Ofensiva pela liderança

10312264-estrategia-ofensiva-en-pizarraO Vasco tem a chance de assumir a liderança do Estadual hoje, caso consiga passar pelo Bangu, em São Janú. E levando em consideração o retrospecto de empates entre o canil e a mulambada, a probabilidade de terminarmos a rodada no topo da tabela aumenta.

Mas para que isso aconteça, precisaremos vencer o alvirrubro por uma diferença de quatro gols, coisa que ainda não fizemos na competição. Esse, aliás, é um dos senões da equipe do Doriva, que não tem se destacado na tarefa de balançar as redes: temos o pior ataque entre os quatro primeiro colocados do Carioca (incluindo aí o Voltaço) e até que o Fluzim, quinto lugar na tabela.

Essa falta de gols, mais a necessidade de um placar elástico, a motivação depois da vitória no clássico contra os flores e o fato de jogarmos em casa podem justificar as alterações feitas no time pelo nosso treinador. Doriva deve por em campo um time titular extremamente ofensivo, com apenas um volante de combate. Com a suspensão de Guiñazu e a boa participação de Julio dos Santos na partida passada, o treinador preferiu manter o paraguaio no time e não colocar outro volante no lugar do argentino, promovendo a volta de Bernardo ao meio de campo.

O esquema tanto pode favorecer a compactação do time na frente como pode criar uma bateção de cabeça entre os homens do meio (o que tem acontecido muito com o Marcinho). Outro problema que pode aparecer é que tendo dois laterais que apóiam muito – em quantidade, não necessariamente em qualidade – os meias deverão ajudar a recompor o sistema defensivo com velocidade, coisa que não parece ser muito a praia de nenhum deles. Julio dos Santos, que naturalmente deve ter maiores responsabilidades defensivas, compensa um pouco esse problema, mas ai fica o dilema: tendo que fechar espaços e não sendo muito veloz, ele não poderá se aventurar muito na frente. E se isso acontecer, a qualidade do seu passe será menos efetiva na criação de jogadas.

E não podemos ignorar nosso adversário, até porque já tropeçamos contra oponentes até mais fracos e na Colina. O Bangu está ali, no meio da tabela e chegando à metade da Taça Guanabara, está ali no meio do caminho entre o G4 e a zona de rebaixamento. Mas todos em Moça Bonita devem saber que é muito mais complicado conseguir uma classificação para as semifinais que despencar na tabela, e por isso, devem valorizar ao máximo um pontinho. Ou seja, provavelmente teremos mais uma retranca pela frente, o que tem nos dificultado muito nos últimos tempos.

Tudo isso, claro, são teorias que podem muito bem não acontecer na prática. Doriva teve uma semana para testar essa formação e certamente é gabaritado o suficiente para encontrar soluções para os possíveis problemas desse esquema. Mesmo que não consigamos a goleada necessária para nos deixar mais próximos da liderança, a vitória é fundamental para o time ganhar mais confiança e se garantir de vez nas semifinais.

Campeonato Estadual 2015

Vasco x Bangu

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Christiano; Serginho, Julio dos Santos, Bernardo e Marcinho; Rafael Silva e Gilberto.

Márcio, Iago Soares, Rafael Sales, Luís Felipe e Guilherme (Luciano); Ives, Anderson Penna, Raphael Augusto e Almir; Matheus Pimenta e Bruno Luiz.

Técnico: Doriva.

Técnico: Mário Marques.

Estádio: São Januário. Data: 28/02/2015. Horário: 16h. Árbitragem: João Batista de Arruda. Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia e Eduardo de Souza Couto.

O Premiere transmite no sistema Pay-per-view para seus assinantes em todo Brasil. 

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Falcão finalmente será apresentado, e mesmo que a prática sua contratação seja mais importante simbolicamente – como uma mostra de que profissionais gabaritados confiam nos projetos apresentados pelo Vasco – que na prática (sejamos sinceros: Futebol de 7 é legal, mas…), é sempre bom ver ídolos do esporte ligados ao clube. Mas o reforço que a torcida mais anseia atualmente é a confirmação do Dagoberto, que viria do Cruzeiro por empréstimo até o fim do ano.

Diante das contratações feitas até agora, a possível vinda do Dagoberto seria inegavelmente um reforço de peso. Na minha opinião, só o fato de saber que ele não jogará contra nós no Brasileirão já será um alívio (ele parece ter uma predileção especial em marcar gols contra o Vasco).

Porém é preciso que lembremos que as expectativas nem sempre são satisfeitas na realidade. Se quem chegar à Colina for o Dagol, excelente: teremos um ataque de respeito com ele e Gilberto. Por outro lado, se quem vier for o Dagoberto da última temporada na Raposa, que poucas chances teve com Marcelo Oliveira – e que na prática foi dispensado pelo treinador – a decepção será grande. Mas é aquilo: com o elenco que temos, se chegar um meio termo, alguém que mesmo não estando no auge da técnica pode render nas mãos de um técnico que saiba explorar seu potencial, Dagoberto será mais que bem vindo ao time.

Ficam apenas duas perguntas:

Mesmo com o Cruzeiro pagando metade dos salários do Dagoberto, seus vencimentos ficam dentro do teto estabelecido pela diretoria?

E se não ficam, não era o caso então de contratarmos menos jogadores de qualidade questionável e trazermos mais jogadores do nível do Dagoberto?

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Para quem pensa no clube

herdeirosA diretoria do Vasco lançou uma campanha de crowdfunding para viabilizar reformas em São Januário. Batizada como “Herdeiros da Cruz de Malta”, a iniciativa é boa e foi muito bem fundamentada: evoca um sentimento que orgulha qualquer vascaíno, que é o de fazer parte efetiva no crescimento do clube, como quando nossa torcida foi fundamental na construção do que era, à época, o maior estádio de futebol do continente.

