronco estará coçando para dar um amarelo para o titular do nosso gol.

Vasco sofre, mas vence o Coelho

CONSACREZ-VOUS, FRANÇAIS: Payet entrou no intervalo e garantiu a importante vitória sobre o América com golaço de falta, já nos acréscimos
CONSACREZ-VOUS, FRANÇAIS: Payet entrou no intervalo e garantiu a importante vitória sobre o América com golaço de falta, já nos acréscimos (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Mesmo depois da emocionante vitória sobre o América-MG por 2 a 1, Don Ramón deu uma descascada no seu time na coletiva pós-jogo.

– Estou muito decepcionado com a equipe, pois não é a forma que trabalhamos. Com certeza, todos estão contentes com o resultado, mas no futebol, para salvar um time, é preciso jogar bem, é preciso interpretar de outra maneira, é preciso ter outro ritmo, outra dinâmica e outra pressão. – Ramón Diaz

Errado o “pruefessor” não está. Se a partida teve emoção, foi porque o Vasco não teve capacidade para fazer dela um confronto tranquilo. Até pareceu que seria tranquilo, com Vegetti abrindo o placar logo aos 4 minutos (depois de bela jogada individual do Pec).  Mas depois disso, o que vimos foi um América, um time já rebaixado, empatar o jogo menos de 10 minutos depois e dominar o primeiro tempo todo, até o intervalo.

O esporro deve ter comido no vestiário. A evidente bronca que o time tomou e as entradas de Payet e Rossi deram uma melhorada no time.  Mas não parecia o bastante. Não ameaçávamos tanto e seguíamos correndo riscos. O tempo passava, o América acertou nossa trave e obrigava Léo Jardim a fazer mais uma defesa difícil no Brasileiro. E o Vasco? Pouco, muito pouco.

O alívio só veio nos acréscimos, não pelo trabalho conjunto do time, mas pela conjunção da malandragem portenha do Pirata e do talento francês: Vegetti cavou uma falta na frente da área, o juizão marcou e Payet cobrou a falta com perfeição, no ângulo, indefensável.

A explosão nas arquibancadas em São Januário e a festa pela vitória não escondem mais uma partida bem abaixo do que o Vasco deveria mostrar na situação que ainda se encontra. A tal irregularidade – evidente se compararmos com a atuação de ontem com a que tivemos no clássico contra Botafogo – que o time não consegue superar, não foi o bastante para nos tirar a vitória. Mas a irritação do Don Ramón faz sentido: nossa reta final não tem jogos fáceis. Com atuações como a de ontem, contra adversários mais fortes e ainda com objetivos na competição, o time não poderá contar apenas com cobranças de falta perfeitas.

As atuações

Leo Jardim – foi decisivo para a vitória, ao fazer grande defesa no segundo tempo, quando o jogo ainda estava empatado.

Paulo Henrique – acabou sendo mais importante defensivamente que no apoio, onde errou alguns passes. Evitou uma finalização perigosa cotando um chute do adversário. Levou um amarelo e desfalca o time contra o Cruzeiro. Puma  entrou no fim, e só apareceu errando um cruzamento sem ter nenhum marcador o pressionando.

Maicon – um começo nervoso, errando passes e falhando no gol do América. Melhorou no  segundo tempo, jogando com mais segurança.

Medel – penou com a falta de proteção à zaga e não conseguiu atrapalhar o atacante na cabeçada que originou o empate. Mas foi incansável como sempre e um dos melhores do time.

Piton – partida discreta, não conseguiu ser tão eficiente no apoio.

Zé Gabriel – deu muita liberdade para o time do América trabalhar no nosso campo. Quase fez o gol mais cagado da história de São Januário. Deu lugar ao Jair no segundo tempo, que trouxe mais segurança à zaga.

Praxedes – errou uma penca de passes, tomou várias decisões equivocadas e desperdiçou belo passe do Alex Teixeira que o deixou em ótima condição de marcar. Saiu no intervalo para a entrada do Payet, que ajudou o time a ter maior volume de jogo ofensivo e garantiu a vitória com um golaço de falta.

Paulinho -não conseguiu ajudar tanto na construção de jogadas e também tomou decisões equivocadas nas poucas chances que teve.

Gabriel Pec – sua atuação pode ser resumida em um meme do Chico Buarque: fez grande jogada e a assistência para o gol do Vegetti; depois, perdeu um gol feito, com o goleiro batido, cabeceando mal uma bola. Sebastián entrou em seu lugar no fim e fez o de sempre: nada.

