Vasco vence o Coelho, sai do Z4 e mostra que os tempos ‘são outros’

De reserva a herói: Jair saiu do banco para marcar o gol que tirou o Vasco do Z4
De reserva a herói: Jair saiu do banco para marcar o gol que tirou o Vasco do Z4 (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Fosse em outros tempos até recentes, a partida entre o Vasco e o América-MG teria um desfecho bem diferente. Se o confronto não tivesse sido adiado, por exemplo: a partida teria acontecido entre duas derrotas em casa (para o Cruzeiro e o Furacão), William Batista ainda seria o técnico e o único reforço da janela do meio do ano em condições de jogo era Serginho.

Mas, pior que isso tudo era que NADA dava certo para o Vasco.

Se a partida de ontem tivesse acontecido na 15ª rodada, alguém acha que o  Vasco resistiria à pressão imposta pelo Coelho no primeiro tempo? Ou que Léo Jardim faria os milagres que fez ontem? Ou que não sofreríamos um gol no fim do primeiro tempo? Que o VAR – quem diria, o VAR! – chamaria o árbitro para rever um lance ao nosso favor?

Ou ainda: alguém acha que a bola espírita que o Jair, vindo do banco, não só iria em direção ao gol como estufaria as redes, já nos acréscimos, garantindo nossa vitória por 1 a 0?

Se por conta da nossa posição na tabela obviamente não podemos falar em “sorte de campeão“, podemos dizer pelo menos que a uruca que o Vasco vinha carregando há séculos, parece ter ido embora. Antes, o time perdia mesmo que tivesse sido melhor que o adversário; ontem, mesmo com a atuação bem ruim que tivemos no primeiro tempo e sem conseguir transformar a vantagem numérica em gols ao longo de quase toda a etapa final, conseguimos vencer.

Nem sempre vamos jogar bem e golear, como qualquer time. Em um campeonato de pontos corridos, o que importa é mostrar a competitividade necessária para vencer mesmo nos dias ruins, nos quais quase nada da certo. A vitória de ontem, que finalmente nos tirou do Z4 – esperamos que em definitivo – mostrou que o Vasco do Don Ramón está neste patamar.

As atuações
Léo Jardim – se o Jair se tornou o herói da noite, o goleiro vascaíno foi o salvador: não tivesse feito pelo menos três grandes defesas (uma delas, um verdadeiro milagre), voltaríamos de BH ainda no Z4.

Puma Rodríguez – vinha recuperando a moral com a torcida, mas sua atuação foi um retrocesso. Errou um monte de passes e não conseguiu ser efetivo no apoio. Marlon Gomes o substituiu quando a prioridade do time era pressionar e deu trabalho à zaga americana.

Medel – com o meio de campo desacertado, a zaga ficou sobrecarregada. Com isso, o xerife chileno teve muito trabalho para segurar a pressão do adversário no primeiro tempo. Na etapa final o jogo mudou e o lado volante pôde aparecer e Medel passou a ajudar iniciar as jogadas ofensivas.

Léo – passou pelos mesmos problemas do seu companheiro de zaga e igualmente passou o segundo sendo mais visto iniciando jogadas que tendo trabalho na defesa.

Lucas Piton – não esteve em um dia de cruzamentos calibrados, mas acertou algumas bolas e foi boa opção ofensiva. Finalizou uma vez com perigo.

Zé Gabriel – parece que o excesso de elogios ao seu “renascimento” lhe fez mal. Ontem, errou um monte de passes e não conseguiu garantir uma proteção à zaga eficiente. Seu melhor momento na partida foi quando deu lugar ao Jair, que compensou, e muito, as várias decisões equivocadas que vinha tomando na partida marcando um golaço salvador.

Paulinho – bem marcado, não conseguiu mostrar a eficiência que lhe rendeu o apelido de Magic Paula. Ainda assim, foi importante no combate (foi quem mais roubou bolas no time) e decisivo ao fazer a assistência para o gol do Jair.

Praxedes – não conseguiu mostrar seu melhor futebol, sendo facilmente anulado pela correria do Coelho. Saiu no intervalo, dando lugar ao Gabriel Pec, que se não marcou o seu gol pelo menos ajudou a time a pressionar o adversário com boas jogadas pelos lados do campo.

Payet – sua falta de ritmo não combinou com a intensidade imposta pelo América. Sumido em campo, deu lugar ao Sebastian no intervalo. O uruguaio foi esforçado como sempre e quase marcou um gol de cabeça.

Rossi – outro que não conseguiu repetir suas últimas atuações, muito por méritos da defesa adversária, armada para anular nossas jogadas pelos lados do campo. Deu lugar ao Serginho no segundo tempo, que renovou o gás  do ataque vascaíno, ajudando na nossa pressão, mas acabou evidenciando suas limitações (técnicas e, porque não dizer, intelectuais).