Palmas para diretoria, por ter se movimentado e estar se virando para conseguir melhorias para o clube em um momento de dificuldades financeiras. E claro, palmas também para todo vascaíno que comprou a ideia e já contribuiu como pode para que o objetivo seja atingido.

Mas meus parabéns vão mesmo para o torcedor que, ao ver uma campanha como essa, pensa primeiro nos benefícios que a iniciativa trará e não se deixa levar pelo ceticismo, deixando de contribuir alegando que “se eu der dinheiro para diretoria, ele vai parar direto no bolso de X ou Y”. Dificilmente uma campanha como essa teria sucesso na gestão anterior, não apenas pela falta de confiança nos que estavam no comando do Vasco, mas também porque muitos torcedores não fariam nada para colaborar com a administração Dinamite. As desavenças políticas já serviram por tempo demais como justificativa para que parte da torcida não apoiasse O CLUBE. Se você contribuiu com a Herdeiros da Cruz de Malta e contribuiria da mesma forma com uma campanha similar feita na gestão anterior, está realmente de parabéns. Ser um torcedor que coloca o bem do Vasco acima das preferências políticas é – infelizmente – algo menos comum do que deveria ser.

Para participar da campanha, acesse vasco.com.br/herdeiros.

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Sabemos que, no campo, quem venceu o clássico contra os tricoflores foi o Vasco. Mas na questão da grana, quem ganhou mesmo foi a FERJ. E foi de goleada: o Fluzim levou menos de R$ 6 mil pro laranjal e nós ganhamos R$ 16 mil e uns quebrados; já a Federação embolsou R$43 mil.

Pelo que podemos ver até agora, a reaproximação do Vasco com a FERJ está rendendo bons frutos. Não para a Colina, infelizmente.

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Força Luan! Tenha certeza que a torcida do Vasco está ao seu lado nesse momento difícil.

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Não é preciso muito

Foto: www.vasco.com.br
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No pré-jogo antes do clássico contra o povo do laranjal, disse que se nada mais trouxesse esperança para a torcida vascaína, poderíamos sempre nos fiar na extensa freguesia tricolete para crer na vitória. E não deu outra: vencemos a equipe da camisa com grená com a maior facilidade, tanta que o 1 a 0 ficou bem barato para os flores.

Mas não foi um massacre vascaíno, aliás, se alguém foi massacrado no Vazião ontem foi a pobre da bola, que sofreu nos pés dos 22 sujeitos que, aparentemente, ganham a vida para tratar bem a pelota. Durante a maior parte do tempo vimos um espetáculo terrível de passes errados, faltas desclassificantes e jogadas bisonhas.

Antes de tentar falar algo que justifique nossa vitória, vale fazer uma correção ao post de ontem. O elenco tricolete, pelo menos o que entrou em campo ontem, não tem nem de longe tão superior ao nosso quanto eu julguei. Aliás, sequer é melhor. Eles têm Cavalieri, Jean e Fred, mas jogando o que jogaram ontem, não são melhores nem que o Barra Mansa, que nos deu muito mais trabalho.

E se a (falta de) qualidade tricolete não é problema nosso, também não temos culpa se no meio do espetáculo dantesco que presenciávamos, o Vasco se saiu melhor que o adversário. Desde o início do jogo, mesmo que em muitos momentos aos trancos e barrancos, tomamos a iniciativa da partida e controlamos a partida. E depois do primeiro tempo e do começo do segundo, passamos a realmente jogar algum futebol e conseguimos criar jogadas com uma facilidade que ainda não tínhamos visto nesse campeonato.

(Parêntese: a facilidade em criar jogadas não significa que todas elas fossem boas ou que as acertássemos sempre. Fecha parêntese).

Como eu disse, vencemos pela vantagem mínima, mas o placar poderia ser mais elástico tranquilamente que ninguém estranharia. Não fosse a atuação bisonha da arbitragem, o travessão e uma ou outra finalização mais precisa, e o Fluzim sairia do Engenhão com a sacola cheia de gols. E o pior de tudo é que sequer precisamos jogar realmente bem. Bastou ter seriedade e algum empenho. Para atender ao nosso cliente preferencial não precisamos mais que isso.

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As atuações…

Martín Silva – tirando uma defesa de relativa dificuldade ainda no primeiro tempo, teve muito pouco trabalho durante o jogo.

Madson – voltando de contusão, fez sua melhor partida com a camisa do Vasco. Apoiou com frequência e chegou a acertar um ou dois cruzamentos.

Luan – contra o ataque tricolete não teve problemas, jogando com segurança e tranquilidade. Quando foi ao ataque foi decisivo, sofrendo e convertendo o penal que nos garantiu a vitória.

Rodrigo – outro a não passar apertos com os tricoflores, também tentou suas subidas ao ataque, quando teve boa chance de marcar de cabeça. Nas bolas paradas, carimbou o travessão de Cavalieri numa cobrança de falta e fez um bom cruzamento em outra. Isolou a terceira, só por força de hábito.

Christiano – não chegou a comprometer, o que já é muito (apesar de ter proporcionado pelo menos um contra-ataque ao não conseguir dominar uma bola). Mas até que ele se esforçou no apoio, o que também é alguma coisa, mesmo sem ter acertado um cruzamento sequer ou ter concluído bem alguma jogada de ataque.

