Vasco vira sua primera partida no último ato (?) do Brasileiro

O zagueiro Graça foi o grande "atacante" da noite, marcando duas vezes na vitória sobre o Goiás
O zagueiro Graça foi o grande “atacante” da noite, marcando duas vezes na vitória sobre o Goiás (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Com um olho na TV e outro no Twitter, acompanhei este Vasco 3 x 2 Goiás, pela última rodada do Brasileirão. Na rede social, muitos torcedores se perguntavam, irritados, porque não jogamos assim todo o campeonato.

Se jogássemos da forma como jogamos ontem por todo o campeonato, muito provavelmente estaríamos na mesma situação. O time apenas – e isso deve se reconhecer – correu um pouco mais que o habitual. Mas o futebol, sinto, foi aquela tristeza de sempre.

Mas se deste Brasileiro só temos reclamações, nem dá pra reclamar do jogo de ontem. Primeiro, porque com a campanha que fizemos, não dá pra reclamar de qualquer vitória. E depois, foi a primeira e única virada que o outrora “time da virada” conseguiu em 38 rodadas.

Vencemos, não chegamos nem perto do placar que precisávamos para escapar da degola, mas dificilmente esse campeonato pandêmico terá acabado ontem para o Vasco. Como falei no último episódio do Podcast da Fuzarca, a espera da Diretoria para se pronunciar certamente tinha a ver com a partida contra o esmeraldino. Com os três pontos, é muito provável que Jorge Salgado anuncie hoje, na coletiva que dará à tarde, que vai tentar a anulação do jogo contra o Inter. E como isso agora não vai ter qualquer influência na parte de cima da tabela, talvez nossas chances aumentem.

(parêntese: aumentam também as chances do Fortaleza não aceitar isso, se envolver no julgamento como parte interessada e, caso o jogo com o Colorado seja mesmo anulado, o tricolor cearense vá tentar melar de vez o campeonato. Fecha parêntese).

Tenha se resolvido ontem ou não a participação do Vasco no Campeonato Brasileiro de 2020, fica a certeza: é bom que a nova diretoria tenha prestado bastante atenção no que fez a gestão anterior para fazer exatamente o contrário este ano.

Pra não me acusarem de ter me recusado a falar sobre as atuações da última partida do ano, farei um resumo bem breve. Os destaques foram Ricardo Graça e Cano, os autores dos gols vascaínos. O que foi significativo: no último ato de uma temporada terrível, o argentino e os moleques da base (representados pelo Graça) mostraram porque devem ser o arcabouço do que será o Vasco este ano.

A conta dos vacilos do Vasco chegou… com juros impagáveis

Luxa fala com o elenco vascaíno: com a saída do Pofexô, cena que não deve voltar a acontecer
Luxa fala com o elenco vascaíno: com a saída do Pofexô, cena que não deve voltar a acontecer (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Toda a fé que restava à torcida vascaína foi gasta na última rodada, quando o Vasco precisava de uma vitória para seguir com grandes chances de se manter na Série A nesta temporada. E como o Luxemburgo e seus comandados não conseguiram realizar o tal “milagre em Itaquera” (que consistia em marcar um mísero golzinho), restou à equipe, na prática, cumprir tabela contra o Goiás, em São Januário.

Cumprir tabela, sim. Porque tirar uma diferença de 12 gols para o Fortaleza é algo irrealizável. Mesmo que o Fluzim resolva quebrar o nosso galho e goleie o tricolor cearense na Arena Maracanã.

E, pelo que temos visto da equipe do Pofexô, mesmo que o Tricoflor vença por 11 a 0, ainda assim, seria difícil encontrar quem colocasse a mão no fogo por uma vitória simples do Vasco hoje.

Estou exagerando? Não, não estou. O que levou o Vasco a depender da impossível missão de marcar 12 vezes em 90 minutos foi justamente não ter conseguido marcar UMA vez em VÁRIOS outros 90 minutos.

O Vasco não dependeria de milagres em Itaquera ou se veria obrigado a balançar as redes uma dúzia de vezes em um único jogo se tivesse marcado feito um único gol contra o rebaixado Coritiba, que nos venceu em São Januário. Ou se tivesse marcado mais um contra o Atl-GO, também na Colina. O mesmo se repetiu contra o Corinthians, Palmeiras e Flamengo. E esse são apenas os casos nos quais UM GOLZINHO, FEITO EM CASA, nos livraria de uma derrota. UM MÍSERO EMPATE a mais conseguido em casa nos dispensaria dos 12 gols hoje.

E isso pra ficar apenas nas derrotas que poderíamos – em alguns casos, DEVERÍAMOS – ter evitado em São Januário. Se formos colocar as partidas que poderíamos/deveríamos ter vencido se marcássemos apenas um golzinho, devemos incluir Grêmio, Red Bull, Flu, Fortaleza e Bahia, equipes com as quais empatamos na Colina.

A conta por esses DEZ JOGOS em casa nos quais não conseguimos fazer um gol a mais chegou, e com 12 gols de juros.

Vasco X Goiás

Fernando Miguel, Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castán e Henrique; Bruno Gomes, Andrey, Carlinhos e Yago Pikachu; Talles Magno e Germán Cano.

