Vasco estreia no Brasileirão mais uma vez em meio à incerteza

Incertezas na estreia: se os gestores do Vasco não se resolvem, sobra para Don Ramon e Emiliano quebrarem a cabeça já no primeiro jogo do Brasileiro
Incertezas na estreia: se os gestores do Vasco não se resolvem, sobra para Don Ramon e Emiliano quebrarem a cabeça já no primeiro jogo do Brasileiro (📸 Matheus Lima | Vasco)

Amanhã a estreia do Vasco SAF em Campeonatos Brasileiros completará um ano: no dia 15 de abril de 2023, o cruzmaltino foi à BH e venceu o Galo no Mineirão, ainda na “Era Barbieri“. No pré-jogo, tinha dito aqui no Blog que estrearíamos no Brasileirão entre a alegria e a incerteza.

Hoje, o Vasco gerido pela 777 Partners iniciará seu segundo brasileiro contra o Grêmio, dessa vez em casa. E passados 365 dias (por conta do ano bissexto), a sensação que a torcida tem é que as incertezas continuam e os motivos para se alegrar são menores. Se é que existem.

Ano passado, o jogo contra o Atlético-MG era o retorno do Vasco à elite, depois de amargarmos dois anos na Série B e de um acesso complicadíssimo. Não sabíamos como passaríamos pelo Campeonato, mas disputar a Série A já era motivo de sobra para o torcedor estar radiante e esperançoso.

Mas o restante da temporada foi minando a alegria e a esperança de todos. As expectativas com a 777 não se concretizaram e passamos outro Brasileiro fugindo de mais um rebaixamento, o que só aconteceu – com muita luta – na última rodada.

Mudou o ano e não dá mais pra manter a visão romântica do Vasco empresa. Os processos burocráticos da 777 seguem criando problemas para os responsáveis por reforços e o futebol do clube segue gastando muito e contratando mal. Prova disso? Payet se machucou, desfalca o time contra o Grêmio e, por conta disso, Don Ramon deve escalar um time sem um armador, com três volantes (e um deles pode ser o Zé Gabriel).

No ataque, ainda que tendo mais opções, o quebra-cabeças continua. Até o desprestigiado Rossi pode acabar em campo, ao lado do Pirata e Clayton. David e Adson também disputam a vaga.

Resumindo: o Vasco começa mais um Campeonato Brasileiro com muitas incertezas, com deficiências claras no elenco e sem podermos apontar com um mínimo de certeza com qual esquema entraremos em campo. E isso, contra um adversário quem inicia a competição com status de favorito a pelo menos uma vaga no G4 e que já chega precisando de um bom resultado depois de uma largada terrível na Libertadores desse ano.

Como os gestores da SAF não conseguem fazer seu trabalho a contento, quem tem que se virar é o técnico. Que Don Ramón e Emiliano consigam compensar a incompetência extracampo com a bola rolando.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X Grêmio

Léo Jardim, João Victor, Medel, Léo, Lucas Piton, Zé Gabriel (Mateus Carvalho), Sforza, Galdames (David), Adson, Clayton e Vegetti. Marchesín (Caíque); João Pedro, Geromel, Kannemann e Cuiabano; Villasanti, Pepê e Franco Cristaldo; Gustavo Nunes, Pavón e Diego Costa.
Técnico: Ramón Diaz. Técnico: Renato Gaúcho.
Estádio: São Januário. Data: 14/04/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Flávio Rodrigues de Souza (SP-Fifa). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP-Fifa) e Daniel Luis Marques (SP). VAR: Daiane Muniz (SP-Fifa).
TV: a TV Globo transmite para o RJ e parte da rede. O Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

Vasco x Água Santa: hora de NÃO virar a chave

Suspenso na estreia na estreia pela Copa do Brasil, Zé Gabriel deve voltar ao time contra o Água Santa
Suspenso na última rodada da Guanabara, Zé Gabriel deve voltar ao time contra o Água Santa

É hora do Vasco dar uma parada no Estadual e voltar às atenções para a Copa do Brasil. Mas ainda que seja uma outra competição – e, inegavelmente, mais importante – até que seria interessante se os comandados de Don Ramón não se esquecessem completamente do Carioca quando a bola rolar logo mais, na partida contra o Água Santa.

É bom, por exemplo, não esquecer do que fizemos na última rodada da Guanabara, no 4 a 0 contra a Lusa, principalmente no segundo tempo do jogo: começamos a partida sabendo que precisávamos vencer e fizemos por onde, buscando a vitória e gols por todos os 90 minutos. E hoje será a mesma coisa, já que a única vantagem que temos é jogar em casa. Quem vencer avança para a terceira fase da Copa, quem perder roda e se rolar um empate, a disputa vai pros pênaltis (algo de péssima memória recente para a torcida).

Claro, a situação é bem diferente da tenebrosa “Era Barbieri“. Mas isso não diminui nossa responsabilidade. E não apenas pela vaga na próxima fase da Copa do Brasil. É preciso lembrar que temos uma semifinal no domingo e que uma vitória hoje nos deixará com mais moral pra encarar o Nova Iguaçu.

