Vasco, com suor e sem inspiração, perde clássico para o tricolor

Hugo Moura fez uma assistência na sua estreia pelo Vasco, mas não conseguiu evitar a derrota no Clássico
Hugo Moura fez uma assistência na sua estreia pelo Vasco, mas não conseguiu evitar a derrota no clássico (📸: Lucas Merçon | Fluminense)

Nem acho que valha a pena ficar falando da arbitragem na derrota do Vasco para o Flu. Lances revistos pelo VAR, ainda que considerados decididos acima de qualquer contestação, são analisados por pessoas e pessoas são passíveis de enganos (digamos assim) em suas interpretações e ao traçar linhas.

Dito isto, o clássico de ontem foi mais uma daquelas partidas nas quais vimos que o Vasco joga nos limite das suas possibilidades para ser competitivo. Sem Payet, o time é 100% transpiração e muito pouca inspiração. Com três volantes no meio de campo, conseguimos errar mais passes que o Flu mesmo tendo apenas 45% da posse de bola. Criar algo errando tantos passes é bem complicado.

E há outra questão:  mesmo sem um articulador e errando muitos passes, a intensidade até ajuda a criar lances de perigo.  Mas sem inspiração, esses lances são inúteis: finalizamos bem mais que os tricolores, mas desperdiçamos todas (com exceção, claro, do gol do Vegetti), algumas claríssimas.

Tendo um adversário mais eficiente, o Flu não precisou fazer muita coisa para vencer a partida. Aproveitou as chances que teve e controlou bem o jogo quando o Vasco tentou pressionar. Ou seja, outra partida na qual até poderíamos ter melhor sorte, mas não tivemos força para conseguir evitar a derrota. Nada muito diferente da derrota para o Bragantino.

Mesmo com todos  os titulares, o Vasco é um time que precisará se empenhar muito para conseguir seus objetivos. Sem reforços, com desfalques decisivos e com escolhas questionáveis (Rossi? Por que???), as coisas ficam mais complicadas. Lamentar a falta de sorte, decisões da arbitragem  ou placares injustos não resolve nada. “Merecer” um resultado melhor não altera o placar. E, ainda pior, não nos dará um pontinho sequer a mais na tabela.

As atuações

Léo Jardim – nada podia fazer nos gols sofridos. Fez pelo menos uma grande defesa, em finalização do Douglas Costa.

Paulo Henrique – outra atuação ruim. Pouco ajudou no apoio e defensivamente foi ainda pior.

Maicon – criou raízes no lance do primeiro gol, ficando plantado enquanto o Ganso saltou para cabecear. No segundo, não conseguiu interceptar o passe que chegou para o Martinelli marcar. Teve a chance de compensar as duas falhas marcando o gol de empate, mas cabeceou para fora na boa chance que teve.

Léo – não comprometeu como seu companheiro de zaga. Fez uma partida segura.

Lucas Piton – não conseguiu ser tão efetivo no apoio. No lance do segundo gol, foi facilmente superado pela troca de passes do adversário.

Sforza – precisou correr muito para impedir os avanços do tricolor. Acabou saindo, por cansaço, dando lugar ao Zé Gabriel, que levou um amarelo protocolar e não muito mais que isso.

Galdames – discreto demais, não conseguiu ajudar o time justo no que mais precisávamos: algum tipo de articulação. Erick Marcus entrou em seu lugar no intervalo, ajudando o time a ser mais incisivo no ataque. Mas na prática, não conseguiu ser tão efetivo.

Mateus Carvalho – mais uma vez prejudicado por um amarelo muito cedo (e dessa vez, completamente sem sentido). Antes de sair no intervalo, fez uma finalização com relativo perigo no começo da partida. Hugo Moura fez sua estreia substituindo o Cocão. O volante aumentou o poder de marcação pelo meio e se destacou acertando o cruzamento para o gol do Veggeti. Os erros de passes podem se justificar pela falta de entrosamento.

Rossi – outra atuação terrível. Facilmente superado pela defesa tricolor e sem cumprir aceitavelmente a função tática de ajudar a fechar o lado direito, não fez nada que preste ofensiva ou defensivamente. Rayan entrou em seu lugar no intervalo e é impossível negar que sua atuação ficou marcada – negativamente – por perder um gol quando estava sozinho diante do goleiro Fábio.

David – mais um jogo com intensidade e movimentação, criando jogadas e deixando seus companheiros em boa posição para finalizar. Saiu no final da partida, dando lugar ao Clayton, que assim como o Rayan, marcou sua presença em campo perdendo uma chance claríssima de gol.

Vegetti – no primeiro tempo, obrigou o Fábio a fazer uma grande defesa e poderia ter conseguido um penal a nosso favor se as regras de mão na bola dentro da área não tivessem interpretações diversas para equipes diferentes. No segundo tempo marcou o gol vascaíno. Deu trabalho aos marcadores -e para a arbitragem – durante todo o jogo.

Vasco ‘visitante’ busca recuperação contra o Flu na Arena Maracanã

Responsável direto pelo resultado negativo contra o Bragantino, Léo Jardim pode se reabilitar no clássico contra o Laranjal
Responsável direto pelo resultado negativo contra o Bragantino, Léo Jardim pode se reabilitar no clássico contra o Laranjal (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Não sei exatamente porque, mas tenho a impressão que, nos últimos anos – sempre que estamos na elite, obviamente – o Vasco é sempre o primeiro a encarar um clássico regional no Brasileirão. O jogo de hoje com o laranjal só reforça isso, ainda que possa ser apenas uma impressão.