Tadeu, Shaylon, Fábio Sanches, David Duarte e Jefferson; Breno, Henrique Lordelo e Miguel Figueira; Vinícius, Fernandão e Rafael Moura.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Técnico: Glauber Ramos.

Estádio: São Januário. Data: 25/02/2021. Horário: 21h30. Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS). Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e Jose Eduardo Calza (RS). VAR: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (RJ).

O SporTV 2 transmite para seus assinantes (exceto RJ). O Canal Premiere transmite para seus assinantes de todo o Brasil e no sistema Pay-per-view.

 

Otimismo: algo cada vez mais distante de São Januário

Time sub-20, campeão da Supercopa do Brasil 2020
Time sub-20, campeão da Supercopa do Brasil 2020: melhor uma foto da molecada da base que uma do fracasso dos profissionais (Foto: Bruno Lopes/Vasco)

No mesmo dia em que o Vasco, após empatar sem gols com o Corinthinas, confirmou na prática sua quarta queda para a Série B em 12 anos, o sub-20 do clube conquistou a Supercopa do Brasil, conquistando uma vaga na Libertadores da categoria. Ver um lampejo de um futuro promissor ao mesmo tempo em que vemos um presente ruinoso se confirmar é o que podemos chamar de “ironia da vida

E seria melhor falar dos garotos da base que falar do time profissional, que no pandêmico Brasileirão de 2020 só conseguiu repetir as antigas práticas que nunca deram certo e que, em outras três vezes, nos levaram para temporadas longe da elite.

A total ausência de um planejamento decente, a falta de critério para montar o elenco, as trocas de técnicos, os atrasos salariais, a demora nas tomadas de decisão, etc, etc, etc….Um roteiro velho que só poderia levar a mais um “final infeliz”.

Apontar os culpados é desnecessário. Não são poucos, mas há o maior de todos: o Sr. Alexandre Campello, que começou sua gestão de forma torpe, em um golpe, e termina – depois do seu mandato encerrado – com uma queda para a Série B. Alguém que fez tanta questão de chegar ao poder apenas para entrar no rol dos presidentes com um rebaixamento no currículo. Como todos os presidentes que tivemos neste século.

Agora, resta um cumprir de tabela com uma possibilidade de permanência na Série A tão remota e irrealizável que é insuficiente para animar o mais otimista dos torcedores. Ainda mais em uma torcida como a do Vasco, que a cada novo rebaixamento, tem menos otimistas.

Diante do acontecido ontem na Neo Química Arena, me reservo o direito de não falar das atuações individuais do time. O motivo é simples: cansaço e preguiça da minha parte. Os mesmos cansaço e preguiça que, durante boa parte da partida, parecia ser tudo o que o Vasco podia entregar em campo.

Contra o Corinthians, Vasco joga pelo seu futuro

Luxa e Pássaro: resultado do trabalho de um afetará profundamente o trabalho do outro em 2021
Luxa e Pássaro: resultado do trabalho de um afetará profundamente o trabalho do outro em 2021 (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Na coletiva dada após a derrota para o Internacional, Vanderlei Luxemburgo declarou que “faltam dois jogos, podemos chegar a 43 pontos, não acabou o campeonato”.

Não acabou, mas se o Vasco não vencer o Corinthians hoje, vai acabar.

Nessas condições, não tem tabu – aliás, tabus, com um plural bem grande de não vencer o Corinthians há mais de uma década, de nunca ter vencido em Itaquera e, ainda pior, nunca sequer ter marcado um mísero gol no estádio – não tem elenco fraco, não tem desfalque do Benítez e nem mesmo o fato de que, desde que o Pofexô assumiu o time, apenas o Botafogo fez menos pontos que o Vasco (o que nos deixa na vexaminosa penúltima colocação no tal “campeonato de 12 jogos”).

Nada disso importa. A única coisa que importa é a vitória. Se o Luxa descobrirá uma formação mágica ou se fará a mais motivacional preleção da história, tanto faz. É vencer ou ver o clube afundar em uma crise da qual levará anos para se recuperar.

Corinthians X Vasco

Cássio, Fagner, Jemerson, Gil e Fábio Santos; Xavier, Cantillo, Gustavo Mosquito, Araos (Cazares) e Mateus Vital; Léo Natel.

Fernando Miguel; Léo Matos, Marcelo Alves, Leandro Castan e Henrique; Bruno Gomes, Leo Gil e Carlinhos; Yago Pikachu (Andrey), Talles Magno (Juninho) e Cano.

Técnico: Vagner Mancini.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Neo Química Arena. Data: 21/02/2021. Horário: 16h. Arbitragem: Anderson Daronco (RS). Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Michael Stanislau (RS). VAR: Daniel Nobre Bins (RS).

A Rede Globo transmite para São Paulo. O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

***
Vale pontuar que, seja qual for o destino do Vasco neste Brasileirão, mesmo que se olhe com o máximo de rigor para o trabalho do Luxa, não dá pra colocar na conta do técnico a situação que vive o time. Essa conta não poderia ser de outro senão do mandatário do clube, que deveria ter sido responsável por um planejamento minimamente eficiente para seu último ano de mandato.

Mas caso o pior aconteça, não surpreenderá a ninguém que uma gestão que começou com um golpe termine com um descenso.

