E aí, Vasco???

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Nesses quase 10 anos em que escrevo sobre o Vasco na internet, há uma coisa que sempre falo porque é minha convicção pessoal sobre o assunto: a torcida vaiar o próprio time é burrice. Vaiar um jogador não fará com que ele jogue melhor (menos ainda que aprenda a jogar) e é fazer o trabalho da torcida adversária.

Esse é um ponto. Agora, querer colocar qualquer tipo de responsabilidade sobre a derrota do Vasco para o Paraná Clube na torcida ou nas vaias vindas das arquibancadas de São Januário é mais que nonsense; é buscar uma desculpa esfarrapada para a incompetência do time.

Dizer que o time do Vasco, cheio de jogadores com mais de uma década como profissionais “se abala” com vaias a ponto de não conseguir vencer um time limitado como o Paraná é fazer pouco da inteligência do torcedor.

As vaias também justificam um time que teve 62% de posse de bola finalizar apenas 12 vezes em mais de 90 minutos? E explica o fato de metade dessas finalizações ter sido pra fora? Foi por causa das vaias que só conseguimos fazer um gol, mais uma vez, de forma acidental e não numa jogada trabalhada?

As vaias justificam as escolhas do treinador? Será que, mesmo com um elenco limitado em número – não falarei em qualidade – como temos, somente Diguinho, Eder Luis, William Oliveira, Leandrão e, para citar alguns titulares, Jorge Henrique e Madson merecem chances? São as vaias que impedem o Jorginho de ir colocando com mais frequência a molecada da base?

Foram as vaias que justificaram a renovação de contrato do Aislan? Ou o fato de não termos qualquer outra opção para a zaga além dele?

As vaias, que a bem da verdade foram direcionadas para um ou dois jogadores apenas, não explicam nada disso. O fato é que o Vasco não vem jogando bem há tempos. Seja ganhando, seja perdendo.

Falar que os jogos são difíceis porque os adversários jogam na retranca é retórica furada. O que a diretoria, a comissão técnica e os jogadores esperavam dos outros times jogando contra um gigante do futebol nacional, com um elenco várias vezes mais caro que os demais e franco favorito ao título? Mesmo que não tivéssemos passado por essa experiência outras duas vezes não seria necessária inteligência de sobra para saber que furar retrancas seria o trabalho primordial do Vasco nessa Série B.

O que Jorginho e seus comandados precisam é se justificar menos e trabalhar mais. O treinador precisa, mais que urgentemente, encontrar alternativas táticas para o time. E os jogadores, alguns de maneira extrema, precisam treinar mais e se aprimorar tecnicamente. Fora isso, é conversinha pra tentar acalmar a torcida que não resolve nada.

E aí, Vasco? Vamos voltar a justificar o favoritismo na competição ou não?

As atuações…

Martín Silva – nada pôde fazer nos gols. No resto do jogo, pouco teve a fazer.

Madson – mais um cruzamento certo. Com as mãos. Tirando isso, não se vê sendo efetivo em momento algum.

Rodrigo – começou entregando uma bola que quase virou um lance de perigo, mas depois não chegou a ter trabalho com o ataque adversário. Se lançou ao ataque no segundo tempo e quase marcou de cabeça. No lance do segundo gol, estava completamente vendido no lance.

Luan – se contundiu ainda no primeiro tempo e deu lugar ao Aislan, que entre lances bizarros e alguns bons cortes, falhou mais uma vez e foi responsável direto pela derrota.

Henrique – foi visto com frequência no apoio, mas não conseguiu acertar qualquer cruzamento. E ainda deixou sua lateral desguarnecida em vários momentos.

Diguinho – é praticamente um zagueiro jogando no meio de campo: sua irresistível vontade de sair dando bicões em qualquer bola que lhe apareça pela frente é irritante.

Julio dos Santos – vinha fazendo uma partida na média, e pelo que vinha apresentando, provavelmente seria substituído de qualquer forma, como acontece na maioria das vezes. Mas Jorginho acabou queimando o paraguaio ao tirá-lo de campo justo no momento em que ele começou a ser vaiado. William Oliveira entrou no seu lugar e, pilhado em excesso, não conseguiu fazer muito além de dar um novo gás ao meio de campo. Acabou sendo coadjuvante da pixotada do Aislan.

Andrezinho – tentou organizar o time, mas afunilou demais as jogadas e acabou errando os passes decisivos. Quase marcou um belo gol, em chute que só carimbou o travessão por conta do desvio do goleiro adversário.

Nenê – ontem até que resolveu jogar bola, voltando a marcar, criando boas chances e deixando companheiros na cara do gol, como fez com Andrezinho. Mas não foi o bastante para superar a retranca paranaense.

Jorge Henrique – um dia muito infeliz para o minicraque: além de fazer um gol contra, atrapalhou o Nenê numa chance clara de gol. Eder Luis entrou em seu lugar e não conseguiu fazer nada. Ou seja, por atrapalhar menos que o JH, se saiu um pouco melhor.

Leandrão – não conseguiu fazer muita coisa além de cavar penalidades e errar passes quando tentou ser o pivô. O lance do segundo gol começou com o centroavante apanhando da bola ao tentar dominá-la ao receber um lançamento longo.