Don Ramón não terá problemas pra escalar o time, que deve ser praticamente o mesmo que goleou a Lusa. A única dúvida é se Zé Gabriel recupera a titularidade depois de ficar fora da última rodada da Guanabara. Com isso, as chances de termos novamente uma boa apresentação e conseguirmos nos impor diante do Água Santa aumentam. Basta que o time não vire completamente “a chave” e mantenha a pegada do Carioca nessa partida pela Copa do Brasil.

Copa do Brasil 2024

Vasco X Água Santa-SP

Léo Jardim, Paulo Henrique, João Victor, Medel, Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel (Sforza), Galdames, Payet; Adson e Vegetti. Ygor Vinhas, Artur, Roger Carvalho, Wálber e Gabriel Inocêncio; Igor Henrique, Cristiano e Luan Dias; Neilton, Júnior Todinho e Bruno Xavier.
Técnico: Ramón Díaz. Técnico: Bruno Pivetti.
Estádio: São Januário. Data: 07/03/2024. Horário: 20h. Arbitragem: Rafael Rodrigo Klein (RS-Fifa). Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e Tiago Augusto Kappes Diel (RS).
TV: O SporTV e o Canal Premiere transmitem para assinantes de todo o Brasil.

Vasco vence o Cuiabá e segue na briga

Finalmente: depois de mais de nove meses no clube, Orellano marca seu primeiro gol com a camisa do Vasco
Finalmente: depois de mais de nove meses no clube, Orellano marca seu primeiro gol com a camisa do Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

No primeiro turno, o Vasco estava em uma situação bastante complicada quando encarou o Cuiabá. Punido, estava proibido de jogar em São Januário, faria seu primeiro jogo depois do fim da “Era Barbieri” e, depois de uma partida horrorosa, conseguiu uma vitória pelo placar mínimo, que nem fez com que, à época, saíssemos do Z4.

Um turno inteiro depois, a situação do Gigante é a mesma. Tanto que a descrição do jogo de ontem, mais de quatro meses depois do primeiro confronto entre as equipes neste Brasileirão, é quase a mesma: em situação complicada na classificação e jogando fora de casa, o Vasco fez uma partida muito ruim e nem mesmo a vitória – essa, por 2 a 0 – foi o suficiente para nos tirar da “zona da confusão“.

Também como no primeiro jogo, a vitória só serve como alívio ao torcedor. Faltando sete jogos para o fim do Brasileiro e a três pontos da 16ª colocação, o futebol apresentado, ainda que tenhamos vencido, nem de longe foi o suficiente para nos permitir ter aquela confiança de que venceremos mais quatro jogos até o fim da competição.

Depois de um primeiro tempo que mais lembrou um jogo de início de temporada de tão sem graça que foi, nem o chorado primeiro gol do Pec ou o belo gol do Orellano no fim do jogo foram o bastante para fazer ignorar o sufoco que nos permitimos passar por quase toda segunda etapa, mesmo contra um adversário que precisou lutar tanto contra nossa defesa quanto com suas próprias limitações.

O que nos faz pensar: se passamos um sufoco contra o Cuiabá, de onde vamos tirar pelo menos 8 pontos – já pretensiosamente considerando certos os três pontos contra o Coelho na Colina – nos jogos contra Botafogo, Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio e Furação, os três últimos como visitante?

É por isso que a vitória de ontem foi importantíssima, mas apenas para nos manter respirando na briga pela permanência na elite. E como essa luta é contra três campeões brasileiros (com alguns deles tendo resultados surpreendentes dadas as suas campanhas até aqui), fica claro que o Vasco precisará mostrar mais se quiser mesmo escapar da degola.

As atuações:

Léo Jardim – teve um pouco menos de trabalho que nos últimos jogos, mas como sempre fez defesas importantes.

Paulo Henrique – deu algumas vaciladas na defesa e errou passes demais no começo do jogo, mas foi importante no lance do primeiro gol, fazendo uma jogada de (quase) linha de fundo e cruzando pra área. Deu lugar ao Léo, quando Don Ramón resolveu fechar mais seu time para segurar o resultado. Não comprometeu.

Medel – mais uma partida na qual mostrou sua importância para o time, tanto pela liderança quanto pela entrega.

Maicon – começou aparentemente nervoso, tomando um drible desclassificante do Deyverson. Mas se recompôs e jogou com firmeza.

Lucas Piton – o que não teve de efetivo no apoio como costuma ser compensou com maior participação defensiva.

Zé Gabriel – teve problemas com a saída de bola, mas iniciou a jogada do primeiro gol acionando o PH com um bom lançamento.

Praxedes – ainda que não tenha feito por merecer muitos elogios, pelo menos foi o único que tentou fazer alguma graça no terrível primeiro tempo do jogo, arriscando duas finalizações de fora da área.

Paulinho – discretíssimo, mas esforçado, não contribuiu muito até dar lugar ao Orellano, que finalmente marcou seu primeiro gol pelo Vasco em bela jogada individual, driblando meio setor defensivo do Cuiabá.

Gabriel Pec – fazia uma partida sem muito destaque até abrir o placar mostrando bom posicionamento. Depois disso, voltou a não fazer muita coisa. Deu lugar ao Pumita na reta final do jogo e não chegou a aparecer (e, não atrapalhando, já ajudou).

Erick Marcus – tão sem destaque quanto o Pec, com a diferença que não marcou gol. Deu lugar ao Payet, que entrou em um momento do jogo no qual seria difícil fazer alguma coisa, com o Vasco sendo acuado pelo adversário.