Alex Teixeira – lento demais pra posição que foi escalado, pouco apareceu. Quando fez uma grande jogada, em uma arrancada com direito a passagem por alguns marcadores, Praxedes desperdiçou a bola. Deu lugar ao Rossi no intervalo, que voltando de contusão, não conseguiu se destacar.

Vegetti – decisivo como sempre, participou dos dois gols, marcando o primeiro com um chute preciso e claramente cavando a falta que originou o gol do Payet.

Vasco com a faca e o queijo minas nas mãos

Convocado para a Seleção Pré-Olímpica, Pec segue titular contra o Coelho, hoje, na Colina
Convocado para a Seleção Pré-Olímpica, Pec segue titular contra o Coelho, hoje, na Colina (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Com a balbúrdia acontecida no (literal) confronto entre o Coxa e o Cruzeiro, nossa partida de hoje contra o América-MG tornou-se uma oportunidade de ouro para o Vasco não apenas abrir uma distância do Z4 mas também para ganhar alguma tranquilidade antes de entrar em uma reta final de Brasileiro na qual essa mesma tranquilidade deve passar longe.

A oportunidade é única pelo desenho da rodada. Além do Coxa ter segurado a Raposa, todos os nossos outros concorrentes diretos têm partidas complicadas. Dando a lógica, temos tudo para terminar a rodada com três pontos de distância da zona da confusão e abrindo alguma vantagem no número de vitórias, algo que pode fazer a diferença no fim do campeonato.

Mas para isso acontecer, o Vasco precisa vencer. Não apenas o América, mas antes disso, a ansiedade. Nossa vitória sobre o Botafogo na última rodada mostrou que uma suposta superioridade técnica perde importância em um momento de pressão. E o Coelho, ainda que seu elenco tenha brio e não queira entrar pra história como o que teve o pior desempenho em uma Série A, entrará em campo sem qualquer peso sobre os ombros. A pressão pelo resultado estará toda do nosso lado.

Don Ramón precisa deixar isso claro para sua equipe: buscar a vitória pelos 90 minutos é uma obrigação, mas não um sinônimo de desespero. É preciso jogar com calma, criar as oportunidades de gol sem abandonar a cautela que se mostrar necessária. Com a contusão do Erick, Rossi e Alex Teixeira disputam sua vaga, que deve ser a única alteração com relação ao time que venceu o Alvinegro. Sendo assim, manter a forma de jogo – e o bom nível de atuação – que tivemos no clássico não deve ser um problema.

O jogo de hoje é o último que teremos contra um adversário que, em teoria, não tem mais o que disputar na competição. Isso aumenta nossa responsabilidade, já que não tendo vida fácil até a derradeira rodada, somar pontos é indispensável. Ter a serenidade necessária para vencer o América hoje pode ser a chave para encararmos a reta final do Brasileirão com mais tranquilidade. E essa chave, hoje, está nas mãos – e pés – do time do Vasco.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x AMÉRICA-MG

Local: São Januário.
Horário: 18h30 (horário de Brasília).
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF-Fifa).
Assistentes: Bruno Boschilia (PR-Fifa) e Tiago Augusto Kappes Diel (RS).
VAR: Rodolpho Toski Marques (PR).

VASCO: Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon, Medel, Lucas Piton, Zé Gabriel, Paulinho, Praxedes, Gabriel Pec, Rossi (Alex Teixeira) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz

AMÉRICA-MG: Jori, Mateus Henrique, Danilo Avelar, Ricardo Silva e Marlon; Alê, Martínez, Juninho e Benítez; Felipe Azevedo e Mastriani.
Técnico: Diogo Giacomini (Interino).

Transmissão:  o Canal Premiere transmite para todo o país.

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Teve pleito no Vasco ontem e vale dar os parabéns ao Pedrinho, novo presidente eleito do Clube. Não sei exatamente sua capacidade como gestor – ainda mais em um momento ainda transitório de SAF – mas uma coisa todo torcedor acredita: amor ao Vasco da Gama não lhe falta.

Não é garantia de um bom mandato, mas deveria ser a primeira e indispensável condição para quem chega ao cargo.

Vasco mostra força e bate o Botafogo

PH comemora seu gol pelo Vasco no clássico contra o Botafogo
Noite de herói: PH comemora seu gol, que garantiu a vitória do Vasco sobre o Bota e tirou o time do Z4 (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Estava claro que um jogo contra o líder do campeonato seria complicado. E o jogo realmente começou complicado, com o Vasco sendo pressionado pelo Botafogo. O nervosismo dos dois lados, ambos precisando muito da vitória, atrapalhava: nós não conseguíamos jogar, eles não conseguiam abrir o placar.

