Vasco decepciona, perde e deve muitas desculpas

Pec comemora seu gol: atacante foi um dos poucos que se salvaram na derrota para o Voltaço
Pec comemora seu gol: atacante foi um dos poucos que se salvaram na derrota para o Voltaço (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

Na coletiva após a derrota para o Volta Redonda, o técnico Barbieri falou – com argumentos bem racionais, vale lembrar – que espera que a torcida tenha um pouco de paciência para que os resultados do seu trabalho apareçam. Faz sentido, claro. Como disse o técnico vascaíno, “é preciso tempo e discernimento e sabedoria para entender que vai levar tempo.

O lado racional do torcedor entende os argumentos do Barbieri. Mas – aí a frase que vocês nunca ouviram antes – o torcedor é passional. E também é preciso entender que uma derrota como a de ontem demanda alguma justificativa para a torcida.

Um pedido de desculpas, por exemplo, seria legal.

Por exemplo? Para a torcida de Cariacica em especial, que lotou o estádio em uma noite de segunda-feira, pagando ingressos caros, e que teve um final frustrante no reencontro com seu time do coração.

Outro que poderia receber um pedido de desculpas é o Juninho Pernambucano. O reizinho, comentarista na transmissão da Cazé TV, teve o desprazer de ver o Jair, em uma noite terrível, usar sua tradicional camisa 8 vascaína. E isso no dia do seu aniversário!

Eu e meus poucos leitores também poderíamos ter um pedido de desculpas: no post de ontem, falei que as mexidas que o Barbieri faria no time para o jogo contra o Voltaço tinham “tudo para trazer melhorias táticas, técnicas e até físicas para sua equipe“. Parecia óbvio, mas não foi o que aconteceu. O Alex Teixeira não conseguiu ser mais efetivo que o Nenê, o já citado Jairo não correspondeu às expectativas e o Figueiredo acabou rendendo mais no meio que na ponta.

Até o Volta Redonda merece desculpas, se não do Vasco, da torcida e da imprensa esportiva em geral. Quando atribuímos a derrota apenas à incompetência vascaína, cometemos uma injustiça com um adversário que teve sim, muitos méritos. O Voltaço é um time bem mais organizado que o Vasco, soube anular o que tentamos fazer e aproveitar nossas muitas falhas.

Mas podemos por fim generalizar e falar que o time todo – vá lá, deixemos o Léo Pelé e o Pec fora dessa – e seu treinador devem desculpas a toda torcida vascaína. Tá certo que é um início de trabalho e que “só o dinheiro não faz um time campeão” (como bem falou o Barbieri). Mas se isso poderia justificar o placar, não justifica uma atuação tão inoperante ofensivamente e insegura defensivamente. Futebol são 11 contra 11, mas com a diferença brutal de investimento entre as duas equipes, é impossível não esperar que a suposta qualidade de um elenco tão mais caro ajudasse a superar a falta de entrosamento. Mas não foi isso o que vimos ontem.

As atuações

Ivan – o primeiro gol sofrido era uma bola bastante defensável. No segundo gol não havia o que fazer.

Puma Rodríguez – cochilou nos lances dos dois gols do adversário. Foi muito pouco efetivo no apoio.

Robson – outro que vacilou nos dois gols do Voltaço. Saiu contundido ainda no primeiro tempo, dando lugar ao Miranda, que pelo menos não cometeu nenhum erro decisivo.

Léo – ainda que tenha cochilado no segundo gol, foi um dos poucos a escapar do que podemos chamar de desastre. Foi em uma jogada individual do zagueiro que nasceu o lance do gol do Pec.

Lucas Piton – participativo, mas acertou pouco para ser efetivo no apoio. Defensivamente não chegou a comprometer.

Zé Gabriel – muitas vezes envolvido pelo toque de bola adversário, passou o jogo tocando bolas pra trás ou errando os passes pra frente. Foi tão inútil que saiu ainda no primeiro tempo, com Erick Marcus entrando em seu lugar. O garoto deu um certo trabalho para a defesa do Volta Redonda, principalmente em jogadas pelo lado do campo, mas não conseguiu fazer a diferença.

Jair – mesmo que no restante do jogo tivesse feito algo de realmente útil, a entregada de bola seguida de um drible desclassificante no lance do segundo gol teria comprometido completamente sua avaliação. Saiu no fim, com Galarza entrando em seu lugar. Só foi visto acertando um bico na canela de um adversário.

Alex Teixeira – até correu e tentou ser participativo, mas na prática, sua atuação só nos fez sentir saudades do Nenê. Pra dizer que não fez nada, deu o passe de cabeça no lance em que Pedro Raul sofreu o penal (o que, sabemos, não adiantou nada). Um dos mais decepcionantes na noite de ontem. Eguinaldo o substituiu e também não conseguiu mostrar muito serviço.