Sebastián – uma amostra da sua eficiência no ataque foi sua participação no gol do Pec, quando não conseguiu empurrar a bola pra rede quando estava sozinho, acertando a trave. Alex Teixeira o substituiu e ajudou um pouco mais, mas foi prejudicado pela pouca eficiência do time em conseguir contra-ataques.

Chegou a hora do Vasco vencer fora de casa e ficar fora do Z4 de vez

Búfalo contra o Coelho: Díaz deve repetir o time da vitória sobre o Coxa e Rossi segue titular contra o América-MG
Búfalo contra o Coelho: Díaz deve repetir o time que goleou o Coxa e Rossi segue titular contra o América-MG (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Entre os nossos atuais concorrentes no Z4, o América Mineiro, nosso adversário de hoje, é o que tem o melhor desempenho no returno. Ainda que esteja atrás do Santos na classificação e que tenha perdido seu último jogo – para o RBR, em casa – o Coelho só não fez mais pontos que o próprio Vasco.

Além disso, é preciso lembrar que mesmo que o time do Don Ramón seja completamente outro na comparação com o time da Era Barbieri, o Vasco como visitante continua mais fraco que o América como anfitrião. Com duas derrotas e dois empates longe do Rio, o “pruefessor” ainda precisa fazer sua equipe mostrar serviço fora de casa.

E o melhor momento para o Vasco começar a fazer uma graça longe da Colina é hoje, na Arena Independência. Não apenas porque será nosso passaporte para fora do Z4, mas também porque mantermos o Coelho distante e seguiremos no embalo depois de duas goleadas seguidas.

Díaz não deve mexer em time que está vencendo (e goleando) e deve repetir os 11 que sapecaram cinco gols pra cima do Coxa. Então, o resto fica por conta dos jogadores. É manter a intensidade e o faro de gol mostrados na última rodada. E não esquecendo que o América, independente das suas fragilidades, está no desespero e será um adversário perigoso.

A torcida fez uma grande festa na Colina Histórica na última quinta. Uma parte menor da nossa torcida também estará lá em Belo Horizonte e certamente estará onde o Vasco estiver. Chegou a hora do time retribuir em campo todo o apoio que os vascaínos (sempre) deram nas arquibancadas.

AMÉRICA-MG X VASCO

Local: Arena Independência.
Horário: 20h (de Brasília).
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC-Fifa).
Assistentes: Luanderson Lima dos Santos (BA-Fifa) e Alex dos Santos (SC)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS-VAR-Fifa).

AMÉRICA-MG: Matheus Cavichioli, Éder, Ricardo Silva e Maidana; Daniel Borges, Breno, Juninho, Martínez, Rodriguinho e Felipe Azevedo; Mastriani (Varanda).
Técnico: Fabián Bustos.

VASCO: Leo Jardim, Puma, Medel, Leo e Piton; Zé Gabriel, Paulinho e Praxedes; Payet, Rossi e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: o Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

Botafogo 2 x 0 competitividade: Vasco segue sua sina no Brasileirão

Alex Teixeira na derrota no Engenhão: outra atuação apagada e um gol perdido que trouxe aos vascaínos #DiegoSouzaFeelings
Alex Teixeira na derrota no Engenhão: outra atuação apagada e um gol perdido que trouxe aos vascaínos #DiegoSouzaFeelings (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Tirando aquela galera que acredita cegamente na história de que “clássico nivela as coisas“, o 2 a 0 que o Botafogo aplicou no Vasco não chegou a ser surpreendente. Os dois times estão onde estão por seus próprios méritos e não há como achar anormal a vitória do líder do campeonato, jogando em casa, contra um time que precisa lutar pra sair do Z4.

Óbvio que a superioridade alvinegra foi evidente: em um duelo entre uma equipe bem treinada e outra que a cada partida parece estar jogando junta pela primeira vez, nada mais natural que a primeira domine amplamente o confronto. O problema foi a impressão de que, com um pouco mais de atenção e capricho, as coisas poderiam ser diferentes.

PODERIAM ser diferentes se, como no primeiro tempo, conseguíssemos suportar a pressão botafoguense. Se não cometêssemos erros como no primeiro gol, quando nossa defesa (ou, dando nome aos bois, na desatenção do Puma) foi envolvida de forma infantil em uma triangulação e – impossível não citar – a bola terminar na rede depois de passar por baixo das pernas do nosso goleiro.

Ou então, no lance que tivemos a chance de empatar e, tendo apenas o goleiro à frente, Alex Teixeira perdeu a oportunidade mais clara do Vasco. Pra culminar, aquele golzinho nos acréscimos, já uma tradição pra gente, com mais uma falha clamorosa do lateral uruguaio.

Mesmo que a derrota não viesse e ganhássemos um pontinho insuficiente para melhorar nossa classificação, isso não mudaria o mais grave: estamos na 13ª rodada do Brasileiro, a não sei quantas no Z4 e o máximo de competitividade que conseguimos mostrar até agora é aguentar a pressão dos adversários. Isso, claro, até cometermos alguma falha bisonha que põe tudo a perder. Seja contra os líderes, seja contra time que jogaram no meio da semana ou até mesmo com equipes que não estão bem na competição.