Derrota para o Inter foi um resumo do Vasco do Luxemburgo

Postura do Gil no segundo gol do Inter ajuda a explicar situação do Vasco no Brasileiro
Postura do Gil no segundo gol do Inter ajuda a explicar situação do Vasco no Brasileiro (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

A diferença entre a derrota do Vasco por 2 a 0 para o Internacional e a derrota para o Flamengo pelo mesmo placar é que enquanto no clássico regional começamos a partida conscientemente retrancados, no jogo de ontem não tivemos opção. O Colorado iniciou a partida com linhas altas de marcação, pressionando nossa saída de bola. E é CLARO que isso é o que basta para deixar a equipe do Pofexô acuada.

O fato é que, como vimos ao longo deste Brasileirão, sair em desvantagem no placar é sinônimo de derrota na maioria absoluta das vezes. E o roteiro onde se repetiu. Claro que não podemos ignorar que o gol adversário, aparentemente irregular, foi validado por um erro absurdo chamado de “linhas descalibradas do VAR”, algo provavelmente inédito na história mundial do equipamento. Mas isso não muda outra característica deste Vasco que também é um fato: seu poder de reação é nulo.

E não precisamos apelar para a triste – e irônica – estatística de não termos virado nenhum placar em 36 rodadas. Basta ver o que fizemos ao longo da partida ontem. Passamos a ter mais posse de bola e jogamos a maioria do tempo no campo adversário. E, citando mais uma vez o clássico, assim como no segundo tempo contra o Fla, foi um domínio inútil.  Burocrático, sem criatividade e ofensivamente irrelevante, terminamos o jogo com mais de 60% de posse e ZERO chutes na direção do gol.

Isso mesmo. NENHUMA finalização do Vasco obrigou que o goleiro Marcelo Lomba fizesse uma defesa sequer em todo o jogo. E isso tendo um pênalti a nosso favor.

Se quisesse, o Inter poderia ter nos goleado, mas a opção do Abelão por manter seu time na defesa deu certo. Quem vê o Vasco do Pofexô jogar sabe que não é preciso muito esforço para anular os parcos esforços ofensivos do time, que não por acaso está a quatro partidas sem marcar um golzinho sequer.

Sobre o segundo gol do Inter, pouco adianta comentar. Teve de tudo: erros individuais, marcação frouxa, preparo físico discutível e falta de comprometimento.  Um gol que resume o momento do Vasco do Luxemburgo.

Restam dois jogos e seis pontos a se disputar. Com 43 pontos, dificilmente o Vasco não se livrará de mais um descenso. O problema é que não há como imaginar a equipe do Luxa vencendo o Corinthians fora de casa ou mesmo o Goiás em São Januário jogando da forma como está jogando.

As atuações

Fernando Miguel – evitou um gol logo no começo do jogo, depois de um chute que foi claramente na sua direção. Mas se não tivesse ficado indeciso no lance do primeiro gol, talvez a bola não entrasse.

Léo Matos – no primeiro tempo, não ajudou nem no apoio, nem na saída de bola. No segundo tempo teve mais espaços com o recuo do Inter, mas subir mais ao ataque não tornou sua atuação mais efetiva. Pikachu entrou em seu lugar depois dos 40 minutos do segundo tempo e, mesmo que estivesse na sua melhor fase ou se conseguisse evoluir como o personagem que lhe rendeu o apelido, conseguiria ser útil.

Leandro Castan – sem culpa nos gols, penou no começo do jogo com a incapacidade do Vasco em superar a marcação do Inter na nossa saída de bola.

Ricardo Graça – assim como seu companheiro de zaga, não comprometeu.

Henrique – quase tão complicado quanto o Vasco escapar do Z4 é falar sobre o que faz o Henrique dentro de campo. Ele fica ali, basicamente se preocupando com a marcação e no apoio não passa da intermediária (para, claro, tocar pra trás). Neto Borges entrou e manteve o nível, não fazendo nada digno de nota enquanto esteve em campo.

Bruno Gomes – não conseguiu fazer uma proteção eficiente à zaga e nem ajudar na saída de bola. Foi sacado no segundo tempo para a entrada do Juninho, que pelo menos foi mais participativo na – tentativa de – criação de jogadas.

Leo Gil – a correria de barata-tonta e uma tonelada de passes errados, como sempre. Ainda que tivesse algo de positivo a se falar sobre sua partida, não se pode defender um volante que apenar observa os jogadores adversários armarem uma jogada dentro da nossa área, como o Gil fez no lance do segundo gol colorado.

Carlinhos – não bastou ser a peça nula na criação que sempre é. Precisou também ser o jogador que estava marcando o Rodrigo Dourado, que subiu sozinho no lance do primeiro gol. Sua escalação é algo inexplicável. Ter ficado até o apito final tem ainda menos explicação.

Benítez – tentou, sem muito sucesso, superar a marcação adversária para criar jogadas. Numa das poucas vezes que conseguiu, acertou bom passe para o Cano no lance do pênalti. No fim, comprometeu qualquer elogio que pudesse merecer ao tentar afastar uma bola de forma displicente e iniciar a jogada do segundo gol do Inter.

Talles Magno – não faltou empenho. Já intensidade e efetividade, faltou e muito. Poderia ter puxado vários contra-ataques quando o Inter ainda tentava atacar, mas desperdiçou todos partindo com muita lentidão pro campo adversário.

Germán Cano – mesmo que ainda seja um dos poucos a ter algum crédito neste elenco, perder um pênalti em um jogo como este é algo imperdoável.

