Vasco encara o Nova Iguaçu numa pressão ‘nível Cariocão’

Contra o Nova Iguaçu, Rayan pode começar no comando do ataque vascaíno
Contra o Nova Iguaçu, Rayan pode começar no comando do ataque vascaíno (📸: reprodução Vasco TV)

Graças à desastrosa arbitragem da última rodada, o Vasco chega ao jogo contra o Nova Iguaçu com um certo nível – dentro das possibilidades de um Carioca – de pressão.

Com os pontos perdidos no empate contra o Bangu,  uma derrota para o time da Baixada Fluminense – que tem o melhor desempenho entre as equipes de menor investimento da competição – nos deixará fora da zona de classificação para as semifinais da Taça Guanabara, já que seremos ultrapassados pelo próprio Nova Iguaçu. Mesmo um empate pode nos fazer perder a atual quarta colocação, bastando para isso que o Madureira vença na rodada.

Além de termos sido prejudicados na classificação, os absurdos do último jogo ainda nos renderam desfalques importantes. Jair, injustamente expulso, está fora. Paulinho, que se contundiu gravemente, também.  Não que isso pareça fazer tanta importância para Don Ramón nesse jogo específico: o técnico pode deixar vários titulares no banco e começar com um time parecido com o que iniciou contra o Madureira.

Seja como for, o importante é a vitória, independente do número de titulares que tenhamos em campo. Não apenas para nos manter entre as quatro primeiras colocações, mas também para chegar ao clássico de domingo numa posição mais cômoda que o nosso adversário.  Se há uma pequena pressão pro jogo de hoje, melhor resolvê-la logo e deixar uma pressão maior para o Flamengo.

Campeonato Estadual 2024

Nova Iguaçu X Vasco

Fabrício Santana, Cayo Tenório, Gabriel Pinheiro, Sérgio Raphael e Maicon Esquerdinha; Ronald, Albert e Igor Fraga; Xandinho, Emerson Carioca e Bill Léo Jardim, Paulo Henrique (Rojas), Maicon, Léo, Julião (Piton), Zé Gabriel, De Lucca, Praxedes, Rossi, David e Rayan (Vegetti).
Técnico: Carlos Vitor Técnico: Ramón Diaz
Estádio: Estádio Parque do Sabiá. Data: 31/01/2024. Horário: 18h10. Arbitragem:João Marcos Gonçalves Fernandes. Assistentes: Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha e Fábio Ramos França.
TV: o canal Bandsports transmite para assinantes de todo o Brasil. Internet: os canais GOAT (aberto) e Bandsports (assiantes) transmitem.

Resultado ruim, jogo nem tanto

Praxedes comemora seu gol: mesmo muito superior em campo e estando duas vezes a frente no placar, Vasco não conseguiu vencer o Bangu
Praxedes comemora seu gol: mesmo muito superior em campo e estando duas vezes a frente no placar, Vasco não conseguiu vencer o Bangu (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Quando uma equipe de futebol tem um dos seus jogadores expulso antes de uma partida ter cinco minutos de bola rolando, é impossível não levar esse fato em consideração ao fazer qualquer tipo de resenha sobre o jogo.

Por isso é complicado olhar apenas para o placar final da partida entre Vasco e Bangu, no Mané Garrincha e cravar que o 2 a 2 no Mané Garrincha foi um “vexame“, como já  vi sendo dito pelos polemistas profissionais da internet.

Uma expulsão tão precoce acaba com o planejamento de qualquer time. Seu técnico precisa repensar a formação da equipe, como recompor o setor que perdeu uma peça e dar um jeito de manter o lado emocional do grupo sereno quando o cartão vermelho é injustificado (como foi o caso da absurda expulsão do Jair, que sequer cometeu falta no lance).

Na humilde opinião deste que vos fala, tudo isso torna inevitável relativizarmos o fato de, pela primeira vez no Carioca, começarmos um jogo com um time quase todo titular e termos como oponente um dos últimos colocados da Taça Guanabara.