Vegetti – mesmo não sendo o dia do Pirata – perdeu duas chances de cabeça, uma indo pra fora, outra parando na trave – acabou sendo protagonista do lance que mudou o jogo a nosso favor ao tomar uma cotovelada digna de MMA e provocar a expulsão de um zagueiro adversário no final do primeiro tempo.

***

As declarações do jogador Juninho, capitão do América-MG, após o apito final da partida já seriam inaceitáveis, já que a expulsão do seu companheiro de equipe aconteceu ainda no primeiro tempo e houve tempo de sobra para que o seu time visse o lance em alguma TV. Mas, vá lá…no calor do momento, com a derrota se confirmando nos acréscimos, até podemos entender as besteiras faladas pelo jogador.

Agora, um dirigente falar em “operação salva Vasco” é uma leviandade que não tem explicação ou desculpa. Primeiro, porque um presidente de clube deveria mostrar alguma compostura. Segundo, porque é simplesmente RIDÍCULO insinuar que o Vasco possa ter sido favorecido em algum momento neste campeonato. A única operação que envolve o Vasco neste Brasileiro, como qualquer pessoa minimamente atenta já sabe, é quando o somos OPERADOS em campo: já fomos prejudicados diversas vezes ao longo da competição. O que, aliás, teria acontecido mais uma vez se o VAR não tivesse indicado a revisão da verdadeira AGRESSÃO da qual Vegetti foi vítima.

Vamos ver se a CBF mostra com o América o mesmo rigor que sempre têm quando é o Vasco o time a ser punido. Se essas acusações absurdas não resultarem em um belo gancho ao jogador e ao dirigente do clube mineiro, o favorecido será o América.

Chegou a hora do Vasco vencer fora de casa e ficar fora do Z4 de vez

Búfalo contra o Coelho: Díaz deve repetir o time da vitória sobre o Coxa e Rossi segue titular contra o América-MG
Búfalo contra o Coelho: Díaz deve repetir o time que goleou o Coxa e Rossi segue titular contra o América-MG (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Entre os nossos atuais concorrentes no Z4, o América Mineiro, nosso adversário de hoje, é o que tem o melhor desempenho no returno. Ainda que esteja atrás do Santos na classificação e que tenha perdido seu último jogo – para o RBR, em casa – o Coelho só não fez mais pontos que o próprio Vasco.

Além disso, é preciso lembrar que mesmo que o time do Don Ramón seja completamente outro na comparação com o time da Era Barbieri, o Vasco como visitante continua mais fraco que o América como anfitrião. Com duas derrotas e dois empates longe do Rio, o “pruefessor” ainda precisa fazer sua equipe mostrar serviço fora de casa.

E o melhor momento para o Vasco começar a fazer uma graça longe da Colina é hoje, na Arena Independência. Não apenas porque será nosso passaporte para fora do Z4, mas também porque mantermos o Coelho distante e seguiremos no embalo depois de duas goleadas seguidas.

Díaz não deve mexer em time que está vencendo (e goleando) e deve repetir os 11 que sapecaram cinco gols pra cima do Coxa. Então, o resto fica por conta dos jogadores. É manter a intensidade e o faro de gol mostrados na última rodada. E não esquecendo que o América, independente das suas fragilidades, está no desespero e será um adversário perigoso.

A torcida fez uma grande festa na Colina Histórica na última quinta. Uma parte menor da nossa torcida também estará lá em Belo Horizonte e certamente estará onde o Vasco estiver. Chegou a hora do time retribuir em campo todo o apoio que os vascaínos (sempre) deram nas arquibancadas.

AMÉRICA-MG X VASCO

Local: Arena Independência.
Horário: 20h (de Brasília).
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC-Fifa).
Assistentes: Luanderson Lima dos Santos (BA-Fifa) e Alex dos Santos (SC)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS-VAR-Fifa).

AMÉRICA-MG: Matheus Cavichioli, Éder, Ricardo Silva e Maidana; Daniel Borges, Breno, Juninho, Martínez, Rodriguinho e Felipe Azevedo; Mastriani (Varanda).
Técnico: Fabián Bustos.

VASCO: Leo Jardim, Puma, Medel, Leo e Piton; Zé Gabriel, Paulinho e Praxedes; Payet, Rossi e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: o Canal Premiere transmite para todo o Brasil.