Enquanto isso, seguimos esperando a 777 apresentar um novo treinador.

As atuações

Léo Jardim – levar um gol por baixo das pernas sempre queima o filme de um goleiro. Mas como sempre, não fosse pelo Jardim, o Vasco teria saído de campo com uma derrota ainda mais contundente.

Puma Rodríguez – há laterais que compensam limitações na marcação sendo bons apoiadores; há laterais que compensam a timidez no ataque sendo bons na defesa. E há o Puma, que não acerta nada. Ontem, além de ser uma nulidade no apoio, o uruguaio falhou amadoramente nos dois gols.

Robson – não teve participação em mais uma derrota por se contundir cedo e dar lugar ao Manuel Capasso que vinha jogando com atenção, mas tentando ajudar o time a atacar, perdeu a bola que originou o segundo gol.

Léo – sem relação direta nos gols, fez o que pôde na zaga e até, como sempre, ajudando na saída de bola. Mas não tem como fazer milagres com o time tendo tantas falhas individuais.

Lucas Piton – não comprometeu defensivamente e apareceu diversas vezes no apoio. Se acertasse os cruzamentos poderia ser útil.

Zé Gabriel -pra mim, o Zé Delivery sempre tem atuações acima das expectativas, porque nunca espero nada dele. Mas dentro das suas limitadas capacidades, não chegou a ser um desastre. Eguinaldo entrou em seu lugar no fim e fez o que costuma fazer: nada.

Marlon Gomes – uma pena o garoto ser uma ilha de qualidade cercada por incompetentes por todos os lados. Além de ser o único a tentar dar alguma velocidade na transição ao ataque, ajudou como pôde no combate e recuperou bolas importantes.

Alex Teixeira -se tivesse sido apenas apagado e irrelevante como infelizmente temos nos acostumado, tudo bem. Mas o gol perdido à la Diego Souza na Libertadores sacramentou de vez uma atuação catastrófica do AT. Deu lugar ao Carabajal, que não fez muita coisa (e provavelmente nem capacidade para isso teria), mas pelo menos tentou dar um ritmo ao meio de campo e segurar a bola no campo alvinegro.

Figueiredo – muito esforço para apenas irritar a torcida. Muitos erros de passe, decisões equivocadas e finalizações sem qualquer perigo. Deu lugar ao Erick Marcus, que não acertou nada e ainda perdeu uma bola perigosa ao tentar – mostrando seu excesso de confiança habitual – sair driblando na frente da nossa área.

Orellano – a cada partida vai confirmando seu destino de tirar do colombiano Montoya o título de “maior enganação gringa já contratada pelo Vasco“. Pode ser que ainda mostre o potencial esperado? Talvez. Mas mantendo o nível de atuação de ontem (quando, mais uma vez, não conseguiu fazer nada), seguirá sendo apenas sendo lembrado como “aquele argentino que veio a peso de ouro e não passou de reserva do Pec“. Foi substituído pelo Rayan, que mostrou que não deveria ter saído do time, seja jogando pelo lado do campo, seja como centroavante: no pouco tempo que esteve em campo, mostrou mais vontade de fazer algo que os outros dois atacantes titulares ontem.

Pedro Raul – mostrou uma dificuldade impressionante com seu instrumento de trabalho: ontem o centroavante mostrou que tem uma relação complicada com a bola, não conseguindo dominá-la, passá-la ou mesmo ficar próximo dela quando estava na área adversária. E quando não estava cercado de marcadores adversários sem fazer nada era menos pior, já que a cada toque na bola era o fim de uma jogada de ataque e o início de um contragolpe alvinegro.

Batista ousa pelo Vasco no ‘Clássico dos Interinos’ contra o Bota

William Batista segue comandando o Vasco no clássico contra o Botafogo
William Batista deve apostar em um Vasco mais ofensivo no clássico contra o Botafogo (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Um dos temas mais comentados sobre esse Botafogo x Vasco de hoje é a coincidência dos times se encontrarem, ao mesmo tempo, sob comando de técnicos interinos.

O problema – e que infelizmente no lado vascaíno da questão – é que a coincidência acaba aí.  Os motivos para as saídas dos técnicos dos dois lados são opostos: enquanto o alvinegro perdeu Luís Castro por conta da competência do seu trabalho no alvinegro, Marcelo Barbieri foi demitido por ser incapaz de trazer resultados ao Vasco.

E o trabalho dos que saem impacta diretamente o trabalho de quem assume. Ainda que a saída do “mister” Castro possa abalar um pouco o Botafogo, basta olhar a tabela do Brasileiro pra ver qual interino terá mais tranquilidade hoje. Um, assume o líder do campeonato com folgas jogando em casa; o outro, pega faz o segundo jogo com um time que, mesmo se vencer, só uma combinação de resultados bizarra conseguirá tirar do Z4.

Azar do William Batista, que chega a esse Clássico da Paz em um momento bem diverso do primeiro do ano, no qual o Vasco venceu pela Taça Guanabara. E mesmo que a vitória na rodada passada tenha trazido alguma paz ao time e que ele tenha tido uma semana para treinar a equipe, o abismo entre seu time e o adversário não é seu único problema. Contundido nos treinos dessa semana, Jair não joga. Zé Gabriel, que deve fazer milagre nos treinamentos, é o mais cotado para assumir a vaga. Com Pec suspenso, o filé de borboleta argentino Orellano deve ser titular. Outra novidade deve ser a volta do Pedro Raul ao comando do ataque. E a única explicação possível para o Rayan perder a posição deve ser o desejo de trazer mais experiência ao time em um clássico pra lá de complicado.