Digo isso porque, se o Bangu não viu a bola nos pouco mais de três minutos nos quais o Vasco esteve em igualdade numérica, o domínio da partida continuou quando passamos a ter um jogador a menos. O Bangu continuou sem ver a bola e o Vasco seguiu pressionando o adversário por todo o primeiro tempo, sem sofrer qualquer risco real. E isso, mesmo quando perdemos o Paulinho, outra peça importante no esquema de Don Ramón, também na primeira etapa.

O técnico vascaíno mexeu no time, seu desenho para o jogo foi completamente destruído pelas circunstâncias e, ainda assim, o Vasco continuou soberano na partida. Tanto que o time voltou até melhor para a segunda etapa, abriu o placar com o Praxedes e seguiu criando – e desperdiçando – chances de gol.

Mas com o avançar da partida, jogar com um a menos inevitavelmente cobraria seu preço. O Vasco cansou e o Bangu teve alguns espaços a mais. Ainda assim, o alvirrubro só  conseguiu o empate por conta do imponderável: um frangaço do Léo Jardim.

E como falhas individuais não podem ser previstas, não podem também entrar na conta da atuação coletiva do time. A falha do nosso goleiro e pelo menos dois gols feitos que deixamos de fazer (justo dos centroavantes do time, Vegetti e Rayan) não deveriam influenciar a impressão que o time passou no jogo. Assim como o pênalti cometido pelo Medel nos minutos finais, completamente incompatível com a experiência do zagueiro.

No fim das contas, a decepção com o empate é inevitável. Até pela forma como aconteceu, evitando o que seria uma vitória apoteótica com o golaço do Payet já nos acréscimos. Mas a frustração não deve – ou não deveria – deixar a torcida desesperançada com o time, que ainda está se ajustando e que, inegável, foi muito superior ao adversário mesmo tendo sido brutalmente prejudicado pela arbitragem nos minutos iniciais do jogo.

Mas é importante frisar: mesmo que a torcida leve em consideração as circunstâncias do empate de ontem e dê uma aliviada em relação ao empate, na quarta teremos um adversário bem mais complicado que o Bangu. E, mesmo que não tenhamos uma arbitragem desastrosa como a de ontem, se continuarmos chances claras de gol e sofrendo gols por falhas individuais, podemos muito bem nos complicar.

As atuações

Léo Jardim – até fez uma grande defesa no segundo tempo, mas nada que compensasse o frangaço que levou no primeiro gol. A chance de se redimir, defendendo o pênalti a favor do Bangu, não foi aproveitada.

Robert Rojas – para um lateral que também atua no miolo da zaga, sua participação no apoio foi surpreendente pela frequência e, mais importante, sem deixar espaços pelo seu lado de campo. Puma Rodríguez entrou em seu lugar no intervalo e, se a intenção era dar maior peso ofensivo ao lado direito do time, a mudança não chegou a surtir efeito.

João Victor – errou alguns passes inaceitáveis e mostrou um nervosismo exagerado após a expulsão do Jair. Mas jogou com seriedade e se saiu bem, tanto nas antecipações como nos combates diretos.

Medel -comprometeu o que seria mais uma boa atuação cometendo um pênalti desnecessário nos minutos finais da partida.

Lucas Piton – praticamente um ala, foi uma das principais armas ofensivas do time, mais notadamente no segundo tempo. Fez a assistência para o Praxedes marcar seu gol.

Jair –  com 3 minutos em campo foi expulso em um lance no qual nem falta cometeu.

Paulinho – ainda estava se adaptando às novas funções após a expulsão do Jair quando sentiu e precisou sair. Deu lugar ao Praxedes, que se saiu melhor jogando mais recuado do que tendo a obrigação de armar o time . Marcou seu gol aproveitando o espaço que lhe deram por estar jogando mais atrás. Acabou sendo sacrificado quando o Bangu empatou, dando lugar ao Rossi, que teoricamente deixaria o time mais ofensivo. Não chegou a justificar sua entrada no jogo.

Payet – comandou o time do meio pra frente, criando jogadas, finalizando, dando passes, cobrando escanteios e o que mais fosse necessário. Como não poderia deixar de ser, teve participação nos dois gols do time: no primeiro, iniciando a jogada e ele próprio marcando o segundo.