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O Vasco pedirá à CBF a anulação do jogo contra o Internacional, por conta da historinha caozenta das “linhas descalibradas” do VAR. Dificilmente o clube conseguirá seu intento e nem deve ser essa a real intenção da diretoria. Se posicionar contra o completo absurdo de ter um gol irregular validado por uma falha técnica do equipamento é o que importa. Como todos sabemos, a Dona CBF só costuma fazer alguma coisa quando é pressionada.

Pressão essa que deveria ter sido maior e mais frequente antes que o Vasco conseguisse chegar à liderança, com folgas, do ranking de clubes com o maior número de decisões contra tomadas pelo VAR. Contando com a partida de ontem, são 18 decisões contrárias ao Vasco e 6 favoráveis. Isso porque este ranking não conta quando o árbitro de vídeo NÃO É acionado (como, por exemplo, no primeiro gol do Fortaleza, quando o Pikachu levou uma mãozada na cara ou mesmo ontem, quando o Benítez toma uma rasteira dentro da área).

 

Ranking do VAR
Não há como analisar racionalmente estes números e considerar normal a diferença de casos contra o Vasco, principalmente na comparação com os outros adversários

Vale comentar que a CBF já tirou o corpo fora da polêmica em uma nota oficial, dizendo que apesar da falha tecnológica, a equipe do VAR checou o lance e não constatou qualquer irregularidade. Dois erros aí: primeiro, se for pra equipe do VAR conferir lances no olho, pra que o VAR? E depois, o fato é que TODO LANCE DE GOL PRECISA SER REVISTO COM AUXÍLIO DA TECNOLOGIA. E isso não aconteceu no gol Colorado.

Ou seja: essa nota é tão útil quanto os vários ofícios que a CBF recebe com frequência de vários clubes.

Ajudar a si mesmo tem que ser a única preocupação do Vasco contra o Inter

Salgado e Luxa observam as atividades do elenco: presidente de clube em CT raramente é sinal de boas notícias
Salgado e Luxa observam as atividades do elenco: presidente de clube em CT raramente é sinal de boas notícias (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Se tem uma coisa que o time do Vasco não precisa no momento em que vive é de qualquer tipo de pressão. Evidente que, ainda que a equipe tivesse feito até aqui um Brasileirão minimamente condizente com suas tradições – históricas, e não as recentes – uma partida contra um clube como o Internacional já traria uma pressão suficiente.

Estando o Vasco numa situação complicadíssima na tabela, a pressão já é bem maior. E sendo o Colorado o líder da competição e precisando muito da vitória para seguir na ponta, bem, aí o peso pelo resultado fica enorme.

Ainda temos o tal “plano de 15 dias, que só precisou ser inventado porque o tal “campeonato de 12 jogos” inventado pelo Pofexô não trouxe os resultados esperados. Um “plano” de duas semanas é praticamente uma contradição em termos: em um clube de futebol de elite, um “planejamento” visando um período tão curto só significa que não tivemos um planejamento sem aspas, um de verdade, durante o ano.

Claro que não dá pra responsabilizar a atual diretoria, que nem completou um mês no comando do clube, e que diante da situação que nos encontramos, precisava fazer algo. Por isso, vale dizer que se as medidas deste “plano de 15 dias” jogam mais uma pressão sobre o Vasco, a conta vai toda para a gestão do Sr. Alexandre Campello.

E não podemos esquecer da pressão de tudo o que envolve o jogo em si. Termos pela frente um adversário forte, comandado por um técnico que, mal ou bem, conhece nosso elenco e que ainda terá a volta do seu artilheiro, um possível representante da “lei do ex” contra nós. Do nosso lado, a pressão do elenco limitado, dos desfalques, da incerteza se o Luxa estará nos seus dias de Pofexô Pardal…nesse cenário, até a possibilidade do Henrique não jogar (e Neto Borges precisar entrar em campo) já pressiona mais o time cruzmaltino.

Dito isso tudo, a última coisa que deve preocupar diretoria, comissão técnica, treinador, jogadores e a torcida é saber quem poderemos “favorecer” em caso de uma vitória. Esse é o tipo de pilha que nem entre os vascaínos deveria causar qualquer efeito: em 35 rodadas, o Inter perdeu 39 pontos em 105 possíveis (os últimos três na rodada anterior, jogando em casa, contra o Sport, que ainda luta contra o rebaixamento). Aí, se o Colorado perde pro Vasco em São Januário, nós é ajudamos X ou Y? Convenhamos, né?

Então é isso: o Vasco precisa é superar as pressões que realmente existem, ignorar as inventadas pela imprensa e torcidas rivais e vencer o Internacional. Nosso time não fez por onde para estar preocupado com o título do Brasileirão hoje, então que nos preocupemos apenas com o que nos compete: nos afastar ao máximo do Z4. Se o Vasco vai ajudar alguém hoje, será apenas a si mesmo.

Vasco X Internacional

Fernando Miguel, Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castán e Henrique (Neto Borges); Bruno Gomes, Juninho, Yago Pikachu e Martín Benítez; Ygor Catatau e Germán Cano.

Marcelo Lomba; Rodinei, Lucas Ribeiro, Víctor Cuesta e Moisés; Rodrigo Dourado, Edenílson, Praxedes, Caio Vidal e Peglow (Mauricio ou Nonato); Yuri Alberto.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Técnico: Abel Braga.