O que não é uma impressão é que pegamos uma tabelinha complicada nesse começo de competição. Não sei se algum outro time teve nas três primeiras rodadas apenas adversários classificados pra Libertadores desse ano (o Bragantino já rodou, mas Grêmio e Flu seguem na fase de grupos).

Muitos podem dizer que a ordem dos oponentes não faz diferença, já que temos que encarar todos. Mas na prática não é assim: um começo ruim de Brasileirão e estar nas últimas posições da tabela logo nas primeiras rodadas é ruim por já jogar pressão no time desde o início. E encarar três pedreiras já na largada, com duas delas em sequência jogando como visitante aumenta o risco de resultados ruins.

E até poderíamos não ser os visitantes hoje, se a pinimba dos tricoflores com o Vasco não seguisse inabalável. Mas dessa vez acho que nosso lado também vacilou: não fechar um acordo para meiar a Arena por causa da arenga velha sobre o lado da torcida acabou prejudicando o próprio torcedor, que teve bem menos ingressos ao seu dispor.

Não que eu ache desimportante a questão: o Vasco teria, por direito conquistado, que destinar o lado que quisesse no Maracanã e é uma injustiça histórica uma concessão cheia de maracutaias impedir isso. Mas, depois de anos nesse lenga-lenga, todos já deveríamos ter entendido que esse estádio da Radial Oeste pode até ainda se chamar Mário Filho, mas faz um tempo que não é mais o MARACANÃ.

(parênteses: os mais observadores já devem ter percebido que não chamo o estádio dessa forma há anos. O que hoje é Arena jamais será o Maraca. Fecha parênteses)

Mas mesmo tendo apenas 4 mil vascaínos nas arquibancadas, temos que encarar os “locatários da casa“. E o Flu entra em campo mais pressionado, já que ainda não venceu no Brasileiro e perder um clássico não vai ajudar nada a melhorar o clima no Laranjal. Então os caras virão com tudo, ainda mais se lembrarmos que o tricolor não vence o Vasco três partidas.

Já do nosso lado, ainda que estejamos numa posição melhor na classificação, precisamos voltar a vencer depois da injusta derrota da última rodada. E nada melhor para aumentar a moral de uma equipe que bater um grande rival. Mas seguimos com problemas: Don Ramón ainda não pode contar com Payet e Medel e o treinador ainda não anunciou se volta com o esquema com três zagueiros no clássico. Com uma atuação apagada contra o RB Bragantino, PH pode dar lugar ao João Victor, que formaria a zaga com Léo e Maicon. No meio e no ataque, devemos seguir com três volantes e  com Rossi fechando com a dupla DVD Pirata o trio ofensivo.

Com tudo isso, teremos uma partida complicada, como geralmente é todo clássico, mesmo sem desfalques importantes como teremos. Corremos grande risco de vermos novamente aquele monte de bolas alçadas à área pela falta de articulação do time. Mas pode dar certo, desde que nossos atacantes estejam mais inspirados e que não cometamos erros individuais primários (pra não chamar de falhas bisonhas) na defesa.

Campeonato Brasileiro 2024

Fluminense X Vasco

Fábio; Samuel Xavier, Felipe Melo, Manoel, Marcelo; André, Martinelli, Ganso; Arias, Marquinhos, Cano. Léo Jardim, Paulo Henrique (João Victor), Maicon, Léo, Lucas Piton; Sforza, Galdames, Mateus Carvalho, Rossi, Vegetti e David.
Técnico: Fernando Diniz. Técnico: Ramón Diaz.
Estádio: Arena Maracanã. Data: 20/04/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio (FIFA). Assistentes: Bruno Boschilia (FIFA) e Leone Carvalho Rocha. VAR: Rodolpho Toski Marques (VAR-FIFA).
TV: o Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

Vasco perde mais uma para seu ‘algoz’ e está fora do Carioca

Nova Iguaçu anula o Vasco, vence e leva a vaga na final do Carioca
Nova Iguaçu anula o Vasco, vence e leva a vaga na final do Carioca (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Pro torcedor carioca médio, o Estadual só tem alguma importância em dois momentos: quando o seu time é campeão ou quando seu time passa algum vexame. Como depois da derrota de ontem para o Nova Iguaçu ser campeão é uma impossibilidade, para o Vasco restou a segunda opção.

E para quase todo mundo, ser eliminado por um dos “pequenos” do Rio é, indiscutivelmente, o que se pode chamar de vexame. Como falei no post de ontem, o peso da camisa, a discrepância de investimentos, o tamanho da torcida, entre outras coisas, conta.  Então, perder a vaga na final para um adversário que não tem nada disso faz o alarme do “vergonhometro” de qualquer torcedor soar na hora.

O ponto é que tradição e grana não entram em campo. E, na maioria das vezes, influenciam mais negativamente que o contrário. Muitos grandes times já fracassaram por entrar em campo considerando a vitória uma certeza porque tinham diante de si um adversário considerado menor. Nós mesmos, vascaínos, podemos enumerar alguns – ou vários – momentos em que isso aconteceu.

