Explicando o título desta resenha logo de cara, a vitória do Vasco sobre a Ponte por 2 a 0 valeu mais por quebrar a sequência de derrotas, não permitir que o G4 se afastasse e por mostrar que o time pode, de um modo geral, render mais dentro de campo.
A parte do “convincente” na vitória ficou de fora porque, tirando a empolgação pela melhor atuação em muito tempo, a equipe segue sendo frágil defensivamente. Tanto que Vanderlei, mais uma vez, foi um dos destaques da partida, sendo obrigado a fazer um bom número de defesas complicadas (e eventualmente, contando com sua sorte).
Se a partida não fosse contra o pior visitante da competição (com apenas 12,12% de aproveitamento), provavelmente teríamos problemas maiores ontem.
Ainda assim, a impressão deixada foi bastante positiva. O tempo maior para treinar parece realmente ter ajudado aos jogadores a entender melhor a proposta de jogo do Lisca, e como o treinador terá mais cinco dias até a próxima partida, a tendência é que o ajuste da equipe fique ainda melhor. Mesmo considerando eventuais cochiladas nas recomposições defensivas, é inegável que o Vasco de ontem era outro, bem diferente daquele que perdeu para o Londrina e o Operário.
Falta muito para termos podermos festejar, mas é preciso dar valor à vitória em um momento importante e parabenizar o Lisca pela nova postura do seu time. O jogo de ontem pode não ser garantia de muita coisa, mas já permite à torcida ter um pouco mais de esperança.
As atuações
Vanderlei – mais uma vez foi decisivo, fazendo pelo menos três grandes defesas na partida e garantindo o zero no nosso lado do placar.
Léo Matos – teve maior participação na parte defensiva, mas acabou sendo importante no apoio: veio dele o passe para o Caio Lopes marcar o seu gol.
Miranda – fez uma partida segura, jogando com seriedade. Se destacou evitando as bolas aéreas da Macaca.
Leandro Castan – voltou ao time e, pelo menos dessa vez, trouxe mais segurança à zaga. Foi importante também “xerifando” a equipe, cobrando a atenção dos companheiros quando necessário.
Zeca – tendo uma função mista – lateral quando o Vasco não tinha a posse de bola e volante quando a bola era do time – conseguiu se sair bem (o que é, diga-se, surpreendente). Vacilou em algumas recomposições defensivas, mas na maior parte do tempo foi bem, ajudando o time tanto no combate como iniciando jogadas ofensivas.
Andrey – atuou mais avançado e teve boa participação ofensiva. Abriu o placar mostrando boa movimentação e precisão no cabeceio.
Caio Lopes – Lisca já mereceria elogios por ter conseguido fazer o rapaz, finalmente, ter uma boa atuação entre os profissionais. Jogando mais recuado, foi muito bem ocupando os espaços e no combate direto e ainda apareceu na frente para finalizar e marcar o segundo gol do Vasco.
Marquinhos Gabriel – não tomou seu lexotan pré-jogo e mostrou maior empenho que o normal. Poderia ser sempre assim: “acordado” em campo, Marquinhos Gabriel consegue mostrar sua importância para o time. Ontem conseguiu acelerar o time ofensivamente e fez a assistência para o gol do Andrey. Matías Galarza o substituiu e ajudou a reforçar o bloqueio no meio de campo. Foi útil no momento em que a Ponte tentou uma pressão na parte final do jogo.
Léo Jabá – incomodou bastante a zaga adversária, mas volta e meia se enrola com a bola e com eventuais decisões equivocadas. Mas foi importante para o resultado, iniciando a jogada do primeiro gol. Quase marcou o seu antes, após belo passe do Marquinhos Gabriel. Deu uma sumida na metade do segundo tempo e Figueiredo entrou em seu lugar. O garoto tentou manter o ritmo, mas com o placar já definido, entrou com o time mais cauteloso que partindo para o ataque.
Gabriel Pec – não marcou seu gol, mas provou que não pode ser reserva neste time. Com muita movimentação e velocidade, criou jogadas, finalizou com perigo e ainda ajudou na marcação. Saiu no fim para a entrada do João Pedro,que não teve tempo para fazer muita coisa.
Cano – finalizou apenas uma vez, mas mostrou como pode ser importante mesmo com nosso meio de campo não o encontrando dentro da área: boa parte do gol do Andrey se deve ao gringo, que desmontou a marcação adversária dando um toque de primeira para o Marquinhos Gabriel. Daniel Amorim entrou em seu lugar no fim e não chegou a fazer muita coisa em campo.