Vasco goleia o Boavista com tranquilidade. As vezes, em excesso

Pedro Raul (2) e Alex Teixeira comemoram. Pumita marcou o quarto, fechando a goleada sobre o Boavista
Pedro Raul (2) e Alex Teixeira comemoram. Pumita marcou o quarto, fechando a goleada sobre o Boavista (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Se formos pensar no que o Boavista tem apresentado ao longo desse Carioca, vencer em casa o lanterna da competição por 4 a 1  pode ter evidenciado mais os problemas do Vasco que suas qualidades.

Não que tenha havido PROBLEEEEEMAS, claro. Goleamos novamente, corremos muito poucos riscos e dominamos amplamente a partida. Mas o Vasco pareceu estar um pouco mais relaxado do que deveria. Como se as últimas partidas, por serem dois clássicos e um jogo por competição nacional, merecessem um time mais ligado do que confronto com uma equipe menor do Estadual.

Essa é apenas uma opinião pessoal e pode ser que apenas eu tenha visto isso,  principalmente em alguns momentos nos quais aquela que é a pior equipe do Carioca conseguiu nos atacar. Ou em algumas reposições defensivas meio lentas. Ou em alguns passes meio displicentes… Novamente, pode ser apenas uma impressão. Mas foi uma impressão bem nítida pra mim.

Mas porque não comentar os pontos positivos ao invés do que pode ter sido negativo? Porque, sejamos sinceros, vencer o Boavista em São Januário era meio que um dever de casa no atual momento do Vasco. E também, porque são esses pontos negativos que podem fazer a diferença no clássico contra o Fla, no próximo domingo.

É preciso lembrar: mesmo com a vitória de ontem e terminando a rodada na terceira colocação, se não vencermos o clássico com o rubro-negro nossa classificação para as semifinais ficará em sérios riscos. Isso porque tanto o Botafogo como o Voltaço dificilmente perderão pontos na próxima rodada. E com isso, mesmo um empate contra o Flamengo nos deixará na quinta colocação, indo para o jogo final da Taça Guanabara não dependendo apenas de nós para conseguir a classificação para os jogos decisivos.

E é isso que me preocupa, no fim das contas. Contra o Boavista, cochilamos algumas vezes, sofremos um gol e isso não foi o bastante para comprometer nossa vitória. Só que em um clássico, qualquer descuido pode ser fatal. E com a necessidade de conseguir os três pontos na Arena Maracanã, isso não pode acontecer.

 

As atuações

Léo Jardim – a defesa vacilou no lance do gol do Boavista? Sim. Mas aquela espalmada pra frente de área poderia ter sido evitada.

Puma Rodríguez – mais uma atuação na qual aproveitou bem os espaços que teve, sendo boa opção ofensiva. No primeiro tempo carimbou a trave numa finalização, mas acabou marcando seu primeiro gol pelo clube na etapa final, tranquilizando um momento mais tenso na partida.

Miranda – não conseguiu evitar que o rebote do  Léo Jardim fosse aproveitado no gol adversário, mas de resto fez uma partida correta (ainda que muitos torcedores peguem no pé do cara meio sem motivo).

Léo – assim como o Miranda, foi deixado na podre no lance do gol adversário: tentou, mas não conseguiu evitar o chute rebatido pelo Léo Jardim. Fora isso, fez mais uma boa partida.

Lucas Piton – vinha bem no apoio, criando jogadas junto com Erick Marcus, mas sentiu e deu lugar ao Paulo Victor no intervalo. O lateral reserva até que manteve o ritmo do titular, sem o mesmo nível, mas igualmente sem comprometer.

Rodrigo – uma partida bem segura do jovem volante, aliás, mais uma. No lance do gol do Alex Teixeira, deu belo passe para o próprio no inicio da jogada.

Jair – muitos vão lembrar do seu passe errado numa saída de bola (que originou o gol do Boavista), mas sua contribuição enquanto esteve em campo, com boa movimentação, ajudando tanto no combate como na criação, foi mais importante que isso. Barros entrou em seu lugar e, com o jogo já meio que resolvido, pôde fazer uma partida tranquila.

Alex Teixeira – em cerca de uma hora em campo, fez uma grande dupla de ataque com o Pedro Raul. Iniciou a jogada do primeiro gol com uma roubada de bola e assistência para o camisa 9 e ele próprio marcou o segundo com passe do centro avante. Nenê o substituiu e, mesmo sem ter o mesmo destaque individual que o AT, participou dos lances dos dois outros gols vascaínos.

Gabriel Pec – deu muito trabalho à defesa adversária, principalmente quando subiu junto com Pumita ao ataque. Quase marcou um belo gol em chute de fora da área, mas segue sem marcar. Deu lugar ao Rayan, que teve uma boa chance em uma cabeçada e até poderia ter marcado o seu, se o Eguinaldo soltasse a bola quando o garoto estava livre na área.

Erick Marcus – foi o mais apagado entre os três homens de frente, ainda assim criou boas jogadas pela esquerda no primeiro tempo e quase marcou o seu no segundo. Eguinaldo o substituiu e mais uma vez mostrou que precisa – com urgência – fazer um cursinho sobre “como evitar decisões equivocadas dentro de campo“. Pelo menos participou do lance do gol do Pumita, escorando o escanteio cobrado pelo Nenê.