Vasco 5 x 1 Coxa: muito mais que apenas uma goleada

O maestro, o matador e a estrela: Paulinho comemora com Vegetti o gol do argentino feito após assistência do meia; no fundo, Payet, que também fez uma assistência na goleada
O maestro, o matador e a estrela: Paulinho comemora com Vegetti o gol do argentino feito após assistência do meia; no fundo, Payet, que também fez uma assistência na goleada (📸: Leandro Amorim | Vasco)

É bem difícil ter alguma objetividade pra falar algo da vitória do Vasco sobre o Coritiba. Para o torcedor vascaíno – ainda mais para quem esteve em São Januário – a goleada de ontem teve um significado muito maior que o placar ou mesmo que a classificação no Brasileiro.

O contexto explica: o fim da absurda interdição de SJ, torcida lotando completamente o estádio e fazendo uma grande festa. Um TIME, propriamente dito, jogando com intensidade e qualidade. O Vasco fazendo o que deve ser feito em campo, independente do predomínio total no jogo, algo que não víamos há tempos (muito tempo mesmo). E, claro: ver nas arquibancadas da nossa casa o renascimento da esperanças de tempos melhores para o time.

Diante disso tudo, os três pontos e estarmos a uma vitória de finalmente sair do Z4 – que é o que realmente importa neste momento – deixa de ter tanta importância. Mas é preciso ser vascaíno para entender isso. E como todo vascaíno sabe, eles, os outros, nunca entenderão esse amor.

Pra terminar, vale dizer: vão ressaltar muito a fragilidade do Coxa, que nossa torcida está comemorando uma vitória sobre o lanterna como se fosse um título e todas aquelas relativizações que costumam fazer sobre os feitos do Vasco. A esses, o silêncio e o trabalho são a melhor resposta. Como já disse, e confirmamos ontem, já temos o melhor futebol entre os times que buscam escapar da “zona da confusão. Que eles continuem não enxergando nossa evolução e o futebol que temos jogado. Quando conseguirmos nossos objetivos, apenas nossa torcida não será surpreendida.

As atuações

Léo Jardim – o pior do time, unicamente porque não teve qualquer trabalho. No gol que sofremos, não tinha muito o que fazer.

Puma – foi bem, mas – aí é importante citar – ainda não passa aquela segurança de que terá um bom desempenho defensivo contra um adversário que seja mais perigoso. Perdeu um gol feito quando o placar ainda estava zerado.

Gary Medel – mesmo contra um adversário muito frágil, comandou a zaga e manteve o nível de atenção dos companheiros na base de chamadas apavorantes.

Léo – Foi bem. Até porque ele não ia querer levar broncas do Medel no vestiário.

Lucas Piton – outro que vem subindo de produção sob o comando do Don Ramón. Seguro defensivamente e com muita participação no apoio, fez mais uma assistência em um bom cruzamento para o Vegetti marcar o terceiro gol e participou do lance do gol do Pec.

Zé Gabriel – renascido das cinzas, o ex-Delivery coroou sua reabilitação marcando seu primeiro gol pelo Vasco e abrindo a goleada. Saiu no começo do segundo tempo, dando lugar ao Jair, que pareceu mostrar um pouco mais de vontade e disposição que nas suas últimas atuações.

Paulinho – mais uma vez mostrou porque é m dos pilares na reação do Vasco na competição. O cara BRILHA e nem precisa fazer gols pra isso: dita o ritmo do time, ajudando tanto na marcação como na criação, fazendo ambos com extrema competência. Iniciou a jogada do terceiro gol mostrando disposição para superar a marcação e qualidade na hora de cruzar a bola.

Praxedes – pode-se dizer que é um coadjuvante no meio, mas é importante tanto no combate como nas horas que é preciso pensar o jogo e alterar a velocidade no setor.

Payet– estreou como titular porque não haveria um jogo melhor para isso. Isso fica claro pelo shape do francês, que ainda parece um pouco distante do ideal. Ainda assim, conseguiu ser decisivo fazendo a assistência para o gol do Rossi. Com o jogo resolvido deu lugar ao Pec, que ajudou o time a manter a velocidade no ataque e ainda deixou seu golzinho, fechando a goleada.

Rossi – segue esturricando a língua dos críticos ( 🙋🏽‍♂️) com seu papel em campo: incomodou muito a defesa alviverde, criou boas jogadas, fez mais um gol e outra assistência. Hoje, é indiscutivelmente titular. Orellano entrou em seu lugar depois de muito tempo sumido e ajudou a dar uma maior mobilidade ao ataque quando o time já mostrava cansaço.

Vegetti – mais um gol, mais uma assistência e a tardia consagração com a torcida na Colina. Com o trabalho feito, deu lugar ao Sebastian Ferreira que não fez muito além de mostrar disposição para correr e manter o Vasco no ataque mesmo já goleando.