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Os números enganam

numbersA matemática é simples. Ninguém vai discutir que a soma de dois mais dois é quatro. Já quando aplicamos a matemática ao futebol, as coisas complica um pouco. Um exemplo claro: segundo o site Footstats, uma seleção da Série B até essa 11a rodada só incluiria dois jogadores do Vasco, e um deles seria o Marcelo Mattos! Tal bizarrice só pode ser explicada por se levar em consideração apenas as estatísticas.

Seguindo mais uma vez os números, poderíamos dizer que o Paraná Clube, nosso adversário de logo mais na Colina, não seria um oponente tão fácil de encarar. Sua campanha como visitante está longe de ser das piores: de seis partidas fora de casa, o rubro-anil perdeu apenas duas vezes. Ou seja, o time paranaense tem o hábito de tirar pontos dos seus anfitriões.

Mas esses são os números apenas. Olhando mais atentamente a campanha do Paraná, as coisas não são bem assim. Nosso adversário venceu apenas uma das partidas fora de casa – e contra o lanterninha Sampaio Corrêa – e empatou outras três, duas contra times abaixo do próprio Paraná na classificação e uma contra o CRB, que pode ser considerado seu melhor resultado longe do Durival Britto. Nas outras duas partidas, derrotas aparentemente incontestáveis: um 2 a 0 do Brasil de Pelotas e um 5 a 1 (!!!) contra o Náutico.

Resumindo, o Paraná pode até não estar fazendo uma campanha das piores como visitante. Mas isso se deve muito mais ao fato de ter encarado times mais fracos. Quando bateu de frente com equipes um pouco melhores, não conseguiu evitar a derrota. E como hoje a equipe paranaense, além de ter uma penca de desfalques, terá pela frente o melhor time da competição…

Não termino a frase porque esse “melhor” também se baseia em números. Com a bola rolando, há controvérsias. O time não tem jogado nada bem e as duas últimas vitórias não foram nada convincentes. Hoje, mais uma vez, Jorginho não poderá contar com seu time ideal, mas a quase certa entrada do Diguinho (rezem!), que na prática não é tão pior que o “selecionável” Marcelo Mattos, não servirá como desculpa para outra atuação ruim. Com a volta do Rodrigo à zaga e Aislan – o “entregador oficial” do time – longe, a defesa ficará mais segura. Assim, bastaria que o Nenê voltasse a jogar bola, coisa que não faz há algum tempo.

Jogando em casa contra o 10o colocado na tabela, uma vitória é o único resultado aceitável. Mas o ideal seria vencer mostrando, ao menos um pouco, as razões para o favoritismo que nos atribuem. No momento, apenas os números da nossa campanha confirmam isso.

Vasco X Paraná

Vasco X Paraná

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho, William Oliveira, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Leandrão.

Marcos; Diego Tavares, Alisson, Zé Roberto (Leandro Silva) e Fernandes (Rafael Carioca); Leandro Silva (Fernandes), Basso, Murilo e Válber; Róbson e Lúcio Flávio.
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Técnico: Jorginho.

Técnico: Marcelo Martelotte.

Estádio: São Januário. Data: 28/06/2016. Horário: 20h30. Arbitragem: Rodrigo Batista Raposo. Auxiliares: Jose Reinaldo Nascimento Junior e Lehi Sousa Silva.

O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Esse dia foi loko!

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Antes mesmo da bola rolar, a torcida do Vasco já podia esperar emoções extras na partida contra o CRB: Jomar, substituto natural do suspenso Rodrigo, sentiu uma contusão, não apareceu e quem foi a campo junto com os titulares foi o Aislan.

Nos minutos iniciais, vimos o Vasco se acuado, um time que não parecia muito ligado na partida e um adversário que não abriu o placar por perder uma penca de gols.

Quando resolvemos acordar – ainda demonstrando uma grande fragilidade defensiva – o CRB marca seu gol em um lance completamente controlado, depois de um recuo péssimo para um zagueiro desatento, o que deixou Martin Silva vendido na jogada.

Mas só precisamos de três minutos para igualar o placar, depois de uma saída de bola equivocada do CRB, um corte do Marcelo Mattos que parou nos pés do Leandrão, que lutando com a bola e com os marcadores, conseguiu marcar um belo gol.

Na volta do intervalo, ainda empatada a partida, o Vasco veio mais ligado. Ainda assim, nossa marcação ainda falhava e o CRB criava oportunidades para desempatar. Mas fomos nós quem marcamos, conseguindo a virada com um gol olímpico espetacular do Andrezinho.

No restante da partida, vimos o CRB partir pra cima e perder mais uma batelada de gols, se não por grandes defesas do Martin, por uma falta de mira de causar inveja aos nossos atacantes. Mesmo contra o adversário que parecia implorar por sofre um gol no contra-ataque, conseguimos sair da nossa defesa.

No minuto final a maior emoção, com Aislan mais uma vez envolvido: o zagueiro disputou uma bola com um atacante, que se joga. O árbitro não comprou o caô, mas o bandeirinha sim; cobrada a penalidade, San Martin impede que o Diego, ex-lateral do Vasco, marque seu segundo gol em 2016 no clube que o formou e garante os três pontos para o Gigante.

Numa partida em que o Vasco se viu dominado boa parte dos 90 minutos, em que vencemos mesmo com Aislan na zaga, em que Nenê mal apareceu em campo, que teve gol olímpico e defesa de penal no minuto final só pode ser classificada de uma forma: esse jogo foi louco!

As atuações…

Martín Silva – garantiu a vitória com uma penca de defesas, algumas difíceis, incluindo um penal aos 46 minutos do segundo tempo.