Estádio: São Januário. Data: 14/02/2021. Horário: 16h. Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP). Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP). VAR: Jose Claudio Rocha Filho (SP).

A Rede Globo Globo transmite para o Rio Grande do Sul e o Canal Premiere transmite para seus assinantes de todo o Brasil e no sistema Pay-per-view.

Em dia de ‘Pofexô’ Pardal, Luxa vê o Vasco perder para o Fortaleza

Em um Vasco desorganizado, Benítez pouco pôde fazer para evitar a derrota
Em um Vasco desorganizado, Benítez pouco pôde fazer para evitar a derrota (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

No post de ontem, especulei que o Luxemburgo deveria escalar um time mais cauteloso contra o Fortaleza, por vários motivos. Nosso desempenho fora de casa, os desfalques, o retrospecto contra os clubes que lutam contra o rebaixamento e o breve momento de alta que o tricolor cearense tem apresentado jogando na Arena Castelão eram razões de sobra para o Vasco entrar em campo mais fechadinho. Ou, como falei ontem, usando a tática de “a defesa é o melhor ataque“.

Mas não era isso o que o técnico vascaíno pensava. Luxemburgo achou que o confronto direto mais decisivo do ano era o momento exato para mais uma vez mexer no time todo e, armando uma equipe com apenas um volante e nenhum centroavante, orientar o time a “propor o jogo”.

Como se pôde ver, Luxemburgo teve mais um ataque de Professor Pardal. Ou melhor, Pofexô Pardal.

Deu certo por dois minutos, quando o time fez uma troca de passes legalzinha e colocou uma bola na trave (talvez fosse gol se, no lugar do Carlinhos, quem tivesse finalizado fosse o Cano, que começou a partida no banco).

Depois disso, até tivemos mais posse de bola, mas de forma inócua, sem conseguir furar a marcação adversária. E pior, cedendo espaços para o Fortaleza, que mesmo como mandante, jogou de forma mais cautelosa. Ou seja: Enderson Moreira fez sua equipe jogar como o Luxa deveria ter feito o Vasco jogar.

E, diferente do nosso caso, o técnico adversário viu os resultados da sua estratégia bem rápido. Foram necessários apenas seis minutos para o Fortaleza aproveitar os enormes espaços que cedíamos para abrir o placar. E depois disso, os donos da casa puderam jogar confortavelmente em cima dos nossos VÁRIOS erros. Acertamos ZERO finalizações ao gol no primeiro tempo e, aos 43, entregamos a bola que originou o segundo gol tricolor.

Assim como na derrota para o Red Bull Bragantino, o Pofexô deixou a pardalzice de lado e tentou acertar o time no intervalo. Mas já era tarde. Ainda desorganizado, as alterações trouxeram alguma melhora, mas nada que nos desse qualquer impressão de que uma virada, ou mesmo um empate, seria possível. Pelo contrário, ainda sofremos mais um gol.

Cano ainda marcou um gol, mas foi anulado em mais um daqueles lances com o VAR que, aparentemente, só são requisitados contra o Vasco (e, vale lembrar, se a arbitragem tivesse critério, o primeiro gol do Fortaleza deveria ser igualmente anulado). Mas mesmo que fosse validado, o gol do gringo de pouco adiantaria. Fortaleza 3 a 0 Vasco.

Luxemburgo resolveu inventar quando não podia e complicou bastante nossa situação. Daqui pra frente teremos um Internacional no desespero, depois um Corinthians que não conseguimos vencer nem quando temos um time melhor (que dirá agora) e ainda, um Goiás que provavelmente ainda poderá se livrar da Série B se nos vencer.

Agora o Pofexô precisará inventar um jeito do seu time surpreender a todos e conseguir pelo menos cinco pontos nestas três partidas.

As atuações

Fernando Miguel – não passa mais qualquer segurança. Ontem sofreu mais um gol que um bom – bom, não ótimo ou excelente – sofreria.

Yago Pikachu – até sofreu falta no início do lance do primeiro gol do Fortaleza, mas os enormes espaços que deixou na sua lateral ao longo da partida – principalmente no primeiro tempo – não tem desculpa. No apoio, chegou a finalizar uma vez na primeira etapa, mas não fez muito além disso até dar lugar Cayo Tenório, que entrando em um time bagunçado em um jogo perdido, fez ainda menos.

Marcelo Alves – ontem o zagueiro foi uma peneira. Teve a chance de evitar a jogada do primeiro gol, mas não o fez e falhou duplamente no terceiro, primeiro perdendo a bola e depois sendo facilmente driblado.

Leandro Castan – o discurso no final do jogo deu indícios de que não podemos contar com a confiança do capitão do time nesta reta final de competição.

Henrique – entregou de forma estúpida a bola que originou o segundo gol do Fortaleza e não conseguiu proteger sua lateral como deveria. E ainda atrapalhou nosso gol de honra ao cometer a falta na origem do lance.

Bruno Gomes – ter ficado sozinho na proteção da zaga e sem muita ajuda pra fazer a saída de bola atrapalharam, mas a bagunça do time não foi a única razão para sua fraca atuação. Errou muitos passes e tomou decisões erradas na hora do combate. Andrey entrou com o placar já definido e só apareceu dando um chute inofensivo ao gol do Fortaleza.