Pedro Raul – com dois gols e uma assistência – em uma bela jogada de pivô na qual tabelou com o Alex Teixeira – o centro avante foi o grande nome do jogo. Ainda que tenha, mais uma vez, pecado em uma ou outra finalização, ontem mostrou que não é apenas nos arremates que pode ajudar nosso ataque.

Vasco tem importante jogo contra o lanterna do Carioca

AT7 ou o Vovô: única dúvida de Barbieri contra o Boavista é quem será o articulador do Vasco
AT7 ou Nenê: única dúvida de Barbieri contra o Boavista é quem será o articulador do Vasco (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Futebol é assim, de uma competição para outra, as coisas mudam completamente: fomos fazer a estreia pela Copa do Brasil  estando no G4 da Taça Guanabara, goleamos o Trem-AP, e quando voltamos, lá vamos nós precisando de pontos pra volta à zona de classificação para as semifinais do Estadual. E pelas rodadas que faltam, o jogo de hoje contra o Boavista passou a ter uma importância maior do que deveria ter.

Ainda que nos baste vencer o lanterna da competição (o time da Região dos Lagos não conseguiu vencer nenhum joguinho no Carioca), os três pontos hoje são imprescindíveis para nossa classificação. Não apenas para que possamos garantir um lugar entre os quatro melhores do primeiro turno, mas também pensando nos cruzamentos das semifinais.

Botafogo, Volta Redonda e, vá lá, o Bangu ainda têm chances de classificação. O Fluminense ainda têm pretensões de terminar a Guanabara na liderança, o que é possível já que ainda tem um confronto direto com o Flamengo, que ainda vai jogar contra nós na próxima rodada. Ou seja, muita coisa ainda pode mudar na tabela e, por consequência, na definição de quem joga com quem nos jogos decisivos (e, mais importante, com vantagem nessas partidas).

Mas antes de pensar nas semifinais, precisamos passar pelo Boavista, que ainda tem seus objetivos nesse Estadual. E como basta uma vitória para nosso adversário deixar a lanterna (e aumentar as chances de não cair), o alviverde deve pelo menos tentar nos dar algum trabalho.

Não que deva conseguir. Faltando apenas definir se começa com Alex Teixeira ou Nenê, Barbieri deve repetir a escalação que teve uma boa estreia na Copa do Brasil. Com isso temos boas chances de manter o nível de atuação que tivemos contra o Trem-AP e nos clássicos, o que deve complicar bastante a vida do Boavista.

Então é entrar com a seriedade com a qual nos acostumamos, independente do nível do adversário e garantir os três pontos o mais rápido possível. De preferência, sem perder tantos gols como infelizmente também começamos a nos acostumar.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
VASCO X BOAVISTA

Local: São Januário.
Horário: 19h30 (de Brasília).
Árbitro: Alexandre Vargas Tavares de Jesus.
Assistentes: Daniel do Espírito Santo Parro e Rafael Gomes Rosa.

VASCO: Léo Jardim, Pumita, Miranda, Léo, Lucas Piton, Rodrigo, Jair, Alex Teixeira (Nenê), Gabriel Pec, Erick Marcus e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

BOAVISTA: Fernando; Cayo Tenório, Diogo Rangel, Elivelton e Jefinho; Lucas Lucena, Ryan e Wandinho; Léo Melo, Pablo Augusto e Marquinhos.
Técnico: Leandrão.

Transmissão: pela internet, via Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch).

Vasco se classifica com goleada, mas preocupa a torcida

Erick Marcus comemora: o atacante abriu a goleada vascaína com um golaço, marcando pela primeira vez como profissional
Erick Marcus comemora: o atacante abriu a goleada vascaína com um golaço, marcando pela primeira vez como profissional (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Semana passada chamei de “insatisvitóriao 2 a 0 que o Vasco aplicou no Botafogo, muito pela sensação que a maioria da torcida teve de que o placar foi magro diante das circunstâncias. Mesmo sendo um clássico, tivemos uma superioridade numérica desde os 11 minutos do primeiro tempo e tivemos dois jogadores a mais o segundo tempo inteiro. Ponderei que não se podia ignorar que isso fez com que o alvinegro se fechasse para evitar uma goleada e que isso precisava ser levado em consideração.

E eis que no jogo seguinte, a insatisfação dos vascaínos parece ser novamente a tônica, ainda que tenhamos marcado o dobro de gols no 4 a 0 sobre o Trem-AP. O problema é que, dessa vez, a retranca adversária não pode ser levada em conta. Não apenas por conta da impressionante fragilidade do adversário – que não conseguiu fazer muito mais do que faria qualquer um oponente em um jogo-treino – mas porque a retranca era esperada e foi superada até com facilidade.

Mas daí vem a frustração: o time superou a marcação do rubro-negro amapaense e criou um monte de oportunidades de gol (foram 32 finalizações), mas desperdiçou uma quantidade absurda de chances claras de balançar a rede. Não há muitos motivos para se reclamar de um 4 a 0; o que chateia é que poderíamos, sem soar pretensioso, ter feito o dobro de gols. Ou mais.

Quero crer que a razão da bronca é principalmente a preocupação. Contra equipes melhores (o que temos encontrado até no fraquíssimo Estadual), perder tantos gols feitos será um problema. Não é todo dia que se faz dezenas de finalizações, então a precisão nos arremates precisa melhorar, e muito. Raciocínio lógico se lembrarmos que, caso asseguremos a vaga na semifinal do Carioca, muito provavelmente teremos apenas clássicos contra nossos maiores rivais, atualmente em um momento de preparação de equipe superior à nossa (sem falar na qualidade do elenco dos três grandes do Rio).

