Vasco encara o Coxa para ganhar os três pontos e o apoio da arquibancada

 

Ingresso Vasco x Coritiba
Um ano, 8 meses e 12 dias depois, São Januário contará com uma presença ilustre novamente: a minha.

O time foi Fernando Miguel, Yago Pikachu, Leandro Castán, Werley e Henrique; Andrey, Raul e Marcos Júnior (Juninho); Marrony (Vinícius), Talles Magno e German Cano. O técnico era o Abel. O ano? 2020. Da equipe que venceu o Oriente Petrolero em São Januário na estreia pela Sul-Americana do ano passado e que encarara hoje o Coritiba, restam apenas o Castan, Andrey, Juninho e Cano. Talvez o Vinícius que, confesso, não sei se ainda faz parte do grupo.

Por que falo de um jogo tão longínquo e, porque não dizer, irrelevante dentro da nossa história? Porque esta foi a última partida que tive a oportunidade de ver o Vasco em campo., exatos 620 dias atrás.

Eram outros tempos, sem pandemias e conosco ainda na Elite. Tudo mudou – a maioria pra pior – de lá pra cá, inclusive a importância da partida. Diferente do jogo contra o time boliviano, uma vitória hoje é fundamental para o futuro do clube no curto prazo.

Obviamente a classificação no Brasileiro conta muito nesta equação. Com três pontos hoje, nos recuperamos um pouco da ridícula derrota para o Sampaio Corrêa na última rodada, subindo duas posições na tabela. Mas, mesmo vencendo hoje, provavelmente terminaremos a rodada a ainda 5 pontos do G4. Ou seja, se vencermos o Coxa, a situação ficará feia…sem vencer, ela ficará catastrófica.

Mas a classificação não é o único fator que torna uma vitória hoje imprescindível: a torcida em São Januário também é. E isso é bastante fácil de entender: contando com os de hoje, ainda tempos 15 pontos para disputar na Colina. E conquistá-los com o apoio das arquibancadas será muito mais fácil que ouvindo vaias e protestos. E nada pode ser melhor para garantir o apoio do torcedor que mostrar empenho e vencer o líder da competição.

E pra vencer o Curitiba, Diniz deve repetir a escalação que começou a partida em São Luís semana passada. Não há qualquer impossibilidade de vencermos a partida com esse time, mas será bastante complicado se o técnico permitir que sua equipe se afobe ao atacar e, principalmente, continue sofrendo gols de cabeça em lances de bola parada. Se a derrota na última rodada serviu de lição para alguma coisa, nada disso acontecerá.

Vasco X  Coritiba

Vanderlei, Zeca, Ricardo Graça, Leandro Castan e Riquelme; Bruno Gomes, Marquinhos Gabriel e Nenê; Gabriel Pec, Morato e Cano.

Wilson; Natanael, Henrique, Luciano Castán e Guilherme Biro; Willian Farias, Val (Gustavo Bochecha) e Robinho; Igor Paixão, Rafinha e Léo Gamalho.

Técnico: Fernando Diniz.

Técnico: Gustavo Morínigo.

Estádio: São Januário. Data: 16/10/2021. Horário: 16h30. Arbitragem:Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO). Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO) e Bruno Raphael Pires (Fifa-GO). VAR: Elmo Alves Resende Cunha (GO)

O canal Premiere transmite a partida para seus assinantes de todo o Brasil e também no sistema pay-per-view.

Derrota para o Inter foi um resumo do Vasco do Luxemburgo

Postura do Gil no segundo gol do Inter ajuda a explicar situação do Vasco no Brasileiro
Postura do Gil no segundo gol do Inter ajuda a explicar situação do Vasco no Brasileiro (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

A diferença entre a derrota do Vasco por 2 a 0 para o Internacional e a derrota para o Flamengo pelo mesmo placar é que enquanto no clássico regional começamos a partida conscientemente retrancados, no jogo de ontem não tivemos opção. O Colorado iniciou a partida com linhas altas de marcação, pressionando nossa saída de bola. E é CLARO que isso é o que basta para deixar a equipe do Pofexô acuada.

O fato é que, como vimos ao longo deste Brasileirão, sair em desvantagem no placar é sinônimo de derrota na maioria absoluta das vezes. E o roteiro onde se repetiu. Claro que não podemos ignorar que o gol adversário, aparentemente irregular, foi validado por um erro absurdo chamado de “linhas descalibradas do VAR”, algo provavelmente inédito na história mundial do equipamento. Mas isso não muda outra característica deste Vasco que também é um fato: seu poder de reação é nulo.

E não precisamos apelar para a triste – e irônica – estatística de não termos virado nenhum placar em 36 rodadas. Basta ver o que fizemos ao longo da partida ontem. Passamos a ter mais posse de bola e jogamos a maioria do tempo no campo adversário. E, citando mais uma vez o clássico, assim como no segundo tempo contra o Fla, foi um domínio inútil.  Burocrático, sem criatividade e ofensivamente irrelevante, terminamos o jogo com mais de 60% de posse e ZERO chutes na direção do gol.

Isso mesmo. NENHUMA finalização do Vasco obrigou que o goleiro Marcelo Lomba fizesse uma defesa sequer em todo o jogo. E isso tendo um pênalti a nosso favor.

Se quisesse, o Inter poderia ter nos goleado, mas a opção do Abelão por manter seu time na defesa deu certo. Quem vê o Vasco do Pofexô jogar sabe que não é preciso muito esforço para anular os parcos esforços ofensivos do time, que não por acaso está a quatro partidas sem marcar um golzinho sequer.

Sobre o segundo gol do Inter, pouco adianta comentar. Teve de tudo: erros individuais, marcação frouxa, preparo físico discutível e falta de comprometimento.  Um gol que resume o momento do Vasco do Luxemburgo.

Restam dois jogos e seis pontos a se disputar. Com 43 pontos, dificilmente o Vasco não se livrará de mais um descenso. O problema é que não há como imaginar a equipe do Luxa vencendo o Corinthians fora de casa ou mesmo o Goiás em São Januário jogando da forma como está jogando.

As atuações

Fernando Miguel – evitou um gol logo no começo do jogo, depois de um chute que foi claramente na sua direção. Mas se não tivesse ficado indeciso no lance do primeiro gol, talvez a bola não entrasse.

Léo Matos – no primeiro tempo, não ajudou nem no apoio, nem na saída de bola. No segundo tempo teve mais espaços com o recuo do Inter, mas subir mais ao ataque não tornou sua atuação mais efetiva. Pikachu entrou em seu lugar depois dos 40 minutos do segundo tempo e, mesmo que estivesse na sua melhor fase ou se conseguisse evoluir como o personagem que lhe rendeu o apelido, conseguiria ser útil.