Na volta pra casa, Vasco começa a reescrever sua história em SJ contra o Coxa

Time treina em SJ: estádio será a estrela maior na partida contra o Coritiba
Time treina em SJ: estádio será a estrela maior na partida contra o Coritiba (📸: Daniel Ramalho | Vasco)

Quando a gente se liga que a última vez que a torcida presenciou um jogador do Vasco marcar um gol em São Januário em um Brasileirão foi pelos pés do Guarin – que se aposentou há séculos – a gente percebe como a nossa história recente em casa é terrível. E não, o tempo fora da elite ou mesmo a interdição do estádio não servem como desculpa: precisamos de cinco jogos na Colina pra balançar a rede adversária uma mísera vez no Brasileirão deste ano, e quando esse gol saiu, as arquibancadas estavam vazias.

Mas esse momento, aparentemente, ficou pra trás. Mas ainda faltava a torcida poder estar junto do time para que o Vasco consolide de vez sua reação no Brasileiro. E a partida de hoje, contra o Coritiba, precisa ser a primeira linha de uma nova história do Gigante na competição.

Precisa MESMO. Depois de termos esperado tanto para a “justiça” liberar nossa casa, não dá pra cogitar outro resultado além de uma vitória. Não apenas porque o Coxa é pule de 10 para uma vaga na Série B de 2024 (o alviverde tem sido bastante regular, perdendo tanto para times do topo como da rabeira da tabela, seja como visitante ou mandante); mas também porque na situação na qual estamos, perder pontos em casa, com o apoio da torcida, contra adversários diretos na fuga do Z4 não é uma opção.

Díaz e o elenco sabem disso e, diferente do que acontecia na Era Barbieri, dá pra confiar que o Vasco fará a sua parte. Para escalar sua equipe, o “pruefessor” tem uma certeza – a volta de Medel ao time – e uma dúvida: depois dos dois gols na goleada sobre o Flu, Pec começa no banco ou volta à titularidade? Como na última partida o Rossi resolveu queimar a língua dos seus críticos (🙋🏽‍♂️), talvez Don Ramón mantenha apenas o Búfalo no time e siga com o atleta de Cristo como opção para o segundo tempo. Na minha modesta opinião, não seria o fim do mundo.

Mesmo com todo o respeito que merece, é impossível não apontar o Coxa como a carne assada desse Brasileirão. Mas não podemos esquecer que isso aumenta a responsabilidade do time. Os três pontos já estão na conta da maioria da torcida, e se não resolvermos o mais rápido possível a partida, a pressão das arquibancadas, acumulada há meses, pode acabar se voltando contra nós mesmos. Então, o que o Vasco precisa fazer hoje é respeitar o adversário da maneira correta: pressionar o Coritiba do apito inicial até o fim do jogo, sem dar qualquer chance para surpresas desagradáveis.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x CORITIBA

Local: São Januário.
Horário: 19h (horário de Brasília).
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP-Fifa).
Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Evandro de Melo Lima (SP).
VAR: Rodrigo D Alonso Ferreira (SC).

VASCO: Leo Jardim, Puma Rodríguez, Medel, Léo, Lucas Piton; Zé Gabriel, Paulinho, Praxedes; Rossi, Gabriel Pec (Marlon Gomes) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

CORITIBA: Gabriel; Hayner, Kuscevic, Thiago Dombroski e Jamerson; Samaris, Andrey e Sebastián Gómez; Kaio César, Slimani e Robson.
Técnico: Thiago Kosloski.

Transmissão: o Canal Premiere transmite a partida para todo país.

Consciente, Vasco de Díaz goleia o time do Laranjal

Gabriel Pec, do Vasco, comemora gol contra o Fluminense pelo Brasileirão 2023
FAZ UM PEC AÍ (aliás, dois): cria marcou duas vezes na goleada sobre o Flu do Marcelo (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Se há algo que pode trazer esperança para a torcida do Vasco no 4 a 2 que impomos ao Fluminense ontem, mais que a goleada em si, foi a forma consciente como o time atuou.

Mérito do time, mas é inegável o papel do “pruefessor” Ramón Díaz. Contra um adversário com um trabalho consolidado e um elenco bem mais equilibrado, o Vasco de Díaz não precisou “jogar como time pequeno“, mas sim com inteligência e entendimento do que precisa e do que poderia ser feito.

Foi um Vasco que soube sofrer, mas que soube atacar. E, diferente do que temos visto há muito tempo, que atacou com eficiência. Díaz já parece saber como explorar o potencial dos seus jogadores e como mexer na sua equipe além do seis por meia dúzia. Armou sua equipe para não penar demais com desfalques importantes como o de Mendel e, no momento que foi necessário, fez as mudanças que o time precisava. Não foi por acaso que as alterações tiveram relação direta com o placar final.