David – vinha ajudando o time a pressionar o adversário no campo de ataque até ser o escolhido para dar lugar ao Zé Gabriel, que entrou para recompor o meio após a expulsão do Jair. Sem incorporar o “delivery“, o Zé teve uma atuação na média, entregando muito mais transpiração que inspiração.

Erick Marcus – começar a partida mostrou que o garoto está com alguma moral com Don Ramón. Mas com o time tendo um jogador a menos, precisou dar mais atenção à marcação, o que diminuiu sua efetividade no ataque. Rayan entrou em seu lugar no intervalo e acabou disputando espaço com o Pirata na área. Teve poucas chances de fazer algo, mas perdeu uma chance clara no último lance do jogo.

Vegetti – mostrou algum nervosismo durante o jogo, sabe-se lá se pela arbitragem, pela falta de bolas ou pela renovação de contrato não resolvida. Mas dessa vez, nem pode reclamar tanto: mesmo sem tão acionado, teve oportunidades e não as converteu. Cabeceou uma bola no travessão e isolou outra quando estava apenas ele o gol. No fim, colocou o Rayan na cara do gol.

 

Reproduzindo a pré-temporada, Vasco vence o Madureira

Em fase de "zagueiro artilheiro", Léo Pelé marcou seu segundo gol no ano, abrindo o placar na vitória contra o Madureira
Em fase de “zagueiro artilheiro”, Léo Pelé marcou seu segundo gol no ano, abrindo o placar na vitória contra o Madureira. Rayan, ao seu lado, marcou o segundo (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Quem viu a vitória vascaína por 2 a 0 sobre o Madureira sabe que a partida foi no esquema “da água pro vinho“. Foi mais ou menos como se víssemos, em um único jogo, os dois times da pré-temporada. Começamos com o Vasco que atuou nas duas primeiras rodadas da Taça Guanabara e terminamos com o Vasco que foi para a Serie Río de la Plata.

No primeiro tempo, com apenas Léo Jardim como titular indiscutível em campo, o Vasco teve uma atuação padrão de início de temporada, nitidamente sem ritmo e ineficiente; já na etapa final, com algumas mexidas, uma óbvia melhora na movimentação e criatividade. Essa diferença nas atuações serviu para evidenciar ainda mais o que todo torcedor já sabe: há um abismo técnico entre titulares e reservas.

E, “como quem com porco anda, farelo come” – pra ficar nos ditos populares – também vimos ontem como algumas peças do time rendem bem menos dependendo da companhia que têm em campo. Ver as atuações do Paulo Henrique e do Rayan nos dois tempos é uma comprovação clara desse fato.

A questão é que contra o tricolor suburbano, 45 minutos com Payet e alguns outros titulares foi o bastante pra resolver a partida. E pode ser o bastante também para outros confrontos com adversários mais modestos. Mas se o Vasco quer MESMO disputar o Estadual – o que significa estar em pé de igualdade com nossos maiores rivais – ainda precisa de uma boa quantidade de reforços.

As atuações

Léo Jardim – famoso “espectador em campo“. Pouco fez e na maioria dos casos, nem precisaria estar debaixo da trave, dada a pontaria equivocadíssima do adversário

Paulo Henrique – não acertou muita coisa no time reserva. Melhorou sensivelmente com mais titulares em campo, inclusiva acertando belo cruzamento para o gol do Léo.

Maicon – acabou tendo mais trabalho no segundo tempo, com os contra-ataques do Madureira (o que evidencia a necessidade de um primeiro volante no elenco).

Léo – também não teve tantos problemas na primeira etapa, com o time cheio de volantes reservas. No segundo tempo, mostrou serviço abrindo o placar, mas exagerou nas subidas ao ataque em alguns momentos (em um desses, perdeu uma disputa de bola que só não terminou em gol do Madureira pela absoluta falta de pontaria dos adversários).

Julião – uma atuação discreta, como era de se esperar de um garoto recém-chegado da base. Mas se podemos relativizar sua participação por ser inexperiente, também não dá pra contar com o garoto sendo reserva imediato do Piton pelo mesmo motivo.