Foi bom ver o Vasco cumprir seu papel de forma indiscutível, claro. Não precisamos voltar muito no tempo para lembrar que tivemos estreias bem piores na Copa do Brasil e o importante, numa primeira fase da competição, é a classificação. Mas o Barbieri precisa ter uma conversa séria – principalmente com o Pedro Raul – e exigir mais dos jogadores nos treinamentos de finalização. Até porque, não é a primeira vez que uma boa vitória da sua equipe não consegue agradar completamente a torcida.

As atuações

Léo Jardim – perdeu a chance de tirar alguns cochilos em campo.

Puma Rodríguez – pôde exercitar suas qualidades ofensivas quase que durante toda sua participação na partida e criou diversas jogadas no ataque. Talvez pela fragilidade do adversário, saiu na metade da etapa final, dando lugar ao Paulinho, que também aproveitou os espaços que tinha e teve boa presença no apoio, ainda que sem tanta efetividade.

Miranda – sem ter problemas com o ataque rubro-negro, acabou se destacando quase marcando um gol de letra (e, claro, fazendo um ou outro daqueles lançamentos inúteis para o ataque).

Léo – sem ter o que fazer na defesa, apareceu mais ajudando na criação. Foi dele o passe para Erick Marcus abrir o placar.

Lucas Piton – assim como o Puma, sem ter maiores preocupações defensivas, atuou mais como ala que como lateral. E fez mais um cruzamento na medida que terminou em gol do Vasco. Paulo Victor o substituiu quando estava claro que o adversário não daria problemas.

Rodrigo – carregou o piano pro meio de campo de forma discreta e eficiente. Bem no combate, na ocupação dos espaços e nas roubadas de bola.

Jair – voltou de contusão bem, com boa movimentação e sendo muito útil fazendo a ligação entre a defesa e o ataque e ajudando na criação. Foi outro dos que desperdiçaram uma ou duas chances claras de gol, mas deixou o dele, fechando a goleada em cobrança de pênalti sofrido pelo próprio.

Alex Teixeira – poderia ter se destacado mais contra um oponente de nível tão fraco, mas criou algumas boas jogadas. Marcou um gol em impedimento e perdeu uma oportunidade clara chutando fraco. Nenê entrou em seu lugar e aproveitou um jogo bem ao seu feitio: sem sofrer muito com os marcadores, conseguiu criar jogadas e marcar um golaço, roubando uma bola da zaga e acertando um belo chute de fora da área.

Gabriel Pec – deu muito trabalho para os seus marcadores, tanto nas jogadas pela direita como quando vinha por dentro. Tentou, teve algumas chances, mas chegou ao seu terceiro jogo sem marcar. Vinícius entrou em seu lugar no fim e mal foi notado em campo.

Erick Marcus – infernizou a zaga do trem pela esquerda do ataque, ora fazendo cruzamentos perigosos para a área, ora mostrando personalidade para arriscar jogadas individuais. Numa dessas, marcou um gol de placa: invadiu a área driblando quatro marcadores e acertou chute indefensável. Eguinaldo o substituiu e segue naquela fase complicada. Seu momento de maior destaque foi perdendo outra das muitas chances claras de gol que criamos.

Pedro Raul – mesmo marcando seu golzinho e sendo útil em jogadas de pivô e prendendo a marcação, conseguiu ser o jogador mais criticado do time. Compreensível: desde o Ribamar o torcedor do Vasco não via um centroavante enfileirar tamanha quantidade de chances claras de gol desperdiçadas. Seja por ansiedade ou por qualquer outro motivo, é com que o atacante-galã se reencontre com a eficiência, antes que o apelido “Perde Raul” pegue junto à torcida.

Contra o Trem, quem tem que atropelar é o Vasco

Depois de desfalcar o time nos clássicos, Jair volta ao meio de campo na estreia do Vasco pela Copa do Brasil
Depois de desfalcar o time nos clássicos, Jair volta ao meio de campo na estreia do Vasco pela Copa do Brasil (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Já pedindo perdão pelo trocadilho,  um dos maiores chavões da imprensa esportiva é dizer que um time precisa “virar a chave” quando está disputando mais de  uma competição e tem uma sequência com duas partidas em campeonatos diferentes. Era o que se poderia dizer sobre a estreia do Vasco na Copa do Brasil contra o Trem-AP. Mas na real, se formos pensar na tal virada, o jogo de hoje representaria uma volta para uma fase pré-cariocão.

Não que a equipe amapaense, assim como qualquer outro adversário, não mereça todo respeito. Mas diante das circunstâncias, é complicado não ver um amplo favoritismo para o nosso lado nessa partida. Não apenas pela diferença abissal de investimentos em elenco, mas também pelo fato do Trem só ter realizado UMA partida oficial esse ano (e com derrota), há meros cinco dias. Ou seja, estaremos diante de um oponente bastante frágil e que nem em ritmo de jogo está no mesmo patamar que nós. E nem o fato de serem os mandantes do jogo será uma vantagem para eles, já que levaram a partida para o Mané Garrincha, onde sabemos, teremos um estádio cheio de vascaínos.