Caio Lopes – jogou em uma posição errada? Ainda não está pronto para os titulares? Seja como for, outra escalação como a de ontem e Luxa conseguirá queimar o filme de mais um garoto da base. Depois de não fazer nada e errar tudo no primeiro tempo, Caio deu lugar ao Talles Magno no intervalo. Com liberdade para tentar jogadas e sem precisar marcar tanto, Talles até ajudou a deixar o Vasco mais incisivo no ataque. Mas sofreu com a marcação e poucas das suas jogadas acabaram sendo efetivas.

Juninho – segue com a “síndrome do reserva”: quando começa jogando, não faz a diferença. Aparentemente, o rapaz tem tanta autoconfiança jogando pra frente que ignora por completo suas funções defensivas. Gabriel Pec entrou em seu lugar no segundo tempo e foi mais uma tentativa sem resultado de tornar o Vasco mais efetivo ofensivamente. Pelo menos participou da jogada do gol invalidado, acertando o chute que obrigou o goleiro tricolor a rebater nos pés do Cano.

Benítez – sem ter com quem jogar e atuando por dentro, foi presa fácil da marcação adversária. Ainda assim fez algumas boas jogadas quando tinha com quem jogar (como no passe que deu para o Carlinhos acertar a trave, no primeiro minuto de jogo).

Carlinhos – acertou a trave logo assim que a bola rolou. Ou seja, sua melhor participação no jogo foi uma finalização errada.

Ygor Catatau – nem conseguiu fazer jogadas pelos lados do campo, nem foi referência na área. Depois de nada fazer, deu lugar ao Cano no intervalo. O gringo fez o que sabe, um gol de quem sabe se posicionar e é oportunista. Mas o lance foi invalidado pelo VAR, que sempre é o mais rigoroso possível ao analisar lances do Vasco.

***

Não gosto de falar deste assunto, mas… A arbitragem interferiu no resultado do jogo ontem?

Pode-se dizer que não. Mas se levarmos em consideração o critério do VAR para invalidar o gol do Cano, seria impossível o primeiro gol do Fortaleza não ser igualmente invalidado. E foi esse primeiro gol que acabou de vez com a organização do Vasco e que nos levou à derrota.

A falta cometida pelo Henrique no lance do gol vascaíno, além de ter sido muito mais sutil que a cometida pelo atacante David sobre o Pikachu no primeiro gol tricolor, aconteceu muito antes da finalização do Cano. Já o David deu somente dois toques na bola depois de ter empurrado o Pikachu (na frente do Sr. Juiz, vale lembrar).

Vale citar uma informação interessante: dos 52 gols sofridos pelo Vasco neste Brasileiro, um total de ZERO foi invalidado por faltas no início da jogada. Será que essa estatística se manteria se o VAR tivesse o mesmo rigor que teve para anular o gol do Cano ontem?

O Luxemburgo errou e vem errando e os jogadores erram ainda mais. Mas não dá pra ignorar a total e recorrente falta de critério das arbitragens nas partidas do Vasco.

Jogo contra o Fortaleza é a final do ‘campeonato de 12 jogos’ do Vasco

Miguel e Graça chegam à Fortaleza: defesa será muito importante na "final" contra nossos anfitriões
Miguel e Graça chegam à Fortaleza: defesa será muito importante na “final” contra nossos anfitriões (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Com tão poucos jogos para o fim do Brasileirão e com o Vasco na situação em que se encontra, não há muitas alternativas para Luxa e seus comandados na partida de hoje, contra o Fortaleza. Mesmo com nosso ridículo aproveitamento de 27,5% como visitante e com o vício que temos de perder pontos para times da parte de baixo da tabela, vencer hoje é fundamental. Desesperadoramente fundamental, poderíamos dizer.

Isso porque nas duas próximas rodadas temos jogos muito complicados: o primeiro, contra o Inter, por termos um adversário que luta pelo título; o segundo, contra o Corinthians, por ser fora de casa contra um oponente que não conseguimos vencer há séculos. Se o pior acontecer nestas duas partidas, o Vasco faria, no máximo, três pontos nas três últimas rodadas.

É este cenário que, infelizmente, torna uma vitória hoje imprescindível. Com um empate hoje, pode ser que cheguemos ao fim do campeonato com apenas 41 pontos e 10 vitórias. Nesta situação, vamos depender de tropeços dos nossos concorrentes para nos manter na Série A.

(Parêntese: isso, considerando uma vitória contra um muito provavelmente já rebaixado Goiás na última rodada. O que também não podemos afirmar que é certo. Fecha parêntese)

Por outro lado, uma vitória na Arena Castelão nos deixará bem mais confortáveis, uma vez que o confronto com o tricolor cearense é um jogo de seis pontos na prática. Vencer hoje significa abrir três pontos para o Z4, dois para o próprio Fortaleza e ainda e chegar a 10 vitórias, ficando atrás apenas do Sport neste critério de desempate (entre os times que ainda brigam contra o descenso).