A expectativa é que Batista monte um time mais ofensivo, com o recuo do Alex Teixeira para o meio. A falta de criatividade crônica do Vasco justifica a mexida, mas a questão é saber se ela será o bastante para, ao mesmo tempo, superar a melhor defesa do Brasileiro sem fragilizar ainda mais o nosso sistema defensivo (atualmente o terceiro pior da competição). Só saberemos se o interino do nosso lado escolheu o adversário ideal para ousar quando a bola estiver rolando.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
BOTAFOGO X VASCO

Local: Engenhão.
Horário: 16h (de Brasília).
Árbitro: Raphael Claus (Fifa-SP).
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP) e Daniel Paulo Ziolli (SP).
VAR: Rodolpho Toski Marques (Fifa-PR).

BOTAFOGO: Lucas Perri, Rafael, Víctor Cuesta, Adryelson e Hugo; Tchê Tchê, Marlon Freitas e Eduardo; Júnior Santos. Tiquinho Soares e Víctor Sá.
Técnico: Cláudio Caçapa (interino).

VASCO: Léo Jardim, Puma Rodríguez, Capasso, Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel, Marlon Gomes e Alex Teixeira; Orellano, Pedro Raul e Figueiredo.
Técnico: Willian Batista (interino).

Transmissão: A Rede Globo transmite para RJ, RS, SC, PR, ES, MT, BA, SE, PE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AP, AC, DF e MG (Juiz de Fora). O Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

Vasco 1 x 0 Cuiabá: feio, mas necessário

Jair na cobrança de pênalti que garantiu a vitória sobre o Cuiabá e o fim da vergonhosa sequência de derrotas vascaínas
Jair na cobrança de pênalti que garantiu a vitória sobre o Cuiabá e o fim da vergonhosa sequência de derrotas vascaínas(📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Pelo primeiro tempo do confronto entre Vasco e Cuiabá, a única impressão que tive foi de como a justiça desportiva foi altruísta em impedir que algum torcedor pagasse para passar por tamanha tortura. O sofrimento de um vascaíno que estivesse presente no Luso-Brasileiro só não seria maior que o da bola, que foi na maioria do tempo covardemente agredida pelos 22 sujeitos em campo.

Levando-se em consideração que o interino William Batista não teve tempo para fazer nada com a equipe, o que qualquer espectador mais ou menos atento perceberia é que o Vasco parece um time que nunca atuou ou mesmo treinou junto. Fomos em grande parte do jogo um amontoado de caras que não marca direito e, obviamente, “constrói” (haja aspas!) jogadas ainda pior. Não à toa, o Cuiabá foi menos ruim que nós na primeira etapa.

No segundo tempo, uma melhora ínfima. Ainda dependíamos muito das correrias do Pec ou de lampejos do Rayan. Trocar três passes efetivos era praticamente uma impossibilidade. Tanto que a vitória veio num completo acaso, com um pênalti acidental e que dependeu do VAR (milagre!) para ser marcado. Pelo menos, foi o único momento no qual o termo COMPETÊNCIA pode ser empregado a nosso favor: a cobrança do Jair foi perfeita.

A vitória pelo placar mínimo era o máximo que poderia acontecer ontem, dada a decepcionante apresentação do Vasco (sob muitos aspectos, pior que muitas da Era Barbieri). Ainda assim, fazer o dever de casa já é uma evolução para um time que, em plena 11ª rodada do Brasileirão, não tinha vencido como anfitrião. Foi feio, foi irritante, mas foi necessário.

Porém, não podemos esquecer que ainda não temos qualquer motivo para comemorar, já que os três pontos sequer nos tiraram do Z4. Claro que não se pode responsabilizar o Batista pelo que vimos ontem, mas o interino precisará mostrar algum serviço nesses seis dias que terá antes do confronto com o Botafogo. Isso porque, obviamente, será bem mais complicado “achar” uma vitória como a de ontem contra o alvinegro.

As atuações

Léo Jardim – depois do ocorrido no jogo contra o Goiás, sempre rolava um frio na barriga quando o Cuiabá chegava com perigo. Mas o camisa 1 não chegou a ter problemas na partida.

Puma Rodríguez – passou boa parte do tempo irritando a torcida com suas decisões equivocadas quando subia ao apoio. Mas não chegou a comprometer.

Robson – outro que provoca calafrios na torcida. Não chegou a vacilar gravemente, mas deu alguns moles ao longo do jogo.

Léo – tem que passar segurança ao time por ele e por seu companheiro de zaga. E conseguiu.

Lucas Piton – não teve problemas com a parte defensiva, mas não conseguiu ser efetivo no apoio.

Jair – vinha fazendo uma partida bem apagada, aparentemente sem muito empenho no combate e não conseguindo ajudar na criação. Compensou cobrando com perfeição uma penalidade de grande responsa.

Figueiredo – muito empenho, pouca efetividade, como sempre. Acabou sendo decisivo ao sofrer o penal que nos garantiu os três pontos. Galarza entrou em seu lugar para reforçar a defesa no fim do jogo e não chegou a se destacar.