Leandro Castan – sem culpa nos gols, penou no começo do jogo com a incapacidade do Vasco em superar a marcação do Inter na nossa saída de bola.

Ricardo Graça – assim como seu companheiro de zaga, não comprometeu.

Henrique – quase tão complicado quanto o Vasco escapar do Z4 é falar sobre o que faz o Henrique dentro de campo. Ele fica ali, basicamente se preocupando com a marcação e no apoio não passa da intermediária (para, claro, tocar pra trás). Neto Borges entrou e manteve o nível, não fazendo nada digno de nota enquanto esteve em campo.

Bruno Gomes – não conseguiu fazer uma proteção eficiente à zaga e nem ajudar na saída de bola. Foi sacado no segundo tempo para a entrada do Juninho, que pelo menos foi mais participativo na – tentativa de – criação de jogadas.

Leo Gil – a correria de barata-tonta e uma tonelada de passes errados, como sempre. Ainda que tivesse algo de positivo a se falar sobre sua partida, não se pode defender um volante que apenar observa os jogadores adversários armarem uma jogada dentro da nossa área, como o Gil fez no lance do segundo gol colorado.

Carlinhos – não bastou ser a peça nula na criação que sempre é. Precisou também ser o jogador que estava marcando o Rodrigo Dourado, que subiu sozinho no lance do primeiro gol. Sua escalação é algo inexplicável. Ter ficado até o apito final tem ainda menos explicação.

Benítez – tentou, sem muito sucesso, superar a marcação adversária para criar jogadas. Numa das poucas vezes que conseguiu, acertou bom passe para o Cano no lance do pênalti. No fim, comprometeu qualquer elogio que pudesse merecer ao tentar afastar uma bola de forma displicente e iniciar a jogada do segundo gol do Inter.

Talles Magno – não faltou empenho. Já intensidade e efetividade, faltou e muito. Poderia ter puxado vários contra-ataques quando o Inter ainda tentava atacar, mas desperdiçou todos partindo com muita lentidão pro campo adversário.

Germán Cano – mesmo que ainda seja um dos poucos a ter algum crédito neste elenco, perder um pênalti em um jogo como este é algo imperdoável.

***

O Vasco pedirá à CBF a anulação do jogo contra o Internacional, por conta da historinha caozenta das “linhas descalibradas” do VAR. Dificilmente o clube conseguirá seu intento e nem deve ser essa a real intenção da diretoria. Se posicionar contra o completo absurdo de ter um gol irregular validado por uma falha técnica do equipamento é o que importa. Como todos sabemos, a Dona CBF só costuma fazer alguma coisa quando é pressionada.

Pressão essa que deveria ter sido maior e mais frequente antes que o Vasco conseguisse chegar à liderança, com folgas, do ranking de clubes com o maior número de decisões contra tomadas pelo VAR. Contando com a partida de ontem, são 18 decisões contrárias ao Vasco e 6 favoráveis. Isso porque este ranking não conta quando o árbitro de vídeo NÃO É acionado (como, por exemplo, no primeiro gol do Fortaleza, quando o Pikachu levou uma mãozada na cara ou mesmo ontem, quando o Benítez toma uma rasteira dentro da área).

 

Ranking do VAR
Não há como analisar racionalmente estes números e considerar normal a diferença de casos contra o Vasco, principalmente na comparação com os outros adversários

Vale comentar que a CBF já tirou o corpo fora da polêmica em uma nota oficial, dizendo que apesar da falha tecnológica, a equipe do VAR checou o lance e não constatou qualquer irregularidade. Dois erros aí: primeiro, se for pra equipe do VAR conferir lances no olho, pra que o VAR? E depois, o fato é que TODO LANCE DE GOL PRECISA SER REVISTO COM AUXÍLIO DA TECNOLOGIA. E isso não aconteceu no gol Colorado.

Ou seja: essa nota é tão útil quanto os vários ofícios que a CBF recebe com frequência de vários clubes.

Em dia de ‘Pofexô’ Pardal, Luxa vê o Vasco perder para o Fortaleza

Em um Vasco desorganizado, Benítez pouco pôde fazer para evitar a derrota
Em um Vasco desorganizado, Benítez pouco pôde fazer para evitar a derrota (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

No post de ontem, especulei que o Luxemburgo deveria escalar um time mais cauteloso contra o Fortaleza, por vários motivos. Nosso desempenho fora de casa, os desfalques, o retrospecto contra os clubes que lutam contra o rebaixamento e o breve momento de alta que o tricolor cearense tem apresentado jogando na Arena Castelão eram razões de sobra para o Vasco entrar em campo mais fechadinho. Ou, como falei ontem, usando a tática de “a defesa é o melhor ataque“.

Mas não era isso o que o técnico vascaíno pensava. Luxemburgo achou que o confronto direto mais decisivo do ano era o momento exato para mais uma vez mexer no time todo e, armando uma equipe com apenas um volante e nenhum centroavante, orientar o time a “propor o jogo”.

Como se pôde ver, Luxemburgo teve mais um ataque de Professor Pardal. Ou melhor, Pofexô Pardal.

Deu certo por dois minutos, quando o time fez uma troca de passes legalzinha e colocou uma bola na trave (talvez fosse gol se, no lugar do Carlinhos, quem tivesse finalizado fosse o Cano, que começou a partida no banco).

Depois disso, até tivemos mais posse de bola, mas de forma inócua, sem conseguir furar a marcação adversária. E pior, cedendo espaços para o Fortaleza, que mesmo como mandante, jogou de forma mais cautelosa. Ou seja: Enderson Moreira fez sua equipe jogar como o Luxa deveria ter feito o Vasco jogar.

E, diferente do nosso caso, o técnico adversário viu os resultados da sua estratégia bem rápido. Foram necessários apenas seis minutos para o Fortaleza aproveitar os enormes espaços que cedíamos para abrir o placar. E depois disso, os donos da casa puderam jogar confortavelmente em cima dos nossos VÁRIOS erros. Acertamos ZERO finalizações ao gol no primeiro tempo e, aos 43, entregamos a bola que originou o segundo gol tricolor.

Assim como na derrota para o Red Bull Bragantino, o Pofexô deixou a pardalzice de lado e tentou acertar o time no intervalo. Mas já era tarde. Ainda desorganizado, as alterações trouxeram alguma melhora, mas nada que nos desse qualquer impressão de que uma virada, ou mesmo um empate, seria possível. Pelo contrário, ainda sofremos mais um gol.