Mas isso é algo que não se pode falar do Vasco ontem. Não houve soberba ou salto alto. E se isso, na minha concepção, deveria atenuar o que seria efetivamente um vexame, por outro lado sinaliza algo bem mais sério (também opinião minha, claro): nós perdemos porque jogamos pior mesmo. E quando digo “perdemos”, não falo apenas das semifinais. Falo dos três confrontos contra o Nova Iguaçu. O time da Baixada foi melhor que o Vasco. Ponto.

Coisas do futebol. Mas também, um problema bem grande.

Seja com o time reserva – curiosamente, mesmo com a derrota, a única partida na qual poderíamos ter melhor (sorte se a arbitragem fosse justa) -, seja com o time desgastado ou, como ontem, com o time titular e descansado, o Nova Iguaçu mostrou saber anular nossos pontos fortes e se aproveitar bem das nossas fraquezas. As desculpas dadas para justificar os resultados dos dois primeiros jogos mostraram ser apenas isso: desculpas que não explicam o que ficou claro em campo: o Vasco de Don Ramón não conseguiu ser superior ao Nova Iguaçu em momento algum. E olha que o “pruefessor” mexeu consideravelmente na equipe para tentar surpreender os caras.

E como negar isso diante dos fatos? Foram seis tempos, mais 270 minutos (ou 4 horas e meia) de bola rolando e o Vasco não conseguir ficar à frente no placar um minuto sequer.

Classificar a eliminação de ontem como um vexame é problemático por dois motivos. Primeiro, porque é tirar os méritos de um adversário que, ao longo da competição, mostrou com folgas merecer estar onde está. É cair na pilha fraca de torcedores rivais que vão zoar mesmo tendo feito um Estadual pior que o nosso (isso, claro, no caso de tricoletes e alvinegros). E o segundo ponto é que “vexames” parecem ser incidentes, algo fora da curva e que, normalmente, não deveriam acontecer e/ou não acontecerão novamente. O que não se pode falar, pelo menos nesse Carioca, sobre nossos confrontos contra o Nova Iguaçu.

A eliminação de ontem deixa um recado, que deve ser levado bem a sério pelos jogadores, pela comissão técnica e pelos responsáveis pela gestão do futebol do Vasco: o bordão “o Carioca não é parâmetro” é uma verdade incontestável, mas que só vale na prática para desempenhos positivos. Ir bem na competição não é garantia nenhuma de que se terá uma boa temporada. Mas ir mal, CERTAMENTE é motivo para que se acenda um sinal amarelo para qualquer time.

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Sobre as atuações individuais?

Meme "sem tempo, irmão"
Sem tempo e, inegável, sem paciência também.

Com outra desculpa, Vasco segue sem vencer o Nova Iguaçu

Herói de novo: como na Copa do Brasil, Piton evitou o pior no primeiro jogo da semifinal do Carioca
Herói de novo: como na Copa do Brasil, Piton evitou o pior no primeiro jogo da semifinal do Carioca (📸: Úrsula Nery | FERJ)

A premissa do post de ontem, antes da primeira partida das semifinais do Carioca, era a seguinte: o Nova Iguaçu foi o único time a nos vencer esse ano, mas era preciso levar em consideração que o Vasco jogou com um time reserva. Então, poderíamos esperar um cenário completamente diferente nesse segundo confronto entre as duas equipes.

Só que o cenário não foi tão diferente assim. Passamos um aperto tremendo, mesmo com os titulares – ou aqueles que Don Ramón escolheu serem titulares ontem – poderíamos muito bem ter perdido mais uma vez e, no fim das contas, podemos até agradecer pelo 1 a 1. Um resultado péssimo diante da nossa expectativa, mas que pelo menos nos deixa a uma vitória da final do Estadual.

Na coletiva pós-jogo, Don Ramón e justificou o desempenho decepcionante da sua equipe: tivemos uma partida muito desgastante três dias antes e nosso adversário apenas treinou durante a semana.  Sendo um fato incontestável, não há o que discutir. Um possível cansaço possa explicar desatenções, falta de pegada na marcação, entre outros problemas que o time apresentou ontem.

Pode até explicar. Mas será que justifica?

O ponto aqui é o seguinte….Por ter jogado com um time reserva, o Vasco tem uma desculpa para ter perdido o confronto na Taça Guanabara. Por estar com o time titular desgastado, o Vasco tem uma desculpa para o sofrimento que passou para apenas empatar no jogo de ida da semifinal.

Mas ao usar o cansaço dos seus jogadores para explicar o que vimos em campo, Ramón Diaz criou o seguinte cenário: como na partida da volta acontecerá o contrário (somos nós quem descansamos  e quem joga no meio da semana é o N. Iguaçu), o Vasco não terá qualquer desculpa para não vencer e se classificar para a final.

Nem o velho bordão “assim é o futebol” servirá para justificar qualquer placar que não a vitória no próximo domingo.

Mais uma vez não falarei das atuações individuais na partida – dar a deviida moral pro São Léo Jardim e pro salvador (de novo!) Piton até cabe – porque descobri, da pior forma possível, que simplesmente não posso mais ir aos estádios sem levar meus óculos. A vista deste que vos escreve está mais cansada que o time do Vasco ontem.

