Contra o Londrina, Vasco encerra 2021 com mais um jogo desprezível

Vasco treina
Depois do último jogo do ano, contra o Londrina, não se sabe quem permanecerá no Vasco (📷: Rafael Ribeiro/Vasco)

O Vasco termina sua deprimente participação na Série B de 2021 logo mais, contra o Londrina. Pro clube, pro elenco ou pra torcida, é uma partida completamente desprovida de interesse; pros donos da casa, pode significar a permanência na segundona.

Ou seja, mais uma partida na qual a probabilidade de derrota é imensa, tanto pela total falta de motivação de um grupo que não tem mais pelo que brigar (nem mesmo para mostrar serviço e ficar na Colina), como a situação  vivida pelo Londrina, em tudo oposta à do Vasco.

Para nossos anfitriões, é o jogo da vida; Para o Vasco, um compromisso infelizmente inevitável ou, no máximo, uma burocracia que adiou as férias do elenco por mais uns dias.

Como aconteceu no jogo contra o Remo, não poderei assistir à partida. E também como na última rodada, talvez a resenha sobre este jogo completamente desprezível demore um pouco pra sair. Provavelmente com algumas palavras sobre este 2021, um ano que conseguiu se destacar entre os vários anos terríveis que tivemos nas últimas décadas.

Londrina X  Vasco

César; Elacio Córdoba, Saimon, Augusto e Eltinho; João Paulo, Jhonny Lucas e Mossoró; Marcelinho, Zeca e Caprini (Roberto).

Lucão, Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castán e Riquelme; Bruno Gomes, Caio Lopes, Marquinhos Gabriel e Nenê; Germán Cano e Gabriel Pec.

Técnico: Márcio Fernandes.

Técnico: Fábio Cortez.

Estádio: do Café. Data: 28/11/2021. Horário: 16h. Arbitragem: Paulo Henrique Schleich Vollkopf (MS). Assistentes: Antônio Dib Moraes de Sousa (PI). Assistentes: Nailton Júnior de Sousa Oliveira (CE) e Mauro César Evangelista de Sousa (PI). VAR: Márcio Henrique de Gois (SP)

O Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

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Os eventos esportivos na tarde de ontem me fizeram constatar duas coisas:

1) Nem de longe o Vasco conseguiu dar tantas alegrias à sua torcida esse ano quanto alguns rivais nos deram;
2) Mas até essa alegria o Vasco tirou dos seus torcedores. Porque – pelo menos pra mim – como podemos comemorar o fracasso alheio quando a palavra fracasso foi um sinônimo perfeito para a temporada do time pelo qual torcemos?

Sobre o empate do Vasco com o Remo, de quatro dias atrás

Galarza e Cano comemoram
Com seu gol, Galarza parece ter sido a única pessoa em São Januário com motivos para sorrir no empate com o Remo (📷: Rafael Ribeiro/Vasco)

Tinha falado no dia do empate do Vasco com o Remo em 2 a 2, em São Januário, que não poderia assistir ao jogo.  Realmente não vi a partida e depois de saber o resultado – e das vaias que, segundo relatos, o time merecidamente recebeu ao longo dos mais de 90 minutos de bola rolando – não me interessei em ver nem os “melhores momentos“, algo que provavelmente só pode ser chamado dessa forma por pessoas com um senso de ironia bastante apurado.

Mas vocês devem ter percebido o interesse deste que vos escreve sobre o tema pelo “pequeno” atraso de QUATRO DIAS para essa resenha ser publicada. Na realidade, o interesse por uma análise da penúltima rodada da Série B (e a quarta na qual o Vasco apenas cumpre tabela) foi inexistente: nem os poucos leitores que cobram as atualizaões pós-jogo aqui do blog perguntaram por essa resenha. Ela é, na realidade, tão desnecessária quanto esse fim de campeonato para qualquer vascaíno. Só estou escrevendo essas poucas palavras a respeito de uma partida que não vi porque o blog ficaria incompleto sem elas.