Pra piorar a situação do Trem, Barbieri ainda poderá contar com as voltas do Léo Jardim e do Jair, reforçando o time que já vem de duas boas atuações nos clássicos contra Flu e Bota.

Obviamente, nada disso exime o Vasco de jogar com toda seriedade possível. Buscar a vitória desde o minuto inicial e tentar resolver o jogo o quanto antes é sempre uma obrigação, mas diante de  um adversário que, em condições normais, terá muitas dificuldades para nos ameaçar. Pode-se imaginar que isso dá uma margem para que o time se poupe de maiores esforços, mas é o contrário. Exatamente pelo nosso favoritismo, a pressão por uma vitória convincente aumenta. E muito.

Sem falar naquele “detalhe” muito importante na Copa do Brasil: cada fase superada rende uns caraminguás que não podem ser desprezados. Os R$900 mil de prêmio para o classificado hoje podem não parecer muita coisa em um Vasco pós-777, mas serão muito bem-vindos.

COPA DO BRASIL 2023
TREM-AP X VASCO

Local: Estádio Mané Garrincha (DF).
Hora: 21h30 (de Brasília).
Árbitro: Sávio Pereira Sampaio (FIFA–DF).
Assistentes: Leila Naiara Moreira da Cruz (FIFA–DF) e José Reinaldo Nascimento Júnior (DF).

TREM: Redson, Rafael Santana, Igor João, João Ricardo, Souzinha; Lucas Rondilles, Lucas, Valker, Aldair, Caikinha, Jardel Buiú.
Técnico: Sandro Macapá.

VASCO: Léo Jardim (Ivan), Pumita, Miranda, Léo, Lucas Piton, Rodrigo, Jair, Galarza (Nenê), Gabriel Pec, Alex Teixeira e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: O Canal Premiere transmite para seus assinantes de todo o Brasil. A Amazon Prime transmite via streaming.

Vasco chega ao G4 com ‘insatisvitória’ sobre o Botafogo

Pedro Raul e Alex Teixeira marcaram os gols da vitória vascaína sobre o alvinegro
Pedro Raul e Alex Teixeira marcaram os gols da vitória vascaína sobre o alvinegro (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Antes mesmo de sair da Arena Maracanã, ouvi vários torcedores que foram ao jogo fazendo o mesmo comentário que vi repetidas vezes nas redes sociais: o Vasco jogou melhor quando perdeu para o Fluminense do que na vitória sobre o Botafogo.

Compreensível, mas me parece uma opinião precipitada. “Ah, mas o Vasco jogou um tempo inteiro com dois a mais em campo! Tinha que ter goleado!“, dirão. É verdade, mas é preciso levar em consideração que a vantagem numérica em campo afeta os dois times.

Pra início de conversa, é natural que um adversário com um jogador a menos – o que aconteceu com o alvinegro já aos 11 minutos da etapa inicial – se feche mais, o que dificultou o trabalho do jovem time vascaíno. Ainda assim, poderíamos ter aberto o placar e até criado uma vantagem ainda na primeira etapa, não fossem duas grandes defesas do goleiro Lucas Perri. E, não podemos esquecer, se o Pedro Raul não tivesse perdido o gol mais feito da sua carreira.

Com a agressão que originou a segunda expulsão alvinegra no fim do primeiro tempo, a situação ficou a seguinte: teríamos uma etapa final mais fácil, mas também uma enorme responsabilidade em vencer o jogo. Barbieri mexeu no time, tirou os amarelados (evitando uma óbvia compensação que poderia surgir) e colocou o time pra frente. Mas o mais importante, não deixou que o time se afobasse na busca pelo gol. Mesmo com o Botafogo ainda mais retrancado, tivemos mais finalizações que no primeiro tempo (11 x 12). E os gols chegaram, com Alex Teixeira e Pedro Raul, sem que precisássemos correr maiores riscos no jogo.

Agora, sem jogos por fazer, chegamos ao G4 e estamos bem encaminhados para conseguir a vaga nas semifinais. Mas é preciso lembrar que ainda temos um clássico a cumprir e o Voltaço ainda está na briga. Mas, apesar da certa insatisfação que a torcida demonstrou com a forma como vencemos ontem, podemos ao menos dizer que, mantendo o nível de atuação das duas últimas partidas, a classificação deve vir naturalmente.

As atuações
Halls – praticamente não teve trabalho durante a partida.

Puma Rodríguez – teve liberdade para ser bastante presente no apoio e acertou o cruzamento que originou nosso primeiro gol. Levou um voadora do Carli quando ia finalizar com grandes chances de abrir o placar, mas o juizão achou melhor não marcar nada no lance.

Miranda – acabou não tendo muito trabalho graças as expulsões do lado adversário. Com isso, pôde ajudar na saída de bola.

Léo – assim como o companheiro de zaga, teve maior participação iniciando jogadas. Acertou um belo passe em profundidade para o Pec no primeiro tempo.

Lucas Piton – levou perigo nas suas subidas ao apoio e quase marcou um golaço em chute de fora da área, ainda no primeiro tempo.

Rodrigo – tirando um passe errado que quase gerou um lance de perigo para o Botafogo, o garoto teve outra boa atuação, fazendo o simples e jogando com disposição. De Lucca o substituiu com o placar já fechado e fez uma partida sem sobressaltos.