Os jogadores que chegaram na janela qualificaram bastante a equipe – se surpresas eventuais de quem já estava no time, como a atuação “à la Romário” do Pec) – mas a vinda de Díaz tem um papel fundamental nesse início tardio de reação. A situação do Vasco ainda está bastante complicada, mas mantendo o nível de atuação como a deste clássico, a esperança de que conseguiremos escapar do Z4 só aumenta.

No momento, já jogamos em melhor nível que todos os adversários diretos na luta contra o rebaixamento. E bater um rival como o Fluminense com a autoridade que tivemos ontem é uma prova inegável desse fato.

As atuações

Léo Jardim – sem culpa nos gols, fez algumas defesas importantes. Mas também pareceu inseguro em alguns lances.

Puma – ter acertado o inesperado cruzamento mandrake para o gol que fechou o caixão tricolor compensou sua volta ao time titular.

Maicon – tomou umas entortadas constrangedoras do John Kennedy, mas na média foi o zagueiro-zagueiro que precisávamos em muitos momentos.

Léo – acabou se saindo um pouco abaixo do companheiro de zaga: não chegou a comprometer, mas estava desatento no gol do Marcelo. Zé Vitor entrou no fim e não teve tempo para se destacar.

Lucas Piton – não teve tanta presença ofensiva na partida e tomou uma bola nas costas no lance do segundo gol do Laranjal.

Zé Gabriel – mesmo tendo entregado uma bola perigosa no primeiro tempo, segue sendo o maior “queimador de línguas” do time. Carregou um piano pesado na descrição e ainda participou das jogadas de dois gols.

Praxedes – mostrou a importância de termos volantes que pensem o jogo: além de ajudar defensivamente abriu o placar comprovando saber atacar a área no momento certo. Mateus Carvalho entrou em seu lugar quando o Vasco precisava de mais intensidade no combate e se saiu bem.

Paulinho – mais um “volante moderno“, que mesmo sem protagonizar muitos lances exuberantes, conseguiu ser eficiente no combate (foi o segundo maior ladrão de bolas do time) e fazer bem a ligação entre a defesa e o ataque.

Marlon Gomes – deu trabalho à defesa tricolete, caindo principalmente pela esquerda. Não deu muita sorte na definição das jogadas. Deu lugar ao Payet no começo do segundo tempo. O francês teve uma atuação discreta, ainda assim, iniciou a jogada do quarto gol ao acionar o Pumita.

Rossi – no post de ontem, comentei que sua titularidade era meio inexplicável. O búfalo respondeu em campo. Com duas assistências, ajudando Puma na cobertura (foi quem mais roubou bolas no jogo!) e o plus de ter dado uma esculachada no Marcelo com um elástico, foi um dos melhores do jogo. Por isso, muita gente deve ter estranhado quando Gabriel Pec entrou em seu lugar. Por pouco tempo. Em um dia no qual honrou a camisa eternizada pelo Baixola, Pec fez dois gol “romariantes“: no primeiro, acreditou no lance e se aproveito do erro da zaga colocando a bola na rede com um passe preciso (que em dias de Pec “normal“, fatalmente acabaria nas mãos do goleiro). No segundo, mostrou bom posicionamento para empurrar pro gol a bola passada pelo Vegetti.

Vegetti – um gol e uma assistência. Ou seja, um dia normal para o Pirata vascaíno. Barros entrou em seu no fim do jogo.

Vasco encara o Flu, a ‘pedra no caminho’ na fuga do Z4

Dimitri Payet no treino do Vasco
Payet pode estrear como titular no clássico contra o Laranjal (📸: Leandro Amorim | Vasco)

No meio do caminho da sequência de confrontos diretos na luta para escapar do Z4 do Vasco há um clássico. E por isso, o jogo de hoje contra o Fluminense, no Engenhão, adquire uma importância que vai além dos indispensáveis três pontos em disputa.

Com a liberação de jogos em São Januário e um início de rodada bem favorável, vencer o tricolor hoje se torna importante também para fecharmos uma semana positiva da maneira ideal. Bater um rival – que depois das últimas décadas de ampla freguesia, acirrou por conta própria a rivalidade conosco – é a chave para seguirmos na briga ainda mais motivados.

Obviamente, não será fácil. Mesmo com desfalques importantes e com a cabeça voltada para outra competição, o time do Laranjal é um adversário perigoso e muito bem treinado pelo seu técnico emprestado pela CBF. Do nosso lado, também teremos ausências que serão sentidas, principalmente o xerifão Mendel que, suspenso, desfalcará nossa zaga.