Marlon Gomes – tentou ajudar na criação e dar maior velocidade na transição ofensiva, mas poderia ter sido mais eficiente. Deu lugar ao Zé Gabriel, que deve ter chances no time antes do Cocão porque o Barbieri deixou instruções para o Batista.

Alex Teixeira – passou o primeiro tempo em branco, sem conseguir fazer nada. No segundo tempo apareceu mais, mas foi pior: perdeu um gol feito e desperdiçou um ótimo contra-ataque segurando demais a bola. Eguinaldo o substituiu e emulou o primeiro tempo do Alex: quase não apareceu.

Gabriel Pec – foi quem mais levou o time a frente, explorando jogadas pela lateral do campo e dando trabalho à marcação do Cuiabá. Mas perdeu um daqueles gols que só ele sabe perder. Deu lugar ao Paulo Henrique no fim do jogo e o lateral sequer foi citado pela transmissão.

Rayan – mesmo sem marcar gols, segue mostrando merecer a titularidade. Mas ficou no quase: quase marcou um golaço enfileirando os zagueiros adversários e quase fez uma assistência para deixar o Pec na cara do Gol. Em outra alteração no estilo Barbieri, foi substituído pelo Erick Marcus que não justificou em momento algum sua entrada no jogo.

Interino precisa transformar crise da 777 em oportunidade para o Vasco

O interino William Batista tem a missão de encerrar a vergonhosa sequência de derrotas do Vasco no Brasileiro
O interino William Batista tem a missão de encerrar a vergonhosa sequência de derrotas do Vasco no Brasileiro (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

A 777 Partners, do alto do seu know-how desportivo global e de pilhas de estatísticas embasadas por algoritmos misteriosos, achou por bem contratar o novato Maurício Barbieri para comandar um elenco de centenas de milhões de Reais da equipe que seria seu cartão de visitas no mercado brasileiro do futebol.

Uma campanha apenas medíocre no Estadual e uma eliminação precoce na Copa do Brasil – no nível Baraúnas/XV de Campo Bom/Gama de humilhação – não foram o bastante para que os executivos da 777 achassem que seus planos precisassem de um ajuste de rota. Afinal de contas, o importante esse ano é fazer um bom Campeonato Brasileiro.

Aí o Vasco do Barbieri surpreendeu no início do Brasileirão, fazendo mais pontos que o projetado para as primeiras rodadas, mesmo contra adversários complicados e em partidas como visitante. Era a prova que os executivos precisavam de que “a rota” estava correta.

Mas então vieram as derrotas. Em São Januário, fora dele, contra times no topo ou no fosso da tabela. Uma, duas, três, mais… A resposta dos executivos? Manter fé “no processo” esperando atingir o “propósito“. Chegar no Z4? Sofrer uma goleada ridícula em um clássico? Atingir o recorde negativo de derrotas em sequência? Nada disso foi o bastante para que a tal “mudança de rumo” fosse implementada.

A derrota para o Internacional, a quinta seguida do time, seria o momento ideal: resultados pífios, mudanças infrutíferas na equipe e com dez dias para um novo treinador tentar fazer o time render o que pode. Mas a 777 apostou no “processo“, manteve a rota e aconteceu o óbvio. Adiar a demissão do Barbieri serviu apenas para que o Vasco perder mais três pontos em casa para um concorrente direto, perder tempo na competição e pior, perder o mando de campo e sua torcida.

Quem gerencia o futebol do Vasco perdeu vários momentos para a troca do comando do time. Essa falta de visão da 777 em identificar o momento certo para agir pode ter prejudicado a vida do William Batista, que comanda  o Vasco contra o Cuiabá, hoje. Mas o técnico interino, que poderia ter mais tempo para tentar fazer mudanças necessárias ao time, pode fazer diferente dos executivos e encarar a partida de hoje como uma oportunidade de ouro.

Não por ser uma chance de mostrar nos profissionais o bom trabalho feito no sub-20 do clube. Mas a chance de promover a virada que o Vasco precisa fazer o mais rápido possível. E o Cuiabá é talvez o adversário ideal para isso. Sendo a primeira fora do Z4, é exatamente  a equipe da qual precisamos nos aproximar. E, sendo realista, nada melhor para iniciar uma arrancada na competição que ter um jogo em casa contra um adversário também pressionado pela classificação.

Acostumado com a molecada e adepto de formações ofensivas na base, Batista deve priorizar a juventude e “devolanatizar” o time na escalação de hoje. Sem ter confirmado os titulares, o interino pode tanto voltar a escalar três atacantes como também voltar com Pec ao time, dar uma chance ao Erick Marcus e seguir com o Rayan no ataque, mantendo Pedro Raul no banco. Dos mais experientes, a volta do Jair após suspensão deve ser garantida, mas jogando atrás do Marlon Gomes. Uma aposta no sangue novo que, dando resultado, dará mostrará uma coisa: que se o Vasco depende tanto de jogadores da base, a primeira centena de milhões investidas na montagem do elenco foi, no mínimo, ter sido melhor gasta.