Barros – partidaça do cria, mostrando que tem qualidades além do poder de marcação. Deu excelente passe para o Alex Teixeira no lance da primeira expulsão botafoguense e quase marcou um gol de placa em chute de média distância. Amarelado, acabou dando lugar ao Nenê no intervalo. Com espaço, o Vovô não sofreu tanto com a marcação e pode ajudar o time a ter um maior repertório criativo no segundo tempo. Cobrou escanteio na medida para Pedro Raul fechar o placar da partida.

Galarza – tomou um amarelo logo nos primeiros minutos de jogo e não apareceu mais. Não voltou para a etapa final, dando lugar ao Erick Marcus que ajudou na pressão sobre o adversário. Foi outro quase marcou um belo gol em chute de média distância, evitado por grande defesa do goleiro alvinegro.

Alex Teixeira – melhor jogador da partida, foi decisivo no lance da primeira expulsão do Botafogo e criou várias jogadas, mostrando muita movimentação e visão de jogo. Mesmo jogando mais recuado, apareceu na área para abrir o placar como se fosse um centroavante clássico. Eguinaldo o substituiu e acabou tendo uma participação irrelevante no clássico.

Gabriel Pec – na segunda partida seguida sem marcar, deixou o Pedro Raul na cara do gol, mas o atacante desperdiçou uma chance inacreditável. Fez um bom primeiro tempo, mas acabou dando uma apagada com as alterações que foram feitas. Paulo Victor entrou em seu lugar no fim, e mal tocou na bola.

Pedro Raul – parecia disposto a ser um fora-da-lei: cobrou falta com perigo, mas que foi pra fora; depois, perdeu uma chance incrível com com o gol vazio. No segundo tempo, perdeu ainda outra chance após cruzamento do Pumita, finalizando por cima do gol. Mas por fim, mostrou ser um centroavante de bem e cumpriu a lei do ex, acertando cabeçada indefensável após escanteio e fechando o placar.

Mais que jogar bem, o Vasco precisa superar o Botafogo hoje

Pra conquistar a torcida: sendo um dos poucos reforços em campo contra o Botafogo, Pedro Raul tem a missão de aplicar a
Pra conquistar a torcida: sendo um dos poucos reforços em campo contra o Botafogo, Pedro Raul tem a missão de aplicar a ‘lei do ex’ hoje (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Se na derrota para o Flu o Vasco sentiu muita falta do Jair no meio de campo, no clássico de hoje contra o Botafogo a situação será ainda mais complicada. Além de seguir não podendo contar com nosso volante titular, ainda ficaremos sem os TRÊS principais goleiros do elenco, um zagueiro e um atacante.

Com apenas quatro dos reforços do time em condições de jogo, podemos dizer que teremos um time misto logo mais, na Arena Maracanã. E isso contra um Alvinegro que, pelo menos neste momento, parece mais ajustado que o tricolor. E eis o problema: talvez não tenhamos a mesma facilidade para fazer um jogo melhor que o adversário – como foi no domingo passado – e com uma necessidade ainda maior de vencer.

Com as poucas opções que tem em mãos, Barbieri terá que fazer sua equipe se superar. Colocar na cabeça de quem estiver em campo que as cochiladas contra o tricolete não podem se repetir. E torcer que, assim como a lei do ex foi cruel com a gente na derrota passada, que Pedro Raul compense o que sofremos hoje, contra o Botafogo.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
VASCO X BOTAFOGO

Local: Arena Maracanã.
Horário: 20h30 (Brasília).
Árbitro: Yuri Ferreira da Cruz (RJ)
Assistentes: Rodrigo Henrique Correia (RJ) e Gustavo Motta Correia (RJ)
VAR: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ)

VASCO: Halls, Puma Rodrigues, Miranda, Léo, Lucas Piton; Rodrigo, Barros, Galarza (De Lucca), Alex Teixeira, Gabriel Pec e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

BOTAFOGO: Lucas Perri, Rafael, Adryelson, Víctor Cuesta e Marçal; Tchê Tchê, Marlon Freitas e Gabriel Pires; Gustavo Sauer, Tiquinho Soares e Víctor Sá.
Técnico: Luís Castro.

Transmissão: pela internet, via Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch).

Mesmo com boa atuação, Vasco foi superado pelo Tricolor

Pec e Pedro Raul não conseguiram superar o goleiro Fábio na derrota vascaína para o Flu (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Um diálogo que rolou em um dos redutos tricolores nas imediações da Arena Maracanã, enquanto eu e um amigo bebíamos um chope, me pareceu bastante significativo após a derrota do Vasco no clássico contra o Flu.

Como eu estava com a armadura cruzmaltina, o tricolor deu uma zoada e eu perguntei se a vitória tinha dado o Estadual pro Flu:
– Não, não deu – ele respondeu
– Então segura que a gente se encontra nos jogos decisivos.
– Ah, nas semifinais a gente vence vocês de novo!
– Não….A gente se encontra na final. Vocês eliminam o Fla e a gente elimina o Botafogo.

Aí o cara respondeu, rindo: “Não cara…a final tem que ser com o Fla. Final com vocês é melhor não arriscar!“, e saiu rindo, antes de eu dar uma zoada sobre o tempo que os caras não nos vencem em uma final.

Natural a alegria tricolor por nos vencer. Por mais que não admitam, não há um adepto do laranjal que não tenha pesadelos com uma cruz de malta há décadas. E nem mesmo o 2 a 0 de ontem seria o bastante para fazê-los esquecer disso.