Gabriel Pec – único que realmente mostrou serviço, buscou sempre levar o time à frente, seja criando jogadas ou em lances individuais. Marcou pela segunda vez no Estadual, e mais uma vez um belo gol. Misteriosamente sacado para dar lugar ao Vinícius, que nada misteriosamente, não chegou a fazer nada de notável em campo.

Figueiredo – começou como ponta e, mesmo sendo muito acionado, não conseguiu concluir bem a maioria das jogadas que tentou. Voltou do intervalo mais recuado e conseguiu se destacar pelo empenho (o que não chega a ser vantagem, já que disposição o garoto sempre mostra).

Pedro Raul – impossível defender o rapaz: ainda que seja pouco acionado, segue desperdiçando as poucas chances que tem. Incluindo aí um pênalti que nos levaria ao empate.

Vasco encara o Voltaço de olho no G4

Vasco recebe o Voltaço em Cariacica na busca pela segunda vitória no Carioca
Vasco recebe o Voltaço em Cariacica na busca pela segunda vitória no Carioca (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

O Vasco deu uma moral para a torcida capixaba e mandará a partida de hoje contra o Volta Redonda, pela quarta rodada da Taça Guanabara, no Kleber de Andrade em Cariacica. É a chance de mostrar a vascaínos de fora do Rio o novo elenco, sem deixar de “jogar em casa“.

O apoio das arquibancadas será importante, até porque o Voltaço deve ser nosso adversário mais complicado até agora na competição. Com dois pontos – e um jogo – a mais que nós e exatamente à nossa frente na competição, o time da Cidade do Aço tem feito um bom Estadual, com uma única derrota até agora para outro dos grandes do Rio (foi batido pelo Botafogo, na segunda rodada). Com o segundo melhor ataque e o artilheiro isolado do Carioca, o Volta Redonda deve nos dar algum trabalho: a equipe do treinador Rogério Corrêa sabe que, além de poder chegar à vice-liderança da Guanabara, vencer um time como o Vasco dará uma moral gigante para o restante do turno.

O problema para o Voltaço é que o Vasco também está nessa de manter o aproveitamento no turno e entrar de vez no G4 da Taça Guanabara, o que acontecerá em caso de vitória do Cruzmaltino hoje. E com as mexidas que Barbieri deverá fazer, sua equipe deve ficar mais preparada para atingir esse objetivo (em teoria, como sempre cabe falar em se tratando de futebol).

Três pontos específicos me levam a crer nisso. O primeiro, é a entrada do Jair no time, que deve trazer maior eficiência à marcação no meio de campo e à saída de bola (ainda que Zé Gabriel esteja em campo nos fazendo tremer de medo e raiva a cada pixotada). O segundo ponto é a entrada do Alex Teixeira, que deve substituir o poupado Nenê. Ainda que o Vovô tenha mostrado serviço na última rodada, o AT pode trazer maior dinâmica às jogadas ofensivas e facilitar a vida do Pedro Raul, que tem recebido por jogo uma média de UMA bola em condições de marcar gols. O terceiro ponto é a escalação do Figueiredo na ponta, com o Eguinaldo indo pro banco. A princípio, nem sou contra a escalação do Figueira como volante. Mas como ele ainda precisa se adaptar à posição, deixá-lo jogar como está mais acostumado certamente o fará ser mais útil ao time.

Essas possíveis mexidas do Barbieri têm tudo para trazer melhorias táticas, técnicas e até físicas para sua equipe. Serão mudanças importantes em um jogo que a torcida normalmente não daria muita importância (como em qualquer um do “pré-temporadão” contra os times de menor investimento), mas que devem ajudar em uma partida que, na prática, é um confronto direto por uma vaga no G4. Têm tudo para fazer com que o Vasco de Barbieri jogue um pouco melhor que na vitória contra a Lusa. O que a torcida capixaba – e todos os vascaínos – agradecem.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
VASCO X VOLTA REDONDA

Local: Estádio Kleber de Andrade.
Horário: 20h00 (de Brasília).
Árbitro: Thiago Ramos Marques.
Assistentes: Thiago Rosa de Oliveira Esposito e Marcus Vinicius Machado Araújo Brandão.

VASCO: Ivan; Pumita Rodríguez, Robson, Léo, Lucas Piton; Zé Gabriel, Jair, Alex Teixeira; Gabriel Pec, Figueiredo e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

VOLTA REDONDA: Jefferson, Iury, Alex Vinicius, Marco Gabriel e Ricardo Sena; Bruno Barra, Dudu e Luciano Naninho, Luizinho, Pedrinho e Lelê.
Técnico: Rogério Corrêa.

Transmissão: pela internet, via Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch).