No fim das contas, o que quer que tenha acontecido no gramado da Colina na última sexta-feira, sabemos que os únicos que poderiam merecer aplausos são os 1010 pagantes da partida, uma daquelas que só encontram razões estatísticas para figurar na história do clube. Esses bravo pouco mais de milhar de torcedores são, indiscutivelmente, mais vascaínos do que eu consigo ser neste momento (não querendo cometer a pretensão de ser um parâmetro de “vascaínidade“, claro).

Na legenda da imagem que ilustra este post, comentei que o jovem paraguaio deve ter sido o único com motivos para sorrir na noite da última sexta.

Retifico a opinião: Galarza deve ter sido o único com razões para sorrir com a bola rolando. Porque depois do apito final, aposto que vários jogadores devem ter ficado alegres. Seja porque não precisarão mais encarar as vaias da torcida jogando em casa em 2021, seja porque não voltarão a chamar São Januário de “casa” nunca mais.

Em que grupo se encaixam quais jogadores fica a critério de cada leitor.

Vasco se despede da Colina de forma melancólica contra o Remo

São Januário vazio
O Remo, adversário de hoje do Vasco, não deve encontrar o ‘caldeirão’ muito diferente disso (📷 Globoesporte)

Para o Vasco, o ano já acabou faz é tempo. Mas na prática, ainda há compromissos e – graças a incompetência generalizada no Clube neste ano de 2021 – “cumprir tabela” na Série B é um deles.

O que falar sobre o jogo contra o Remo? A torcida já deu o seu recado, contundente: com menos de 800 ingressos vendidos até às 19 horas de ontem, a resposta é uma só: quase ninguém está dando importância para essa partida.

E por que daria? Para um clube com o tamanho do Vasco, estar na Série B – ainda que as desastrosas gestões que temos tido tenham transformado isso num hábito – já é absurdo. Estar na Série B, sem chances de subir faltando cinco, seis rodadas e ainda correndo o risco de terminar a competição na parte debaixo da tabela é motivo de sobra para o vascaíno abstrair da mente a existência deste campeonato.

Especialmente hoje, última partida do ano em São Januário e, sendo sincero, em um confronto no qual não dá pra levar muita fé em um resultado positivo. Não que o Remo, seja um adversário complicadíssimo. Na real, é pelo motivo oposto: os caras estão brigando pra não cair.

Mas é exatamente esse o problema. O Remo briga por algo. Já o Vasco…não briga por nada há rodadas (ou troque por “meses”, “anos” ou “décadas”. O que preferir).

Se quando ainda tínhamos chances de chegar ao G4 não tínhamos a competitividade necessária para vencer adversários do mesmo nível do Remo, poque agora, apenas cumprindo tabela e com metade do time sem nem sabe se estará no clube ano que vem, veríamos o Vasco mostrar empenho por uma vitória?

Acho que não poderei ver a partida – felizmente tenho um compromisso profissional hoje – então, só posso desejar uma coisa aos corajosos vascaínos que acompanharem o jogo: boa sorte e que o Vasco seja capaz de não tornar ainda pior a já naturalmente melancólica despedida do time na Colina.

Vasco X  Remo

Lucão, Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castan e Riquelme; Romulo, Galarza, MT e Nenê; Morato e Cano.

Vinícius; Thiago Ennes, Romércio, Kevem e Igor Fernandes; Anderson Uchôa, Lucas Siqueira e Matheus Oliveira; Erick Flores, Victor Andrade e Neto Pessoa (Lucas Tocantins).

Técnico: Fábio Cortez.

Técnico: Eduardo Baptista.

Estádio: São Januário. Data: 19/11/2021. Horário: 19h. Arbitragem:Rodrigo Batista Raposo (DF). Assistentes: Lucas Costa Modesto (DF) e Lehi Sousa Silva (DF). VAR: Emerson de Almeida Ferreira (DF)

O Canal Premiere transmite a partida para todo o Brasil.