Porque, imaginem…Um elenco montado e estruturado, com um dos treinadores mais badalados da atualidade, que fez um ótimo Brasileirão no ano passado encara um Vasco se reconstruindo, jogando com um time misto e, para vencer, precisou de um bom punhado de sorte (tanto que, se não fossem os dois gols do Cano, o Fábio teria sido o melhor jogador do Flu disparado).

Que tricolor não ficaria bolado de nos encarar numa final depois do jogo de ontem?

O fato é que o Vasco foi superior na maior parte do jogo. Mesmo sofrendo os dois gols, Léo Jardim não fez sequer uma defesa na partida. Conseguimos fazer um jogo controlado, criamos mais chances e, na disposição, demos um banho. O que foi importante, já que a partida foi muito mais física que técnica.

A diferença ontem foi o acaso. E, impossível não admitir, o talento argentino em finalizações. O placar, nem de longe, mostrou o que foi visto em campo, mesmo que o favoritismo, ainda que leve, estivesse do lado tricolete. Mas, claro, não há porque reclamar da derrota: o futebol é assim e clássicos são mais assim ainda.

Agora, o clássico de quinta contra o alvinegro se tornou ainda mais crucial: se hoje já dependemos de tropeços do Volta Redonda, uma nova derrota no próximo clássico pode deixar nossa classificação ainda mais complicada. E ainda teremos mais um clássico pela frente.

As atuações
Léo Jardim – praticamente não trabalhou. E, apesar de ter recebido críticas pelo seu posicionamento no lance do segundo gol, é preciso dar o desconto ao fato de ter sido uma finalização inesperada e de primeira.

Puma Rodríguez – sua boa atuação ficou comprometida pelo lance do primeiro gol, no qual ficou olhando a jogada se desenrolar enquanto deixou o Cano livre de marcação.

Miranda – fez uma partida segura, sem erros e sem tentar tantos lançamentos inúteis pro ataque.

Léo – também se saiu bem na maioria dos confrontos com os atacantes tricolores.

Lucas Piton – ajudou no apoio, mas a jogada do primeiro gol saiu pelo seu lado de campo, quando não conseguiu evitar o cruzamento para nossa área.

Rodrigo – outro que vinha fazendo uma partida correta, mas que ficou completamente comprometida ao errar um passe e fazer uma verdadeira “assistência” pro Cano no lance do segundo gol.

Barros – estrear como titular, em cima da hora, em um clássico não é fácil. Mostrou disposição, mas não muito mais que isso. Orellano entrou em seu lugar quando o Vasco precisava buscar o empate e não conseguiu ajudar nisso.

Galarza – tirando um bom passe para finalização de Alex Teixeira, pouco fez. Talvez Barbieri tenha superestimado a capacidade de criação do rapaz. De Lucca entrou antes do placar ser aberto e focou na marcação.

Alex Teixeira – mesmo não conseguindo fazer a diferença, é inegável que consegue entregar mais em dinâmica e intensidade que o Nenê. Fez algumas boas jogadas e finalizou duas vezes. Deu lugar ao Erick Marcus, que não conseguiu ser efetivo.

Gabriel Pec – bem marcado em todo jogo, ainda conseguiu dar trabalho para a zaga tricolor. Só não marcou mais um gol – e seria um golaço – por conta de uma defesa espetacular do Fábio. Nenê entrou em seu lugar e fez um bom cruzamento para o Eguinaldo e teve uma boa chance, em chute que obrigou o Fábio a fazer outra grande defesa.

Pedro Raul – tentou jogadas de pivô, mas segue sendo menos acionado do que deveria (o que era de se esperar com a formação do time ontem). Ainda assim teve duas grandes chances em cabeceios: uma, só não entrou por outra grande defesa do Fábio; a segunda, passou triscando a trave. Sacado para a entrada do Eguinaldo – segundo o Barbieri, para dar maior intensidade ao ataque – o garoto quase marcou de cabeça, após cruzamento do Nenê.

Vasco embalado encara um Flu mais preparado no primeiro clássico do ano

Pumita, Pec e Pedro Raul: esperanças vascaínas de boas jogadas e gols contra o Tricolor
Pumita, Pec e Pedro Raul: esperanças vascaínas de boas jogadas e gols contra o Tricolor (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Maurício Barbieri e seus comandados chegam ao primeiro clássico do ano com a moral de quem vem de uma sequência de vitórias e com a motivação de quem pode conquistar uma vaga no G4 da Taça Guanabara e, momentaneamente, sua vice-liderança.  E do outro lado, teremos um Fluminense que também vem de uma vitória convincente, mas que tropeçou mais vezes que o Vasco na competição (tanto que, caso seja derrotado, perderá sua posição na tabela justo pra nós).

A questão é que, mesmo que o tricolor venha sendo irregular, é inegável que o time do laranjal está em outro nível de preparação. A mesma base da boa equipe do ano passado, um trabalho já assimilado de um treinador há tempos no clube e, convenhamos, um elenco melhor estruturado que o nosso.

Olhando friamente, poderíamos ignorar os tropeços que o Flu teve e admitir um favoritismo tricolete. O lance é que estamos falando de um clássico. E não há frieza em clássicos. Eles nivelam partidas até em confrontos com disparidades maiores entre os times do que as que teremos hoje.