Guiñazu – se empolgou com o clássico e foi a campo com a caixa de ferramentas aberta e cheia de opções: carrinhos, pisões, tesouras e trombadas foram distribuídos sem distinção de credo, cor ou raça. O método é questionável, mas a segurança no meio campo foi feita. Deu sorte em não ser expulso.

Serginho – também não veio pra brincadeiras, mas foi menos violento que o Guina. Foi bem na cobertura da lateral, mas poderia colaborar mais da nossa intermediária pra frente.

Júlio dos Santos – pode mostrar alguma coisa na sua estreia como titular. Em uma função que acaba não sendo das que mais enchem os olhos  da torcida, o paraguaio acabou indo bem ocupando os espaços pelo meio , mas seu ponto alto foram as viradas de jogo e os lançamentos, que foram o início de várias de nossas jogadas ofensivas.

Marcinho – procuro sinceramente ressaltar os pontos positivos do jogador e encontrar justificativas para suas falhas. Não compartilho da opinião da maioria de que, dos três meias que começaram o Carioca como titulares, ele seja o mais fraco. Mas há um limite para tudo. Mesmo que Marcinho se esforce muito e tente acertar ainda mais, raras são as jogadas relevantes feitas por ele. Ontem, por exemplo, Marcinho acrescentou muito pouco, tanto que Jhon Cley, seu substituto, deu muito mais trabalho e trouxe uma dinâmica maior ao nosso ataque nos poucos minutos em que esteve em campo. Acertou alguns belos passes.

Rafael Silva – mostrou um pouco mais de futebol atuando onde está mais acostumado a jogar (e já superou em muito o que fez ano passado pelo time). Mas ainda assim não tem condição de ser titular, podendo no máximo disputar uma vaga com o Yago, por exemplo, que o substituiu e criou vários salseiros na defesa tricolete. Com mais experiência e atuações mais regulares, ganha a vaga fácil do Rafael.

Gilberto –  uma boa estreia. Cumpriu bem seu papel como referência na área e foi o jogador mais perigoso do time enquanto esteve em campo, sofrendo um pênalti claríssimo não marcado e perdendo uma das melhores chances chutando fraco, quando estava para ceder lugar ao Thalles, que brigou muito, mas não manteve o nível do estreante do dia. Se a atuação no clássico for decisiva para definir o centroavante titular, o garoto voltará a pagar uma etapa no banco.

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Quatro comentários finais:

1) Descontando os erros de arbitragem, o Vasco estaria na segunda colocação, perdendo para o Botafogo no saldo de gols (e o Volta Redonda seria o terceiro, mas aí não é assunto nosso).

2) A arbitragem do Rio continua uma lástima em todos os sentidos. O que o Índio fez ontem no Engenhão é coisa para tomar um belo gancho.

3) Mais de uma centena de torcedores presos por conta de brigas antes do clássico. Enquanto isso, dentro do estádio, pouco mais de 8 mil testemunharam a vitória vascaína (ou seja, cerca de 1,5% dos torcedores que veriam o jogo estavam sob a tutela da polícia). Eis o padrão de excelência do campeonato organizado pela FERJ, o mais importante do ano segundo a visão do nosso presidente.

4) Tem coluna nova no Vasco Expresso. Clica aí é dá uma moral para o JC velho de guerra

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Só a freguesia salva

fregO Vasco nos fez o favor de perder QUATRO em SEIS pontos possíveis em partidas contra os dois times que acabaram de conseguir o acesso à primeira divisão estadual. Por conta desses indiscutíveis tropeços diante de equipes que ainda ano passado estavam na inimaginável segundona do Rio, não apenas estamos fora do grupo de times que estariam classificados para a próxima fase do Carioca, mas tornamos logo o primeiro clássico que teremos na competição um jogo decisivo.

Alguns dirão que, oras, pelo menos estamos invictos e, mico por mico, o Fluzim também pagou o seu perdendo para o Volta Redonda. É, mas os tricoletes perderam para o melhor dos pequenos nesse Estadual, não por acaso o penetra que está tirando justamente a nossa vaga entre os quatro primeiros colocados. Sem falar que é melhor sofrer uma derrota a ter dois empates, e isso quem diz é a matemática, independente da qualidade dos adversários que nos tiram os pontos.
Já que perdemos a chance de estar a frente do time do laranjal com o 1 a 1 da rodada passada, a vitória hoje se tornou crucial. O jogo será no Engenhão e não na Arena (o que já anula uma das primeiras “conquistas” da atual gestão, a “retomada” do lado que pertencia à torcida vascaína no antigo Maracanã),  com uma capacidade de público menor, mas isso não servirá como desculpa para uma atuação menos empenhada da nossa parte. Além do Fluzim ter obviamente um elenco mais qualificado e maior entrosamento, o fato de terem perdido para o Voltaço não nos ajuda em nada. Pelo contrário, os tricoflores sabem que se vencerem o clássico, sua torcida relevará a derrota na última rodada.
Mas nós temos ainda mais motivos para querer a vitória e Doriva parece saber muito bem a necessidade que temos dos três pontos. Nosso treinador quer que o time encare o empate com o Barra Mansa como um divisor de águas no Estadual e as alterações que ele promoveu no time dão a entender a seriedade com que ele encara essa condição. Hoje teremos pela primeira vez um time titular com dois atacantes e a estreia do Gilberto – um centroavante típico – fazendo dupla com Rafael Silva pode dar liga. O meio de campo com dois volantes e dois armadores (Julio dos Santos e Marcinho) também pode mostrar maior equilíbrio, ou pelo menos ser mais funcional, sem Bernardo ou Montoya.
Se isso será o bastante para que a tal divisão de águas realmente aconteça e não vejamos mais uma atuação como a da rodada passada, não podemos ter certeza. Mas pelo que temos visto ultimamente, é melhor ter a dúvida sobre uma possível boa partida que ter a certeza de que entraremos com um time que terá dificuldades. Se as tivemos contra duas das equipes mais frágeis do campeonato, não será contra um dos rivais mais qualificados que teremos vida fácil.
No fim das contas, se não pudermos contar com a fraqueza do nosso adversário nem com uma melhora significativa do nosso time, sempre podemos nos fiar na tradicional amarelância tricolete diante da nossa armadura. Não restando nada para acreditar, a freguesia do Flu é sempre um motivo para termos esperanças.