Madson – segue naquela de correr muito e fazer pouco. Ontem até que bateu uns escanteios com relativo perigo, mas nada MESMO que justifique manter o Yago Pikachu no banco. O Pokémon acabou entrando após Madson sentir uma contusão e no pouco tempo que ficou em campo quase marcou um belo gol em uma arrancada. O chute foi para fora.

Luan – pareceu ter sentido muito a falta do Rodrigo e em diversos lances foi superado (as vezes com facilidade inaceitável) pelos atacantes adversários. Nem a bela jogada de linha de fundo, com direito a caneta humilhante no marcador, serviu para dizermos que teve uma boa atuação.

Aislan – não tem jeito, o rapaz carrega uma zica que o torna inviável como zagueiro de um clube como o Vasco. Ontem, se não fosse por dois lances, poderia ter saído de campo como o melhor zagueiro do time. Pena que os lances foram capitais: no primeiro gol do CRB, não conseguiu pegar a bola recuada por Júlio César; e no final do jogo, o bandeirinha marcou um pênalti – maroto, é verdade – numa disputa de bola entre ele e o atacante adversário, que se jogou. O azar do sujeito é tão grande que, num lance que ele conseguiu espanar a bola da área, a bola bateu na bandeirinha de córner, voltou para o campo e o CRB conseguiu uma falta perigosa a seu favor.

Júlio César – pelo menos 50% do primeiro gol do CRB pode ir para a conta do veterano lateral, que recuou com um passe quadradíssimo justo para o zagueiro mais azarado do mundo. Sentiu uma pancada e acabou dando lugar para o Henrique, que entrou quando o Vasco estava sendo pressionado e acabou mais preso à marcação.

Marcelo Mattos – o estilo cão de guarda de sempre, sem conseguir fazer uma proteção à zaga de forma eficiente. Acabou participando do lance do primeiro gol do Vasco ao dar o bote na saída de bola do CRB que acabou sobrando para o Leandrão.

Julio dos Santos – com ele no lugar do William Oliveira, o meio de campo vascaíno ficou exposto como há muito não ficava, já que o Paraguaio cerca muito e pouco combate (e quando o faz, vive indo de primeira nas bolas e sendo driblado) Na criação foi irrelevante.

Andrezinho – foi o único a criar alguma coisa no time, e mesmo assim com muitas dificuldades, já que tinha que vir buscar o jogo quase sempre no nosso campo. Mas quem faz um gol olímpico como o que ele fez não pode receber críticas.

Nenê – uma completa nulidade em campo, nem bolas paradas cobrou (o que pareceu ser proposital). No único lance em que teve chance de fazer algo efetivo, deu uma de Casalbé e virou o braço no rosto do seu marcador, levando um amarelo.

Jorge Henrique – correu pelo campo todo como sempre e acaba não sendo visto no ataque. Acertou um bom chute de longa distância, obrigando o goleiro do CRB a fazer uma defesa difícil. Saiu para a entrada do Éder Luís que de marcante, só conseguiu errar um passe fácil e armar um contragolpe para o adversário.

Leandrão – mesmo sendo lento toda vida e limitadíssimo, incomoda a defesa adversária muito mais que o Thalles. Com o gol feito deve ter eliminado qualquer dúvida que restava sobre merecer ou não ser titular do time.

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Um caminho alternativo

atalhoQuando encaramos o CRB pela segunda fase da Copa do Brasil, o Vasco estava prestes a conquistar o bicampeonato estadual de forma invicta, defendia uma longa invencibilidade e se falava em quebra de marcas históricas dentro do clube. E no meio de um momento de relativa euforia, uma coisa passou meio que batida por muitos: nós penamos muito para eliminar o time alagoano. Nós avançamos na competição por conta de um magro 1 a 0 (com gol de bola parada e uma atuação salvadora do Jordi) e um empate em São Janú, com aquele gol do Vaz já nos acréscimos.

E se nossos anfitriões de hoje nos deram muito trabalho quando estávamos numa fase inegavelmente melhor, é certo que não encontraremos uma partida fácil no Rei Pelé. O CRB está por um ponto fora do G4 da competição e uma vitória lhe garantirá o terceiro lugar na tabela e uma moral gigante diante da sua torcida, que não deve ter ficado muito satisfeita com o empate contra o Paraná no último jogo em casa.

Para o Vasco evitar que isso aconteça, terá que jogar mais do que tem jogado. Vencemos na última rodada, mas o 1 a 0 sobre o Londrina – com um gol de sorte e sofrendo pressão nos minutos finais – não foi o bastante para provar que a equipe do Jorginho está voltando a apresentar um bom futebol. E já passou da hora do Vasco confirmar todo o favoritismo que tem na competição. Temos time de sobra pra isso, independente dos desfalques: Rodrigo nem tem jogado tanto assim e Jomar pode dar conta do recado; e sem William Oliveira perdemos um pouco de força no combate, mas ganhamos mais qualidade no passe longo com Julio dos Santos.

Mas superioridade teórica não garante três pontos pra ninguém. O Vasco tem que justificar em campo seu favoritismo, e para isso, precisa errar menos passes, ter mais atenção na defesa e, principalmente, ser mais efetivo na criação de jogadas e finalizações. Nas últimas rodadas ficou claro o preço pago pela dependência dos lampejos do Nenê: não estando o camisa 10 em campo ou quando está e não faz nada, o time cai vertiginosamente de produção.