Vasco fica no empate com o Vila Nova

Daniel Amorim comemora seu gol
O Vasco começou perdendo, virou com belo gol de Daniel Amorim, mas permitiu o empate do Vila Nova (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

Pra um campeonato no qual só teremos que cumprir tabela até o seu final e diante da fase canhestra na qual nos encontramos, o Vasco conseguir encerrar uma sequência de derrotas com um empate em 2 a 2 com o Vila Nova, fora de casa, até seria algo a se comemorar.

Mas é claro que não seria justo o Vasco, maior fonte de estresse e irritação dos vascaínos, que faria seu torcedor ter um dia de paz, né? Aliás, um dia é muito. Nossa torcida não pode ter UM MINUTO de paz.

Depois de um primeiro tempo previsível e sonolento – previsível porque, é lógico, cumpriríamos a nossa sina de levar um gol do jogador adversário com o nome mais folclórico (vejam abaixo a hora do tweet com a minha “previsão”), voltamos pro segundo tempo com um cadinho a mais de atitude.

Essa atitude foi o bastante para empatarmos e virarmos o placar em apenas sete minutos. Mas lembrem-se: o vascaíno não tem um minuto sequer de paz. E sendo assim, nosso time permitiu que o Vila Nova empatasse o jogo QUARENTA E OITO SEGUNDOS depois de termos conseguido a virada.

Depois disso, o que vimos foi um jogo com muita disputa e baixa qualidade. As alterações feitas pelo interino Fábio Cortez – motivadas mais por necessidade que por uma esperança real de encontrar uma solução para o time em tão pouco tempo – justificam o maior empenho. Renegados como Galarza, Caio Lopes, João Pedro e Figueiredo, que há tempos não apareciam, tinham mesmo é que suar sangue e tentar mostrar algum serviço. Até porque, ser um renegado NESTE ELENCO é algo que não favorece ninguém que se pretenda ser “jogador profissional de futebol”.

Não sofremos a 5ª derrota em sequência e marcamos dois gols, o que não acontece desde o jogo contra o Náutico. Mas assim como nos Aflitos, mais uma vez mostramos que não conseguimos manter uma vantagem no placar, seja qual for o nível do adversário.

Sexta-feira o Vasco tem mais um compromisso cumprindo tabela, contra o Remo, na Colina. Sendo sincero? Não dá pra ter otimismo em uma partida na qual nosso adversário ainda tem muitos motivos pra buscar a vitória (o Remo ainda luta desesperadamente contra o rebaixamento). Mas aí vem a pergunta: faz diferença ainda ter qualquer otimismo nesta Série B?

Pra dizer que não falei nada das atuações, vale mencionar o Nenê (com mais uma assistência) e, claro, o belo gol do Daniel “Pirulito” Amorim. No meio de tantas contratações equivocadas, o atacante é um dos poucos – senão o único – que vale a pena um esforço pela renovação. Ainda que não seja um jogador dos sonhos, nas pouquíssimas oportunidades que teve, quase sempre correspondeu.

Mas é aquilo: o Pirulito pertence à Tombense, que ano que vem estará, junto com a gente, na Série B. Vocês apostariam uma grana na capacidade da diretoria em renovar com o jogador? Ou acham que o mais plausível é passarmos por mais um vexame, dessa vez, de não conseguir tirar o atacante do modesto clube mineiro?

Vasco e Vila Nova em uma partida que não interessa (a quase) ninguém

Fábio Cortez em uma coletiva
Confirmado como técnico interino até o fim da Série B, Fábio Cortez deve ser o único realmente interessado na partida contra o Vila Nova (📸: Reprodução / Vasco TV)

Quem no Club de Regatas Vasco da Gama ainda se preocupa com a Série B de 2021?

Aparentemente, apenas alguns vascaínos mais fiéis, ou porque não dizer, obcecados. Só com um torcedor com esse perfil pode se interessar por mais quatro jogos que têm tudo para ser uma fonte de estresse, como a partida de hoje contra o Vila Nova.