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Falando só mais um pouco sobre o jogo, em um ponto concordo com nosso treinador: a gente poderia ter perdido, mas poderíamos igualmente ter vencido. Mesmo que se use as bolas na trave como critério pra avaliar uma superioridade do adversário, foram três pra eles e duas pra gente. Uma ou outra entrando, fosse para qual lado fosse, e tudo mudaria de figura.

MAAAAAAS….

Tenha jogado aquém do que todos esperavam ou, na real, que tenha jogado mal pra burro, não dá pra ignorar que a validação do que sofremos foi, sendo bem gente boa, pra lá de questionável.

Alterar uma decisão tomada pela arbitragem dentro de campo, tendo como base a linha traçada pelo VAR da D. Ferj – com a precisão de um octogenário com Parkinson em estágio avançado – é daquele tipo de situação que só acontece com….nem vou completar, porque vocês já sabem.

Aí, eu pergunto a vocês, leitores: quem aí achava que a chegada do VAR ao Carioca resolveria os problemas com as decisões “polêmicas” dos apitadores do Rio?

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Vasco inicia a busca pela vaga na final contra o Nova Iguaçu

Medel e Vegetti: segurança na zaga e eficiência no ataque são indispensáveis hoje, contra o Nova Iguaçu
Medel e Vegetti: segurança na zaga e eficiência no ataque são indispensáveis hoje, contra o Nova Iguaçu (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Nas 15 partidas que o Vasco fez esse ano, entre amistosos e competições oficiais, o Vasco só perdeu uma. Justamente para o Nova Iguaçu, nosso adversário de hoje na semifinal do Estadual.

Isso – e a atuação pra lá de irregular que o time teve na partida contra o Água Santa pela Copa do Brasil – é um motivo para que Don Ramón e seus comandados respeitem bastante nosso adversário de logo mais, na Arena.

Mas sem querer tirar os méritos do Nova Iguaçu, que realmente fez uma belíssima campanha na Taça Guanabara, é preciso lembrarmos o que rolou naquele 2 a 0.  Entramos em campo com apenas quatro dos titulares de hoje e mesmo os reservas jogaram abaixo do que poderiam. Léo Jardim sofreu dois gols, mas praticamente não teve trabalho. Também perdemos umas três ou quatro boas chances de marcar. E, claro, a arbitragem também foi daquele jeito que nos acostumamos nesse Carioca.

Então, se presume que muito do que aconteceu no jogo da Guanabara não vá se repetir hoje (ou, pelo menos, terá menos chances de se repetir). Mais preocupante que o primeiro confronto com o time da Baixada é a atuação do time na última quinta-feira. Apagões como o que tivemos contra o Água Santa não podem acontecer de forma alguma. Principalmente porque, dessa vez, o empate não nos favorece em nada.

Se conseguirmos fazer, pelos 90 minutos, o que conseguimos fazer nos 20 primeiro minutos contra o Água Santa, as chances de revertermos a vantagem do Nova Iguaçu já nesta partida aumentam consideravelmente. Por outro lado, se voltarmos a ter um apagão generalizado como o que aconteceu na última quinta na Colina, as coisas podem se complicar bastante. E, dessa vez, sem a desculpa de estarmos com um time reserva em campo.

Campeonato Estadual 2024

Vasco X Nova Iguaçu

Leo Jardim, João Victor, Medel e Leo; PH, Zé Gabriel, Galdames, Payet e Lucas Piton; Adson e Vegetti. Fabrício Santana, Cayo Tenório, Gabriel Pinheiro, Sérgio Raphael e Maicon Esquerdinha; Ronald, Albert, Xandinho e Bill; Carlinhos e Maxsuell Alegria.
Técnico: Ramón Diaz. Técnico: Carlos Vitor.
Estádio: Arena Maracanã. Data: 10/03/2024. Horário: 18h30. Arbitragem: Alex Gomes Stefano. Assistentes: Gustavo Mota Correia e Daniel de Oliveira Alves Pereira. VAR: Rodrigo Nunes de Sá
TV: o SBT transmite para o RJ,  Manaus e Vitória. O SporTV e o Canal Premiere transmitem para assinantes de todo o Brasil. Internet: Cazé TV.

Vasco fica no empate com o Flu e, mais uma vez, se complica

Novamente um dos destaques do time, Piton foi, como de costume, uma das principais armas do Vasco no empate com o tricolor
Novamente um dos destaques do time, Piton foi, como de costume, uma das principais armas do Vasco no empate com o tricolor (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Mais uma vez o Vasco, mesmo com um elenco mais limitado que um grande rival, fez um jogo parelho – e, em muitos momentos, sendo superior – em um clássico. E assim como no confronto contra o Flamengo, mais uma vez ficou no empate sem gols, dessa vez, contra o Flu.

E, também mais uma vez, a arbitragem chamou o protagonismo pra sim, encagaçou o jogo e, por tabela, prejudicou o Vasco. Falarão que os lances foram discutíveis – os famosos lances “polêmicos” – mas em se tratando da gente, todo lance é polêmico e toda marcação é a favor do adversário. Ontem, foram dois gols vascaínos anulados: um, que nem o VAR da Dona FFERJ conseguiu oferecer uma imagem conclusiva; outro, no qual o árbitro resolveu marcar “perigo de gol” do Vegetti antes do seu arremate (numa suposta falta muito semelhante a uma que o próprio Pirata teria sofrido minutos antes e que o juiz, dessa vez, disse que não foi nada). E ainda teve a inexplicável expulsão do Medel, um absurdo de ontem que nos prejudicará para além do jogo de ontem.