***

Hoje é aniversário de Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior, ou como prefere a torcida do Vasco e o Brasil de um modo geral, Juninho Pernambucano. O Blog da Fuzarca dá os parabéns e deseja ao nosso eterno Reizinho toda felicidade do mundo. E aproveita para agradecer – mais uma vez, e sempre que possível – todos os serviços prestados ao Vasco da Gama.

 

Vasco ‘estreia’ no Carioca com vitória sobre a Lusa

Destaques da estreia: Nenê e Pec, artilheiros da noite, comemoram com Piton, autora da jogada mais bonita na vitória do Vasco sobre a Lusa
Destaques da estreia: Nenê e Pec, artilheiros da noite, comemoram com Piton, autor da jogada mais bonita na vitória do Vasco sobre a Lusa (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

Passamos por mais problemas do que gostaríamos (principalmente no primeiro tempo), mas ainda assim não dá pra reclamar da estreia “real oficial” do Vasco nesse Carioca. A vitória por 2 a 0 sobre a Portuguesa da Ilha, se não foi de encher os olhos, pelo menos não nos matou de tédio, de raiva ou de preocupação. Como, infelizmente, havíamos nos acostumado nos últimos ano.

Foi, como dizem por aí, um “jogo controlado” na maioria dos mais de 90 minutos, e nos momentos em que não foi, podemos colocar na conta do natural desentrosamento de um elenco renovado e da falta de ritmo de início de temporada (seria maldade incluir um “e da presença do Zé Gabriel em campo“? Se seria, já foi). Temos bem mais pontos positivos a exaltar que críticas a fazer.

Começando pelo que não foi bom, ainda cedemos espaços demais ao adversário, que certamente nos traria bem mais problemas se tivesse uma pontaria melhor. Também podemos dizer que um melhor ajuste entre os zagueiros – ou, porque não dizer, a contratação de mais um que chegue como titular absoluto – ainda é necessária para evitar os riscos com as bolas aéreas .

Já na parte ofensiva, precisamos de uma melhor transição para o ataque (o que pode ser em parte resolvido com a entrada do Jair no time e uma melhor adequação do Figueiredo numa posição mais recuada), e de um meia que articule jogadas de forma mais dinâmica, controlando melhor o ritmo das subidas e podendo municiar o Pedro Raul com maior frequência (sorry, Nenê).  E, claro, o ataque precisa tomar melhores decisões na hora de concluir as jogadas, o que só deve acontecer quando Eguinaldo e Pec tiverem mais experiência, em 2026.

Os pontos positivos parecem mais simples, mas são mais decisivos: temos um time que obviamente sabe o que fazer com a bola, algo que não vemos há um bom tempo. Tirando um ou outro (não falarei de novo do Zé Gabriel), o time principal do Vasco não passa aquela impressão de que, a qualquer momento, alguém vai entregar a mariola para o adversário. Temos laterais que sabem apoiar sem inaugurar avenidas pelos lados de campo. Temos variações de jogadas ofensivas e não causamos pânico a cada saída de bola que não começa com um chutão para o ataque. Ou seja: estando apenas no terceiro jogo sob o comando do Barbieri e ainda havendo a possibilidade de chegarem mais reforços para capacitar ainda mais o elenco, as perspectivas são bem positivas.

O Vasco precisava mostrar serviço nesse primeiro jogo com seu time principal e, dentro das suas possibilidades, mostrou. Demos uma subida boa na tabela e nos aproximamos do G4, que é o que conta nessa Taça Guanabara. E, o mais importante: podemos não estar ainda no mesmo nível de competitividade da dupla Fla-Flu – os eternos donos do favoritismo no Estadual (tenha o não razões para isso) – e, vá lá, do Botafogo. Mas com o que vimos ontem, já podemos ter uma esperança de fazer frente contra os rivais na hora dos jogos decisivos.

As atuações
Ivan – por conta da péssima pontaria dos atacantes adversários, quase não precisou fazer defesas. Mas foi bem quando se fez necessário.

Puma Rodríguez – não acertou tanto nas subidas ao apoio, mas roubou bolas importantes quando a Lusa atacou pelo seu lado. Caiu um pouco de produção no segundo tempo.

Robson – único integrante do time do Faro titular do Barbieri, fez uma estreia regular. Não chegou a comprometer, mas sofremos demais com bolas alçadas na área e volta e meia pecou pelo excesso de confiança.

Léo – mais uma partida segura do zagueiro. Também permitiu algumas cabeçadas perigosas contra o nosso gol, mas compensa nas antecipações e saídas de bola.

Lucas Piton – baixou o maestro Felipe no lance do primeiro gol, fazendo uma jogada individual primorosa e acertando um cruzamento na medida para o Nenê. No fim, deu lugar ao Paulo Victor que não teve tempo de fazer grandes besteiras.

Zé Gabriel – não erra tudo o que tenta, mas quando erra, é sempre um erro crasso e muitas vezes perigoso. Jairo precisa se recuperar o mais rápido possível.