Com isso, Ramón Díaz precisará escalar um time diferente do que vinha escalando. E provavelmente será uma equipe mais ofensiva do que temos visto: Pumita volta ao time, entrando no lugar do também suspenso Bambu (que não jogando mesmo com a ausência do Mendel, evidencia que o “pruefessor” o transformou mesmo em lateral). Sem Jair, expulso contra o Bahia, Zé Gabriel deve ser o único jogador prioritariamente de combate no meio de campo. No ataque, Rossi deve colocar o Pec no banco (não se sabe exatamente por quais razões) e Sebastian, o desaparecido Alex Teixeira e Serginho disputam uma vaga. O Pirata Vegetti, obviamente, fecha o trio ofensivo.

(Parêntese: confesso que gostaria de ver o time em um 4-1-2-1-2, com o Zé Delivery mais à frente da zaga, Praxedes e Paulinho ajudando a cobrir as laterais (o que será importante com o Puma em campo) e o Payet mais avançado, municiando um ataque com Sebastian – já que aparentemente o Pec perdeu espaço – e Vegetti. Seria uma formação mais cautelosa contra um oponente que sabe jogar com um trio ofensivo gringo que poderia fazer uma graça. Fecha parênteses)

Três pontos hoje nos farão encostar na porta do Z4 e nos deixarão a 5 pontos de escapar da “zona da confusão“, tendo um jogo a menos que nossos oponentes. Uma situação ainda crítica, mas que seria melhor não fossem os vários equívocos – chamemos assim – de arbitragem que nos prejudicaram. Será um partida difícil, como todo jogo no Brasileirão e clássico são. Mas superar as dificuldades e o Flu é indispensável para o Vasco seguir na sua reação no Brasileiro.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2023
VASCO x FLUMINENSE

Local: Engenhão.
Horário: 16h (horário de Brasília).
Árbitro: Raphael Claus (SP-Fifa).
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP-Fifa) e Neuza Inês Back (SP-Fifa).
VAR: Daiane Muniz (SP-Fifa).

VASCO: Léo Jardim, Puma, Maicon, Léo, Lucas Piton, Zé Gabriel, Praxedes, Paulinho, Rossi, Sebastián (Alex Teixeira ou Serginho) e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

FLUMINENSE: Fábio; Guga, Nino, Felipe Melo e Marcelo (Diogo Barbosa); André e Alexsander; Arias, Keno, John Kennedy e Cano.
Técnico: Fernando Diniz.

Transmissão: O Canal Premiere transmite a partida para todo país.

A liberação de SJ e a torcida do Vasco em dois momentos

 

Vasco fecha acordo com MP e São Januário será, finalmente, liberado
Vasco fecha acordo com MP e São Januário será, finalmente, liberado (📸: Divulgação/Vasco)

Entre o último jogo do Vasco com torcida em São Januário e a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que voltará a liberar jogos com público no estádio – o que deve acontecer hoje – se passaram longos 83 dias.

Essa novela, com cara de perseguição e digna de fazer o vascaíno mais cético acreditar nas mais implausíveis tramas conspiratórias, inicia seu capítulo final nesta quarta, depois do Vasco ter sido punido com um rigor jamais visto na história desportiva deste país. Depois também de ter sido muito prejudicado esportiva e financeiramente e ser obrigado a cumprir exigências inéditas no futebol nacional.

(parêntese: sobre os claros elitismo e preconceito que basearam a reiterada punição imposta pelo MP-RJ eu nem falo mais. Além de já ser fato notório, me dá ânsias de vômito. Fecha parêntese)

Mas não foi sobre a – SIM! – perseguição ao verdadeiro clube do povo que vim falar. Com o fim desse rolo todo, acho que vale fazer um balanço do papel da torcida nisso tudo.

Como tinha dito há algum tempo,  fazer arruaça em São Januário é simplesmente burrice. O mesmo torcedor que usa o “contra tudo e contra todos” como bordão está cansado de saber que, na hora de punir o Vasco, a mão da “justiça” (e põe aspas nisso!) é sempre mais pesada. Então, começar uma baderna na nossa própria casa é a certeza de colocar o clube na berlinda.

É claro que a frustração em uma derrota é grande, mas isso não justifica.  Protestar depois de um resultado ruim, ainda mais depois de DÉCADAS de resultados ruins, é papel e dever da torcida. Mas fazer isso de forma civilizada é também uma obrigação. Promover quebra-quebras na Colina não farão com que dirigentes tomem melhores decisões, que técnicos virem guardiolas e que pernas-de-pau virem craques. Mas fazem o clube tomar punições que prejudicam a equipe para além da incompetência de diretorias, comissões técnicas e elenco.

Resumindo, não ajuda em nada. Pelo contrário. Atrapalha um time que já tem muitas dificuldades e a própria torcida, que não pode ver o time em campo (e nem vou falar de quem é sócio, paga em dia as mensalidades para ter acesso aos ingressos e acaba não desfrutando do benefício porque uma minoria acéfala desconta suas frustrações com um placar criando confusão).