Zé Gabriel – não é o primeiro volante do time dos nossos sonhos, mas em uma partida como a de ontem, até que cumpriu bem o seu papel. A torcida deu uma moral, com palmas, quando o Zé deu lugar ao Jair, que foi muito mais útil iniciando jogadas (iniciou a jogada do gol do Rayan, por exemplo), mas ficou nítido que sua entrada deixou o time mais exposto aos contragolpes do Madura.

De Lucca – difícil reclamar de um cara que acertou 32 passes em 32 tentados. Mas não conseguiu ser efetivo na criação de jogadas. David entrou em seu lugar no intervalo e mostrou querer jogo. Só não conseguiu mostrar muito.

Praxedes – precisou de 45 minutos para que destruísse o devaneio de que pode, mesmo contra adversários mais limitados, ser o cérebro do time. Paulinho o substituiu no intervalo e, mesmo tendo maior responsabilidade na marcação, conseguiu ajudar mais o time ofensivamente.

Rossi – se ganhou uma grana por passes errados e decisões equivocadas, está com o bolso cheio hoje. Deu lugar ao Payet, que mudou a cara do time: mostrou visão de jogo com bons passes e lançamentos e toda sua categoria fazendo uma assistência de letra para o Rayan marcar (fez outras, mas aí não é culpa do Francês se o sujeito que recebe uma bola açucarada perde o gol).

Rayan – pouco acionado no primeiro tempo por conta da inação criativa do time, ainda assim quase marcou no começo da partida. Na etapa final apareceu muito mais e deixou o seu, contando com a sorte que todo bom centroavante precisa ter.

Serginho – até que mostrou algum serviço no primeiro tempo, mas isso fica mais pela comparação com a atuação tenebrosa do Rossi. Também tomou decisões equivocadas e finalizações ineficientes. Erick Marcus entrou em seu lugar e manteve a correria pelo lado do campo, até mostrando habilidade em alguns lances. Mas sua atuação ficou marcada por um gol feito, porém perdido, após o francês deixá-lo na cara do gol.

Vasco do Don Ramón estreia no Carioca

Conta o Madura, o "pruefessor" terá seu primeiro contato com o Estadual
Conta o Madura, o “pruefessor” terá seu primeiro contato com o Estadual (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Uma coisa que só me dei conta agora: quando a bola rolar na Colina logo mais, no confronto contra o Madureira, Don Ramón terá seu primeiro contato com uma espécie de “futebol brasileiro raiz“.

Como nosso técnico chegou no meio do Brasileirão do ano passado, sem ter passado pelo Estadual ou pela Copa do Brasil, Ramón Díaz terá no tricolor suburbano – ainda que seja um clube pra lá de tradicional no Rio de Janeiro – o adversário mais modesto que já enfrentou no comando do Vasco. Um time 99% mais próximo da realidade do futebol brasileiro que as outras 19 equipes que disputam a Série A.

Por sorte, a mentalidade de Don Ramón não leva em consideração a estatura do oponente, e sim, o esforço do seu time. Então, podemos contar que nosso treinador tenha o mesmo nível de exigência hoje que teve nos confrontos contra o San Lorenzo e o Deportivo Maldonado.

Rámon não deve usar todos os titulares desde o começo do jogo, mas isso dificilmente tem algo a ver com alguma forma de confiança excessiva.  Ainda que o Madureira esteja na 7ª colocação na Taça Guanabara, é preciso levar em consideração que o time vem de vitória contra o Audax e que a derrota que o tricolor sofreu foi contra o Botafogo, que começou o Estadual com alguns titulares  atuando. E, além do mais, o termo “salto alto” nem deve existir no portunhol do nosso técnico.

Depois de deixarmos escapar a vitória conta o Sampaio Corrêa na última rodada, o “pruefessor” sabe que vencer hoje é importante, não apenas porque três pontos nos manterá na zona de classificação para as semifinais, mas também porque essa é a estreia de fato do Vasco na competição. E nem pegaria bem nosso time titular (ou com uma maioria de titulares) não começar bem o Carioca.

