A gente pode aceitar a explicação do Don Ramón para sua opção por um time pra lá de alternativo contra o Goiás (até com a entrada do Robson no lugar do PH).
Pode achar que, dentro das circunstâncias – a tal escalação alternativa, por exemplo – o time não ter sofrido gols no primeiro tempo já foi algo aceitável.
Pode passar um pano por termos passado os primeiros 45 minutos basicamente tocando a bola de um lado pro outro na nossa intermediária, aparentemente sem muitas pretensões de atacar (por isso as míseras três finalizações em todo primeiro tempo, duas sem levar qualquer risco), mesmo que nosso time esteja em uma situação desesperadora e que a vitória fosse nossa única opção aceitável ontem.
A gente também pode achar que no segundo tempo, com um time mais próximo do que podemos chamar de “força máxima“, o Vasco foi superior ao seu adversário e que com o gol do Vegetti (ainda que criado mais pelo acaso e pelo faro de gol do Pirata) merecíamos a vitória.
Podemos todos, inclusive, ignorar os dois ou três contra-ataques que poderiam resolver o jogo pro nosso lado, mas que foram desperdiçados pela BURRICE de uns e outros do nosso time e colocar na conta da arbitragem – que mais uma vez mostrou que, contra nós, o rigor é sempre máximo – o resultado da partida.
A torcida do Vasco pode tudo isso aí em cima.
Mas depois do 1 a 1 de ontem contra o Goiás, que nos manteve na 18ª colocação, a quatro pontos de uma saída do Z4 e faltando oito partidas para o fim do Brasileiro, o que não dá pra saber é se ainda podemos acreditar.
As atuações:
Léo Jardim -provavelmente não teríamos nem o insatisfatório pontinho que trouxemos de Goiânia não fossem as grandes defesas que fez. No gol, nada poderia fazer.
Robson – sua total falta de intimidade com a bola atrapalha muito. Nulo no apoio, foi aceitável defensivamente (não sem dar alguns sustos na torcida). A bola do gol de empate veio da lateral que ele devia proteger.
Maicon – apesar de eventuais dificuldades com os atacantes do Goiás, jogou com a segurança de sempre e ainda arrumou uma assistência improvisada para o gol do Vegetti. Saiu com câimbras, dando lugar ao Zé Vitor, o que acabou sendo decisivo: o rapaz deveria marcar o Mateus Babi no lance do gol goiano, mas ficou plantado enquanto o atacante adversário cabeceava com liberdade.
Medel – o esquema com três zagueiros, treinado muito pouco, complicou um pouco a vida do chileno. Ainda assim, se saiu bem.
Léo -jogando pela esquerda da zaga, fez uma partida correta, sem os costumeiros avanços ao ataque. Quando o time voltou a jogar com dois zagueiros, foi sacado dando lugar ao Praxedes, que ajudou o time a ter maior volume de jogo, mas errou passes decisivo que poderiam nos ajudar a matar a partida.
Zé Gabriel – manteve sua média como carregador de piano do meio de campo.
Jair – no primeiro tempo, foi o único a tentar organizar jogadas pelo meio de campo, sem muito sucesso. No segundo tempo, ajudou mais na saída de bola até dar lugar ao Barros, que se limitou ao combate.
Serginho – acabou aparecendo mais tentando ajudar na defesa que no ataque. Gabriel Pec entrou em seu lugar no intervalo e ajudou o time a ser mais efetivo ofensivamente. Por outro lado, as decisões erradas que tomou em lances decisivos marcaram mais sua atuação.
Alex Teixeira – discreto na maioria do tempo, sem conseguir imprimir a intensidade que o time precisava. Ainda assim, acabou participando do lance do gol, cobrando o escanteio que o originou. Payet o substituiu e, entrando em um momento melhor do time, conseguiu aparecer mais que o AT, mas não o bastante pra nos levar à vitória.
Lucas Piton – atuando como ala, foi a principal arma ofensiva do time no primeiro tempo, fazendo alguns bons cruzamentos.
Vegetti – desencantou depois de quatro jogos sem marcar, mostrando o oportunismo que todo bom centroavante precisa ter. Mas sua expulsão – em mais uma mostra de rigor extremo da arbitragem contra o Vasco – aconteceu em um momento terrível do jogo.