Mas não podemos esquecer de falar que, igualmente mais uma vez, o Vasco teve chances de matar o jogo e não o fez. As oportunidades que Léo (mesmo sendo zagueiro), David (logo depois de ter um gol “polemicamente” anulado) e Galdames (em uma cabeçada para fora) são daquelas oportunidades que não podem ser desperdiçadas, menos ainda em um clássico. Fora elas, tivemos outras não tão claras, mas que poderiam ser se os jogadores fossem mais precisos em um passe, uma finalização ou na tomada de decisão.

No fim das contas, estamos mais uma vez fora da zona de classificação às semifinais da Taça Guanabara e mais uma vez vamos para um clássico com o dever de vencer para manter as chances de terminar entre as quatro melhores equipes do turno.

As atuações

Léo Jardim – não foi tão exigido assim, mas mostrou segurança quando necessário. Fez uma boa defesa no primeiro tempo.

João Victor – uma partida muito segura, jogando com firmeza e atenção. Foi bem nos cortes e ajudou até na construção de jogadas. Tomou um amarelo desnecessário por conta da imbecilidade do juiz.

Medel – também vinha fazendo uma boa partida, contendo o ataque tricolor com eficiência, até ser expulso por motivos de….não sabemos até o momento.

Leo –  foi bem, se destacando nos cortes aos cruzamentos feitos à nossa área. Quando teve espaço, avançou e também ajudou a construir jogadas. E foi numa dessas que perdeu a chance mais clara para o Vasco, acertando uma finalização no travessão quase dentro do gol.

Paulo Henrique – teve menos chances para ajudar no apoio na primeira etapa, o que mudou no segundo tempo.  Rojas entrou no fim do jogo para reforçar a zaga.

Zé Gabriel – em alguns momentos pareceu estar pilhado demais pelo clima do clássico (ou pela atuação canhestra da arbitragem, quem sabe), mas foi bem no combate, jogando com disposição. Deu lugar ao Adson, que ajudou o Vasco a pressionar na parte final do jogo. Mas não foi muito além do esforçado.

Galdames – carregou um piano no meio de campo, sem precisar aparecer muito. Foi bem tanto no combate quanto na distribuição de jogo e, quando o Francês saiu, sobrou pra ele a função de organizar o meio de campo.

Payet – mostrou a grande visão de jogo de sempre, sendo o principal articulador do time. Não foi muito bem nas bolas paradas e arremates. Deu lugar ao Rossi na parte final do jogo, que tentou ajudar imprimindo uma correria pelo lado do campo, sem se destacar muito.

Lucas Piton – mais uma partida na qual confirma ser um dos principais jogadores do time. Muita participação ofensiva, sem ser relapso na marcação.

David – nem dá pra reclamar do empenho, mas segue perdendo chances inaceitáveis. Ontem, perdeu uma oportunidade claríssima por demorar a finalizar. Marcou um gol “polêmico” e, como todo lance do tipo a favor do Vasco, foi anulado. Matheus Carvalho entrou  em seu lugar e ajudou a ajustar a marcação do time na etapa final, quando o Flu dominava o meio de campo.

Vegetti – recuperado da contusão, voltou a ser o Pirata combativo de sempre, mesmo sem ter marcado gol (isso porque o juizão anulou o que ele fez de maneira pra lá de questionável).

Vasco precisa encarar a força máxima do Flu com empenho máximo

Sem desculpas? : recuperado de lesão na costela (que o prejudica desde a pré-temporada), o Pirata volta contra o Flu
Sem desculpas? : recuperado de lesão na costela (que o prejudica desde a pré-temporada), o Pirata volta contra o Flu (📸: Leandro Amaral | Vasco )

O Fluminense está numa posição bem tranquila na Taça Guanabara. Mas não o bastante para entrar em campo hoje, contra o Vasco, sem usar sua força máxima.

Já o Vasco, ainda que tenha voltado ao G4 do turno com a preocupante vitória sobre o Audax na última rodada, não pode ser dar ao luxo de não iniciar a partida com o melhor que tem. Ainda que esse “melhor” não possa ser chamado exatamente de “força máxima“.

A diferença de objetivos é bem clara. Enquanto um resultado ruim para o time do laranjal signifique apenas a perda da liderança, pra gente, uma derrota – ou mesmo um empate – pode significar uma queda de até quatro posições na classificação.

Ou seja, neste clássico, a responsa está pesando muito mais para o nosso lado.

Pra não dizer que está tudo ruim pro nosso lado, o nosso atual “melhor” é efetivamente bem melhor que o time enfrentou o Audax. David e Zé Gabriel continuam, é verdade, mas as voltas de Payet e do Pirata podem resolver o grave problema de aproveitamento de finalizações que temos apresentado.

Se isso será o bastante para batermos a força máxima do melhor time das Américas, só com a bola rolando. Agora, se a qualidade técnica ou o entrosamento do adversário são maiores que os nossos, a obrigação dos comandados do Don Ramón é compensar esses pontos fortes do Flu mostrando um empenho máximo.