Cano ainda marcou um gol, mas foi anulado em mais um daqueles lances com o VAR que, aparentemente, só são requisitados contra o Vasco (e, vale lembrar, se a arbitragem tivesse critério, o primeiro gol do Fortaleza deveria ser igualmente anulado). Mas mesmo que fosse validado, o gol do gringo de pouco adiantaria. Fortaleza 3 a 0 Vasco.

Luxemburgo resolveu inventar quando não podia e complicou bastante nossa situação. Daqui pra frente teremos um Internacional no desespero, depois um Corinthians que não conseguimos vencer nem quando temos um time melhor (que dirá agora) e ainda, um Goiás que provavelmente ainda poderá se livrar da Série B se nos vencer.

Agora o Pofexô precisará inventar um jeito do seu time surpreender a todos e conseguir pelo menos cinco pontos nestas três partidas.

As atuações

Fernando Miguel – não passa mais qualquer segurança. Ontem sofreu mais um gol que um bom – bom, não ótimo ou excelente – sofreria.

Yago Pikachu – até sofreu falta no início do lance do primeiro gol do Fortaleza, mas os enormes espaços que deixou na sua lateral ao longo da partida – principalmente no primeiro tempo – não tem desculpa. No apoio, chegou a finalizar uma vez na primeira etapa, mas não fez muito além disso até dar lugar Cayo Tenório, que entrando em um time bagunçado em um jogo perdido, fez ainda menos.

Marcelo Alves – ontem o zagueiro foi uma peneira. Teve a chance de evitar a jogada do primeiro gol, mas não o fez e falhou duplamente no terceiro, primeiro perdendo a bola e depois sendo facilmente driblado.

Leandro Castan – o discurso no final do jogo deu indícios de que não podemos contar com a confiança do capitão do time nesta reta final de competição.

Henrique – entregou de forma estúpida a bola que originou o segundo gol do Fortaleza e não conseguiu proteger sua lateral como deveria. E ainda atrapalhou nosso gol de honra ao cometer a falta na origem do lance.

Bruno Gomes – ter ficado sozinho na proteção da zaga e sem muita ajuda pra fazer a saída de bola atrapalharam, mas a bagunça do time não foi a única razão para sua fraca atuação. Errou muitos passes e tomou decisões erradas na hora do combate. Andrey entrou com o placar já definido e só apareceu dando um chute inofensivo ao gol do Fortaleza.

Caio Lopes – jogou em uma posição errada? Ainda não está pronto para os titulares? Seja como for, outra escalação como a de ontem e Luxa conseguirá queimar o filme de mais um garoto da base. Depois de não fazer nada e errar tudo no primeiro tempo, Caio deu lugar ao Talles Magno no intervalo. Com liberdade para tentar jogadas e sem precisar marcar tanto, Talles até ajudou a deixar o Vasco mais incisivo no ataque. Mas sofreu com a marcação e poucas das suas jogadas acabaram sendo efetivas.

Juninho – segue com a “síndrome do reserva”: quando começa jogando, não faz a diferença. Aparentemente, o rapaz tem tanta autoconfiança jogando pra frente que ignora por completo suas funções defensivas. Gabriel Pec entrou em seu lugar no segundo tempo e foi mais uma tentativa sem resultado de tornar o Vasco mais efetivo ofensivamente. Pelo menos participou da jogada do gol invalidado, acertando o chute que obrigou o goleiro tricolor a rebater nos pés do Cano.

Benítez – sem ter com quem jogar e atuando por dentro, foi presa fácil da marcação adversária. Ainda assim fez algumas boas jogadas quando tinha com quem jogar (como no passe que deu para o Carlinhos acertar a trave, no primeiro minuto de jogo).

Carlinhos – acertou a trave logo assim que a bola rolou. Ou seja, sua melhor participação no jogo foi uma finalização errada.

Ygor Catatau – nem conseguiu fazer jogadas pelos lados do campo, nem foi referência na área. Depois de nada fazer, deu lugar ao Cano no intervalo. O gringo fez o que sabe, um gol de quem sabe se posicionar e é oportunista. Mas o lance foi invalidado pelo VAR, que sempre é o mais rigoroso possível ao analisar lances do Vasco.

***

Não gosto de falar deste assunto, mas… A arbitragem interferiu no resultado do jogo ontem?

Pode-se dizer que não. Mas se levarmos em consideração o critério do VAR para invalidar o gol do Cano, seria impossível o primeiro gol do Fortaleza não ser igualmente invalidado. E foi esse primeiro gol que acabou de vez com a organização do Vasco e que nos levou à derrota.

A falta cometida pelo Henrique no lance do gol vascaíno, além de ter sido muito mais sutil que a cometida pelo atacante David sobre o Pikachu no primeiro gol tricolor, aconteceu muito antes da finalização do Cano. Já o David deu somente dois toques na bola depois de ter empurrado o Pikachu (na frente do Sr. Juiz, vale lembrar).

Vale citar uma informação interessante: dos 52 gols sofridos pelo Vasco neste Brasileiro, um total de ZERO foi invalidado por faltas no início da jogada. Será que essa estatística se manteria se o VAR tivesse o mesmo rigor que teve para anular o gol do Cano ontem?

O Luxemburgo errou e vem errando e os jogadores erram ainda mais. Mas não dá pra ignorar a total e recorrente falta de critério das arbitragens nas partidas do Vasco.

Jogo contra o Fortaleza é a final do ‘campeonato de 12 jogos’ do Vasco

Miguel e Graça chegam à Fortaleza: defesa será muito importante na "final" contra nossos anfitriões
Miguel e Graça chegam à Fortaleza: defesa será muito importante na “final” contra nossos anfitriões (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Com tão poucos jogos para o fim do Brasileirão e com o Vasco na situação em que se encontra, não há muitas alternativas para Luxa e seus comandados na partida de hoje, contra o Fortaleza. Mesmo com nosso ridículo aproveitamento de 27,5% como visitante e com o vício que temos de perder pontos para times da parte de baixo da tabela, vencer hoje é fundamental. Desesperadoramente fundamental, poderíamos dizer.

Isso porque nas duas próximas rodadas temos jogos muito complicados: o primeiro, contra o Inter, por termos um adversário que luta pelo título; o segundo, contra o Corinthians, por ser fora de casa contra um oponente que não conseguimos vencer há séculos. Se o pior acontecer nestas duas partidas, o Vasco faria, no máximo, três pontos nas três últimas rodadas.