Jorginho precisa encontrar alternativas para manter a efetividade ofensiva quando Nenê não consegue render, seja quando ele não tiver condições de jogo, seja por conta de uma marcação muito forte sobre o meia. Principalmente nesse segundo caso, que é o que provavelmente acontecerá não apenas hoje contra o CRB, mas já vem ocorrendo há muito tempo e ocorrerá pelo resto do campeonato.

CRB X Vasco

CRB X Vasco

Juliano; Bocão, Audálio, Boaventura e Diego; Olívio, Galdezani, Somália e Eder; Welinton Júnior e Lúcio Maranhão.

Martín Silva; Madson, Luan, Jomar e Julio César; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Leandrão.

Técnico: Mazola Júnior.

Técnico: Jorginho.

Estádio: Rei Pelé. Data: 25/06/2016. Horário: 16h30. Arbitragem: Leandro Bizzio Marinho. Auxiliares: Anderson José de Moraes Coelho e Oberto da Silva Santos.

A TV Brasil e a Rede TV transmitem ao vivo (exceto Maceió-AL). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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E o Pikachu, Jorginho????

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Oportunidade de ouro (para o Damião)

Dam_1651839aNão costumo falar a respeito de especulações sobre a vinda de reforços para o Vasco, ainda mais quando muito badalados. Afinal de contas, todo mundo sabe que a situação financeira do clube não nos qualifica para entrar em disputas salariais contra a maioria dos grandes clubes brasileiros (sem falar no caozinho da “responsabilidade”, que na prática não é bem como pintam e ainda serve como excelente desculpa para fazer contratações raras e de nível duvidoso) e quando surgem boatos sobre contratações de peso, na maioria absoluta das vezes a história termina em decepção para a torcida.

Mas a possível vinda do Leandro Damião merece alguns comentários porque, pelo menos aparentemente, há um fundo de verdade na coisa. A negociação, pelo que tem aparecido na imprensa, realmente existe. E como Damião não está podendo fazer exigências financeiras exorbitantes, pode ser que ele realmente pinte na Colina. Isso, claro, se nenhum dos outros clubes com mais fôlego monetário resolva disputar a contratação.

Agora, se há mesmo a possibilidade do Leandro Damião ser contratado, a questão que realmente interessa é: a vinda do atacante seria um bom negócio para o Vasco?

Que Jorginho precisa de um centroavante, não há quem discuta (exceto os lobotomizados seguidores do Dotô, que mudarão de ideia imediatamente caso a negociação evolua). E Damião, pelo menos em teoria, é um atacante muito melhor que as opções disponíveis no nosso elenco, por pior que seja a fase que o jogador atravessa. Porém, ser melhor que Leandrão ou que o “BalofoThalles” não chega a ser muita vantagem e, mais grave, não garante que o sujeito trará a solução para nosso problema de referência na área.

Pode-se dizer que essa é uma visão pessimista. Mesmo estando longe da sua fase áurea no Internacional, não podemos dizer que Damião esqueceu de como se faz gols. Embora não tenha balançado as redes esse ano – e não podemos ignorar que ele jogou muito pouco nessa temporada – em 2015, por exemplo, ele marcou 18 vezes, ou seja, marcou quase o dobro de gols que o artilheiro vascaíno do ano passado, a lembrar, Rafael Silva (que fez 10 gols). Achar que ele não se sairá melhor que nossos atacantes hoje, jogando uma série B, é ser muito implicante com o cara.

Ainda assim, não podemos esquecer que mesmo aceitando reduzir drasticamente o salário que recebe hoje, Damião será um jogador bastante caro no elenco vascaíno. Ignorando a possibilidade disso gerar um certo incômodo no restante do elenco, uma possível vinda do Damião certamente decretaria o fim das contratações para essa temporada. E por mais que estejamos bem no Brasileiro, temos outras carências no grupo que também precisariam ser resolvidas.

Pesando prós e contras, me parece que se Damião aceitar uma proposta do Vasco, o atacante a princípio terá feito um negócio melhor que o clube. Se jogar a série B e ter um salário reduzido não é o melhor dos mundos para o jogador, fazer parte de um time franco favorito ao título que disputa, numa competição com pressão menor e adversários mais limitados é uma oportunidade de ouro para quem precisa se firmar novamente como um dos grandes nomes da posição no país. Ainda mais sendo em um dos maiores clubes do Brasil, com um vasto histórico em recuperar carreiras desacreditadas e já chegando com moral junto a uma torcida apaixonada. Já do lado do Vasco, teremos um bom reforço, mas que sairá caro para nossa realidade e que, apesar de tudo, é uma aposta: chegando ao time, ele ainda precisará provar, com gols, que sua contratação foi um acerto.

Update: assim que publiquei o post, essa matéria resumiu tudo o que eu tinha falado. Ou seja, mais pessoas chegaram à mesma conclusão que eu. Nada impede que o próprio Damião acabe por se convencer de tudo isso. De qualquer forma, Isaías Tinoco desconversou e disse que não sabe de qualquer proposta feita ao jogador. Atitude normal, ainda mais sabendo-se que outros clubes têm interesse no atacante. Ainda assim, o mais prudente para a torcida é não alimentar esperanças demais. Mesmo que a possibilidade exista, ainda me parece uma contratação difícil de acontecer no atual momento do Vasco.