Mas como o comportamento imbecil de uns poucos não representa o sentimento de todos os vascaínos, a interdição da Colina serviu para, mais uma vez, nossa torcida mostrar como é FODA.

A festa feita pela torcida em São Januário no dia da partida contra o Bahia é uma demonstração do que o vascaíno tem de melhor. Fecham os portões do nosso estádio? Nós o abraçamos – e também à “perigosa” comunidade da Barreira – mesmo com o time jogando a milhares de quilômetros de distância. É por atitudes como essa que nós, vascaínos, somos diferentes.

E também invejados: só não pipocaram por aí vídeos dos rivais tentando mostrar uma festa parecida por eles não terem uma casa pra chamar de sua.

O absurdo fechamento de São Januário serviu para mostrar dois momentos da torcida do Vasco. Que de agora em diante, os vascaínos sigam sempre o certo: é melhor ser exemplo de amor ao seu clube que servir de exemplo para uma justiça que nada tem de justa.

Vasco empata na Fonte Nova e não tem nada a comemorar

De novo ele: Vegetti marca mais uma vez e garante o empate com o Bahia na Fonte Nova
De novo ele: Vegetti marca mais uma vez e garante o empate com o Bahia na Fonte Nova (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Já dizia o sociólogo Betinho que “quem tem fome, tem pressa“. Usando a frase como uma analogia ao Brasileirão, os times que mais têm “fome” de pontos são os que lutam para sair do Z4. E é por isso que não vejo motivos para o Vasco comemorar o 1 a 1 com o Bahia de ontem.

Ah, mas era um jogo difícil. O Bahia também está na luta pra se manter na Série A e jogou em casa, onde tem vencido“.

Tá. E daí? Não quero saber do Bahia. Quero saber do Vasco e o que o time tem feito para sair da posição terrível que se encontra.

Na situação que estamos, não dá pra se contentar com o famigerado “podia ser pior“.  Não dá também pra ficar feliz porque “fomos bem no segundo tempo“. Na prática, isso significa é que fomos mal no primeiro.

Um “podíamos ter virado” serve ainda menos de consolo. Primeiro, porque o “quase” pode acabar vindo à frente de  “escapamos” na última rodada. Sem contar que significa que continuamos desperdiçando chances claras de gol (como a do inexplicavelmente em baixa Jair ontem).

Podemos nos apegar à invencibilidade (tirando os jogos nos quais somos vergonhosamente garfados) das últimas rodadas, mas isso é pouco. Perder pontos contra adversários diretos na luta pra escapar do Z4 é tudo que não podemos fazer. E foi isso o que aconteceu ontem, claro que por méritos do Bahia, mas também – e muito – por conta dos nossos próprios erros. Na próxima rodada teremos um clássico contra um tricolor numa fase bem melhor que o que encaramos ontem, com o agravante da rivalidade (ou seja, o time do Laranjal terá um gostinho muito maior em tentar nos afundar mais na tabela). Não termos vencido ontem, até porque era algo plenamente possível com um pouco mais de capricho da nossa parte, foi algo terrível.

A fome de pontos que o Vasco tem que ter no Brasileiro precisa ser aplacada com mais pressa do que temos demonstrado em campo. Pela frieza dos números, a rodada nos deixou na mesma distância para escapar do Z4 e ainda vimos quem vem abaixo se aproximar. É por isso que não há motivos para comemorar o empate de ontem.

As atuações
Léo Jardim – foi surpreendido no lance do gol adversário, mas garantiu o empate fazendo uma grande defesa em uma cabeçada que tinha endereço certo.

Robson – tá complicado ver a escolha do cara como titular da lateral como algo além de uma excentricidade do “pruefessor“. Ainda que não falte empenho, o cara nem faz nada no apoio e defensivamente – que deveria ser sua vantagem como zagueiro improvisado na posição – não impede que sua lateral seja o melhor caminho para os adversários. Não que o Pumita (que substituiu o Bambu aos 15′ do 2ºT ) seja uma boa opção no momento, claro. O uruguaio não chegou a trazer maior proteção à lateral, pelo menos não cometeu nenhuma pixotada grave.

Maicon – precisou de 15 minutos de bola rolando para fazer mais que todos os egressos do Santos nessa temporada. Foi um dos destaques do time, principalmente no primeiro tempo, quando xerifou bem no estilo zagueiro-zagueiro.

Léo – só por não maltratar a bola como uns e outros já consegue se destacar. Mas no lance do gol do Bahia não conseguiu evitar o toque pro jogador que empurrou a bola pra rede.

Lucas Piton -não conseguiu ser eficiente como de costume no apoio e não acompanhou como deveria o maluco do Bahia que marcou o gol adversário.