Campeonato Estadual 2024

Fluminense x Vasco

Fábio, Guga, Thiago Santos, Felipe Melo e Marcelo; André, Martinelli e Ganso; Arias, Cano e Keno. Léo Jardim; Paulo Henrique, João Victor, Medel, Léo, Lucas Piton; Zé Gabriel, Galdames, Payet; David e Vegetti.
Técnico: Fernando Diniz Técnico: Ramón Diaz
Estádio: Arena Maracanã. Data: 14/02/2024. Horário: 21h30. Arbitragem: Bruno Mota Correia. Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Wallace Muller Barros Santos. VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga.
TV: A Band TV transmite para o Rio e parte da Rede. O canal Bandsports transmite para assinantes de todo o Brasil. Internet: os canais GOAT (aberto) e Bandsports (assinantes) transmitem.

Em empate parelho com o Fla, Vasco se complica ainda mais no Carioca

Salvador: Léo Jardim pega o pênalti cobrado por Gabriel Barbosa e garante um mínimo de justiça no clássico
Salvador: Léo Jardim pega o pênalti cobrado por Gabriel Barbosa e garante um mínimo de justiça no clássico (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Eu bem poderia repetir o título da resenha sobre o jogo contra o Bangu neste post sobre o empate no clássico de ontem: o resultado da partida contra o Flamengo foi bem pior que a atuação do Vasco em si.

Isso porque, diz o senso comum – ou a imprensa esportiva e parte mais negativa da nossa torcida, como queiram – um confronto entre o mais querido da mídia contra o Vasco é sempre prenúncio de um massacre. O abismo entre o material humano dos dois elencos, principal justificativa para a eterna expectativa de baile rubro-negro, é evidente e inegável.

Só que nem sempre isso faz tanta diferença. Como ontem: o Vasco até que levou um tempo para se adequar à partida, se deixou pressionar – mesmo sem correr muitos riscos reais – por uns 20 minutos, mas depois disso, conseguiu desenvolver a proposta de jogo possível para um confronto com essas características.

Exagero dizer que fizemos um jogo parelho? Talvez. Mas fomos competitivos e eficientes. Tanto que ao final da primeira etapa, a chance mais clara de gol foi nossa, com o zagueiro adversário precisando operar um milagre para evitar que o Pirata abrisse o placar.

No segundo tempo a história se repetiu: Vasco acuado demais no início, conseguindo equilibrar com o passar do tempo. Ainda que o time de Don Rámon fosse “mono-ofensivo” – quase todas as jogadas efetivas vieram pela esquerda, com Payet e Piton – conseguíamos levar algum perigo ao adversário. Inclusive a chance mais clara de todo jogo, dessa vez efetivamente desperdiçada pelo Vegetti.

O jogo ainda poderia ter terminado com uma derrota, injusta pelo que rolou em campo, depois da penalidade cometida pelo João Vitor. Mas Léo Jardim garantiu a igualdade no placar defendendo a cobrança e fazendo com que o clássico terminasse com justiça.

O baile rubro-negro nem de longe aconteceu, mas olhando sob a ótica do campeonato, o resultado foi bem ruim (até porque poderíamos até ter vencido). Seguimos fora da zona de classificação para as semifinais e, quando todos os times estiverem com o mesmo número de jogos, podemos não apenas ficar mais distantes do quarto lugar em pontos como também cair duas posições na tabela. O Vasco mostrar competitividade contra um dos clubes mais ricos do país nos dá algum alívio, mas não melhorou nada nossa situação no Estadual. Pelo contrário.

As atuações

Léo Jardim – nem vinha tendo tanto trabalho até se tornar o herói do time no finzinho do jogo defendendo um pênalti e garantindo o empate.

João Victor – vinha sendo um dos mais participativos na linha de três da zaga, inclusive subindo ao campo de ataque e tentando ajudar a iniciar jogadas. Mas o pênalti que cometeu poderia ter comprometido o trabalho de todo o time.

Medel – “xerifou” com a disposição de sempre, não dando vida fácil ao ataque rubro-negro. Saiu no segundo tempo dando lugar ao Rojas, que renovou as energias da zaga e foi eficiente evitando algumas jogadas aéreas do adversário.

Léo – foi quem menos se destacou na zaga, mas não chegou a comprometer. Jogou com seriedade.

Paulo Henrique – tentou ajudar no apoio, chegando a fazer algumas boas jogadas de linha de fundo. Também foi quem mais roubou bolas pelo Vasco, mas deixou alguns espaços na sua lateral.

Zé Gabriel – importante na destruição de jogadas do Fla, mas apenas isso.

Jair – seguindo a “maldição do segundo homem“, como o Paulinho na partida contra o Bangu, também saiu contundido logo no início da partida. Mateus Carvalho o substituiu e mesmo mostrando algum nervosismo, mostrou que pode muito bem disputar a zaga com o Zé: foi bem na marcação e ainda mostrou um pouco mais de habilidade para iniciar as jogadas.

Payet – a diferença técnica do francês para o resto do time é tão gritante que seu protagonismo é inevitável: praticamente todas as jogadas do time passam em algum momento pelos seus pés. Ontem, pecou no timing para os arremates.

Lucas Piton –  melhor arma ofensiva do time com seus avanços sempre perigosos pela lateral, só não saiu do jogo com uma assistência por um milagre realizado pelo zagueiro urubulino.