Campeonato Estadual 2015

Fluminense x Vasco

Diego Cavalieri; Wellington Silva, Henrique, Victor Oliveira e Giovanni; Rafinha (Edson), Jean, Vinícius, Marlone (Wágner) e Lucas Gomes; Fred.

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Christiano; Serginho e Guiñazú, Julio dos Santos e Marcinho; Rafael Silva e Gilberto.

Técnico: Cristóvão Borges.

Técnico: Doriva.

Estádio: Engenhão. Data: 22/02/2015. Horário: 18h30. Arbitragem: Luis Antonio Silva dos Santos. Auxiliares: Wagner de Almeida Santos e Gilberto Stina Pereira.

O PFC transmite para seus assinantes em todo país no sistema Pay-per-view.

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Quarta-feira de cinzas

rafael
Foto: http://www.vasco.com.br

Esperto foi o torcedor vascaíno que aproveitou o carnaval para esquecer um pouco do futebol e caiu na gandaia. Os que não fizeram isso nem a compensação de ter se divertido um pouco tiveram antes de mais um choque de realidade sobre nosso time: poucos dias poderiam ser mais apropriados para o empate entre Vasco e Barra Mansa que uma quarta-feira de cinzas.

Em campo, a entrada do Thalles pouco serviu para melhorar nosso problema no ataque. Aliás, se dependermos do nosso meio campo para municiar os homens de frente, podemos trazer o Cristiano Ronaldo que não vai dar certo. Bernardo, Montoya e Marcinho seguiram sua rotina de incapacidade criativa e não conseguiram armar uma jogadinha sequer entre eles. O time toca a bola de um lado para o outro até a intermediária até cair no pé de um dos três, que com uma regularidade impressionante erram o último passe ou tentam uma jogada equivocada. Isso gera uma posse de bola inútil (ontem chegou a 75% para o nosso lado), fato comprovado pela única finalização que tivemos em todo o primeiro tempo.

A coisa foi tão feia que Doriva pareceu cair em desespero. No intervalo mesmo fez duas alterações que colocariam o time mais para frente: um “volante-volante” por um segundo homem de meio (Serginho por Julio dos Santos) e um meia por um atacante (Montoya por Rafael Silva). A atitude parecia ser outra e em cinco minutos já tínhamos finalizado mais que em toda primeira etapa. Mas o time não demorou a pagar o preço por se expor demais: logo aos 8, o Barra Mansa teve um contra-ataque, a marcação facilitou as coisas para o jogador Vitinho que teve todo espaço e tempo para ajeitar a bola e acertar aquelas pancadas que só encontram endereço certo contra o Vasco.

Com o Barra Mansa na frente, nosso adversário se fechou ainda mais e para o Vasco restou pressionar como pode. Mas esse como pode restringia-se às chances de bola parada, invariavelmente em cobranças de falta isoladas ou chuverinhos. E se chegamos ao empate não poderia ser de forma diferente: Bernardo resolveu não cobrar uma falta direto para fora, cruzou para a área e Rafael Silva desviou de cabeça.

Teríamos conseguido a virada, novamente em lance de bola parada, se a bandeirinha não anulasse erradamente nosso segundo gol, aos 45 minutos. Mas mesmo que tivéssemos ganhado a partida, isso não melhoraria a impressão que tivemos do time: uma equipe que na teoria tem três jogadores para criar jogadas mas que na prática não consegue armar um lance de perigo sequer.

Pelo Twitter, alguns torcedores diziam que o time parecia estar de ressaca pelo carnaval. Não concordo e isso me parece ainda mais grave: o time não parecia estar debilitado pelo que fez nos festejos. Apenas não parece ter capacidade de jogar mais do que foi apresentado.

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As atuações….

Martín Silva – uma grande defesa em cada tempo, mas se estivesse melhor posicionado no lance do gol do Barra Mansa, poderia ter pego a bola. Em sua defesa vale lembrar que nenhum goleiro do mundo esperaria que a defesa permitisse que o jogador tivesse tempo e espaço para dar aquele chute.

Nei – no apoio não faz muita coisa, mas mostra disposição na marcação. Mas, como não poderia deixar de ser, vacilou em um momento decisivo: era o único jogador a dar condição ao Vitinho quando recebeu a bola que acabou no gol do adversário.

Luan – vem jogando com firmeza e se saído melhor na maioria dos combates contra os adversários. No lance do gol tentou fazer a linha burra, o que é uma burrice se o Nei está presente.

Anderson Salles – se saiu bem para quem não jogava há tanto tempo, mas é preciso levar em consideração que o adversário não exigiu tanto assim. Dizem que é bom cobrador de faltas, o que não foi comprovado na chance que teve, no segundo tempo.

Christiano – uma amostra do nível de inutilidade do rapaz: quando o time já estava perdendo por 1 a 0 e com Doriva tendo outras opções para tentar deixar o time mais ofensivo, ele foi substituído pelo Lorran. O garoto, mesmo estando longe de ser brilhante, conseguiu ser muito mais efetivo que o – por enquanto – titular da posição.