É este cenário que, infelizmente, torna uma vitória hoje imprescindível. Com um empate hoje, pode ser que cheguemos ao fim do campeonato com apenas 41 pontos e 10 vitórias. Nesta situação, vamos depender de tropeços dos nossos concorrentes para nos manter na Série A.

(Parêntese: isso, considerando uma vitória contra um muito provavelmente já rebaixado Goiás na última rodada. O que também não podemos afirmar que é certo. Fecha parêntese)

Por outro lado, uma vitória na Arena Castelão nos deixará bem mais confortáveis, uma vez que o confronto com o tricolor cearense é um jogo de seis pontos na prática. Vencer hoje significa abrir três pontos para o Z4, dois para o próprio Fortaleza e ainda e chegar a 10 vitórias, ficando atrás apenas do Sport neste critério de desempate (entre os times que ainda brigam contra o descenso).

Para conseguir isso, o Pofexô deve inverter a lógica e apelar para “o melhor ataque é a defesa”: time fechadinho, “sabendo sofrer”, e tentando aproveitar os contra-ataques em velocidade. Essa tática foi tentada em alguns outros jogos e não deu certo, então Luxa deve mexer bastante no time para que desta vez funcione. Além do suspenso Léo Matos, Leo Gil e Pec perdem lugar no time. Caio Lopes e Catatau devem substituir os dois últimos; já a lateral direita pode ter Pikachu ou Tenório. Se o Pokémon jogar mais recuado, Juninho ganha uma chance no time.

Luxemburgo voltou ao seu posto dizendo que o Vasco teria um “campeonato de 12 jogos” até o fim do Brasileiro. Pela importância que ela tomou, a partida de hoje pode ser considerada a final deste campeonato. Quem sair vitorioso estará bem mais perto de alcançar a duvidosa “honra” de se manter na elite do futebol nacional. E já que não nos restaram taças a disputar, não podemos deixar escapar esse “título”.

Fortaleza X Vasco

Felipe Alves, Gabriel Dias, Quintero, Paulão e Bruno Melo; Juninho, Felipe e Luiz Henrique; Igor Torres, David e Wellington Paulista.

Fernando Miguel; Pikachu (Cayo Tenório), Marcelo Alves, Leandro Castan, Henrique; Bruno Gomes, Caio Lopes, Juninho (Pikachu), Benítez, Ygor Catatau e Germán Cano.

Técnico: Enderson Moreira.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Arena Castelão. Data: 10/02/2021. Horário: 19h15. Arbitragem:Braulio da Silva Machado (SC). Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Éder Alexandre (SC). VAR: Wagner Reway (PB)

O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

Retranca não segura, ataque não funciona e Vasco perde

Apesar da derrota, Pikachu se destacou no clássico.
Apesar da derrota, Pikachu se destacou no clássico (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O que mais incomodou na derrota do Vasco para o Flamengo por 2 a 0 foi a aparente facilidade com que o rubro-negro chegou ao placa. Não que tenha sido um massacre – e não foi mesmo – ou que tenhamos jogado muito abaixo do que temos jogado normalmente. O problema foi a sensação de que os caras resolveriam a partida na hora que quisessem. E, bem…foi exatamente isso que aconteceu.

Prova disso foi termos sofrido um gol em cada tempo, ainda que o Vasco tenha jogado de forma completamente diferente em cada etapa. No primeiro tempo, como já aconteceu outras vezes, o time do Profexô parece ter conscientemente optado não jogar, se deixando participar de uma brincadeira de bobinho na qual a bola fica apenas com o adversário. Até mais ou menos os 20 minutos, ainda chegávamos, eventualmente, ao ataque. Depois disso, apelamos mesmo para uma retranca total.

Resultado: Léo Matos comete um pênalti evitável aos 47 minutos e levamos o primeiro.

No segundo tempo, Luxa muda o time, adianta a linha de marcação e passamos a jogar mais tempo no campo adversário. Até criamos uma chance claríssima de gol, após bonita jogada do Pikachu, mas Cano desperdiçou. O próprio Pokémon cobrou bem uma falta, que exigiu esforço do goleiro rubro-negro para evitar o gol. Quando parecia que estávamos mais perto do empate, o Fla consegue um escanteio, Carlinhos não impede a subida do Bruno Henrique e o atacante amplia a vantagem.

Resultado: deixamos a retranca e, ao avançar para o ataque, deixamos o jogo a gosto do Flamengo que passou a jogar no contra-ataque. E ainda levamos mais um gol em lance de bola parada.

A questão é: se o Vasco tinha condições de agredir mais o adversário, porque – mais uma vez – optar por ficar 45 minutos apenas se defendendo? Por que esperar estar em desvantagem no placar e permitir que o Flamengo tomasse pra si a tática dos contragolpes? Não se discute que seria suicídio entrar em campo sem qualquer cautela contra um adversário muito mais qualificado. Mas será que um meio termo não seria melhor?

Não vamos para o Z4 nesta rodada, mas com a derrota, já perdemos uma colocação e podemos terminar a um ponto da “zona da confusão” caso o Sport consiga a difícil tarefa de vencer….O BOTAFOGO! Isso significa que voltamos ao alerta vermelho e precisaremos mudar a postura do time já na próxima partida, contra o Fortaleza, fora de casa. Se seguirmos com o péssimo desempenho que temos tido nos confrontos diretos, corremos um risco seriíssimo de voltar ao Z4 faltando apenas três jogos para o fim da competição.

As atuações

Fernando Miguel – uma boa defesa no primeiro tempo. Nada poderia ter feito nos gols.

Léo Matos – levando seu amarelo padrão (ainda que injustamente) ainda no primeiro tempo, escapou de ser expulso antes do intervalo ao cometer um pênalti de questionável inevitabilidade. Não levou o segundo amarelo no lance, mas não escapou da substituição antes de volta do time para a etapa final Carlinhos entrou em seu lugar e até ajudou a movimentação ofensiva do time. Mas acabou comprometendo sua atuação ao falhar na marcação ao Bruno Henrique no lance do segundo gol.

Marcelo Alves – teve bastante trabalho com os atacante rubro-negros e ainda assim se saiu bem.

Ricardo Graça – sem responsabilidade direta nos lances de gol, mostrou alguma evolução se compararmos com sua partida contra o Palmeiras.

Henrique – como esperado, se limitou à marcação. Não chegou a comprometer.

Bruno Gomes – travou bom duelo com Diego e se saiu bem. Assim que foi substituído, o Flamengo ampliou e Andrey, que entrou em seu lugar, poderia ter sido mais útil também na construção de jogadas.