Por exemplo, cá estou eu, escrevendo pra nem sei que punhado de vascaínos ainda acompanha este campeonato. Ainda que publicando este post faltando poucas horas pro jogo, é melhor que esquecer da partida, como fiz na rodada passada. E, sem querer valorizar minha “vasacaínidade” , só sendo muito vascaíno pra se dar a esse trabalho.

Aliás, a partida em Goiânia não deve interessar muito a ninguém. Mesmos nossos anfitriões, que ao menos devem buscar a vitória pra agradar à torcida presente ao seu estádio, têm pouco aliém disso para se motivar: assim como o Vasco, o Vila Nova não tem qualquer chance de subir para a Série A e, se ainda corre algum risco de rebaixamento, o 1% de chance que tem disso acontecer não deve assustar nenhum vilanovense.

Diante disso, o interino Fábio Cortez – membro da comissão técnica fixa e responsável por ficar a beira do campo até a diretoria encontrar um substituto para o Fernando Diniz – deve ser o maior interessado no duelo de hoje. Se não por pretensões de uma efetivação no cargo, pelo menos pra mostrar seviço. Seja para diretoria, seja para qualquer outro clube que, sabe-se lá, possa se interessar por suas qualidades. O que, na minha opinião, parece ser mais interesse que qualquer jogador do nosso elenco possa demontrar até o fim do campeonato.

Vila Nova X  Vasco

Georgemy; Moacir, Rafael Donato, Renato e Willian Formiga; Pedro Bambu, Dudu e Arthur Rezende; Diego Tavares, Clayton e Alesson.

Lucão, Zeca (Léo Matos), Castan, Ricardo, Riquelme; Andrey, Marquinhos Gabriel, Nenê, Morato (Léo Jabá), Gabriel Pec (Bruno Gomes) e Cano.

Técnico: Higo Magalhães.

Técnico: Fábio Cortez.

Estádio: Onésio Brasileiro Alvarenga. Data: 15/11/2021. Horário: 18h. Arbitragem: Paulo Henrique Schleich Vollkopf (MS). Assistentes: Leandro dos Santos Ruberdo (MS) e Cicero Alessandro de Souza (MS). VAR: Marcio Henrique de Gois (SP).

O Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

Vasco tem mais uma noite digna apenas do esquecimento

Time unido antes da partida
Antes da partida, time mostrou união por…qual objetivo mesmo? (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

Escrevo sobre o Vasco na internet desde 2007 e não me recordo de não haver feito um post pré-jogo antes de alguma partida oficial do time em todo esse tempo (não fazer uma resenha após resultados especialmente deprimentes sim, isso já fiz e tenho feito com muito mais frequência do que gostaria). Mas ontem eu não falei nada sobre este Vasco X Vitória e por um motivo bem simples: minha mente sublimou, olvidou, obliterou – ou qualquer outro sinônimo possível para esquecimento – completamente do evento que ocorreu ontem em São Januário.

Talvez meu cérebro tenha feito isso propositalmente, me poupando de um sofrimento certo. No fim das contas, seu esforço foi em vão, já que as redes sociais não param e acabei vendo a Vastwitter reclamando da vida, o que me fez lembrar. “Hoje tem jogo!” e, instintivamente, liguei a TV.

O duelo estava por volta do 30º minuto quando comecei acompanhar. E o Vasco já perdia por 1 a 0.

Daí em diante, as coisas não melhoraram. Veio o intervalo, vieram as alterações, veio o segundo tempo e vieram mais gols do adversário. Do adversário, vale falar: o rubro-negro baiano luta desesperadamente para não ser rebaixado para a Série C e tinha feito apenas 24 gols em 34 rodadas. Isso, antes de jogar contra o Vasco, o “Personal Dead Raiser Tabajara” da competição.

Se nós conseguimos sofrer três gols daquele que era o segundo pior ataque da Série B, quais seriam as chances de marcarmos um golzinho sequer contra o Vitória, que misteriosamente tem a segunda melhor defesa?