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Ficou devendo

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Se levarmos em consideração o que aconteceu na última partida do Vasco, é ser exigente demais reclamar do resultado que o time conseguiu na noite de ontem. Uma vitória é sempre melhor que uma derrota e o 1 a 0 diante do Londrina até pode ser comemorado. O “até” fica por conta de mais uma atuação irregular, que nos deixa a impressão de que vencer sem convencer virou uma rotina para a equipe do Jorginho.

Não que o Vasco tenha jogado excepcionalmente mal. Mas disputando uma Série B, tendo o elenco, os salários e a estrutura que tem e, porque não dizer, um treinador que vem colecionando elogios de todos os lados há meses, não dá pra achar normal ver o time ter atuações pouco convincentes por tanto tempo.

Mesmo que não ignoremos os possíveis méritos do adversário para nos complicar a partida e o fato de jogarmos fora de casa, nada justifica termos tido menos posse de bola, termos errado tantos passes e tido apenas sete finalizações (com quatro delas erradas, incluindo aí a que nos rendeu a vitória) nos mais de 90 minutos de partida. Uma coisa ou outra, tudo bem; mas tudo isso junto, para o time que é o favoritíssimo ao título, é complicado de compreender.

Todo vascaíno tem a certeza da volta à elite em 2017, e isso fatalmente irá ocorrer mesmo atuando dessa forma errática até o fim do campeonato. Mas se continuarmos jogando dessa forma, ainda que vençamos todas as partidas que nos restam e sejamos campeões com folga, não vamos poder dizer que foi um título tranquilo. E é esse sofrimento, mesmo com vitórias, que a torcida não quer.

No pré-jogo eu tinha dito que tão importante quanto a vitória contra o Londrina seria o Vasco ter uma atuação que trouxesse de volta a confiança da torcida no time. Os três pontos vieram, mas pelo que vimos em campo, vencer o Londrina foi muito pouco para que voltemos a confiar no Vasco como confiávamos há algum tempo. Ainda ficamos devendo.

As atuações…

Martín Silva – sofreu com o excesso de bolas recuadas, se enrolou em alguns lances e chegou a levar um chute no peito numa saída de bola. Mas trabalho, mesmo, não teve muito: fez uma excelente defesa no primeiro tempo em chute do Keirrison e só.

Madson – não apareceu tanto no apoio como de costume então errou menos que de costume.

Luan – se enrolou em alguns lances, mas se deu bem na maioria dos combates diretos.

Rodrigo – marcou um gol de sorte e perdeu outro feito. Levou dois cartões completamente evitáveis e foi expulso no fim.

Julio Cesar – até apareceu com mais frequência no ataque, mas apenas para errar cruzamentos.

Marcelo Mattos – fez o que tinha que fazer: combater e destruir jogadas. Ironicamente para quem não é famoso por ser bom no fundamento, deu um bom passe para o Leandrão no primeiro tempo. Já o Diguinho, que entrou em seu lugar, ficou cerca de 20 minutos em campo e quase entregou a paçoca ao tentar um lance de efeito na frente da área.

William Oliveira – muito fôlego na marcação, mas pouca efetividade nas vezes em que tenta ajudar na criação. Saiu contundido para a entrada do Julio dos Santos, que procurou ocupar os espaços no meio de campo, mas errou passes demais.

Andrezinho – começou bem, sendo o principal articulador do time. Mas aos poucos foi sumindo do jogo, diminuindo sua intensidade ainda no primeiro tempo.

Nenê – fez muito pouco. Seu único bom lance foi um cruzamento na medida para o Leandrão, que desperdiçou o lance. É a segunda partida do craque do time sem fazer a diferença.

Jorge Henrique – se destacou mais roubando bolas que atacando.

Leandrão – teve duas chances claras para marcar e perdeu ambas, desperdiçando essa raridade que é um centroavante vascaíno receber bolas em boas condições para a finalização. Saiu no final para a entrada do Jomar, que não teve tempo nem para encostar na bola.

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Devolvam-nos a confiança

confiancaNo jogo contra o Paysandu, o Vasco jogava em casa, tinha todos os seus titulares à disposição – ainda que Jorginho, e aparentemente apenas ele, prefira o Madson ao Pikachu – foi à campo com o que podemos considerar sua força máxima para encarar um time que estava no Z4 de um campeonato como a Série B do Brasileiro.

Apesar de tudo indicar que não teríamos muitos problemas para garantir os três pontos, todos se lembram do resultado ao final da partida.

Eis que hoje o Vasco jogará fora de casa contra o Londrina, uma equipe que está a um ponto do G4, com um aproveitamento de 66,6% no seu estádio (perdeu apenas uma partida) e que conta com um atacante como o Keirrison, que mesmo estando longe da sua melhor fase, merece atenção especial.

Olhando esses dois cenários, o que poderá pensar o torcedor do Vasco?

Não falo dos jogadores. O time é pra lá de experiente, é indiscutivelmente bem superior à média dos elencos da competição e, a bem da verdade, está numa posição confortável, tanto na colocação da tabela quanto no ambiente.

Os jogadores não têm muitos motivos para estarem inseguros com relação à partida contra o Londrina. Mas a torcida, ah, essa tem alguma razão se não parecer tão confiante.

