Se formos pensar no que o Boavista tem apresentado ao longo desse Carioca, vencer em casa o lanterna da competição por 4 a 1 pode ter evidenciado mais os problemas do Vasco que suas qualidades.
Não que tenha havido PROBLEEEEEMAS, claro. Goleamos novamente, corremos muito poucos riscos e dominamos amplamente a partida. Mas o Vasco pareceu estar um pouco mais relaxado do que deveria. Como se as últimas partidas, por serem dois clássicos e um jogo por competição nacional, merecessem um time mais ligado do que confronto com uma equipe menor do Estadual.
Essa é apenas uma opinião pessoal e pode ser que apenas eu tenha visto isso, principalmente em alguns momentos nos quais aquela que é a pior equipe do Carioca conseguiu nos atacar. Ou em algumas reposições defensivas meio lentas. Ou em alguns passes meio displicentes… Novamente, pode ser apenas uma impressão. Mas foi uma impressão bem nítida pra mim.
Mas porque não comentar os pontos positivos ao invés do que pode ter sido negativo? Porque, sejamos sinceros, vencer o Boavista em São Januário era meio que um dever de casa no atual momento do Vasco. E também, porque são esses pontos negativos que podem fazer a diferença no clássico contra o Fla, no próximo domingo.
É preciso lembrar: mesmo com a vitória de ontem e terminando a rodada na terceira colocação, se não vencermos o clássico com o rubro-negro nossa classificação para as semifinais ficará em sérios riscos. Isso porque tanto o Botafogo como o Voltaço dificilmente perderão pontos na próxima rodada. E com isso, mesmo um empate contra o Flamengo nos deixará na quinta colocação, indo para o jogo final da Taça Guanabara não dependendo apenas de nós para conseguir a classificação para os jogos decisivos.
E é isso que me preocupa, no fim das contas. Contra o Boavista, cochilamos algumas vezes, sofremos um gol e isso não foi o bastante para comprometer nossa vitória. Só que em um clássico, qualquer descuido pode ser fatal. E com a necessidade de conseguir os três pontos na Arena Maracanã, isso não pode acontecer.
As atuações
Léo Jardim – a defesa vacilou no lance do gol do Boavista? Sim. Mas aquela espalmada pra frente de área poderia ter sido evitada.
Puma Rodríguez – mais uma atuação na qual aproveitou bem os espaços que teve, sendo boa opção ofensiva. No primeiro tempo carimbou a trave numa finalização, mas acabou marcando seu primeiro gol pelo clube na etapa final, tranquilizando um momento mais tenso na partida.
Miranda – não conseguiu evitar que o rebote do Léo Jardim fosse aproveitado no gol adversário, mas de resto fez uma partida correta (ainda que muitos torcedores peguem no pé do cara meio sem motivo).
Léo – assim como o Miranda, foi deixado na podre no lance do gol adversário: tentou, mas não conseguiu evitar o chute rebatido pelo Léo Jardim. Fora isso, fez mais uma boa partida.
Lucas Piton – vinha bem no apoio, criando jogadas junto com Erick Marcus, mas sentiu e deu lugar ao Paulo Victor no intervalo. O lateral reserva até que manteve o ritmo do titular, sem o mesmo nível, mas igualmente sem comprometer.
Rodrigo – uma partida bem segura do jovem volante, aliás, mais uma. No lance do gol do Alex Teixeira, deu belo passe para o próprio no inicio da jogada.
Jair – muitos vão lembrar do seu passe errado numa saída de bola (que originou o gol do Boavista), mas sua contribuição enquanto esteve em campo, com boa movimentação, ajudando tanto no combate como na criação, foi mais importante que isso. Barros entrou em seu lugar e, com o jogo já meio que resolvido, pôde fazer uma partida tranquila.
Alex Teixeira – em cerca de uma hora em campo, fez uma grande dupla de ataque com o Pedro Raul. Iniciou a jogada do primeiro gol com uma roubada de bola e assistência para o camisa 9 e ele próprio marcou o segundo com passe do centro avante. Nenê o substituiu e, mesmo sem ter o mesmo destaque individual que o AT, participou dos lances dos dois outros gols vascaínos.
Gabriel Pec – deu muito trabalho à defesa adversária, principalmente quando subiu junto com Pumita ao ataque. Quase marcou um belo gol em chute de fora da área, mas segue sem marcar. Deu lugar ao Rayan, que teve uma boa chance em uma cabeçada e até poderia ter marcado o seu, se o Eguinaldo soltasse a bola quando o garoto estava livre na área.
Erick Marcus – foi o mais apagado entre os três homens de frente, ainda assim criou boas jogadas pela esquerda no primeiro tempo e quase marcou o seu no segundo. Eguinaldo o substituiu e mais uma vez mostrou que precisa – com urgência – fazer um cursinho sobre “como evitar decisões equivocadas dentro de campo“. Pelo menos participou do lance do gol do Pumita, escorando o escanteio cobrado pelo Nenê.
Pedro Raul – com dois gols e uma assistência – em uma bela jogada de pivô na qual tabelou com o Alex Teixeira – o centro avante foi o grande nome do jogo. Ainda que tenha, mais uma vez, pecado em uma ou outra finalização, ontem mostrou que não é apenas nos arremates que pode ajudar nosso ataque.