Nem é o momento de falar em “se“, aliás; as decisões do William Batista PRECISAM dar certo. O Vasco já perdeu tempo demais no Brasileiro com as apostas da 777 e o resultado foi colocar o time afundado na tabela e na crise. O interino precisa mostrar, na prática, que pode fazer dessa crise, uma oportunidade.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x CUIABÁ

Local: Estádio Luso-Brasileiro.
Horário: 21h (horário de Brasília).
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (RS).
Assistentes: Nailton Júnior de Sousa Oliveira (CE-Fifa) e Maira Mastella Moreira (RS).
VAR: Thiago Duarte Peixoto (SP).

VASCO: Léo Jardim, Pumita, (Robson), Lucas Piton; Matheus Carvalho (Zé Gabriel), Jair, Marlon Gomes, Gabriel Pec, Erick Marcus (Alex Teixeira) e Rayan.
Técnico: William Batista (interino).

CUIABÁ: Walter, Matheus Alexandre, Empereur, Allyson e Rikelme; Fernando Sobral, Filipe Augusto e Denilson; Emerson Ramon, Wellington Silva e Deyverson.
Técnico: António Oliveira.

Transmissão: o SporTV e o Canal Premiere transmitem a partida.

Seis derrotas e um funeral

Marlon Gomes em ação: sua substituição na derrota de ontem foi um dos últimos atos – equivocados – do Barbieri no comando do Vasco (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

A derrota de ontem do Vasco para o Goiás, por 1 a 0, não foi muito diferente de outras tantas na inacreditável sequência de seis fracassos que somamos nesse Brasileiro. Excetuando a falha de onde menos se esperava – faz tempo que o Léo Jardim era o jogador mais regular do time – o time do Barbieiri foi aquele deserto de ideias que forma um time que, se não pode ser acusado de sem vontade, ao mesmo tempo é adepto de um “aramelisismo” impressionante.

Por muito tempo, essa disposição e até o domínio vascaíno em alguns jogos deve ter sido a desculpa para que não houvesse uma “mudança de rumos” na equipe. Aquele “os resultados não refletem o que o time produziu“, uma falácia que não tem qualquer serventia prática e repetida nas coletivas em praticamente todas as rodadas desse Brasileirão, pode até continuar a ser dita após os jogos do Vasco. Mas não será mais pelo Maurício Barbieri.

A pergunta que fica é porque esperar 11 rodadas, ver o Vasco ter o pior início de Brasileiro e bater o recorde de derrotas em sequência na competição para que fosse decretada o falecimento da “era Barbieri“. A campanha no Estadual, na qual o Vasco só fez o mínimo (e a duras penas), não devia ter servido como chancela para o trabalho realizado. Pelo contrário, deveria ter colocado uma gestão mais realista em alerta: gastou-se uma centena de milhões de Reais para montar uma equipe com claras limitações e contratar um técnico que não fez muita coisa além de  treinar (?) um time que só sabe alçar bolas à área adversária e que sempre vacila e toma gols bastante evitáveis.

Pode-se enxergar a demissão do Barbieri como um ponto positivo na derrota de ontem. Seria um “antes tarde do que nunca“. Mas e se já for tarde demais? Quase 30% do campeonato já se passou e nosso desempenho não chega a 20%. Para chegar aos mágicos 45 pontos, nosso desempenho até o fim da competição precisa chegar próximo aos 50%.

E caberá aos executivos que comandam o futebol da SAF realizar a mudança de rumo necessária para isso. Os mesmos executivos que acreditaram que um perdido Barbieri conseguiria fazer o time render mais. Os mesmo que precisarão reforçar o time na janela e encontra um novo comandante que consiga fazer uma virada de chave na equipe que, no curto prazo, parece ser uma missão das mais complicadas. Ainda mais depois dos incidentes de ontem em São Januário que, como sabemos, deverão ser punidos exemplarmente e provavelmente tirarão o apoio da torcida na nossa casa por um bom tempo.

Como confiar que tais “profissionais” saberão escolher bem os nomes para essa virada de chave? Nesse momento, é muito difícil. Ainda mais no cenário que se apresenta: que técnico capacitado ou jogador de qualidade aceitará assumir uma responsabilidade – e as inevitáveis cobranças – como essa?

As atuações

Léo Jardim – é o que chamam de ironia do destino: justamente o jogador que, evitando que o Vasco fosse goleado algumas vezes na competição, ajudou a manter o Barbieri no cargo por mais tempo, acabou sendo decisivo na derrota que deu um ponto final na passagem do técnico pela Colina. A finalização que originou o gol do Goiás pareceu ser bem defensável.

Puma Rodríguez – o esquema do Barbieri dá toda liberdade que o uruguaio precisa para atacar. O problema é que ele usa essa liberdade errando um monte de passes e cruzamentos e, eventualmente, tentando finalizações impossíveis com resultados inacreditáveis. E justo quando ele acertou alguma coisa – a cobrança de falta que originou o gol do Andrey -o lance foi invalidado pelo VAR. Figueiredo o substituiu e, entrando com o time já no modo desespero, não conseguiu ajudar muito. Cobrou uma falta com relativo perigo.

Miranda – sempre preocupa quando é escalado, mas ontem não chegou a comprometer (até porque o Goiás nem deu tanto trabalho assim). Ainda assim, errou alguns passas inaceitáveis quando tentou ajudar na saída de bola.  Orellano entrou em seu lugar com o time já perdendo e, obviamente, não conseguiu fazer nada em uma equipe já detonada emocionalmente.