Primeiro porque gato escaldado tem medo até de água fria. O time está bem no Brasileiro, mas estar bem numa Série B não passa de obrigação para um clube do tamanho do Vasco. E, ainda assim, já tivemos exemplos de campanhas terríveis mesmo na segundona (2014 ainda está na memória de cada um de nós). Estar bem hoje, é uma coisa…mas jogando da forma como temos jogado e lembrando que perdemos duas das últimas três partidas que disputamos, se continuarmos nesse ritmo não estaremos mais tão bem em muito pouco tempo.

E depois, nunca se sabe se o Jorginho fará para apresentar um “protagonismo” na partida. Essa foi a justificativa do treinador para as alterações insanas que fez no jogo contra o Papão. E isso numa partida em que, mesmo que não estivéssemos criando chances de gol, mantínhamos o adversário em completo domínio. E se mais uma vez demorarmos a marcar um gol logo mais? Quem garante que Jorginho não voltará a trocar volantes por atacantes sem o menor critério?

O grupo sabe que a derrota para o Paysandu foi algo inaceitável para o torcedor e dificilmente o time não fará uma apresentação mais consistente essa noite. E um bom resultado hoje será importantíssimo, não apenas para a nossa classificação, mas também para que o vascaíno volte a ter a confiança que depositava no time há algum tempo. Ainda que seja muito improvável que o Vasco chegue a ter problemas para voltar a elite em 2017, o torcedor não quer mais uma vez passar pelo sofrimento que passamos há dois anos.

Londrina X Vasco

Londrina X Vasco

Marcelo Rangel; Igor Bosel, Matheus, Luizão e Léo; Germano, Rafael Gava e Rondinelly; Zé Rafael, Keirrison (Jô) e Itamar.

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio César; Marcelo Mattos, William Oliveira, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Thalles (Leandrão).

Técnico: Claudio Tencati.

Técnico: Jorginho.

Estádio: do Café. Data: 21/06/2016. Horário: 19h15. Arbitragem: Jose Claudio Rocha Filho. Auxiliares: Fabrício Porfírio de Moura e Leandro Matos Feitosa.

O SporTV transmite para todo o Brasil (exceto PR). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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Será que Jorginho manterá mais uma vez o Pikachu no banco e Madson entre os titulares? Alguém saberia explicar o que leva nosso treinador a insistir com isso?

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Os protagonistas da derrota

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No post de ontem eu comentei que se o Vasco não entrasse em campo com salto alto e respeitasse o adversário, a possibilidade do Paysandu aprontar uma surpresa para nós era remota. E na hora da bola rolar, não podemos dizer que o Vasco foi um time apático. Mesmo que tenhamos mostrado uma incrível incapacidade em criar chances de gol, o desinteresse dentro de campo não foi o problema. Aliás, dessa vez, podemos dizer que a derrota não teve origem nas quatro linhas: se é para apontarmos um responsável pelo 2 a 0 que sofremos do Papão, os dedos devem se dirigir para o treinador do time.

Talvez o Jorginho tivesse algum objetivo desconhecido em mente para essa partida específica. Só isso justifica a adoção do estilo “joelsantanístico” que mostrou, trocando defensores por atacantes como se não houvesse amanhã. Nosso treinador, que muitas vezes foi alvo de críticas por demorar a fazer substituições, resolveu que ontem era o dia para, aos 22 minutos do segundo tempo, se partir para um tudo ou nada desmesurado, como se estivéssemos perdendo por 4 a 0 ou fosse uma final de campeonato e precisássemos desesperadamente da vitória. Só isso justifica deixar o time sem NENHUM volante em campo, faltando mais de 25 minutos para o término da partida.

O time não conseguia criar situações de gol, é verdade. Mas será que Jorginho realmente acreditou que entupir o time com atacantes resolveria a situação? Antes de tirar Marcelo Mattos e William Oliveira, o Vasco penava para ameaçar o Papão, mas praticamente não corria riscos; com Eder Luis e Caio Monteiro, tudo o que conseguimos foi desfigurar o time, embolando um monte de gente na frente (que já estava bastante povoado com praticamente toda a equipe paraense) e abrindo de vez o Vasco para sofrer com os contra-ataques.

A impressão que a dupla Jorginho e Zinho deixou é que, para eles, um empate em casa é algo tão inaceitável que justificaria partir para um tudo ou nada ainda na metade do segundo tempo. Se a dupla acreditou que o Paysandu não teria capacidade para aproveitar os quilômetros de espaço que um Vasco sem volantes deixaria, podemos dizer que o salto alto acabou vindo dos dois treinadores. Não era muito difícil de perceber os riscos que o time passou a correr com as alterações feitas. O desespero pela vitória acabou nos trazendo uma derrota perfeitamente evitável. Seria vergonhoso empatar com o Paysandu em São Januário? Bem pior é perder da forma como perdemos.

Na coletiva, Jorginho disse que sua preocupação era ser protagonista na partida e que se ele errar, será por agir e não por se omitir. Palavras bonitas, mas que não justificam suas alterações. Se preocupar com “protagonismos” agrada a torcida, mas o que realmente importa é conquistar pontos. Na sequência invicta que tivemos, jogamos mal diversas vezes e não saímos derrotados. Seria bom que nosso treinador refletisse um pouco sobre isso daqui pra frente.

As atuações…

Martin Silva – praticamente não trabalhou e não teve culpa nos gols.

Madson – mais um jogo no qual prova ser inexplicável sua permanência como titular tendo Pikachu como opção. Dar a bola para esse rapaz quando ele sobe ao apoio é ter a certeza de cruzamentos ou passes errados. Perdeu um gol feito no primeiro tempo.