Serginho – vinha tomando um baile do Erick Foca e errando muitos passes, tanto que acabou cedendo lugar ao Julio dos Santos ainda no intervalo. Mas a emenda não ficou melhor que o soneto: o paraguaio nem teve velocidade para recompor o meio nos contra-ataques do Barra Mansa nem fez a diferença na criação com sua propalada qualidade de passe.

Guiñazu – no primeiro tempo chegou a tentar armar jogadas, tamanha era a inoperância dos que deviam ter essa função. Mas no segundo tempo vacilou duas vezes no lance do gol: iniciou o contragolpe barrense ao errar um passe e depois ficou apenas olhando o Vitinho arredondar a bola até ter o melhor momento para o chute.

Bernardo – irritante ao extremo, não produz praticamente nada o jogo todo. Mas numa das raras vezes em que não pensa que é o melhor cobrador de faltas do mundo e deixou de isolar mais uma, acertou o cruzamento que resultou no gol de empate vascaíno. Fora isso, apenas uma coisa boa: garantiu sua ausência no clássico contra o Fluzim ao ser expulso de maneira infantil.

Marcinho – não é nem de longe o jogador que era há alguns anos, mas diante do que o time apresentou ontem, é injusto crucificá-lo. Dos três meias, foi o único que fez alguma coisa, quase marcando em jogada individual no primeiro tempo e mostrando presença de área no segundo (no primeiro lance perdendo um gol feito mas marcando o segundo, erradamente anulado). Talvez fosse do Doriva testá-lo efetivamente no ataque.

Montoya – se antes o colombiano tinha a desculpa de nunca ter tido uma sequência de jogos para mostrar seu futebol, agora nem isso ele tem mais. Pela quantidade de chances como titular que teve com o Doriva, já deveria mostrar um futebol aceitável pelo menos contra um time recém-saído da segundona carioca. Não foi o caso: nos 45 minutos que ficou em campo, Montoya não fez nada que prestasse, sendo substituído pelo Rafael Silva ainda no intervalo. O atacante entrou querendo mostrar que tem vaga no time (o que, convenhamos, não parece ser tanta vantagem assim), buscando jogo, arriscando chutes e terminou premiado com o gol de empate, que evitou mais uma vergonha de proporções homéricas em São Januário.

Thalles  – o rapaz tenta fazer suas jogadas, mas é muito pouco acionado para mostrar toda sua capacidade. Em alguns momentos deixa clara sua inexperiência ao concluir jogadas de forma afobada.

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Depois do fim da festa

fim-de-festa2O carnaval acabou e é preciso retornar ao trabalho, ainda que sonolento e meio de ressaca. Mas enquanto nós torcedores até podemos nos dar ao luxo de tirar o dia de hoje para recarregar as baterias, o mesmo não acontece com o time do Vasco, que encara hoje o Barra Mansa, em São Janú.

Sobre o nosso adversário pouco temos o que falar, até porque o Barra Mansa até agora tem sido um dos sacos de pancada da competição. Com três derrotas e um empate e às portas da zona de rebaixamento, a maior pretensão do nosso oponente nessa sua estreia na primeira divisão carioca é tentar se manter na elite do Estado. Seria o caso de esperarmos uma vitória com relativa facilidade, mas se lembrarmos que não passamos de um empate contra o Tigres, vice-campeão da segundona ano passado, sabe-se lá como nos comportaremos diante do campeão.

Vendo o nosso lado, a princípio teremos uma formação mais interessante do que a que vínhamos tendo. Com Thalles assumindo o comando de ataque, teremos finalmente uma referência na área, diferente do que acontecia com o agora reserva Rafael Silva. Claro que para termos alguma mudança efetiva, Thalles precisará estar em um dos seus dias bons, o que não acontecerá sempre enquanto a inexperiência do garoto resultar em atuações irregulares. De resto, o time terá a presença de Anderson Salles, substituindo o virótico Rodrigo, a outra única alteração com relação à equipe que venceu o Macaé na última rodada.

 Vamos ver se o time se comportou durante o carnaval e se jogará com disposição, o mínimo que se espera de qualquer time, mas o que tem sido o único motivo de elogios à equipe do Doriva. As festas carnavalescas e muito menos a teórica fragilidade do adversário não podem servir de desculpas para uma atuação apática. Pelo contrário, é mais uma razão para o Vasco se empenhar ao máximo para conseguir três pontos que, com todo o respeito que o Barra Mansa merece, não podemos deixar de contar como certos. Dizem que no Brasil o ano só começa de verdade depois do carnaval, então que nessa quarta-feira de cinzas o Vasco comece a mostrar que realmente está na competição para disputar o título.

Campeonato Estadual 2015

Vasco x Barra Mansa

Martín Silva, Nei, Luan, Anderson Salles e Christiano; Guiñazu, Serginho, Santiago Montoya, Marcinho e Bernardo; Thalles.

Thiago Leal, Dudu, Rômulo, Thiagão e Wallace; Audren, Diogo, Leandro Teixeira e Vitinho; Erick Foca e Jefferson.

Técnico: Doriva.

Técnico: Manoel Neto.

Estádio: São Januário. Data: 18/02/2015. Horário: 22h. Árbitragem: Raphael Silvano Ferreira Silva. Auxiliares: Michael Correia e Andréa Izaura Maffra.

As redes Bandeirantes (a confirmar para RJ e parte da rede) e Globo (RJ, RN, PB, MA, PI, PA, AM, RO, RR, AP, AC e TO) transmitem ao vivo. O Premiere transmite no sistema Pay-per-view para seus assinantes em todo Brasil. 