Até que, com quase 30 minutos de bola rolando, Maicon intercepta um passe no meio de campo. Com o corte, a bola cai caprichosamente no improvável Paulo Henrique, o mesmo PH que, há não muito tempo, era um dos líderes da barca montada pela torcida.

O lateral domina e corta pro meio. Muitos – me incluo – já antevendo a merda que o rapaz faria. Mas PH limpa a marcação e chuta, de esquerda, ainda de fora da área. O improvável ex-líder da barca estufa a rede, com a bola entrando no cantinho do Lucas Perri.

O gol, que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, foi apenas o lance mais importante do jogo. Mas não a única coisa importante. O jogo coletivo, a entrega e a firmeza defensiva do Vasco, importante nos muitos momentos de pressão alvinegra, foi tão importante quanto. Não apenas evitamos que Léo Garden, o líder de defesas difíceis no Brasileirão, aumentasse sua lista de milagres embaixo das traves; também conseguimos criar outras chances de gol: poderíamos, inclusive, ter saído do clássico com um placar mais folgado.

Era um clássico tenso para os dois lados e o Vasco precisaria mostrar mais força que o Botafogo para vencê-lo. E assim fizemos. Manter a pegada de ontem e acabar de vez com nossa insistente irregularidade nos jogos é a chave para seguirmos fora do Z4, de onde conseguimos sair ontem. E, esperamos todos, para onde não voltaremos nunca mais.

As atuações

Leo Jardim – sem muito trabalho durante o jogo, mostrou segurança nas poucas vezes nas quais nosso sistema defensivo não evitou as chegadas do ataque alvinegro.

Paulo Henrique – já vinha tendo boas atuações, mas se for para estabelecer um marco na “volta por cima” do lateral, será a partida de ontem. Não apenas pelo belo gol, se livrando da defesa e finalizando com precisão, de fora da área, no canto do goleiro, mas também pela consistência defensiva e a ajuda no apoio (onde oscilou um pouco). Uma partidaça, esturricando a língua de muitos que já o criticaram.

Maicon – outro “renascido” do elenco, o “God of Zaga” fez uma partida bem perto de perfeita, se impondo fisicamente sobre os atacantes adversários (sem apelar para excessos) e zagueirando quando necessário. Ainda evitou o que poderia ser um gol do Botafogo, bloqueando um chute quase na pequena área quando o jogo ainda estava empatado e iniciou a jogada do gol do PH.

Medel – só não fez “assistências“, como seu companheiro de zaga. Tirando isso, uma atuação no nível do Maicon, praticamente sem erros (com a diferença que o chileno tem 1 metro e meio de altura).

Piton – com o placar a nosso favor pouco depois da metade da primeira etapa, teve seus melhores momentos no apoio logo após nosso gol. Depois acabou priorizando as funções defensivas, se saindo bem.

Zé Gabriel – carregou o piano de sempre, com eficiência e discrição. Poderia ter errado menos passes nas saídas de bola.

Praxedes – um início irregular, com passes imprecisos, mas melhorou no decorrer do jogo. Sem um futebol vistoso, mas importante taticamente, ajudou a ditar o ritmo do meio de campo.

Paulinho – bem na parte física – correu e combateu o jogo todo – e tática, alternando com eficiência suas funções defensivas e ofensivas. Quase marcou um gol de cabeça no segundo tempo. Deu lugar ao Jair no fim, tanto para dar um novo gás na marcação, como para fazer o tempo passar com sua entrada. Não teve muito tempo para aparecer.

Gabriel Pec –  quando não irrita com decisões equivocadas no ataque, já dá pra considerar que teve uma boa atuação. Mas ontem também teve importante função de desafogo para o time quando o Bota pressionava e ajudou o time a segurar a bola no ataque. Finalizou uma vez com perigo. Léo entrou no finalzinho da partida, pra fechar de vez o time e, como o Jair, para fazer o cronometro correr.

Vegetti – não deixou o dele, mas foi o típico atacante chato, que deu trabalho para a defesa adversária durante todo o jogo. Mas desperdiçou algumas boas chances, principalmente uma oportunidade quase no fim da partida, quando isolou a bola.