Para conseguir isso, o Pofexô deve inverter a lógica e apelar para “o melhor ataque é a defesa”: time fechadinho, “sabendo sofrer”, e tentando aproveitar os contra-ataques em velocidade. Essa tática foi tentada em alguns outros jogos e não deu certo, então Luxa deve mexer bastante no time para que desta vez funcione. Além do suspenso Léo Matos, Leo Gil e Pec perdem lugar no time. Caio Lopes e Catatau devem substituir os dois últimos; já a lateral direita pode ter Pikachu ou Tenório. Se o Pokémon jogar mais recuado, Juninho ganha uma chance no time.

Luxemburgo voltou ao seu posto dizendo que o Vasco teria um “campeonato de 12 jogos” até o fim do Brasileiro. Pela importância que ela tomou, a partida de hoje pode ser considerada a final deste campeonato. Quem sair vitorioso estará bem mais perto de alcançar a duvidosa “honra” de se manter na elite do futebol nacional. E já que não nos restaram taças a disputar, não podemos deixar escapar esse “título”.

Fortaleza X Vasco

Felipe Alves, Gabriel Dias, Quintero, Paulão e Bruno Melo; Juninho, Felipe e Luiz Henrique; Igor Torres, David e Wellington Paulista.

Fernando Miguel; Pikachu (Cayo Tenório), Marcelo Alves, Leandro Castan, Henrique; Bruno Gomes, Caio Lopes, Juninho (Pikachu), Benítez, Ygor Catatau e Germán Cano.

Técnico: Enderson Moreira.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Arena Castelão. Data: 10/02/2021. Horário: 19h15. Arbitragem:Braulio da Silva Machado (SC). Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Éder Alexandre (SC). VAR: Wagner Reway (PB)

O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

Retranca não segura, ataque não funciona e Vasco perde

Apesar da derrota, Pikachu se destacou no clássico.
Apesar da derrota, Pikachu se destacou no clássico (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O que mais incomodou na derrota do Vasco para o Flamengo por 2 a 0 foi a aparente facilidade com que o rubro-negro chegou ao placa. Não que tenha sido um massacre – e não foi mesmo – ou que tenhamos jogado muito abaixo do que temos jogado normalmente. O problema foi a sensação de que os caras resolveriam a partida na hora que quisessem. E, bem…foi exatamente isso que aconteceu.

Prova disso foi termos sofrido um gol em cada tempo, ainda que o Vasco tenha jogado de forma completamente diferente em cada etapa. No primeiro tempo, como já aconteceu outras vezes, o time do Profexô parece ter conscientemente optado não jogar, se deixando participar de uma brincadeira de bobinho na qual a bola fica apenas com o adversário. Até mais ou menos os 20 minutos, ainda chegávamos, eventualmente, ao ataque. Depois disso, apelamos mesmo para uma retranca total.

Resultado: Léo Matos comete um pênalti evitável aos 47 minutos e levamos o primeiro.

No segundo tempo, Luxa muda o time, adianta a linha de marcação e passamos a jogar mais tempo no campo adversário. Até criamos uma chance claríssima de gol, após bonita jogada do Pikachu, mas Cano desperdiçou. O próprio Pokémon cobrou bem uma falta, que exigiu esforço do goleiro rubro-negro para evitar o gol. Quando parecia que estávamos mais perto do empate, o Fla consegue um escanteio, Carlinhos não impede a subida do Bruno Henrique e o atacante amplia a vantagem.

Resultado: deixamos a retranca e, ao avançar para o ataque, deixamos o jogo a gosto do Flamengo que passou a jogar no contra-ataque. E ainda levamos mais um gol em lance de bola parada.

A questão é: se o Vasco tinha condições de agredir mais o adversário, porque – mais uma vez – optar por ficar 45 minutos apenas se defendendo? Por que esperar estar em desvantagem no placar e permitir que o Flamengo tomasse pra si a tática dos contragolpes? Não se discute que seria suicídio entrar em campo sem qualquer cautela contra um adversário muito mais qualificado. Mas será que um meio termo não seria melhor?

Não vamos para o Z4 nesta rodada, mas com a derrota, já perdemos uma colocação e podemos terminar a um ponto da “zona da confusão” caso o Sport consiga a difícil tarefa de vencer….O BOTAFOGO! Isso significa que voltamos ao alerta vermelho e precisaremos mudar a postura do time já na próxima partida, contra o Fortaleza, fora de casa. Se seguirmos com o péssimo desempenho que temos tido nos confrontos diretos, corremos um risco seriíssimo de voltar ao Z4 faltando apenas três jogos para o fim da competição.

As atuações

Fernando Miguel – uma boa defesa no primeiro tempo. Nada poderia ter feito nos gols.

Léo Matos – levando seu amarelo padrão (ainda que injustamente) ainda no primeiro tempo, escapou de ser expulso antes do intervalo ao cometer um pênalti de questionável inevitabilidade. Não levou o segundo amarelo no lance, mas não escapou da substituição antes de volta do time para a etapa final Carlinhos entrou em seu lugar e até ajudou a movimentação ofensiva do time. Mas acabou comprometendo sua atuação ao falhar na marcação ao Bruno Henrique no lance do segundo gol.

Marcelo Alves – teve bastante trabalho com os atacante rubro-negros e ainda assim se saiu bem.

Ricardo Graça – sem responsabilidade direta nos lances de gol, mostrou alguma evolução se compararmos com sua partida contra o Palmeiras.

Henrique – como esperado, se limitou à marcação. Não chegou a comprometer.