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E decidiram…

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Como falei ontem, realmente não consegui ver a partida ontem. Mas pelas matérias a respeito da vitória por 3 a 0 sobre o Macaé, o Vasco não precisou jogar bem para mostrar o que pedimos ontem: poder de decisão.

Os belos gols de Bernardo, Montoya e Rodrigo tomam praticamente todo o tempo dos melhores momentos da partida, e isso parece ser um bom retrato da partida: poucas foram as jogadas criadas em uma vitória construída em lances de bola parada (mesmo o bonito chute de esquerda do colombiano nasceu em uma cobrança de falta). Ou seja, nossos meias ainda não criam como deveriam. E, temo, nunca criarão, já que essa não é a característica de nenhum deles.

Mas pelo menos parece que o pessoal colocou o pé na forma. Não é todo dia que vemos o Vasco fazer três gols em chutes de fora área (e com o gol do Rafael Silva na última partida, e o quarto seguido feito dessa forma). Que nossos jogadores passem a ver que os chutes de longa distância podem funcionar e arrisquem mais.

Falam que o time foi um bando em campo, que os erros de passes foram a tônica e que até vaias rolaram na Colina. E isso contra um Macaé que nem de longe chegou a causar problemas pra gente. Mas é aquilo: melhor jogar mal e vencer que jogar bem e perder. O importante é marcar pontos até pintarem os clássicos, testes reais para o time. Aí, mesmo que estejamos mesmo em um nível um pouco inferior com relação aos rivais, tudo se nivela.

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Sem ver o jogo, não dá pra falar sobre as atuações. Mas vale fazer um comentário e uma pergunta:

O comentário: com o passe de peito que culminou no gol do Montoya, Christianno acertou algo pela primeira vez usando a camisa do Vasco.

A pergunta: é verdade que o Nei foi bem na partida?!?!?

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Bom carnaval para todos! Divirtam-se muito, mas com responsabilidade sempre!

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Poder para vencer

XMEN

Pra início de conversa, esse Vasco X Macaé de logo mais é daqueles jogos que muito dificilmente conseguirei ver, a não ser em algum VT madrugada adentro. Para quem trabalha na Barra da Tijuca, estar em São Januário às 19h30 é uma missão impossível, a não ser que eu arranje uma carona de helicóptero.

O ruim disso é que, dentre esses jogos de começo da campeonato, a partida de hoje promete ser a mais interessante. Tanto pelo fato do Macaé ser uma das equipes mais qualificadas entre as de pequeno porte na competição, como também pelas alterações que Doriva fez na equipe.

O Macaé, que chegou ao Carioca podendo tirar a onda de campeão nacional (da Série C, mas ainda assim, campeão nacional), vem confirmando a expectativa de que será um dos que mais trabalho dará aos grandes na competição. Se no momento a equipe macaense está na oitava colocação, é preciso lembrar que eles têm um jogo a menos e, mesmo já tendo encarado um dos grandes, continua invicto.

Já o Vasco vem de atuações medianas/fracas e de um tropeço na última rodada. Diante da nossa torcida em São Janú, o time de Doriva precisará compensar essa decepção e também evitar que os outros rivais se distanciem na tabela (isso sem falar que o Voltaço e o próprio Macaé, caso vença, podem nos ultrapassar na classificação) com uma vitória.

E pela primeira vez no Estadual Doriva não repetirá os titulares, fazendo duas substituições na equipe. Uma delas, a surpreendentemente rápida volta do Guiñazu – mostrando ter poderes de recuperação nível Wolverine – é uma boa notícia. A outra é a entrada do Nei na lateral direita, o que certamente não agradará tanto. O descapilarizado jogador pode não ter nenhum poder (nem no apoio, nem de marcação, inclusive), mas se eu fosse vocês não entraria numa com o cara. Depois da contusão das DUAS primeiras opções para a posição, certeza que ninguém gostaria de receber uma praga do rapaz.

Na realidade, as alterações podem até melhorar a equipe, mas não devem resolver nossos problemas. Precisamos de mais criatividade no meio e um acerto maior nos cruzamentos e nem Guina, nem o Nei vão solucionar isso. Sendo assim, a vantagem mais clara nessas alterações é o ganho de experiência para o time, o que é até importante em um jogo que pode ficar tenso caso não joguemos bem e a torcida se impaciente.

Também precisamos de uma presença mais efetiva no ataque e isso o Doriva poderia ter resolvido (ou tentado resolver pelo menos) escalando Thalles no lugar do Rafael Silva. Mas com pouco tempo para treinar uma nova formação, o treinador preferiu manter o esquema que vem adotando desde a estreia no Carioca. É um argumento válido, mas que não muda o fato de que Rafael Silva tem feito muito pouco nas partidas.

O Macaé mostrou sua força ao empatar com a mulambada na primeira rodada e pode muito bem complicar nossa vida também. Teremos mais experiência e disposição no time, mas isso não é garantia de que jogaremos bem. Aliás, jogar bem nesse momento é um detalhe que pode agradar a torcida, mas não é o mais importante agora. O que precisamos mesmo é vencer, seja pela experiência, pela disposição e correria ou mesmo pelos poderes que um ou outro jogador pode ter.

Campeonato Estadual 2015

Vasco x Macaé

Martín Silva, Nei, Luan, Rodrigo, Christiano; Serginho, Guiñazu, Bernardo, Montoya e Marcinho; Rafael Silva.

Ricardo Berna, Dos Santos, Brinner, Filipe Machado, Diego, Gedeil, Alisson, Juninho, Aloísio, Pipico e Giancarlo.

Técnico: Doriva.

Técnico: Josué Teixeira.