Léo – também não comprometeu. Terminou praticamente como um meia, as vezes até a frente de alguns volantes.

Lucas Piton – assim como seu companheiro na lateral direita, teve muita liberdade para apoiar e pouquíssima precisão na conclusão de jogadas (o que vai continuar acontecendo enquanto preferir chuveirinhos da intermediária a avançar até a linha de fundo).

Zé Gabriel– como a expectativa que gera é nula, quando não faz uma besteira colossal acaba não decepcionando quando não passa do feijão com arroz sem tempero, que é o que tem capacidade de fazer.

Mateus Carvalho  – vinha sendo o mais eficiente na proteção à zaga e foi substituído inexplicavelmente em um momento no qual não havia a menor necessidade, comprovando a falta de percepção do Barbieri sobre o que acontecia em campo. Três minutos depois da sua saída, o Goiás marcou um gol em chute de longa distância. Erick Marcus entrou em seu lugar e, não sei quanto a vocês, mas o estilo “mini-Singer” do rapaz, que se fundamenta em ficar costurando a marcação com muito pouca objetividade, já me irrita profundamente.

Andrey Santos – fechou sua volta ao clube de forma melancólica: ainda que tenha ajudado na construção de jogadas e marcado um gol anulado pelo VAR, não conseguir fazer o bastante para que o time evitasse a derrota para um adversário bastante limitado. Com o amarelo que levou, não volta a atuar pelo Vasco nessa segunda passagem.

Marlon Gomes – vinha sendo o meia que mais dava trabalho à defesa goiana e também fazia um bom trabalho na marcação. Outro a ser sacado sem qualquer motivo aparente para a entrada do Pedro Raul, que manteve o nível de eficiência ao qual já nos acostumamos: zero.

Alex Teixeira – talvez tenha sido a partida na qual mais se entregou no jogo, disputando as jogadas, ajudando a marcar a saída de bola e aparencendo em condições de finalizar (infelizmente, na maioria em cabeçadas, já que o Vasco do Barbieri só sabe fazer cruzamentos aleatórios para a área). Cansou na metade final do segundo tempo e deu uma sumida.

Rayan – quase marcou duas vezes (numa delas, marcaria um golaço) e não fugiu da partida em momento algum. Logo depois da entrada do Pedro Raul, acabou dando lugar ao Gabriel Pec, que não justificou sua entrada em campo, ainda que tenha tido tempo suficiente para mostrar algum serviço.

Para o Vasco, vencer o Goiás é o único resultado aceitável

Contra o Goiás, o jovem Rayan segue titular no comando do ataque vascaíno.
Contra o Goiás, o jovem Rayan segue titular no comando do ataque vascaíno (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Dez dias depois da sua última partida pelo Brasileirão, o Vasco volta a campo para encarar o Goiás, em São Januário. A princípio, o tempo entre um jogo e outro deveria ser algo positivo para Maurício Barbieri e sua equipe.

Na prática, sabemos que não. O Vasco é o time que mais tem tempo para treinar na Série A e, aparentemente, quanto mais treinos faz, pior fica. Então, é complicado esperar que a torcida creia que esses dez dias façam alguma diferença no confronto de hoje. Mesmo contra um adversário que está em uma situação – quase – tão ruim quanto a nossa, que não vence há quatro rodadas (nós perdemos as cinco últimas) e que ainda não venceu fora de casa.

E os problemas não são apenas da aparente incapacidade do Barbieri fazer seu time jogar bola. O elenco montado com uma centena de milhões de Reais também evidencia seus problemas. Bastaram alguns desfalques para que o treinador tenha que se virar para manter seu 4-4-2 falso (porque, na realidade, é um 3-5-2): um lateral talvez não jogue? Barbieri improvisará um jovem, centroavante de origem, na posição; faltaram dois zagueiros? Talvez a solução seja outro vindo da base; o meio de campo? Formado por quatro volantes, o que deve manter a já conhecida falta de criatividade no setor. No ataque, o “disputado” vice-artilheiro do Brasileirão passado segue no banco porque perdeu a vaga para um garoto que nem idade pra dirigir tem.

Se vai dar certo? TEM que dar. Mesmo uma vitória hoje não nos tira do Z4 e a uma considerável distância de pontos da 16ª colocação. Sendo assim, até um empate pode ser considerado catastrófico. Até pelo significado que um resultado como esse terá: se o Vasco do Barbieri não conseguir vencer em casa um concorrente direto na luta contra o rebaixamento, vai vencer de quem?

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x GOIÁS

Local: São Januário.
Horário: 20h (horário de Brasília).
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Jorge Eduardo Bernardi (RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS-Fifa)

VASCO: Léo Jardim, Puma (Figueiredo), Lyncon, Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel, Matheus Carvalho, Andrey Santos e Marlon Gomes; Rayan e Alex Teixeira.
Técnico: Maurício Barbieri.

GOIÁS: Tadeu, Maguinho, Lucas Halter, Bruno Melo e Sander; Zé Ricardo, Willian Oliveira, Morelli e Palacios; Alesson e Matheus Peixoto.
Técnico: Armando Evangelista.

Transmissão: o Canal Premiere transmite a partida para todo o Brasil.