Gil – precisamos conversar sobre uma ida para o banco do gringo. Mais uma vez correu como barata tonta, errou um monte de passes e foi muito pouco útil. Ficou bem mais tempo do que deveria no time, até que Talles Magno entrou em seu lugar. Sem maiores obrigações na marcação, conseguiu ser um pouco mais útil que nas últimas partidas. Mas poderia ter ajudado mais.

Benítez – tentou criar jogadas e até conseguiu algumas vezes. Depois sucumbiu à marcação – e às faltas – rubro-negra e sumiu. Ygor Catatau entrou no intervalo e ajudou a dar uma postura mais ofensiva ao Vasco. Finalizou duas vezes com relativo perigo.

Yago Pikachu – teve participação nos dois melhores lances do time na partida: no primeiro, deixou o Cano na cara do gol para marcar depois de uma bela jogada individual na linha de fundo; pouco depois cobrou uma falta com perigo.

Gabriel Pec – caiu na “pegadinha do Luxa”: virou titular, mas assim como o Talles, começou tendo que ajudar na marcação. E com a retranca que o time armou no primeiro tempo, o garoto pouco – ou nada – fez. Juninho entrou no intervalo e, aparentemente, o tempo no banco lhe fez bem: com personalidade, não teve medo de arriscar jogadas e levar o time ao ataque. Se pecou, foi pela empolgação em alguns momentos, quando exagerou no individualismo.

Cano – perdeu uma chance que definitivamente não é normal ele perder, sua única oportunidade na partida.

Vasco pragmático sofre, mas vence o Galo

Cano - com dois gols marcados - e Pikachu foram os artilheiros na vitória vascaína sobre o Galo
Cano – com dois gols marcados – e Pikachu foram os artilheiros na vitória vascaína sobre o Galo (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Depois dos fiascos diante do Coritiba e do Red Bull Bragantino nas últimas rodadas, estava difícil encontrar um vascaíno confiante para a partida contra o Atlético-MG, ainda que fosse na Colina. Mas na situação em que nos encontramos, o otimismo da torcida não deve ser um fator que entre em uma equação que é simples: para seguir na elite, o Vasco precisa vencer.

E foi com essa visão pragmática que Luxemburgo armou sua equipe, sem pudores de jogar de forma reativa, reconhecendo não apenas o poderio do adversário, mas também suas próprias limitações. Ou seja, o Vasco ontem “jogou como time pequeno”, como muitos torcedores escancaram a boca para reclamar; e foi exatamente por isso que conseguiu a vitória por 3 a 2 sobre o Galo.
E com o placar – e principalmente, os três pontos – dificilmente veremos um vascaíno que reclame da retranca armada pelo Pofexô.

Mas não foi apenas na forma de jogar que o Vasco foi bem. Além da segurança do sistema defensivo, que em grande parte do tempo anulou a força ofensiva dos mineiros, fomos mais eficientes nas transições rápidas para o ataque. E não apenas com bolas longas, como nos gols de Cano e Pikachu no primeiro tempo, mas também trabalhando a bola no campo adversário, como no belo terceiro gol, que contou com uma boa troca de passes e uma excelente assistência do Benítez para o Cano marcar pela segunda vez, um golaço.

Por outro lado, como não poderia deixar de ser, a vitória foi sofrida. Sofrimento esse que veio antes mesmo da alegria, com o penal cometido por Léo Matos que, por sorte, foi desperdiçado pelo time mineiro. E mesmo que tivéssemos uma vantagem de três gols até os 20 minutos do segundo tempo, o Galo não desistiu da partida, nos pressionou muito na parte final da partida e por pouco não conseguiu um empate heroico. Foi por pouco, mas conseguimos nos segurar e garantir os três pontos até o apito derradeiro do juiz.

A importante vitória nos fez chegar a esse domingo na 14ª colocação e, mais importante, nos deixa mais perto da pontuação que nos livrará do Z4. Se tudo der certo, podemos terminar a rodada nesta posição. Mas mesmo que os resultados não nos favoreçam, necessariamente ficaremos fora da “zona da confusão”, já que Sport e Bahia se enfrentam hoje. Se o Pofexô e seus comandados seguirem com o mesmo empenho, as chances de não voltarmos para as quatro últimas colocações é grande.

As atuações

Fernando Miguel – fez uma grande defesa quando o jogo estava 3 a 1, mas quase comprometeu o resultado: o primeiro gol do Galo foi em mais uma daquelas bolas defensáveis que o Barba costuma aceitar e no segundo gol, estava muito mal posicionado em uma cobrança de escanteio.

Léo Matos – de herói a vilão em 45 minutos: cometeu um pênalti imbecil aos 15 minutos do primeiro tempo que, se não fosse desperdiçado pelo time mineiro, mudaria a história do jogo. Pouco tempo depois, fez as assistências para os dois primeiros gols do Vasco. No segundo tempo, com o Vasco mais recuado, acabou se limitando a ajudar na marcação. Cayo Tenório entrou em seu lugar e nos pouco menos de 10 minuto em que esteve em campo, também priorizou a parte defensiva.

Marcelo Alves – sem o Graça e tendo o Werley como opção, não faz sentido manter o Marcelo no banco. Teve uma atuação segura, tanto nas bolas altas como nos combates diretos (ainda que, no segundo gol adversário, estivesse desatento e sem marcar ninguém).

Leandro Castan – foi bastante exigido por conta da ofensividade atleticana, mas não comprometeu.

Henrique – como nos tempos do ramonismo, não foi visto no apoio, mas foi bem seguro na parte defensiva.

Bruno Gomes – uma partida muito boa do jovem volante, que ocupou bem os espaços no meio de campo, protegeu bem a zaga marcando e fazendo o combate com precisão e não tentou inventar quando ficou responsável pela saída de bola.

Gil – o motorzinho de costume, nem sempre correndo de forma inteligente, mas foi importante na marcação, jogando com aplicação. Tem aquele problema com os passes, né, mas não chegou a comprometer. Caio Lopes o substituiu no fim, mas ainda a tempo de levar um cartão amarelo.

Benítez – correu muito, se empenhou na marcação – foi quem mais roubou bolas no time do Vasco – e vindo mais de trás, ajudou na saída de bola. E ainda fez a bela assistência para o golaço do Cano no segundo tempo. Cansou e deu lugar ao Carlinhos, que não conseguiu se destacar (como de costume).