Campeonato Estadual 2024

Vasco X Madureira

Léo Jardim, Paulo Henrique, João Victor, Maicon (Medel), Léo e Lucas Piton; Jair (Zé Gabriel), Paulinho, Rossi (Payet), David e Vegetti (Rayan) Mota, Almir Sóta, Marcão, Arthur, Evandro, Matheus Lira, Arthur Santos, Patrick Vieira, Pablo Pardal, Hugo Borges e Arthur Martins
Técnico: Ramón Diaz Técnico: Daniel Neri
Estádio: São Januário. Data: 25/01/2024. Horário: 21h30. Arbitragem: Yuri Elino Ferreira da Cruz. Assistentes: Thiago Filemon Soares Pinto e Rafael Gomes Rosa.
TV: o SBT transmite para RJ, DF, Belém, Goiânia, Manaus, Vitória, Fortaleza, Recife e Salvador. O SporTV e o Canal Premiere
transmitem para assinantes de todo o Brasil. Internet: Cazé TV.

Vasco entre o ‘positivo’ e o ‘precisa melhorar’

Com uma assistência e um belo gol, Orellano foi o destaque vascaíno no empate com o Sampaio Corrêa
Com uma assistência e um belo gol, Orellano foi o destaque vascaíno no empate com o Sampaio Corrêa (📸 Matheus Lima | Vasco)

O Vasco não conseguiu repetir ontem o desempenho da última quinta e vencer os dois jogos que disputou no mesmo dia. E nem é o caso de apelar para o papinho de “tava bom demais pra ser verdade“, já que estivemos perto de conseguir o feito, o que só não rolou por conta de falhas individuais impossíveis de serem previstas na partida pelo Carioca. Mas falemos um pouco sobre as duas partidas de ontem.

Sampaio Corrêa 3 x 3 Vasco

Foi aquela típica situação na qual falaremos, ao final da Taça Guanabara, “se não tivéssemos jogado fora dois pontos contra o Sampaio Corrêa“…isso porque tivemos um adversário mais limitado que da primeira rodada e inclusive jogamos melhor que na partida contra o Boavista.

Mas aí o imponderável, também conhecido como “falha humana” no futebol, deu as caras. O primeiro gol do adversário, o mais claro: o recuo arriscado para o Halls e a tentativa ainda pior – e frustrada – do goleiro driblar o atacante é o tipo de erro que só a inexperiência justifica (e sim, nessa eu até eximo o Capasso, já que apesar da recuada perigosa, ele se deslocou e pediu a bola de volta).

E segundo gol sofrido também poderia ser evitado se o zagueiro argentino não desse todo espaço do mundo para o jogador do Sampaio centrar a bola na nossa área. Mas aí, também não dá pra tirar os méritos do adversário na jogada.

A defesa deu suas peidadas, mas não foi o único setor a vacilar. O time dominou boa parte do jogo, mesmo tendo em campo o que sobrou do elenco. Mas é preciso considerar que, em alguns momentos, o time mostrou fragilidade na marcação mesmo tendo quatro volantes no meio de campo e um zagueiro jogando na lateral. Inaceitável, ainda que se conte com as falhas individuais citadas, que tenhamos sofrido três gols em um confronto como o de ontem.

E, também por conta do monte de volantes, o time acabou dependendo muito o Orellano para ter jogadas ofensivas com alguma efetividade. Sem criatividade, só o moleque argentino conseguiu se destacar entre os homens da frente, ainda que o Paixão tenha marcado o seu. Prova disso é o fato de que o Barros acabou finalizando mais vezes que o jovem atacantes.

O empate foi decepcionante, principalmente por termos conseguido virar o placar mas não segurar a vantagem. Ainda assim, para um começo de Estadual – e sabendo que as falhas que tivemos ontem não acontecerão da forma como aconteceram com o time titular – não foi ruim de tudo.

Deportivo Maldonado 0 x 1 Vasco

Payet marcou um bonito gol e garantiu a vitória sobre o Deportivo Maldonado
Payet marcou um bonito gol e garantiu a vitória sobre o Deportivo Maldonado (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Já do nosso time titular, só posso falar do segundo tempo. Com os horários batendo e preferindo acompanhar o jogo do Carioca, só passei para o amistoso contra o Deportivo Maldonado quando começava sua etapa final.

Menos qualificado que o San Lorenzo, o time uruguaio pouco fez para nos ameaçar. Não que a gente tenha ameaçado muito os donos da casa: rondamos muito a área adversária, mas não chegamos a criar tantas chances de gol assim.