David – mais uma atuação na qual só se pode elogiar o esforço. Produziu tão pouco que o Adson, que o substituiu na parte final do jogo, apareceu mais e já chega com força na briga pela posição no ataque.

Vegetti – segue no seu jejum de gols e dessa vez nem pode reclamar que não foi acionado. Em um clássico como o de ontem, um centroavante não pode perder duas chances claríssimas de gol como perdeu o Pirata. A primeira, até se perdoa, já que o mérito foi da zaga adversária; já o segundo foi um clássico “gol feito” perdido.

Para o Vasco, é vitória ou vergonha no Clássico dos Milhões

Esperança francesa: Payet carrega a maior expectativa por um bom jogo do Vasco no clássico com o Fla
Esperança francesa: Payet carrega a maior expectativa por um bom jogo do Vasco no clássico com o Fla (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Tinha falado por aqui que o Vasco “forte” da 777 conseguiu o feito de cair em uma situação de pressão já na Taça Guanabara e a derrota terrível para o Nova Iguaçu confirmou indiscutivelmente esse cenário. Tanto que agora, só uma vitória sobre o Flamengo hoje pode evitar que a cruzmaltino fique numa situação complicadíssima no Estadual.

Isso porque, mesmo um empate muito provavelmente nos deixará mais distantes da quarta colocação, com grandes possibilidades de terminarmos a rodada numa colocação ainda mais constrangedora que a atual sétima posição na tabela.

Ter como obrigação uma vitória para se recuperar justo hoje, em um clássico com o nosso maior rival, que tem um elenco estelar, é culpa dos pontos deixados pelo caminho para adversários menos qualificados ao longo da competição. Ainda que não se possa ignorar o quanto fomos prejudicados pelas arbitragens, o fato é que deixamos de fazer nossa parte em confrontos menos complicados e agora precisamos compensar no mais complicado.

É impossível? Claro que não. Não apenas porque “clássico é clássico“, mas também porque, além da rivalidade que nivela um pouco as coisas, o tamanho do jogo pode nos favorecer um pouco. Diferente de todos os adversários que tivemos agora, o rubro-negro não precisará apelar para a “bola única“, jogando na retranca e esperando a chance de contra-atacar.

Esse papel, hoje, será do Vasco.

E não tem essa de ficar reclamando que isso é “jogar como time pequeno“. Nesse caso, é uma questão de inteligência. Querer encarar o elenco urubilino de igual para igual, com os caras tendo sua força máxima e nós, com um desfalque importante e sem poder sequer usar alguns reforços, seria uma tática suicida. Algo que, aparentemente, Don Rámon sabe.

Digo isso pela grande possibilidade do técnico hermano iniciar a partida com um esquema mais cauteloso. O 3-5-2, com dois marcadores no meio, podem dar a segurança necessária para o time – tendo um jogador a mais que o rival no setor – e mais liberdade para os avanços dos laterais e do Payet, hoje, indiscutivelmente a maior esperança da torcida de vermos um futebol de qualidade do nosso lado.

Pode dar certo e é bom que dê. Claro que, para isso, será necessário que o time evite os moles que têm dado ao longo da Taça Guanabara, não apenas na defesa, mas também no ataque. Este é o jogo ideal para o nosso Pirata fazer as pazes com o gol e marcar o seu primeiro na temporada.

Uma vitória no clássico nos jogará de novo no bolo pela classificação e dar uma moral gigante para o restante do campeonato (e, ainda mais importante, para o próximo clássico contra o Flu, já na próxima rodada). Já outro resultado, qualquer que seja, certamente nos deixará na vergonhosa situação de já planejar a disputa da inútil Taça Rio.

Campeonato Estadual 2024

Vasco X Flamengo

Léo Jardim, Rojas, João Victor, Medel; Paulo Henrique, Lucas Piton, Zé Gabriel, Jair, Payet; David e Vegetti. Rossi; Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar, Gerson, De la Cruz e Arrascaeta; Everton Cebolinha e Pedro.
Técnico: Ramón Diaz Técnico: Tite
Estádio: Arena Maracanã. Data: 04/02/2024. Horário: 19h. Arbitragem: Wagner Nascimento Magalhães. Assistentes: Luiz Cláudio Regazone e Gustavo Mota Correia. VAR: Rodrigo Nunes de Sá.
TV: o SBT transmite para Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Belém, Manaus, Vitória, Fortaleza, Recife e Salvador. O SporTV e o Canal Premiere
transmitem para assinantes de todo o Brasil. Internet: Cazé TV.

Vasco vai bem no Clássico dos Milhões, mas não o bastante

Faltou eficiência: Zé Gabriel teve a chance de empatar a partida, mas perdeu uma chance inacreditável
Faltou eficiência: Zé Gabriel teve a chance de empatar a partida, mas perdeu uma chance inacreditável (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Nem há muito o que falar sobre a derrota do Vasco para o Flamengo pelo placar mínimo, pelo menos não sobre a partida em si. Podemos falar que é uma merda manter uma incômoda escrita diante dos caras, que perdemos a chance de nos manter fora do Z4 , que clássico é assim mesmo e que ganhar todos os pontos possíveis, agora, se torna mais obrigatório do que nunca.

Nada disso tem a ver com o que aconteceu na Arena Maracanã ontem.