Barbieri deve repetir a escalação do jogo contra o Nova Iguaçu, o que é positivo, com ressalvas: é bom pelo maior entrosamento, mas pode atrapalhar caso o técnico vascaíno confirme o Nenê como titular. O Vovô pode fazer a diferença com assistências e nas bolas paradas? Pode. Mas em um jogo que inevitavelmente será muito intenso, sabemos que o camisa 10 dificilmente conseguirá ter uma atuação competitiva como a equipe precisa. Alex Teixeira, mesmo que ainda viva de lampejos, dá outra dinâmica ao meio de campo. E evitaria que o Vasco dependesse apenas do Jair inventando algo pra ajudar na criação.

A tabela do Estadual acabou fazendo do primeiro grande teste do Vasco do Barbieri um jogo importante também pela classificação. E uma vitória hoje é ainda mais crucial se lembrarmos que nosso próximo confronto será outro clássico, com o Botafogo. Ter uma sequência positiva contra dois grandes rivais pode deixar nossa classificação para as semifinais bem encaminhada. Mas para isso acontecer, o Gigante precisará se superar (pelo menos com relação ao que vem mostrando até o momento). A hora de dar sinais de que poderemos ser competitivos nos jogos decisivos é essa.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
FLUMINENSE X VASCO

Local: Arena Maracanã.
Horário: 18h00 (de Brasília).
Árbitro: Felipe da Silva Gonçalves Paludo
Assistentes: Luiz Cláudio Regazone e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha.

FLUMINENSE: Fábio, Samuel Xavier, David Braz, Nino e Jorge; Felipe Melo, Martinelli e Ganso; Arias, Cano e Keno.
Técnico: Fernando Diniz.

VASCO: Léo Jardim, Pumita, Miranda, Léo, Piton, De Lucca, Jair, Nenê (Alex Teixeira), Gabriel Pec, Erick Marcus e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: A Bandeirantes e a BandSports transmitem o jogo. O aplicativo Daleapp transmite via streaming.

Vasco vence o Nova Iguaçu e já visualiza o G4

Nenê comemora com Jair e Pec: os dois garantiram a vitória do Vasco sobre o Nova Iguaçu em Brasília
Nenê comemora com Jair e Pec: os dois garantiram a vitória do Vasco sobre o Nova Iguaçu em Brasília (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

A torcida de Brasília teve melhor sorte que a torcida capixaba, que pôde ver o Vasco ter uma boa atuação diante do Nova Iguaçu. Com a vitória por 2 a 0, Barbieri e seus comandados embolaram de vez a Taça Guanabara, ficando a dois pontos do G4, com uma partida a menos.

Não foi um passeio como o que aconteceu contra o Resende, mas foi uma partida segura na maioria absoluta do tempo. O começo do jogo deixou a desejar, com o Vasco até dominando as ações, mas com um poder muito limitado de criação (evidenciando algo óbvio: competir em alto nível, na dependência do Nenê como único articulador, será muito complicado). Com isso, passamos o primeiro tempo todo apelando para ligações diretas. Tanto foi assim que só conseguimos abrir o placar nos minutos finais da primeira etapa, e com uma jogada iniciada com uma bola longa: Erick Marcus cruzou da intermediária, Pedro Raul escorou e Jair apareceu na área para balançar a rede.

O segundo tempo foi melhor. O papo com Barbieri no intervalo funcionou e o time passou a dominar amplamente a partida, mas agora levando mais perigo ao Nova Iguaçu. Mas para ampliar, foi necessária a saída do Nenê. Com Alex Teixeira em seu lugar, em cinco minutos conseguimos uma jogada em alta velocidade, iniciada com Jair roubando uma bola e acionando o AT, que deu passe preciso para o Pec marcar seu quarto gol no Carioca e dar números finais ao jogo. Nosso adversário até teve mais espaço para atacar depois disso, mas tirando alguns chutes de longa distância, pouco ameaçou.

Além de nos deixar mais fortes na briga pela vaga nas semifinais, a vitória de ontem serve para aumentar a moral do time e da torcida para o clássico contra o Flu, no próximo domingo. Será o primeiro grande teste do time e um jogo importantíssimo, não apenas pela rivalidade, mas por ser um confronto direto pelo G4 (uma vitória nos fará passar à frente do próprio tricolor).

Barbieri tem alguns dias para melhorar seu time – principalmente na transição defensiva, que nos deu alguma preocupação mesmo contra adversários mais frágeis – e deixar o Vasco pronto para seu primeiro clássico. A torcida, que certamente ocupará todos os locais possíveis na Arena Maracanã, certamente já está preparada para fazer sua parte.

As atuações
Léo Jardim – mesmo com o pouquíssimo trabalho que teve na partida, conseguiu passar segurança fazendo duas boas defesas em chutes de longa distância.

Puma Rodríguez – demorou um tempo pra engrenar no jogo, mas novamente teve boa atuação. Fez boas jogadas com Nenê e finalizou uma vez com perigo. Deu lugar ao Paulinho no fim da partida, que não teve tempo para muita coisa.

Miranda – insistiu demais com as ligações diretas no início do jogo (todas sem sucesso), mas teve uma atuação segura.

Léo – mesmo se considerando os poucos momentos de perigo que passamos, manteve a média, com uma outra boa atuação.

Lucas Piton – algumas boas jogadas e tabelas no apoio, mas não acertou tanto quanto de costume. Mas não foi mal e já conquistou créditos o bastante com a torcida.