A resposta é: ZERO chances (assim como as chances que temos de voltar à elite). O Vitória veio à São Januário pra ganhar uma sobrevida na competição e alcançou seu objetivo com uma quase goleada por 3 a 0. Já o Vasco do Diniz, em apagão desde o segundo tempo contra o Náutico e em franca queda livre, aparentemente não tem mais qualquer objetivo este ano. Nem evitar vexames.

Comecei este post falando que nos últimos 14 anos não me recordava de ter esquecido de um jogo  do Vasco. Diante do “espetáculo” de ontem, melhor seria se eu conseguisse esquecer mais um resultado deprimente do time.

Vocês esperavam que eu falasse das atuações individuais depois do que vimos ontem?

Sério mesmo?!?

Vasco 0 x 4 Bota: o clímax de um espetáculo tenebroso

ZERO chances
Depois de muito esforço, Vasco chega aos ZERO porcento de chances de acesso (Fonte: infobola.com.br)

Amigos vascaínos, não se esqueçam de uma coisa: não foi a goleada por 4 a 0 que o Botafogo nos impingiu que decretou nossa permanência na Série B em 2022. Isso foi apenas a cereja do bolo – de estrume – que nossa torcida recebeu esse ano.

Ser uma vítima fácil e transformar a Colina História em um palco para – VEJAM VOCÊS! – o alvinegro fazer a festa de chegada à liderança da competição foi apenas mais um episódio de uma novela que, sim, teve alguns capítulos empolgantes. Mas que na maioria do tempo foi um drama da pior espécie para a torcida do Vasco.

Mas como contar com um final feliz? Com autores incompetentes, constantes troca de diretores e um elenco formado em sua maioria por canastrões, o resultado não poderia ser outro: um filme classe B, que pouco ou nenhum motivo tem para receber aplausos.

E a ironia da coisa é que, exatamente pela incompetência de todos os envolvidos, o time conseguiu a renovação. Teremos que encarar mais uma temporada na prateleiras dos clubes B.

Apesar de tudo, o “espetáculo” ainda não acabou e teremos mais quatro episódios até que as cortinas se fechem para o Brasileiro de 2021. A audiência, não tenho dúvidas, será mínima. O que talvez até seja bom para o público, que se preferir evitar ser testemunha de mais atuações dignas de vaias, estará coberta de razão.

Agora que o retorno aos palcos da elite do futebol nacional é uma impossibilidade, resta esperar o que os “roteiristas” do filme de terror que foi essa temporada do Vasco farão na próxima. Já que a permanência deles é inevitável, que ano que vem eles pelo menos mudem o script (e o diretor…e o elenco…etc).

Sei que meus poucos leitores sempre esperam uma avaliação dos jogadores, mas, mais uma vez, não me darei ao trabalho. Vocês – os poucos leitores – merecem sempre serem atendidos…mas os jogadores, não.

Vasco esvazia clássico com Bota na Colina

Elenco treina
Fase do Vasco é promessa de clássico com pouco público (📷: Rafael Ribeiro/Vasco)

A vida do vascaíno tem sido um calvário tão grande que até um clássico, um dos momentos mais legais na rotina de um torcedor, perdeu completamente sua graça. E isso em um ano no qual tivemos menos clássicos que o normal.

Prova disso é ver a procura dos ingressos para esse Clássico da Amizade em São Januário. Se o Vasco fosse o Vasco que os mais coroas (infelizmente, quem tem menos de 20 anos não tem mais como fazer IDEIA da força que o clube tinha) viram, as pessoas estaria se estapeando por um ingresso para uma partida contra o Botafogo. Mas com os últimos resultados do time, a história é bem outra.

Até depois das 10 da noite de ontem, com 19 mil ingressos disponíveis, pouco mais de seis mil vascaínos mostraram interesse no clássico. Mas é claro que “interesse” é algo relativo: os botafoguenses já esgotaram a cota de ingressos para visitantes.

Isso porque o alvinegro tem feito sua parte e tem muita chance de ainda possibilitar que sua torcida faça festa na nossa casa. Enquanto isso, tudo o que o Vasco proporciona ao seu torcedor no momento é 1% de chance de terminar o Brasileiro no G4.