Luan – a contar pelo jogo de ontem, queimou o filme da sua pré-convocação para a seleção olímpica. Falhou nos dois gols e até caneta levou.

Rodrigo – no primeiro gol não foi visto e no segundo mais uma vez ficou parado vendo o lance enquanto pedia impedimento.

Julio Cesar – quem é tão pouco efetivo no apoio devia, ao menos, ser constante na defesa. O primeiro gol surgiu de um contra-ataque pela esquerda e quem foi dar o combate foi o Andrezinho. Marcelo Mattos – eu tinha comentado uma vez pelo Twitter que o Marcelo Mattos deve treinar ERROS de passe, dada a frequência com que entrega a bola nos pés dos adversários. Aparentemente o volante se esmerou ainda mais nos treinos essa semana. Foi sacado para a entrada do Eder Luis, que mesmo sendo mais uma opção ofensiva não chegou a compensar a falta de proteção à zaga que sua entrada proporcionou.

William Oliveira – não chegou a fazer algo que mereça destaque, mas enquanto estava em campo com Mattos, não sofremos tanto com os contragolpes. Ou seja, a entrada do Caio Monteiro no seu lugar não se justifica, já que o rapaz só foi notado tentando, sem sucesso, impedir o segundo gol do Paysandu.

Andrezinho – possivelmente o melhor do Vasco na partida, mas pecou no último passe, errando a maioria das tentativas. Não conseguiu impedir o cruzamento que originou o primeiro gol do Papão. Nenê – uma bola na trave nos primeiros minutos da partida, uma ou outra jogada de efeito e mais nada.

Jorge Henrique – se no ataque pouco conseguiu fazer, não seria como volante que faria alguma coisa.

Thalles – reclamam que o garoto não faz nada e é fato que ele poderia se movimentar um pouco mais se não estivesse do tamanho que está. Mas também é fato que o rapaz não recebeu uma bolinha sequer em condições de finalizar. O resultado foi sua substituição pelo Leandrão, que é ainda mais lento que o Thalles e, entrando quando o time já estava uma bagunça completa, mal conseguiu encostar na bola.

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Mais uma vez ficou evidente a necessidade que o time precisa de um centroavante condizente com o tamanho do Vasco. Mas é inegável que esse não é o único problema da equipe. Com a frequência que o nosso meio de campo municia Thalles e Leandrão, mesmo um atacante de qualidade teria problemas para marcar gols. Esse é um problema que uma contratação não resolverá, quem tem que resolver é o Jorginho.

Só um comentário: o rendimento do Vasco nas últimas três partidas é de 33,3%. Disputando uma Série B, isso é mais que o bastante para acender um sinal amarelo na Colina.

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Sem salto alto

saltoO Paysandu, nosso adversário de logo mais na Colina, está mal na competição. Com nove pontos conquistados, o Papão da Curuzu entrará em campo hoje já no Z4, lugar onde permanecerá até pelo menos a próxima rodada se não conseguir arrancar um pontinho do Vasco. E em matéria de arrancar pontinhos na casa do adversário, o time paraense também não tem feito seu trabalho com muita competência, já que tem apenas 13% de aproveitamento (dois pontos em 15 disputados).

E o que a equipe alviceleste poderá fazer contra o líder da competição, que tem quatro vitórias diante da sua torcida e contará com a volta do seu goleiro titular? Seguindo a lógica, se segurar o quanto puder, torcendo para que a pontaria dos atacantes vascaínos esteja naqueles dias horrendos. E, quem sabe, numa dessas coisas que só acontecem no futebol, esperar que os zagueiros cruzmaltinos entreguem a paçoca em algum momento.

Mas, sejamos sinceros, as chances disso acontecer são muito remotas.

Finalmente o Vasco volta a contar com todos os seus titulares (ainda que no quesito centroavante isso não seja muita vantagem) e jogando em São Januário é besteira ficar falando nas possíveis dificuldades que o Paysandu poderá nos trazer na partida. Mesmo que não exista isso de “obrigação de vencer” no futebol, a fragilidade do nosso adversário não nos permite dar desculpas: se não vencermos hoje, não será por conta da qualidade do Papão, e sim, das nossas próprias falhas (que volta e meia aparecem, quer estejamos vencendo ou não).

Então é simples: se o Vasco jogar o que tem condições de jogar, o Paysandu não tem a menor chance de fazer qualquer graça hoje. Se o time do Jorginho deixar o “saltoaltismo” de lado e jogar com seriedade e atenção (ou seja, respeitando o adversário por mais fraco que ele seja), temos tudo para conquistar mais três pontos.

Vasco X Paysandu

Vasco X Paysandu

Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Marcelo Mattos, William Oliveira, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Leandrão (Thalles).

Emerson; Edson Ratinho, Fernando Lombardi, Gilvan e Lucas; Ricardo Capanema, Augusto Recife, Jhonnatan e Raphael Luz (Rafael Costa); Fabinho Alves e Leandro Cearense.

Técnico: Jorginho.

Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Estádio: São Januário. Data: 18/06/2016. Horário: 16h30. Arbitragem: Charles Hebert Cavalcante Ferreira. Auxiliares: Esdras Mariano de Lima Albuquerque e Pedro Jorge Santos de Araujo.