A melhor notícia, no fim das contas, foi ver um Payet fininho, com mais desenvoltura e mostrando um pouco mais da sua capacidade. Até o momento, o melhor reforço para 2024 chegou ano passado.

Finda a pré-temporada, o balanço acaba sendo positivo: vencemos um jogo-treino, dois amistosos e Dom Ramón pôde fazer alguns testes com o time. Agora é ver como nos sairemos no Estadual com os titulares. E, claro, se os titulares são os mesmos que foram para o Uruguai. Mesmo tudo tendo corrido bem nesse período de treinos, ainda é evidente que precisamos qualificar o elenco.

 

Vasco encara mais uma rodada dupla

Time alternativo, dirigido pelo William Batista, encara o Sampaio Corrêa pelo Carioca
Time alternativo, dirigido pelo William Batista, encara o Sampaio Corrêa pelo Carioca (📸 Matheus Lima | Vasco)

O Vasco mais uma vez vai para uma rodada dupla, com seu time principal tendo pela frente o Deportivo Maldonado pela Serie Río de la Plata e seu time pra lá de alternativo representando o clube pelo Carioca, encarando o Sampaio Corrêa,  em partida a ser realizada em Saquarema.

Diferente da quinta passada, quando foi possível acompanhar integralmente as duas partidas, hoje os horários batem: o compromisso pela Taça Guanabara é apenas uma hora antes do início do amistoso no Uruguai. Então, em algum momento, os vascaínos deverão optar entre um jogo e outro.

Eu confesso que, a despeito do interesse que o time titular desperta na torcida, devo priorizar jogo da equipe comandada pelo William Batista. Ainda que o nível técnico tenha disparidades e que o Carioca seja visto como o “patinho feio” das competições na temporada, o Estadual vale título. E isso, a meu ver, é mais importante que apenas conferir o desempenho dos titulares em um jogo de pré-temporada.

Mas é claro que, assim que o juiz encerrar o jogo contra o Sampaio Corrêa (que estreou na Guanabara com derrota para o Nova Iguaçu fora de casa), verei o restante da partida dos nossos titulares.  Ainda que não seja um adversário que se possa chamar de tradicional, o Deportivo Maldonado terminou o “Uruguaião” na terceira colocação ano passado e está na sexta colocação na atual. Então, é um oponente que deve exigir algum trabalho à equipe do Don Ramón. E, dessa vez, com uma possível maior presença da torcida no estádio.

Seja qual for a escolha do torcedor, o que todo vascaíno espera é mais uma vitória dupla. No Estadual, pra seguirmos na parte de cima da tabela (e também motivar a garotada e os reservas a brigarem por vagas no time principal) e no amistoso, para mostrar que o trabalho na pré-temporada seguiu o caminho certo.

Campeonato Estadual 2024

Sampaio Corrêa X Vasco

Diogo, Yago Rocha, Pablo, Eduardo Thuram, Paulo Vitor, Eduardo Rosado, Marcelo, Alexandre Souza, Gustavo Tonoli, Hugo Cabral e Davi Santos. Halls; Miranda, Capasso, Zé Vitor e Leandrinho; Rodrigo, Barros, Mateus Carvalho, De Lucca; Orellano e Paixão.
Técnico: Silvestre dos Santos Técnico: William Batista (interino)
Estádio: Elcyr Resende. Data: 21/01/2024. Horário: 20h30. Arbitragem: Bruno Mota Correia. Assistentes: Thiago Rosa de Oliveira Esposito e Naiara Mendes Tavares.
TV: o canal Bandsports transmite para assinantes de todo o Brasil. Internet: os canais GOAT (aberto) e Bandsports (assiantes) transmitem.

 

Serie Río de la Plata

Deportivo Maldonado-URU X Vasco

Gargiulo, Marcelo, Cancela, Villoldo, Silvera, Delgado, Amarilla, Grunullú, Castro; Villalba e Simovic. Léo Jardim; Robert Rojas, João Victor, Medel e Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes, Paulinho, David (Payet), Rossi e Vegetti.
Técnico: Júlio César Ribas Técnico: Ramón Díaz
Estádio: Domingo Burgueño. Data: /01/2024. Horário: 21h30. Arbitragem: Não informado. Assistentes: Não informado.
Internet: O Star + transmite.