Yago Pikachu – seu gol, marcado aos 30 do primeiro tempo, foi importante para tirar desconcentrar o adversário e facilitar as coisas pro nosso lado. Mas fora o gol, foi mais útil defensivamente que atacando. Deu lugar ao Werley aos 42 do segundo tempo. E adivinhem quem deixou o Sasha sozinho para marcar o segundo gol do Galo….

Talles Magno – o pofexô deu ao garoto algumas funções defensivas e o deixou mais preso à esquerda. Resultado: sem liberdade, voltou a não conseguir desenvolver um bom futebol. Tanto que foi o primeiro a sair do time, sendo substituído pelo Gabriel Pec, que tentou ligar alguns contra-ataques, mas não conseguiu dar bom termo às jogadas.

Cano – acabou com mais um jejum de gols com muito estilo, marcando duas vezes: uma, mostrando o oportunismo que todo centroavante precisa ter e outra deixando clara a qualidade técnica do seu futebol. E ainda ajudou também na defesa.

Fraco, azarado e goleado

Gabriel Pec saiu do banco de reservas para marcar seu primeiro gol como profissional
Gabriel Pec saiu do banco de reservas para marcar seu primeiro gol como profissional (Foto: reprodução Youtube)

O Vasco que entrou em campo contra o Bragantino na partida de ontem remetia aos tempos do Sá Pinto: um time com marcação frouxa e criação nula, nem atacava e nem conseguia se defender. Com menos de três minutos de bola rolando, os donos da casa já nos esmagavam no nosso campo de defesa e faziam o que queriam com a nossa defesa.

E como o time de Bragança Paulista deitava e rolava, não demorou muito para abrirem o placar, depois de uma jogada que parecia uma brincadeira de linha de passe em aquecimento para treino.

Luxa viu que as mexidas que fez no time não deram certo e fez sua primeira alteração antes do intervalo. A entrada do Pikachu no lugar do Juninho deu uma ligeira melhorada no time, começamos a chegar no ataque e deixamos de ser amassados. Mas não foi o bastante para empatarmos e o primeiro tempo acabou com o Vasco ainda em desvantagem no placar.

Foi um primeiro tempo que mostrou como nosso time pode ser limitado e como nosso treinador pode errar.

Na volta do time para o segundo tempo, vimos que o Pofexô tinha feito mais duas alterações. Surpreendentemente, as entradas de Carlinhos e Vinícius (para as saídas de Caio Lopes e Talles, respectivamente) melhoraram o time. Passamos a atacar com bem mais frequência e, em alguns momentos até a pressionar o Bragantino.

Mas quem ampliou foi a equipe da Red Bull, em um vacilo da defesa, que deixou o craque do time adversário sozinho para finalizar com precisão. A vantagem ampliada não chegou a diminuir o ímpeto do Vasco, que continuou atacando, criando algumas chances, até que conseguimos marcar um gol, com Pec aproveitando uma falha do goleiro e empurrando a bola pra rede.

Renascido na partida, o Vasco buscava o empate quando uma mistura de falhas individuais e azar decretou o fim das chances de voltar pro Rio com um pontinho na sacola: Andrey perdeu uma bola de forma imbecil, Castan correu pro lado errado, clareando a área para a finalização do Claudinho. O chute talvez não entrasse, mas bateu no pé do Werley e, por uma infelicidade, tirou completamente o Barba da bola. Antes do fim, Fernando Miguel ainda sofreu mais um gol, esse de falta, o segundo no qual tudo o que tentou fazer foi tirar a bola com a força do olhar.

Podemos até dizer que o 4 a 1 foi muito exagerado e que o Bragantino não jogou tão mais assim. Mas jogou mais, foi mais organizado e tem jogadores melhores. O placar pode até ter sido dilatado, mas teve sua razão de ser, que foi resumida nesse tweet:

https://twitter.com/luisanunes/status/1352077337014235137

As atuações

Fernando Miguel – no primeiro e terceiro gols, não tinha o que fazer. Nos outros dois, manteve a irritante mania de apenas olhar a bola entrar sem se mexer. Ainda assim, fez pelo menos uma grande defesa no primeiro tempo.

Léo Matos – fraco defensivamente e inútil no apoio. Gabriel Pec entrou em seu lugar e deixou o dele, seu primeiro gol como profissional. Ainda colocou uma bola na trave.

Werley – fez um “quase gol contra”, desviando mal a bola e tirando o Barba do lance no terceiro gol do Bragantino.

Leandro Castan – observou a cabeçada no lance do primeiro gol do Bragantino. Também vacilou no lance do terceiro gol.

Neto Borges – várias vezes envolvido pela troca de bola do adversário, deixou que o Bragantino avançasse pela sua lateral sem muitas preocupações.

Andrey – foi sua lambança no lance do terceiro gol que acabou com qualquer chance do Vasco na partida.

Juninho – não se encontrou em campo, até que saiu de campo, dando lugar ao Yago Pikachu ainda no primeiro tempo. O Pokémon conseguiu fazer algumas jogadas pela direita, ajudando o time a ter maior presença ofensiva.

Leo Gil – correu de um lado pro outro sem mostrar qualquer utilidade pro time. Sua atuação foi tão apagada que Marcos Jr. entrou em seu lugar e deu uma melhorada na marcação pelo meio de campo.

Caio Lopes – desperdiçou a chance de mostrar serviço na sua primeira partida como titular. Não voltou do intervalo, dando lugar ao Carlinhos. Surpreendentemente o rapaz foi um dos que ajudaram o Vasco a ter seu melhor momento na partida, trazendo alguma criatividade ao meio de campo. O gol do Pec veio do rebote de um chute do Carlinhos de fora da área.

Talles Magno – não conseguiu produzir nada e deu lugar ao Vinícius no intervalo. O velocista pelo menos puxou algumas jogadas pelos lados do campo, mas o rapaz segue sendo um mestre em tomar decisões equivocadas.

Cano – não teve muitas oportunidades, mas ontem o gringo chegou até a atrapalhar o Carlinhos em um lance que poderia terminar em gol.

***

Agora, depois da clara demonstração das nossas deficiências e da nossa falta de sorte, nos resta torcer para o Santos vencer o Fortaleza para não nos vermos novamente no Z4. É o que acontece com os times que não fazem sua parte em campo: depender que outros façam a parte deles.

GRAÇAS A DEUS que o jogo contra o Galo, no próximo sábado, será o derradeiro jogo do Vasco sob o comando da atual gestão. A razão do Vasco depender tanto da sorte e de outros times é por que a atual diretoria deixou de fazer a sua parte em muitos pontos nesses três anos.