De Lucca – fez um feijão com arroz básico, mas  sem erros crassos e com uma boa precisão nos passes. Outro que já pode passar à frente do Zé Delivery.

Jair – outra grande atuação do volante, indo bem tanto nas funções defensivas (foi quem mais roubou bolas no jogo) como nas ofensivas. Prova disso foi ter aberto o placar chegando como homem surpresa e ter participado do lance do segundo gol.  Barros entrou em seu lugar com o jogo já mais que controlado e não chegou a se destacar.

Nenê – errou mais que acertou e a cada partida parece mostrar o quanto é complicado se manter competitivo com a idade que tem. Ainda assim, até o gol do Jair, participou dos lances mais perigosos a nosso favor. Alex Teixeira o substituiu no segundo tempo e precisou de 5 minutos em campo para ser mais efetivo que o Vovô, dando bela assistência para o gol do Pec. Trouxe outra dinâmica para o meio campo.

Gabriel Pec – são tempos difíceis para os eternos – e teimosos – críticos do rapaz. Teve outra boa e decisiva atuação, fechando o placar e consolidando a artilharia vascaína no campeonato com seu quarto gol.

Pedro Raul – não foi tão acionado, mas fez importante passe de cabeça para o Jair abrir o placar quando o jogo estava complicado. Eguinaldo o substituiu no fim e não teve tempo para fazer muita coisa.

Erick Marcus – muito participativo, oscilou entre boas jogadas (o cruzamento que iniciou a jogada do gol do Jair foi dele) e momentos ruins. Natural para um recém-promovido aos profissionais. Orellano o substituiu na metade do segundo tempo e mostrou mais habilidade que efetividade. Precisa de mais minutos em campo para adquirir ritmo e entrosamento.

Nova Iguaçu x Vasco: seriedade em campo e festa na arquibancada

Depois de dois jogos fora, Nenê volta a ser relacionado contra o Nova Iguaçu
Depois de dois jogos fora, Nenê volta a ser relacionado contra o Nova Iguaçu (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

O Vasco foi recebido com festa em Brasília, como de costume quando viaja para qualquer um dos quatro cantos do país. Aos brasilienses, não faltam motivos pra comemorar, claro. Não é sempre que podem ver de perto seu time do coração, é a oportunidade de ver o Vasco SAF e seus reforços no estádio depois de uma sonora goleada sobre o Resende com uma boa atuação do time.

E é ótimo o Vasco encarar o Nova Iguaçu influenciado pelo alto astral e positividade da sua torcida na capital brasileira. Jogar com alegria nunca fez mal a time nenhum, é claro. Mas a FESTA, tem que ficar nas arquibancadas. Em campo, é preciso seriedade. Redundância, claro. Seriedade é preciso em todos os jogos. Mas vale reforçar a dica se pensarmos como foi a última partida que fizemos diante de uma torcida fora do Rio: a torcida capixaba fez festa, o time entrou em campo um tantinho indulgente e perdemos o jogo.

E é isso que não pode se repetir. O Nova Iguaçu tá ali, mais preocupado em não cair do que em fazer alguma graça no campeonato e só venceu uma das suas seis partidas na Taça Guanabara. Mas nem o time da Baixada devia contar em “fazer graça” e a luta contra o rebaixamento é um objetivo no qual nosso adversário deve se agarrar com todas as forças. O Botafogo, que não passou de um empate com a equipe iguaçuana na rodada passada, que o diga.

Então é bom que o time entre no Mané Garrincha com a mesma pegada que mostrou contra o Resende. Ligado, vibrante e buscando a vitória desde o início. Barbieri tem alguns desfalques (Figueiredo está fora, Robson continua no estaleiro e o volante Rodrigo está suspenso), mas terá a volta do Nenê, que talvez comece a partida no banco. De Lucca é certo no meio de campo, mas Orellano e Erick Marcus disputam a vaga no ataque.

Uma vitória hoje não nos fará avançar na tabela, mas com um jogo a menos, nos deixará no bolo junto com Bangu, Flu, Bota e o Voltaço. Como ainda não tivemos nenhum clássico, é importantíssimo acumular todos os pontos possíveis, já que a briga pela vaga no G4 está acirrada. E caso consigamos vencer, aí sim, o time poderá festejar junto com a torcida nas arquibancadas brasilienses.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
NOVA IGUAÇU X VASCO

Local: Estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ).
Hora: 21h10 (de Brasília).
Árbitro: Tarcizio Pinheiro Caetano.
Assistentes: Luiz Cláudio Regazone e Carlos Henrique Alves Lima Filho.

NOVA IGUAÇU: Anderson Max, Léo Fernandes, Matheus Alves, Gabriel Pinheiro e Bruninho; Paulo Henrique, Gustavo Nicola e Ícaro; Andrey Dias, Nathan Palafoz e Andrezinho.
Técnico: Carlos Vítor.

VASCO: Ivan, Puma, Miranda, Léo, Lucas Piton; De Lucca, Jair, Nenê (Alex Teixeira), Eric Marcus (Orellano), Gabriel Pec e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: A TV Bandeirantes e a BandSports transmitem a partida para todo o Brasil.

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Não tinha como não falar dos #Próximos100Anos por motivos de que o vídeo feito pra campanha é apenas fodástico. Vejam e participem.