Estádio: São Januário. Data: 12/02/2015. Horário: 19h30. Árbitragem: Rodrigo Carvalhaes de Miranda. Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia e Silbert Faria Sisquim.

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Coadjuvante

Foto: www.vasco.com.br
Foto: http://www.vasco.com.br

Se o Vasco ganhasse do Tigres por uma diferença de dois gols, terminaria a rodada na liderança do Estadual. Mas como o time não conseguiu sequer vencer, entraremos  a quarta rodada na quarta posição (e poderia ser a quinta, bastando para isso que o Voltaço tivesse um golzinho a mais de saldo).

Dirão alguns que esse jogos contra os pequenos não valem de nada e que o Carioca só começa pra valer na semifinal. Posso até concordar com isso, ignorando que ninguém mencionou esse argumento nas duas primeiras rodadas e sem pedir que os esquecidos lembrem-se que se fossemos melhor contra os pequenos ano passado, poderíamos ter a vantagem do empate na final (o que nos garantiria o título com garfada ou não).

Mas a questão não é essa, nem mesmo sermos no momento o pior dos grandes na competição. O problema é a forte impressão de que o time já está muito perto do seu limite e que, sem reforços, não vamos conseguir muita coisa nem no Carioca. Isso se comprovou ontem, pelo menos para os torcedores mais racionais: o resultado, contra o segundo colocado da segundona do Estadual em 2013, foi justo. E se um dos times pudesse reclamar do placar, seria o Tigres, que no final das contas, teve as melhores chances na partida.

O Vasco até mostrou a disposição que tem sido o único motivo para que alguém elogie a equipe. Mas também deixou mais uma vez evidente a pouca capacidade para a criação de jogadas e, nas raras vezes em que elas ocorrem, fica igualmente clara a incompetência para fazer o passe decisivo ou finalizar de maneira aceitável. O primeiro tempo, no qual tivemos o mesmo time titular das duas rodadas anteriores, foi mais do mesmo. Como dessa vez o goleiro adversário não falhou, passamos os primeiros 45 minutos com o placar em branco.

Já na etapa final, não teve correria que desse jeito e sofremos um gol logo aos três minutos, numa bobeira coletiva da defesa. Por sorte, Rafael Silva empatou a partida logo depois, numa rara jogada individual que deu certo. Doriva seguiu a mexida no placar e também mexeu no time, tirando Lucas, Bernardo e Montoya e colocando Julio dos Santos, Marquinhos e Yago. Passamos a ter uma melhor movimentação na frente, mas a efetividade continuou inexistente. E pior: passamos a correr riscos com os contragolpes do Tigres, que teve pelo menos duas chances claríssimas para o desempate, mas uma parou nas mãos do São Martín e outra para fora, num lance de sorte inacreditável para o Vasco. Pressionamos no finalzinho, mas não conseguimos nada. O empate, no fim das contas, foi até lucro.

Acho muito difícil que o Vasco não esteja entre os quatro primeiros colocados ao final da Taça Guanabara, mas e aí? Se não conseguimos nos impor sobre um time recém chegado à primeira divisão do Estadual, como vamos encarar nossos rivais em pé de igualdade? O time não passa a menor confiança de que vá jogar muito além do que joga hoje e nossos adversários, que já estão jogando melhor que nós, parecem ainda ter o que melhorar. Se tudo o que tivermos para mostrar nas semifinais for a disposição (que inclusive já fraquejou nesse Estadual), será difícil não ficar reduzido a um papel coadjuvante nesse Carioca.

As atuações…

Martín Silva – no primeiro tempo, teve pouco trabalho. No segundo, não tinha o que fazer no gol sofrido e nos salvou da derrota fazendo uma grande defesa em um chute cruzado quase no fim da partida.

Madson – mesmo de sempre: sua boa presença ofensiva se torna inútil diante da sua incapacidade de acertar um cruzamento sequer. E, como também não poderia deixar de ser, por apoiar muito não consegue dar a segurança necessária a sua lateral.

Luan – pulou fora do tempo e não conseguiu interceptar a bola que foi cruzada para o gol do Tigres.

Rodrigo – no lance do gol ficou apenas olhando a bola pipocar na nossa área até terminar na nossa rede.

Christiano – pra não ser repetitivo e falar os mesmos erros de sempre do nosso lateral esquerdo, vou me ater ao lance do gol: caiu como uma banana madura ao marcar o jogador do Tigres que desviou o escanteio e quando conseguiu ficar de pé, a bola já estava no gol.

Serginho – se posicionou mal na lance do gol, deixando Paulinho Guará livre para marcar. Ao longo da partida, principalmente no segundo tempo, cedeu espaços demais no meio, facilitando os contra-ataques do Tigres.

Lucas – esteve em campo por todo o primeiro tempo, quando o Vasco foi mais eficiente em bloquear os avanços do Tigres. Tentou cortar a bola no gol do adversário, mas acabou canelando o lance. Saiu logo em seguida para a entrada de Julio dos Santos, que jogando mais avançado que Lucas, acabou deixando o meio campo com menos pegada. Poderia compensar indo bem na criação, o que – mais uma vez – não aconteceu.

Bernardo – tentou alguns chutes de fora da área com relativo perigo, mas não fez muito mais que isso. Até porque, contar com Bernardo como armador é algo que apenas quem viu poucos dos 101 jogos do rapaz com a armadura vascaína pode crer que aconteça. Marquinhos entrou em seu lugar e, nos pouco mais de 10 minutos que ficou em campo, pouco acrescentou.