Evitar que o Botafogo faça de São Januário o palco para a chegada à liderança da Série B é o bastante para motivar o elenco vascaíno? Não creio, já que objetivos muito mais nobres não o fizeram. Diniz pode fazer uma ou outra alteração, jogar com mais um volante ou não, tentar o MT no lugar do suspenso Riquelme…mas, e daí? Nada disso também é o bastante para motivar a torcida. O que ficará provado pelo baixo público nas arquibancadas da Colina logo mais.

Vasco X  Botafogo

Lucão, Léo Matos, Castan, Ricardo, Zeca (MT); Andrey, Bruno Gomes (Gabriel Pec), Marquinhos Gabriel, Nenê, Morato e Cano.

Diego Loureiro; Daniel Borges, Carli, Kanu e Hugo (Carlinhos); Luís Oyama, Pedro Castro e Marco Antônio; Warley, Diego Gonçalves e Rafael Navarro.

Técnico: Fernando Diniz.

Técnico: Enderson Moreira.

Estádio: São Januário. Data: 07/11/2021. Horário: 16hx’. Arbitragem:Luiz Flávio de Oliveira (SP-Fifa). Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP-Fifa) e Miguel Caetano Ribeiro da Costa (SP). VAR: Vinícius Furlan (SP).

A Rede Globo transmite para RJ, SC, ES, BA, SE, PB, RN, PI, MA, AM, RO, RR, AP, AC, DF, e Juiz de Fora (MG).  O SporTV (exceto RJ) e o Premiere transmitem a partida para seus assinantes de todo o Brasil.

Vasco perde para o Bugre e agora só vê a Série A na calculadora

Nenê contra o Guarani
Nenê teve uma noite apagada quando mais se precisou dele (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

Seria bem fácil apontar o indicador para o Cano e encontrar “O” culpado pela derrota de ontem para o Guarani. Afinal de contas, não se perde um pênalti depois dos 40 minutos do segundo tempo, quando o jogo ainda estava empatado.

Mas fazer isso seria injusto, não com o gringo, que sim, teve responsabilidade direta no placar, mas nem de longe foi o único a tê-la. Afinal de contas, perder um pênalti não altera o placar pro lado do adversário. O que altera é a mania do Vasco de sofrer gols nos minutos finais das partidas. Também não é culpa do atacante argentino – ou, pelo menos não é apenas dele – o Vasco ser um time que termina a partida com 66% de posse de bola e que faz apenas DUAS finalizações no segundo tempo.

Indo mais além, não foi o penal perdido ontem que deixou o Vasco na situação na qual se encontra. Mesmo se ignorarmos a quantidade anormal de decisões equivocadas tomadas pela diretoria/responsáveis pelo futebol do clube e considerarmos que a vinda do Fernando Diniz e do Nenê foi um “início de virada” tardio, resultados como o de ontem, o empate com o Náutico e a derrota para o CSA em casa – e dá até pra colocar nessa o empate com o Cruzeiro também na Colina e a derrota pro Sampaio Correa (essa, pela forma como foi e por ser um caso clássico de “levanta-defunto“) – mostram apenas que o o Vasco  do Diniz pode até jogar melhor, mas na hora H, afrouxa. Apenas nessas cinco partidas, nas quais ou abrimos (ou, como ontem, poderíamos abrir) vantagem no placar ou tínhamos vantagem númerica, perdemos 13 pontos. Pontos esses que nos colocariam na vice-liderança, à frente do Botafogo e com mais de 97% do acesso garantido. E bem distantes da atual oitava colocação, dos atuais 47 pontos e do 1% de chances matemáticas que temos hoje.

Não dá pra colocar no Cano a culpa por tudo isso. Se o Vasco é um time frouxo, que seguidamente joga pontos fora mesmo quando tudo o favorece, a culpa é de muito mais gente.