O que se pode falar, aí sim sobre o que vimos em campo, é que o Vasco jogou bem, em igualdade de condições com o rubro-negro em boa parte do jogo e até melhor em alguns momentos. Que o jogo, bem disputado pelos 90 minutos e com bem menos provocações que um clássico com o nível de tensão como o de ontem, mostrou que o time do Don Ramón tem condições de encarar adversários do topo da tabela sem precisar ficar apenas se defendendo. E que, no final das contas, o futebol é isso: nem todo jogo parelho termina em empate.

Os aplausos dos vascaínos após uma derrota para o rival da Gávea mostraram que os torcedores gostaram do que viram e que a atuação do time não os decepcionou. Encarar de igual para igual o multimilionário Fla – quem tem elenco para se dar ao luxo de, numa substituição “passatempo“, colocar em campo um jogador do nível de um Everton Ribeiro aos 40 da etapa final –  nos permite, sim, manter as esperanças de que, em breve, sairemos da “zona da confusão“.

Porém (e sempre há os poréns) para que isso aconteça, ser apenas competitivo é pouco. Ontem jogamos em alto nível por boa parte do tempo, mas pecamos no principal, na hora de decidir. Éramos superiores no jogo quando o Fla encontrou seu gol, em um contra-ataque. Tivemos uma chance claríssima para empatar , mas o Zé Gabriel não fez o gol, perdendo um lance que, confesso, não consigo imaginar como ele conseguiu essa proeza.

O campeonato horroroso que fizemos até a chegada de reforços e do Don Ramón  é a principal razão para estarmos, agora, preocupados com o rebaixamento. Isso explica a situação do time, mas não a resolve. Não podemos depender apenas de São Januário e nem de jogos contra times que já não tem muitas pretensões no Brasileiro. Jogar bem, como inegavelmente fizemos ontem é bom, mas não é mais o bastante. Precisamos de vitórias.

As atuações:

Léo Jardim – sem culpa no gol, ainda evitou que sofrêssemos alguns outros fazendo defesas difíceis.

Paulo Henrique – vinha fazendo uma grande partida, muito consistente na parte de defensiva e, vá lá, ok no apoio. Mas comprometeu sua atuação no lance do gol: deu um bote errado no Gerson no início da jogada e não o acompanhou, mesmo sendo bem mais veloz, deixando o rubro-negro livre para marcar. Puma Rodríguez o substituiu aos 40 do segundo tempo e, nesse tempinho em campo, conseguiu mostrar suas limitações no combate (mesmo com o Fla já muito mais interessado em segurar o placar).

Medel –  mais uma vez mostrou porque é peça indispensável ao time. Ganhou a maioria das disputas diretas e dificultou muito a vida dos atacantes adversários.

Léo – correto na zaga, erros de passe em excesso quando subiu pra iniciar jogadas. Deu azar no lance do gol, quando seu corte acabou virando uma assistência pro Gérson.

Lucas Piton – muita presença ofensiva, principalmente no segundo tempo, quando acertou alguns bons cruzamentos.

Zé Gabriel – fez uma partida consistente na sua função, roubando várias bolas e ajudando na saída de bola e na ligação com o ataque. Mas o gol inexplicável que perdeu, com o gol vazio e só precisando empurrar a bola, comprometeu sua atuação. Jair entrou em seu lugar para renovar o gás do meio de campo e trazer mais qualidade no passe. Mas acabou se destacando mesmo ao desviar a bola no chute que originou o gol e desperdiçando uma grande chance ao cabecear uma bola pra fora após bom cruzamento do Piton.

Paulinho – jogando mais aberto, acabou não tendo o protagonismo do meio campo como estamos acostumados a ver. Melhorou no segundo tempo, quando fez uma grande jogada de infiltração na área adversária, mas foi prejudicado pelas limitações intelectuais do Pec.

Praxedes – mais uma vez mostrou que a bola não queima no seu pé, mesmo em jogos grandes como o de ontem. Quase marcou um belo gol em chute de fora da área, interceptado pela zaga adversária. Cansou e deu lugar ao Sebástian Ferreira,  quando Don Ramón partiu para um tudo ou nada nos minutos finais. O uruguaio ajudou na parte do nada.

Payet – um dos destaques do primeiro tempo, mostrou visão de jogo quando teve espaço para pensar o que fazer. TERIA uma boa chance, mas enrolou para finalizar após dominar uma bola dentro área e acabou não conseguindo o arremate. Cansou e deu lugar ao Orellano, que segue replicando a trajetória do Montoya no Vasco como “promessa nunca cumprida”,  com a  desculpa que, diferente do colombiano, o argentino nunca teve uma sequência que lhe ajudasse a criar ritmo. Ontem, apesar das boas intenções, errou tudo o que tentou.

Gabriel Pec – ofereceu a entrega de sempre, mas  enquanto seguir tomando quase sempre a decisão equivocada, continuará sendo aquela “ajuda que atrapalha“. Deu lugar ao Erick Marcus no fim, quando o garoto, mesmo que pudesse fazer algo de relevante, não teria tempo para isso.

Vegetti – perigoso como sempre, teve duas ou três boas chances, mas parou na grande atuação do goleiro rubro-negro ou na falta de precisão no arremate. Ainda tem muito crédito, mas como nos acostumou mal, podemos dizer que o Pirata já está em um jejum, chegando à terceira partida sem balançar as redes.