Montoya – pode ser considerado o jogador símbolo desse time: ninguém pode reclamar que lhe falta empenho ou disposição. Mas isso de pouco adianta se o gringo não acerta quase nada. Como ontem não acertou um passe para o Bernardo marcar um gol, passou em brancas nuvens. Tanto que não ficou mais que sete minutos na etapa final, cedendo lugar para Yago, que acelerou o time do meio para frente, mas não conseguiu concluir uma jogada sequer.

Marcinho – não acertou nada ontem. Inclusive estava ajudando na defesa na hora em que sofremos o gol e foi um dos que poderiam ter marcado o Paulinho Guará e não o fez.

Rafael Silva – a volta de Thalles parece ter animado o atacante, que marcou um golaço em jogada individual. Mas tirando isso, pouco conseguiu fazer. Estava ao lado do Marcinho, fazendo número e não marcando ninguém, quando sofremos o gol.

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Update: tem coluna nova no Vasco Expresso também. Clica aí e dá uma conferida.

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Para fazer o oposto

Opposite_Mirror_by_AdamPoulsomNa terceira rodada do Estadual, o Vasco vai até Los Larios encarar o Tigres em sua casa. A equipe da Baixada até agora se mantém invicta, sendo um dos quatro times menores que ainda não perderam na competição. Cabe ao time do Doriva acabar com essa invencibilidade hoje.

Até porque, invicto ou não, o Tigres não pode ser um time que venha dar trabalho para o Vasco. Recém chegado da segundona carioca, nosso adversário não perdeu, mas também não venceu. Empatou com o Resende, que deu trabalho pra mulambada ontem, mas também empatou com o Nova Iguaçu, que foi massacrado pelo Fluzim. Ou seja, na média, o invito Tigres não tem nada de diferente de dos pequenos que já perderam e não há justificativa aparente para termos trabalho com eles.

Mas é claro que o Vasco precisa fazer por onde para conseguir a vitória. Se repetirmos a atuação preguiçosa que tivemos contra o Madureira, poderemos ter problemas, senão pela capacidade do adversário, pelos vacilos que nosso time pode cometer. Doriva repetirá pela terceira vez a escalação, mesmo sabendo que Christiano é um convite aos atacantes adversários e Rafael Silva é uma nulidade na frente. Mas ainda assim, se o time fizer diferente do que fez na rodada passada e se empenhar como deve, alguém do time, seja Bernardo, Marcinho, Montoya ou qualquer outro que entre no decorrer do jogo, acabará resolvendo a fatura.

Foguinho e Mulambos fizeram a parte deles na rodada e os tricoletes também não devem ter muito trabalho com o Bangu na Arena. Então os três pontos hoje são importantíssimos para o Vasco se manter numa boa colocação e, se possível, numa ainda melhor (bastando para isso ganhar por uma diferença de gols maior que o tricoflor). Então é lembrar o que foi feito contra o Madura e fazer tudo completamente diferente contra o Tigres. Isso deve ser o necessário para sairmos de Xerém com a vitória.

Campeonato Estadual 2015

Tigres x Vasco

Santiago; Zé Carlos, Tiago Spice e Matheus; Tiago Bastos, Silva, Sassá, Júnior e Edson; Jean Carioca e Paulinho Guará.

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Christiano; Serginho e Lucas; Montoya, Marcinho, Bernardo e Rafael Silva.

Técnico: Rubens Filho.

Técnico: Doriva.

Estádio: Los Lários. Data: 08/02/2015. Horário: 19h30. Árbitragem: Luís Antônio Silva dos Santos. Auxiliares: Gilberto Stina Pereira e Daniel do Espírito Santo Parro.

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A atual gestão chegou ao poder falando que tudo seria diferente com relação aos erros da administração Dinamite. Mas, tirando ter se mostrado muito mais competente ao conseguir as CNDs (o que ainda não teve qualquer efeito prático, já que o patrocínio da Caixa ainda não foi renovado), a nova diretoria não tem mostrado ser muito diferente da anterior, infelizmente.

E entre as poucas diferenças entre a gestão Dinamite e a nova gestão Eurico, o que mudou parece ter sido para pior. Primeiro, os cartolas que agora estão no clube conseguiram trazer reforços de qualidade ainda mais duvidosa que a diretoria que saiu. E agora, a venda de jogadores da base, algo que foi uma reclamação constante na administração do Dinamite, é ainda mais rápida: os garotos nem precisam chegar a jogar entre os profissionais para serem negociados. É o caso do zagueiro Ítalo, que acabou de defender o Vasco na Copinha e, com apenas 19 anos, já foi vendido para a Inter de Milão.

Não se sabe até agora quanto o Vasco lucrou com a negociação. Mas independente da grana, perder uma promessa dessa forma já é prejuízo para o clube.

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Mas tem gente que lucra com as negociações de jogadores do Vasco. Erick Luis e Bruno Ferreira, que chegaram mês passado ao clube, nem bem chegaram e já foram negociados. Desnecessário dizer que, mesmo sem terem jogado com a camisa cruzmaltina, os jogadores tiveram alguma valorização pelo simples fato de ter no currículo uma “passagem” (e bota aspas nisso) por um dos maiores clubes do país. Sorte dos rapazes terem empresários tão competentes….

Ao explicar o empréstimo dos jogadores, Paulo Angioni lembrou que o Vasco tem um grupo grande e que o Carioca só permite 28 inscrições. Então surgem as dúvidas: se havia um número limitado de inscrições, por que as contratações em baciadas? Será que a diretoria simplesmente não se informou a respeito do regulamento da competição? Ou será que apenas não sabe contar?

Torçamos para que esse não seja o nível do planejamento do departamento de futebol nos próximos três anos…..

PS: vale assinalar que Erick Luis é um dos jogadores que tiveram passagem pelo rebaixado Olaria em 2013.

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