Vocês devem entender minha completa falta de paciência para falar das atuações (até porque, de ontem, só dá pra livrar a cara mesmo do Lucão, que evitou uma derrota por um placar ainda mais dilatado). Só quero falar algumas linhas sobre a dupla que reacendeu as esperanças da torcida: Fernando Diniz e Nenê.

O primeiro, inexplicavelmente insistiu com Zeca e Morato, que vinham acumulando atuações ruins ou péssimas a pelo menos duas partidas; o segundo, no qual depositamos (ou pelo menos eu depositei) as esperanças de fazer algo diferente em campo, teve sua atuação mais apagada neste seu retorno ao Vasco. Tão apagada que nem manter sua secura por protagonismo quis, não pegando a bola e cobrando o penal.

Resumindo, mesmo que nenhum dos dois possa ser responsabilizado diretamente pela derrota de ontem, sobra apenas um fato: quando mais precisamos da dupla, eles fracassaram junto com o time.

Volta do Nenê é a (única) boa notícia na partida contra o Guarani

Nenê treina
Nenê retorna ao time, infelizmente um pouco tarde (📷 Rafael Ribeiro/Vasco)

Para os vascaínos que ainda conseguem se apegar às boas notícias depois da derrota para o CSA na última rodada, teremos a volta do Nenê na partida de hoje contra o Guarani, em Campinas. Infelizmente, a volta do indiscutível destaque técnico do time não significa uma volta no tempo e a possibilidade de recuperarmos a gigantesca quantidade de chances que tivemos de estar mais próximos do G4.

E como diferente das rodadas anteriores, esta não está sendo favorável ao Vasco, nem mesmo uma vitória no tradicional Brinco de Ouro será o bastante para melhorar muito as pequenas chances da equipe do Fernando Diniz na competição: com três pontos, subiremos apenas uma posição e ficaremos a distantes 4 pontos da quarta colocação, separados do Goiás pelo próprio CSA e pelo CRB. Resumindo, as probabilidades do acesso não ficarão muito melhores que os meros 5% que temos hoje.

Ainda teremos um complicador para o confronto contra o Bugre que, além de ainda sonhar com o G4 (até por estar à nossa frente na tabela) decepcionou ao perder para o Confiança na última partida em casa e certamente fará de tudo para reanimar sua torcida. Para evitar que isso aconteça, o técnico vascaíno poderá escalar o que seria a “força máxima” (com muitas aspas) para a partida. Esta “força máxima” era diferente até algumas rodadas, já que, por exemplo, incluía o Zeca (que deve perder a vaga para o Yellow Matos). Mas Diniz não confirmou o time, e pode optar por uma formação mais cautelosa – com Andrey e Bruno Gomes – ou uma mais ofensiva, mantendo os três atacantes. E, claro, o Nenê. E sabemos que pouco importa quem serão os outros 9 (tirando o Cano desta conta).

Vencer hoje não deve ser o bastante para empolgar o torcedor, mas será um incentivo para o clássico contra o Botafogo na próxima rodada. Sendo assim, o mais que natural e justificado desânimo dos vascaínos não pode contaminar o time, que recebe (recebe?) salários bem altos para o nível da competição que disputa e teria (teria?) a obrigação de se esforçar ao máximo em campo. Um conselho? Basta que o resto do time olhe para o sujeito portando a camisa 77 e procurar reproduzir seu empenho na partida.

Guarani X  Vasco

Rafael Martins, Diogo Mateus, Ronaldo Alves, Thales e Bidu; Bruno Silva, Rodrigo Andrade e Régis; Júnior Todinho, Bruno Sávio e Júlio César.

Lucão, Zeca (Léo Matos), Castan, Ricardo, Riquelme; Andrey, Marquinhos Gabriel, Nenê, Morato (Léo Jabá), Gabriel Pec (Bruno Gomes) e Cano.

Técnico: Daniel Paulista.

Técnico: Fernando Diniz.

Estádio: Brinco de Ouro. Data: 04/11/2021. Horário: 19h. Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS). Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e José Eduardo Calza (RS). VAR: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS).

O SporTV e o canal Premiere transmitem para seus assinantes de todo o Brasil.