Bruno Gomes – travou bom duelo com Diego e se saiu bem. Assim que foi substituído, o Flamengo ampliou e Andrey, que entrou em seu lugar, poderia ter sido mais útil também na construção de jogadas.

Gil – precisamos conversar sobre uma ida para o banco do gringo. Mais uma vez correu como barata tonta, errou um monte de passes e foi muito pouco útil. Ficou bem mais tempo do que deveria no time, até que Talles Magno entrou em seu lugar. Sem maiores obrigações na marcação, conseguiu ser um pouco mais útil que nas últimas partidas. Mas poderia ter ajudado mais.

Benítez – tentou criar jogadas e até conseguiu algumas vezes. Depois sucumbiu à marcação – e às faltas – rubro-negra e sumiu. Ygor Catatau entrou no intervalo e ajudou a dar uma postura mais ofensiva ao Vasco. Finalizou duas vezes com relativo perigo.

Yago Pikachu – teve participação nos dois melhores lances do time na partida: no primeiro, deixou o Cano na cara do gol para marcar depois de uma bela jogada individual na linha de fundo; pouco depois cobrou uma falta com perigo.

Gabriel Pec – caiu na “pegadinha do Luxa”: virou titular, mas assim como o Talles, começou tendo que ajudar na marcação. E com a retranca que o time armou no primeiro tempo, o garoto pouco – ou nada – fez. Juninho entrou no intervalo e, aparentemente, o tempo no banco lhe fez bem: com personalidade, não teve medo de arriscar jogadas e levar o time ao ataque. Se pecou, foi pela empolgação em alguns momentos, quando exagerou no individualismo.

Cano – perdeu uma chance que definitivamente não é normal ele perder, sua única oportunidade na partida.

Um clássico com milhões de motivos para o Vasco vencer

Pedido antigo da torcida, Luxa deve escalar Pec no lugar do Talles contra o Fla
Pedido antigo da torcida, Luxa deve escalar Pec no lugar do Talles contra o Fla (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Graças à derrota sofrida ontem pelo Bahia, o Vasco garantiu a permanência fora do Z4 por mais uma rodada, independente do que aconteça no confronto com o Flamengo, hoje, na Arena Maracanã. Se isso servir para que Luxa e seus comandados entrem em campo com menos um peso sob os ombros, ótimo. Devemos agradecer ao nosso rival tricolor pela graça alcançada.

Mas o que seria mais que ótimo é o Vasco parar de depender das derrotas dos nossos concorrentes para se manter firme na luta para permanecer na elite (o fato de precisarmos lutar contra mais um descenso já é uma vergonha, mas essa é outra história). E como vencer o rubro-negro já virou um tabu bastante incômodo, não há partida melhor para uma demonstração de força como a de hoje. Uma vitória sobre o “mais querido da mídia”, “potência mundial do futebol” e virtual “campeão brasileiro” (mesmo que o Inter esteja 4 pontos à sua frente) seria perfeito, não apenas para nos afastar da “zona da confusão”, mas também pra dar uma moral importante ao time nesta reta final de campeonato.

Claro que, pra isso acontecer, precisaremos jogar um pouco mais, pra falar o mínimo. Ainda que o Vasco tenha se saído melhor com adversários da parte de cima da tabela, não podemos nos dar ao luxo de repetir atuações como a do primeiro tempo contra o Bahia, por exemplo. Talvez por isso o Pofexô esteja pensando em finalmente escalar o Gabriel Pec no lugar do Talles, o que deve trazer maior dinamismo ofensivo ao time.

Mas melhorar nosso ataque não é a única questão. Contra um adversário muito forte ofensivamente, Luxemburgo precisará pensar o que fazer para reforçar seu sistema defensivo. A suspensão do Castan, na real, nem chegar a ser um problema tão grande, já que o Graça trará maior velocidade à zaga, algo que será muito importante. O que merece mais atenção são os avanços do lateral Isla pela esquerda, o que fará com que Henrique precise de uma ajuda, principalmente se Pec não tiver a função tática de ajudar na marcação como o Talles costuma fazer. Já o meio de campo precisará de muita atenção e, principalmente calma: vindo da base e velho conhecedor da rivalidade entre Vasco e Flamengo, Bruno Gomes cair na pilha. Não podemos ter jogadores expulsos em uma partida como essa.

Este Clássico dos Milhões promete ser um dos mais disputados (como foi o 4 a 4 do ano passado), já que os três pontos têm extrema importância para os dois clubes. Mas como os objetivos do rival não têm a menor importância para nós, o Vasco deve entrar concentrado apenas no que é importante: vencer para ampliar a distância da confusão. Entre os vários motivos que temos para ganhar esse jogo, esse é o que verdadeiramente importa.

Flamengo X Vasco

Hugo Souza, Isla, Willian Arão, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Gérson (João Gomes), Diego, Arrascaeta e Everton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique.

Fernando Miguel; Léo Matos, Marcelo Alves, Ricardo Graça e Henrique; Bruno Gomes, Leonardo Gil e Benítez; Yago Pikachu, Gabriel Pec (Talles Magno) e Germán Cano.

Técnico: Rogério Ceni.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Arena Maracanã. Data: 04/02/2021. Horário: 21h. Arbitragem: Raphael Claus (Fifa-SP). Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP) e Alex Ang Ribeiro (SP). VAR: Jose Claudio Rocha Filho (SP)

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