‘Vascos’ vencem em suas estreias

Capasso comemora com Orellano: o zagueiro marcou o primeiro gol vascaíno no Estadual com uma "voadora", após assistência do meia-atacante
Capasso comemora com Orellano: o zagueiro marcou o primeiro gol vascaíno no Estadual com uma “voadora”, após assistência do meia-atacante (📸: Matheus Lima/Vasco)

É claro que não dá pra afirmar nada sobre como será uma temporada após uma partida. Ou mesmo duas, ainda que elas se realizem no mesmo dia, como aconteceu ontem nas estreias do Vasco em 2024. Mas como todo torcedor de melhor memória deve bem saber, não é sempre que começamos o ano vencendo (duas vezes, então, nem se fala). Então, ainda que não queiram significar muita coisa, as vitórias sobre o Boavista e San Lorenzo merecem uma comemoraçãozinha de leve. E claro, alguns comentários.

Vasco 1 x 0 Boavista

Lembrar que nas últimas SETE estreias em Cariocas o Vasco venceu apenas DUAS vezes já deveria ser o bastante para que as expectativas sobre o jogo contra o Boavista fossem colocadas no seu devido lugar. O fato de jogarmos com um misto de reservas e garotos da base era outro elemento para nos fazer relevar possíveis desgostos nessa primeira rodada de Estadual.

Mas eis que a equipe comandada por William Batista surpreendeu. O gol de “voadora” do Capasso, logo no primeiro ataque vascaíno, ajudou, é claro. Ainda assim, o time C do Vasco soube segurar a vantagem contra um arrumado e mais entrosado Boavista. Penamos no primeiro tempo, chegando inclusive a sermos dominados em boa parte dos primeiros 45 minutos, mas aparentemente mais por méritos do adversário que pela nossa inconsistência.

Prova disso foi a melhora do time na etapa final, quando passamos menos sufocos, criamos – e desperdiçamos – boas chances e conseguimos ampliar com um golaço do lateral Leandrinho, não apenas pela finalização perfeita, mas pela construção da jogada.

Começar uma competição vencendo é sempre ótimo, ainda mais nesse caso: o resultado certamente dará ainda mais moral para a molecada que atuou ontem, o que é importante, já que eles representarão o Vasco em pelo menos mais uma rodada da Taça Guanabara, domingo que vem.

San Lorenzo 0 x 1 Vasco

Léo e Erick Marcus comemoram: como no jogo contra o Boavista, um atacante acertou bom cruzamento para um zagueiro marcar
Léo e Erick Marcus comemoram: como no jogo contra o Boavista, um atacante acertou bom cruzamento para um zagueiro marcar (📸: divulgação Serie Río de la Plata)

Já o amistoso contra o San Lorenzo, como falei no post de ontem, tinha tudo para despertar maior interesse na torcida. Ver a quantas anda o trabalho de Don Ramón e como se comportariam alguns dos reforços do time contra um adversário argentino tinha muito mais apelo que uma estreia em Estadual.

E o time principal também não decepcionou. Obviamente, é preciso se dar o devido desconto a uma primeira partida, lembrando que ela era um amistoso e que não sabemos exatamente a quantas anda o time portenho. Acabou que o San Lorenzo não se mostrou um oponente dos mais ameaçadores, mas nos trouxe complicações o bastante para vermos pontos positivos e o que ainda precisamos melhorar.

Por um lado controlamos o jogo na maior parte do tempo, com o time se posicionando bem e fazendo viradas de jogo de forma inteligente, para buscar espaços na defesa argentina. Por outro lado, não conseguimos mostrar muita criatividade na armação de jogadas. Marcamos melhor que criamos, muito por conta de uma dificuldade incrível na transição entre a defesa e o ataque. Nosso Pirata sofreu por isso, tendo uma atuação apagada por falta de acionamento.