Erick Marcus – fez boas jogadas pela esquerda, numa delas, acertando belo cruzamento para o Paulinho quase marcar de cabeça. Infelizmente se machucou no começo do segundo tempo e provavelmente não deve voltar a atuar esse ano. Alex Teixeira o substituiu e tentou manter a bola no campo alvinegro por mais tempo. Pecou em algumas decisões.

Vasco, pressionado como sempre, encara um Botafogo pressionado como nunca

Em um clássico dramático, Vasco precisa mostrar mais força que o Bota
Em um clássico dramático, Vasco precisa mostrar mais força que o Bota (📸: Leandro Amorim | Vasco)

O Botafogo, nosso adversário de hoje em São Januário, entrará em campo hoje pressionado como nunca neste Brasileiro. De potencial campeão com rodadas de antecedência, viu uma diferença que chegou a ser de 14 pontos para o segundo colocado ser pulverizada para zero, com o Palmeiras igualando seu número de pontos com a vitória que teve no início da rodada.

Já o Vasco entra em campo pressionado como sempre esteve na competição: ainda no Z4 e mais afundado ainda com a vitória do Goiás ontem, o Gigante não pode sequer cogitar um empate no clássico de hoje, ainda mais sendo realizado no nosso caldeirão.

Cada um com seus problemas” é o que diz a sabedoria popular. Mas apesar de ser um confronto entre um dos times com pior rendimento e o líder do Brasileirão desde as primeiras rodadas, podemos dizer que o Vasco chega em um momento melhor que seu adversário.

Loucura dizer isso? Talvez. Mas vejamos o contexto… O Vasco até chega à partida uma posição abaixo do que estava no começo da rodada, mas com as derrotas do Cruzeiro e do Bahia, uma vitória hoje não apenas nos deixará fora do Z4 ao fim dessa rodada como, vejam vocês, nos jogará no bolo dos times que lutam pela última vaga na Sul-Americana. Além disso, enquanto o alvinegro vem de uma derrota daquelas de acabar com o psicológico de qualquer equipe,  nós conseguimos três pontos importantíssimos na última rodada, ao bater o Cuiabá fora de casa.

Outra ponto a se citar é que, enquanto o Botafogo chega com um monte de desfalques por suspensão, o Vasco contará com a volta do Vegetti ao ataque e terá até mais opções aceitáveis no banco, como Jair e, provavelmente, Rossi e Marlon Gomes. A volta do Pirata ao time deve ser a única mexida de Don Ramón na a equipe que venceu na última rodada.

Com tudo isso (mais a óbvia vantagem de jogar em um São Januário mais uma vez lotado), podemos dizer que o Vasco chega com certo favoritismo ao clássico? Claro que não. Primeiro, exatamente por ser um clássico. Segundo porque, por mais que o Botafogo esteja muito pressionado e com problemas para ser escalado, é inegável que tem um time muito mais preparado e – impossível não admitir – qualificado com o nosso. E por último, o mais decisivo de todos, o Vasco tem mostrado uma irregularidade em campo que não nos dá segurança para dizer que somos favoritos contra qualquer adversário que seja. Menos ainda sobre o líder do Brasileirão.

Mas uma coisa que podemos dizer com segurança, é que o Vasco tem o DEVER de entrar em campo mostrando mais empenho pela vitória que o Botafogo. Os dois times chegam ao clássico em níveis de pressão semelhantes, mas seus objetivos são diametralmente opostos. E o nosso, infelizmente bem menos nobre, é evidentemente mais crítico que a luta que o alvinegro enfrenta pelo título.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x BOTAFOGO

Local: São Januário.
Horário: 19h (horário de Brasília).
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS).
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP).
VAR: Wagner Reway (VAR-Fifa-PB).

VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique, Maicon, Medel e Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes e Paulinho; Gabriel Pec, Erick Marcus (Payet) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

BOTAFOGO: Lucas Perri; Di Placido, Bastos, Phelipe Sampaio e Marçal; Danilo Barbosa, Tchê Tchê e Eduardo; Júnior Santos, Victor Sá e Tiquinho Soares.
Técnico: Lucio Flavio.

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Esqueci de citar um ponto que pode acabar sendo decisivo na partida: o Sr. Leandro Vuaden apita o jogo. Que na resenha sobre o jogo de amanhã eu não precise citar seu nome ou reclamar da arbitragem….