O novo ‘pojeto’ do ‘pofexô’ e a volta dos que não foram

Volta de Luxa também deve significar a volta de jogadores que não tiveram moral com Sá Pinto
Volta de Luxa também deve significar a volta de jogadores que não tiveram moral com Sá Pinto (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

A torcida do Vasco, apesar do terrível ano que acabou semana passada, começou 2021 um pouco mais otimista. O principal motivo veio antes da conquista da Copa do Brasil Sub-20, no domingo passado: o retorno do “profexô” Vanderlei Luxemburgo ao comando do time deixou boa parte dos torcedores mais confiantes com um fim de Brasileiro mais tranquilo.

Fazer o que? Apesar do trabalho apenas mediano em 2019, Luxa deixou um monte de viúvas vascaínas por aí. É aquela galera que acredita que o treinador chegou como um herói pra “salvar o Vasco”, ignorando que a reputação do veterano técnico também está bastante necessitada de um salvamento após o fiasco da sua última passagem pelo Palmeiras.

Ou seja, se alguém falar que “lá vai o Vasco de novo levantar o cartaz do Luxemburgo”, não estará errado (prova disso foi o convite que o treinador recebeu do Allianz Parque depois da sua primeira passagem pela Colina).

Mas deixando isso de lado, na situação periclitante na qual o Vasco se encontra, seria realmente difícil encontrar um treinador melhor que o Luxa para assumir o time. Estamos precisando de alguém experiente e motivador e o mercado de profissionais com esse perfil (e que aceite treinar o Vasco, sem receber salários, no Z4 e faltando 12 jogos pra acabar o Brasileiro) não tem tantas opções assim.

Diante disso, é realmente animador ter o Luxa neste momento, e já com um “pojeto” pra mostrar, o tal “campeonato de 12 jogos”. Não sabemos se dará certo, mas pode empolgar o time, algo que é bastante necessário.

Alguns jogadores em especial, que andavam meio esquecidos e que devem voltar a ter mais moral, devem realmente estar felizes com a volta do pofexô. Ricardo Graça, Henrique, Bruno Gomes e Pikachu, por exemplo, devem voltar a ser titulares e certamente ficarão bastante empolgados. Mas a empolgação deles não deve bastar. Para fazer com que esssa “volta dos que não foram” valha a pena, Luxemburgo precisará de uma fórmula mágica para fazer com que eles sejam eficientes em campo, principalmente o Henrique e o Pokémon.

Mais uma vez a rodada deu uma forcinha e o trabalho do Luxa de tirar o Vasco da “zona da confusão” foi facilitado: continuamos precisando de um empate pra sair do Z4. Mas o Atlético-GO não será um adversário que nos dará vida fácil.  Ainda precisando de pontos para se tranquilizar de vez no Brasileirão, o Dragão deve vir pra cima com tudo, até porque não vem fazendo uma campanha muito boa jogando em casa.

De qualquer forma, mais uma vez o Vasco depende apenas dos seus esforços para ter um pequeno alívio na classificação. E ultimamente isso tem sido mais um problema que uma solução. Que a chegada do pofexô que veio para “nos salvar” comece a mudar essa situação a partir de hoje.

Atlético-GO X Vasco

Jean; Arnaldo, João Victor, Éder e Nicolas (Natanael); Marlon Freitas, Willian Maranhão e Chico; Wellington Rato, Zé Roberto e Gustavo Ferrareis.

Fernando Miguel; Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castan e Henrique; Bruno Gomes, Leonardo Gil e Juninho; Yago Pikachu, Talles Magno e Germán Cano.

Técnico: Marcelo Cabo.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Antônio Accioly. Data: 07/01/2021. Horário: 21h. Arbitragem: Savio Pereira Sampaio (DF). Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e Jose Reinaldo Nascimento Junior (DF). VAR: Daniel Nobre Bins (RS)

O SporTV transmite a partida para seus assinantes de todo o Brasil (exceto GO). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.

Vasco irregular arranca empate em Buenos Aires

Sempre ele: Cano marca de novo e deixa o Vasco em vantagem na luta pela vaga nas quartas da Sula
Sempre ele: Cano marca de novo e deixa o Vasco em vantagem na luta pela vaga nas quartas da Sula (Foto: Daniel Jayo/POOL/AFP)

Parafraseando o imortal Euclides da Cunha, o vascaíno é, antes de tudo, um forte. Para ver um jogo do seu time na Sul-Americana, o vascaíno precisa ser assinante da Conmebol TV – ou se virar com uma transmissão pirata da internet – e aturar uma transmissão de qualidade duvidosíssima. Tudo para, depois de todo esse perrengue, assistir mais uma partida ruim do seu time, ainda que o empate em 1 a 1 com o Defensa y Justicia não tenha sido um resultado a se lamentar muito.

Aliás, se levarmos em consideração que, tirando o Cano (autor do belo gol vascaíno) e Lucão, o impedimento foi “o melhor jogador” do Vasco, podendo pedir música no Fantástico ao aparecer em três gols dos donos da casa, podemos dizer que o empate foi um ótimo resultado. Ficando apenas um terço dos 90 minutos com a bola e chutando apenas cinco vezes, é preciso reconhecer o feito de voltar da Argentina podendo jogar por um 0 a 0 em São Januário para poder avançar na competição. Ainda mais se lembrarmos que nossa defesa teve uma atuação pra lá de confusa.

Ver mais um jogo ruim do Vasco não foi o problema. Problemático mesmo é ver que seja por desfalques, seja por opção do treinador, o time segue na sua irregularidade irritante. Mas como não ser irregular com Pikachu no time? E, tirando ele, colocando o Carlinhos? Ou tendo Marcos Jr como titular e Juninho como eterna última opção?

Nem a interinidade do Grasseli serve como justificativa para as escolhas tomadas, já que o técnico do time ontem está no clube há mais tempo que o próprio Sá Pinto e deveria conhecer o elenco ainda melhor que o português. Mas depois do jogo, no qual Grasseli usou apenas duas alterações para tentar mudar o time (as outras três foram feitas apenas no finzinho da partida, para gastar tempo).

Por sorte, temos um Cano de volta a ser um atacante mortal mesmo com apenas uma chance e um goleiro que, mesmo muito jovem, tem segurado muito bem a onda. Sem eles – e os providenciais impedimentos, acertadamente marcados – poderíamos muito bem ter dado adeus à Sula ontem mesmo. Antes do jogo da volta receberemos o Ceará pelo Brasileirão, em um jogo de seis pontos importantíssimo para o nosso futuro na competição. Será que a sorte que tivemos na Argentina continuará do nosso lado?