Gary Medel – bastou voltar a jogar um pouco mais avançado pra desandar as coisas. Ajudou na saída de bola, mas foi menos efetivo defensivamente. E ainda tomou um cartão bobo que o tirou do clássico contra o Flu. Jair o substituiu fez o pacote de merda completo: perdeu o gol mais feito do jogo (seria o da virada) e ainda conseguiu arrumar uma expulsão com a bola dominada e partindo para um contra-ataque.

Praxedes – parece ter se deixado levar pelos recentes elogios e entrou em campo achando que ter caído nas graças da torcida seria o bastante para ter uma boa atuação. Não foi. Sem mostrar intensidade, acabou dando lugar para o Marlon Gomes no intervalo. E o garoto mudou a cara do time, ajudando o time a ter maior ímpeto ofensivo sem descuidar da marcação. Fez a jogada que culminou no pênalti a nosso favor.

Paulinho – junto com o Maicon, foi o único a realmente se salvar na fraca atuação do primeiro tempo, quando foi o único a mostrar alguma inteligência para levar o time à frente.

Serginho –  errou tudo o que tentou enquanto esteve em campo,  culminando com a cobertura ineficiente (acrescida de bola nas costas) no lance do gol adversário.  Nem voltou para a etapa final, dando lugar ao Sebastián, que pelo menos entrou com vontade, incomodando a saída de bola baiana e facilitando um pouco a vida do nosso meio de campo.

Gabriel Pec – dessa vez o rapaz não foi muito bem, sendo pouco acionado e tendo uma atuação pra lá de discreta. Payet fez sua estreia entrando em seu lugar e, mesmo sem ritmo ou entrosamento, mostrou que será muito útil em uma equipe que carece de neurônios para a criação. Poderia ter feito sua primeira assistência logo no seu primeiro jogo, mas Jair não colaborou.

Vegetti – ficou isolado na maioria do tempo, não foi tão acionado e se afobou em alguns lances. Mas manteve a cota de um gol por jogo cobrando mais um pênalti com inapelável categoria.

Vasco contra o Bahia e contra todos

Ramón Díaz precisará transferir ao Vasco a famosa garra portenha para bater o Bahia na Fonte Nova
Ramón Díaz precisará transferir ao Vasco a famosa garra portenha para bater o Bahia na Fonte Nova (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Depois de mais uma vez ser operado em campo e de outra absurda decisão judicial de fazer o vascaíno mais cético acreditar em qualquer teoria conspiratória, o Vasco inicia hoje, contra o Bahia, aquela que deve ser a sequência de jogos mais importante para a equipe no Brasileirão.

Mas não será um início fácil, como nada tem sido para o Gigante. O Bahia tem se saído bem diante da sua torcida e o fato de também estar fugindo do Z4, nesse momento da competição, mais complica que ajuda. A equipe tricolor e toda Fonte Nova, provavelmente lotada, sabem como é a situação e o Vasco terá que superar a pressão que vier, seja do campo, seja das arquibancadas.

E para isso, o Vasco de Ramón Díaz precisará mostrar aquela garra que os compatriotas do treinador são famosos por ter. As peças, serão quase as mesmas da garfada no Allianz Parque: as únicas mudanças são a volta do Léo à zaga, depois de cumprir suspensão, e a saída do Zé Gabriel pelo mesmo motivo. Fora isso, a maior expectativa é a possível estreia do Payet, que está em Salvador mas provavelmente iniciará o jogo no banco.

Por conta de todos os percalços que passamos nessa semana, começar bem a série de jogos fora de casa contra adversários diretos na luta contra o descenso – com um clássico no meio, na próxima rodada – deixou de ser fundamental apenas pela classificação. Virou também motivo de honra, de mostrar que o Vasco está vivo e que continuará na luta. Contra tudo e contra todos, como todo vascaíno já está acostumado.

BAHIA X VASCO

Local: Fonte Nova.
Horário: 18h30 (de Brasília).
Árbitro: Ramon Abatti (SC-Fifa).
Assistentes: Bruno Boschilia (PR-Fifa) e Alex dos Santos (SC).
VAR: Wagner Reway (PB-VAR-Fifa).

BAHIA: Marcos Felipe, Gilberto, Kanu, Vitor Hugo e Camilo Cándido; Rezende, Thaciano e Léo Cittadini (Biel); Ademir, Vinicius Mingotti e Ratão.
Técnico: Renato Paiva.

VASCO: Léo Jardim, Robson Bambu, Maicon, Medel, Léo, Lucas Piton, Praxedes, Paulinho, Serginho, Gabriel Pec e Vegetti.
Técnico: Ramón Díaz.

Transmissão: o Canal Premiere transmite para todo o Brasil.