Ficou claro que Don Ramón ainda está montando seu quebra-cabeças com as novas peças que chegaram (o técnico mudou praticamente todos os titulares ao longo da partida), mas também ficou evidente que ainda faltam reforços para que o dê o salto qualitativo que todos esperamos. Os “Zé Gabriéis” do elenco, ainda que tenham sido úteis no perrengue que passamos ano passado, não podem continuar como primeira opção. Caso contrário, continuaremos dependendo de lances como o do nosso gol, quando um garoto como o Erick Flores acertou um cruzamento de rara felicidade para Léo acertar o cabeceio. Isso não acontecerá sempre.

Vasco 2024 estreia em sessão dupla

Vasco estreia no Carioca contra o Boavista, mas o amistoso contra o San Lorenzo deve atrair mais atenção
Vasco estreia no Carioca contra o Boavista, mas o amistoso contra o San Lorenzo deve atrair mais atenção (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Pra começar o ano já com uma amostra de como seu torcedor nunca tem moleza nessa vida, o Vasco inicia a temporada 2024 com DOIS JOGOS no mesmo dia. E o vascaíno que se vire para acompanhar quase quatro horas de futebol na sequência: pelo Estadual, recebemos o Boavista na Colina; e pela Serie Río de la Plata – torneio amistoso que serve como pré-temporada para o time principal – encaramos o San Lorenzo, da Argentina.

Ainda que o Carioca seja uma competição oficial, que valha título, etc, é bem provável que a torcida tenha mais interesse na partida disputada no Uruguai. Todos sabemos como é o esquema nas primeiras rodadas do Estadual: jogos com baixíssimo índice técnico de um time sem ritmo na volta das férias contra um pequeno com mais fôlego e dando a vida para tirar uns pontinhos dos grandes. E com o Vasco jogando com um time C (talvez nem isso), cujos “grandes nomes” em campo serão o Capasso e o Orellano, as chances de termos uma partida que dê calo nos olhos de assistir são grandes.

Já o amistoso contra o San Lorenzo tem, na pior das hipóteses, a vantagem de podermos rever nosso time titular e conferir a estreia de alguns reforços. O time de Don Ramón já venceu um jogo treino na sua pré-temporada em Punta Del Este e encara um adversário que – ainda que tenha perdido na sua estreia no torneio – é bem mais qualificado que o modesto Boavista. No fim das contas, ver as prováveis estreias de Rojas, João Victor e David deve ser mais interessante que assistir – aturar? – uma primeira rodada do Cariocão.

Seja como for, o tempo que passamos sem ver o Gigante em campo deve ser o estímulo necessário para que a torcida encare essa maratona futebolística já no início da temporada deste ano. Que ambos os times compensem o esforço da torcida vencendo duas vezes na mesma noite.

Só não garanto que o Blog amanhã traga uma resenha completa dos dois jogos….

Campeonato Estadual 2024

Vasco X Boavista

Halls, Paulinho, Capasso, Miranda, Leandrinho, De Lucca, Barros, Mateus Carvalho, Estrella, Orellano e Paixão.  Kléver; Matheus Ludke, Wellington, Pablo Maldini e Alyson; Léo Costa, Crystopher e Ryan Guilherme; Matheus Alessandro, Cristian e Erick Flores.
Técnico: William Batista (interino) Técnico: Filipe Cândido
Estádio: São Januário. Data: 18/01/2024. Horário: 19h30. Arbitragem: Wagner do Nascimento Magalhães. Assistentes: Carlos Henrique Alves de Lima Filho e Marcia Alves.
TV: o SporTV e o Canal Premiere transmitem. Internet: Casé TV.

 

Serie Río de la Plata

San Lorenzo-ARG X Vasco

Altamirano; Romaña; Campi, G. Hernández; Giay; Remedi; Irala; Insaurralde; Braida; Bareiro; Tarragona. Léo Jardim; Robert Rojas, João Victor, Medel e Lucas Piton; Zé Gabriel, Praxedes e Paulinho; David (Payet), Rossi e Vegetti.
Técnico: Rubén Insua Técnico: Ramón Díaz
Estádio: Domingo Burgueño. Data: 18/01/2024. Horário: 22h15. Arbitragem: Não informado. Assistentes: Não informado.
Internet: O Star + transmite.