 A TV Brasil e a Rede TV transmitem ao vivo para todo o Brasil (exceto RJ). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

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O Vasco tem vencido, segue líder, etc, etc, etc…mas isso não é motivo para a diretoria esquecer que o time precisa de reforços. Cadê o centroavante que o time ainda precisa? Não vai chegar, não?

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Vitória importante

Eder

Mais uma vez o Vasco não jogou bem e mais uma vez nosso adversário foi melhor por boa parte dos 90 minutos. Mas pelo menos, mais uma vez conseguimos vencer apesar disso tudo. E se pensarmos no momento do time, o 3 a 2 sobre o Náutico foi importante por outros motivos além dos três pontos e da manutenção da liderança, agora isolada.

Não dava pra saber exatamente qual seria a reação do time após a derrota para o Atl-GO. Dizer que está motivado nas entrevistas não significa muito, era preciso mostrar isso em campo. Ainda bem, desde os primeiros minutos deu para ver que, se teríamos problemas com o Timbu, não seria por “traumas pós-perda de invencibilidade”, e sim por conta das limitações que já temos há algum tempo.

Marcamos um gol esquisito logo no começo e depois disso começamos a murrinhar a partida, até o Náutico se empolgar com o jogo e tomar conta das ações. Naquelas condições, o empate parecia questão de tempo e foi mesmo. O gol do Náutico era um retrato do time: uma sequência de desatenções que só nos complicam a vida. Jogando em casa, vimos o time pernambucano dominar a maior parte do primeiro tempo. O 1 a 1 no placar não refletia o jogo, já que em números de finalizações perdemos por 10 a 3.

Já o segundo tempo do time foi outro fator a tornar a vitória importante. Precisávamos ver como o Vasco se comportaria depois de ter sofrido o gol de empate e a reação foi positiva. O time voltou melhor, desempatando a partida logo no primeiro minuto, com Rodrigo. A etapa final foi muito mais controlada e com o Vasco sempre propondo o jogo, até ampliarmos para 3 a 1, com um gol do Eder Luis, tão esquisito quanto o primeiro, não pelo lance em si, mas por quem o marcou.

A vitória veio em boa hora porque batemos um dos nossos concorrentes diretos na luta pelo acesso à Série A, vencemos numa rodada em que o resto dos times do topo da tabela perderam e, principalmente, porque o time não deu sinais de abatimento. Ainda temos problemas: os chuveirinhos na nossa área, mesmo considerando a insegurança do Jordi nesse tipo de lance, foram um problema durante toda a partida porque a zaga não conseguiu se posicionar bem. E ainda sofremos gols idiotas, como o segundo gol do Náutico, que não teria acontecido com a simples inclusão de mais um sujeito na barreira.

De qualquer forma, pelo que vimos ontem, seguimos favoritos.  Por conta dos nossos pontos fortes e apesar dos nossos fracos.

As atuações…

Jordi – fez algumas boas defesas mas demonstrou uma insegurança completa na maioria das bolas alçadas à área, notadamente seu ponto fraco. Nos gols só sendo muito implicante para colocar na conta do jovem goleiro: no primeiro, a bola no primeiro pau não é do goleiro; no segundo, Henrique matou o goleiro ao desviar a bola (mas também não vejo razão para armar uma barreira com apenas dois jogadores numa falta frontal e não tão distante).

Madson – depois de 658 tentativas, acertou um lançamento em cobrança de lateral. Mas isso não é o bastante para justificar sua permanência como titular, já que no resto da partida acertou muito pouco.

Rodrigo – quase entregou a rapadura logo no começo do jogo, mas compensou marcando de cabela o gol da virada.

Luan – teve trabalho com os atacantes do Náutico, principalmente nas jogadas aéreas.

Júlio César – numa arrancada pelo meio fez uma boa jogada individual que quase terminou em gol. Cansou no segundo tempo e deu lugar ao Henrique, que acabou sendo responsável acidental pelo segundo gol do Náutico, ao dar uma bundada na bola e tirá-la do Jordi.

Marcelo Mattos – só por ter evitado um gol ao cortar a bola em cima da linha já justificou sua presença em campo. Mas algum tempo treinando passes certamente não lhe faria mal.

William Oliveira – mais uma vez mostrou personalidade, tanto no combate (quando eventualmente exagera no “não-tem-bola-perdida“), quanto no auxílio à criação, onde não parece estar exatamente bem ambientado. De qualquer forma, por sempre demonstrar raça e ser efetivamente útil ao time (como na assistência acidental para o gol do Chico Bento ontem) entende-se porque é o novo xodó da torcida.

Andrezinho – valeu pela sagacidade no lance em que abriu o placar, mas ao longo da partida não conseguiu encaixar o passe como de costume. Eder Luis entrou em seu lugar e, não apenas voltou a marcar um gol – o que não fazia desde 1973 – como acabou garantindo a vitória vascaína.

Nenê – passou 49% do tempo apanhando e 50% reclamando com o juiz. No 1% restante acertou o lançamento que originou o gol de desempate.

Jorge Henrique – menos coringa que o habitual, teve uma atuação discreta mas eficiente.

Leandrão – antes de sair contundido ainda no primeiro tempo, só foi notado ao tentar, sem sucesso, cortar a bola que originou o primeiro gol do Náutico. Thalles entrou em seu lugar e seria demais esperar que ele fizesse um gol, mas pelo menos buscou mais o jogo e deu uma nova dinâmica ao ataque.

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