As atuações….

Lucão – o rapaz sofreu quatro gols na partida e ainda foi um dos poucos que se salvaram no time ontem. Não tinha o que fazer nem nos três gols anulados, nem no único que valeu e ainda fez duas ou três grandes defesas.

Miranda – com um posicionamento estranho, o garoto teve uma atuação confusa no primeiro tempo, subindo ao ataque (?) mesmo jogando pelo ledo mais frágil da nossa defesa. No segundo tempo jogou mais plantado, mas aí vacilou no lance do gol argentino, ficando vendido com um passe. Marcelo Alves o substituiu nos minutos finais e sua entrada não fez muita diferença.,

Leandro Castan – voltando ao time depois da covid, pareceu demorar para se adaptar ao esquema com três zagueiros. No primeiro tempo teve provavelmente sua atuação mais insegura com a camisa do Vasco. No segundo tempo melhorou um pouco, mas foi facilmente driblado no lance do gol argentino.

Ricardo Graça – outro envolvido na insegurança defensiva do primeiro tempo. Graça teve muito trabalho com os atacantes adversários e sofremos dois dos três gols anulados pelo seu lado.

Léo Matos – um retrato da irregularidade vascaína: quando não esquecia das suas funções defensivas (os três gols em impedimento foram em jogadas pela nossa direita), parecia estar procurando um cartão vermelho ao distribuir sopapos nos marcadores adversários. Pra compensar, acertou o belo cruzamento para o gol do Cano.

Marcos Júnior – é voluntarioso? É. Procura se esforçar no combate? Sim. Mas nem a fase pela qual o Vasco atravessa justifica vermos como titular em uma competição internacional alguém tão limitado tecnicamente. No lance do gol do Defensa, estava olhando o time argentino trocar passes no meio de campo.

Leo Gil – jogar no país natal ou a partida do Maradona deve ter feito mal ao rapaz, que teve talvez sua pior atuação pelo Vasco. Além dos muitos erros de passe e decisões equivocadas, foi outro a apenas observar a jogada que originou o gol adversário. Bruno Gomes entrou em seu lugar nos minutos finais e não chegou a fazer diferença.

Yago Pikachu – pra quem parecia ter entrado em um limbo no time, indo pro banco e raramente entrando, é bizarra a insistência do pokémon entre os titulares e, pior ainda, tendo a função de articular jogadas. Mesmo na sua melhor fase ele não seria uma opção aceitável como substituto do Benítez. Agora então, em baixa, não consegue fazer nada direito, nem criar, nem marcar. Carlinhos, voltando depois da covid, foi uma das duas alterações feitas pelo Grasseli com tempo de mostrar algum serviço. Não foi o caso: o craque das redes sociais mal foi notado em campo.

Neto Borges – nem ajudou como poderia defensivamente, nem teve a participação ofensiva que costuma ter.

Torres – a única chance de gol do Vasco no primeiro tempo foi dele. E, ainda que fosse uma oportunidade claríssima, o colombiano a desperdiçou. Pouco antes de sair, trombou com um zagueiro argentino e acabou criando uma boa chance para o Cano, que não conseguiu finalizar. Lucas Santos entrou em seu lugar e não conseguiu fazer muito mais que o próprio Torres.

Cano – a eficiência de sempre: uma finalização, um gol. Aliás, um golaço. Ygor Catatau entrou no seu lugar para gastar o tempo no fim do jogo e nem foi notado.

Vasco ‘versão covid’ encara o São Paulo no Morumbi

Máscara, álcool gel e gols: contra a covid, Cano já fez a sua parte. Falta fazer contra o São Paulo
Máscara, álcool gel e gols: contra a covid, Cano já fez a sua parte. Falta fazer contra o São Paulo (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Neste confronto que temos hoje com o SãoPaulo, o Vasco já entrará perdendo uma batalha: contra a covid. Com sete desfalques por conta da doença – entre eles os titulares Fernando Miguel, Benítez e Talles – Sá Pinto terá ainda mais dificuldades para colocar sua equipe em campo no Morumbi.

E como as coisas nuncas são fáceis pros lados de São Januário, a pandemia resolveu abarcar na Colina justo quando teremos pela frente, fora de casa, o time com o melhor desempenho no campeonato. Não só isso, com a motivação em alta por uma boa série invicta, pela classificação na Copa do Brasil e pela possibilidade de chegar à liderança do Brasileirão com três jogos a menos.

Para quem tem o hábito de sempre olhar o “copo meio cheio”, pode-se dizer que o surto de covid no elenco do Vasco obrigará o técnico português a fazer mexidas no time que a torcida pede há algum tempo e Sá Pinto não parecia muito disposto a fazer.

Há tempos que os vascaíno queriam ver o Lucão defendendo o gol vascaíno (ainda que Fernando Miguel venha tendo atuações consistentes) e o Talles no banco. Esses dois desejos serão realizados, mas como o portuga ainda não confirmou o time, não sabemos se Juninho, outra vontade dos torcedores, estará no meio de campo. O jovem meia, que pode trazer mais qualidade para um meio de campo desprovido de ideias, ainda pode perder a vaga caso Cayo Tenório jogue na direita e Pikachu siga na meiuca.

No empate com o Fortaleza na última rodada, as decisões do Sá Pinto tiveram um peso bem grande no resultado. Dessa vez, a covid obrigará o técnico a fazer as alterações que, pelo visto, ele não via como necessárias. Que ele aproveite o revés do surto para descobrir alternativas mais eficientes para o Vasco.

São Paulo X Vasco

Tiago Volpi; Juanfran, Diego Costa, Bruno Alves e Reinaldo; Luan, Daniel Alves, Gabriel Sara e Igor Gomes; Brenner e Luciano.

Lucão; Leandro Castan, Miranda (Marcelo Alves) e Ricardo Graça; Yago Pikachu (Cayo Tenório), Andrey, Leonardo Gil, Juninho e Neto Borges; Gustavo Torres e Germán Cano.

Técnico: Fernando Diniz.

Técnico: Ricardo Sá Pinto.

Estádio: Morumbi. Data: 22/11/2020. Horário: 16h. Arbitragem: Braulio da Silva Machado (Fifa-SC). Assistentes: Kleber Lúcio Gil (Fifa-SC) e Éder Alexandre (SC). VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)

A Rede Globo transmite a partida para todo o Brasil (exceto CE e MG). O Canal Premiere transmite para todo Brasil no sistema pay-per-view.