Vasco vence o Cuiabá e segue na briga

Finalmente: depois de mais de nove meses no clube, Orellano marca seu primeiro gol com a camisa do Vasco
Finalmente: depois de mais de nove meses no clube, Orellano marca seu primeiro gol com a camisa do Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

No primeiro turno, o Vasco estava em uma situação bastante complicada quando encarou o Cuiabá. Punido, estava proibido de jogar em São Januário, faria seu primeiro jogo depois do fim da “Era Barbieri” e, depois de uma partida horrorosa, conseguiu uma vitória pelo placar mínimo, que nem fez com que, à época, saíssemos do Z4.

Um turno inteiro depois, a situação do Gigante é a mesma. Tanto que a descrição do jogo de ontem, mais de quatro meses depois do primeiro confronto entre as equipes neste Brasileirão, é quase a mesma: em situação complicada na classificação e jogando fora de casa, o Vasco fez uma partida muito ruim e nem mesmo a vitória – essa, por 2 a 0 – foi o suficiente para nos tirar da “zona da confusão“.

Também como no primeiro jogo, a vitória só serve como alívio ao torcedor. Faltando sete jogos para o fim do Brasileiro e a três pontos da 16ª colocação, o futebol apresentado, ainda que tenhamos vencido, nem de longe foi o suficiente para nos permitir ter aquela confiança de que venceremos mais quatro jogos até o fim da competição.

Depois de um primeiro tempo que mais lembrou um jogo de início de temporada de tão sem graça que foi, nem o chorado primeiro gol do Pec ou o belo gol do Orellano no fim do jogo foram o bastante para fazer ignorar o sufoco que nos permitimos passar por quase toda segunda etapa, mesmo contra um adversário que precisou lutar tanto contra nossa defesa quanto com suas próprias limitações.

O que nos faz pensar: se passamos um sufoco contra o Cuiabá, de onde vamos tirar pelo menos 8 pontos – já pretensiosamente considerando certos os três pontos contra o Coelho na Colina – nos jogos contra Botafogo, Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio e Furação, os três últimos como visitante?

É por isso que a vitória de ontem foi importantíssima, mas apenas para nos manter respirando na briga pela permanência na elite. E como essa luta é contra três campeões brasileiros (com alguns deles tendo resultados surpreendentes dadas as suas campanhas até aqui), fica claro que o Vasco precisará mostrar mais se quiser mesmo escapar da degola.

As atuações:

Léo Jardim – teve um pouco menos de trabalho que nos últimos jogos, mas como sempre fez defesas importantes.

Paulo Henrique – deu algumas vaciladas na defesa e errou passes demais no começo do jogo, mas foi importante no lance do primeiro gol, fazendo uma jogada de (quase) linha de fundo e cruzando pra área. Deu lugar ao Léo, quando Don Ramón resolveu fechar mais seu time para segurar o resultado. Não comprometeu.

Medel – mais uma partida na qual mostrou sua importância para o time, tanto pela liderança quanto pela entrega.

Maicon – começou aparentemente nervoso, tomando um drible desclassificante do Deyverson. Mas se recompôs e jogou com firmeza.

Lucas Piton – o que não teve de efetivo no apoio como costuma ser compensou com maior participação defensiva.

Zé Gabriel – teve problemas com a saída de bola, mas iniciou a jogada do primeiro gol acionando o PH com um bom lançamento.

Praxedes – ainda que não tenha feito por merecer muitos elogios, pelo menos foi o único que tentou fazer alguma graça no terrível primeiro tempo do jogo, arriscando duas finalizações de fora da área.

Paulinho – discretíssimo, mas esforçado, não contribuiu muito até dar lugar ao Orellano, que finalmente marcou seu primeiro gol pelo Vasco em bela jogada individual, driblando meio setor defensivo do Cuiabá.

Gabriel Pec – fazia uma partida sem muito destaque até abrir o placar mostrando bom posicionamento. Depois disso, voltou a não fazer muita coisa. Deu lugar ao Pumita na reta final do jogo e não chegou a aparecer (e, não atrapalhando, já ajudou).

Erick Marcus – tão sem destaque quanto o Pec, com a diferença que não marcou gol. Deu lugar ao Payet, que entrou em um momento do jogo no qual seria difícil fazer alguma coisa, com o Vasco sendo acuado pelo adversário.

Sebastián – uma amostra da sua eficiência no ataque foi sua participação no gol do Pec, quando não conseguiu empurrar a bola pra rede quando estava sozinho, acertando a trave. Alex Teixeira o substituiu e ajudou um pouco mais, mas foi prejudicado pela pouca eficiência do time em conseguir contra-ataques.