Figueiredo – começou como volante, e foi quando apareceu mais pela dedicação ao combate e ocupação de espaços. No segundo tempo foi avançado e apareceu mais como ponta, mas também não acertou muita coisa. Cansou e Galarza entrou em seu lugar. O paraguaio algumas vezes foi meio afoito na marcação, mas teve duas boas chances quando apareceu na frente pra finalizar.

Nenê –  não fez muito: apenas abriu o placar aproveitando um excelente cruzamento do Piton e uma grande jogada que terminou com o goleiro adversário evitando o que seria seu segundo gol. Sentiu e deu lugar ao Alex Teixeira que já entrou em campo chapelando um marcador mas, depois disso, teve uma atuação pra lá de discreta.

Gabriel Pec – enquanto esteve em campo, deu trabalho à zaga adversária, que só não foi maior por falta de capricho na hora de concluir a jogada. Ainda assim, marcou um belo gol, dando números finais à partida. Vinícius o substituiu, sem conseguir manter o nível de atuação do Pec.

Pedro Raul – segue não sendo acionado vezes suficientes, mas também segue desperdiçando as poucas chances que tem: ontem, perdeu uma ótima chance cabeceando pra fora. Ainda assim, não se pode dizer que teve uma atuação ruim. Procurou participar do jogo (o que muitas vezes o prejudicava, já que precisava se afastar da área adversária) e ainda deu bom passe para o Pec marcar o seu gol.

Eguinaldo – não se esconde, mas pouco fez de útil ao longo da sua atuação, No fim, Matheus Barbosa entrou em seu lugar e não chegou a se destacar.

Vasco principal estreia contra a Lusa e precisa mostrar serviço

Mexendo os pauzinhos: na sua estreia em um jogo oficial, Barbieri deve fazer poucas mudanças no Vasco
Mexendo os pauzinhos: na sua estreia em um jogo oficial, Barbieri deve fazer poucas mudanças no Vasco (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

Com a volta do time principal dos States, depois da Florida Tour, podemos dizer que o Vasco finalmente estreará no Carioca, hoje, contra a Portuguesa da Ilha. Será um alívio sermos poupados do Faro e o mistão que empatou nas duas primeiras rodadas com o Madureira e o Audax.

Mas é claro que esse “alívio“, para realmente acontecer, precisa de uma contrapartida do time do Maurício Barbieri, que também estreia no comando da equipe em uma competição oficial esta noite. E, mesmo sabendo que não sou ninguém pra ficar dando conselho pro Barbieri, vale lembrar ao técnico vascaíno que nesse jogo contra a Lusa há – discreta, mas inevitavelmente – uma carga de expectativa nada comum para uma terceira rodada de Taça Guanabara.

O primeiro motivo é o mais óbvio: mesmo considerando que temos jogos a menos, a nona colocação na tabela precisa mudar urgentemente. Mas essa é a parte mais fácil. Acontecerá em caso de uma simples vitória, já que a Portuguesa está em 8º, com 3 pontos. Isso nos fará dar um saltinho na classificação e, falando em aproveitamento, pode nos fazer chegar à quarta colocação no turno.

Já o segundo motivo é mais complicado e é a razão da expectativa pra partida de hoje. Ao time do Barbieri, não bastará vencer; será preciso também mostrar um futebol bem mais convincente do que o apresentado pelo Vasco do Faro.

E isso não apenas porque Barbieri tem à sua disposição jogadores mais qualificados que seu auxiliar. Mas também porque, seja na derrota para o River Plate, seja na vitória sobre o Inter Miami, pudemos ao menos ver um potencial que o time do Faro não tinha como mostrar. A impressão que ficou é que, sem que esqueçamos as inconsistências que o time principal ainda tem, vencer a Portuguesa – e com uma atuação pelo menos aceitável – é o que todo vascaíno espera hoje.

Barbieri, pelo visto, também espera o mesmo. Ao praticamente repetir as escalações que utilizou nos EUA – Robson Bambu no lugar do Miranda e Figueiredo tomando a titularidade do Eguinaldo talvez sejam as únicas mudanças – das duas, uma: ou o técnico está priorizando o entrosamento, ou gostou do que viu nos amistosos.  No segundo caso, incluindo a atuação do Nenê contra o River, as poucas bolas que o Pedro Raul recebeu e a presença do Zé Gabriel em campo.

Ainda levará um tempo para o Vasco, com sua força máxima, tenha o máximo do seu desempenho. Mas um adversário teoricamente mais frágil que os que encaramos na Flórida será bom para observarmos em que estágio está o trabalho do Barbieri. O treinador não pode esquecer que o desempenho dos maiores rivais, que já jogam com a maioria dos seus times principais, servirá como termo de comparação (e todos têm vencido suas partidas dessa forma). E esse acaba sendo um terceiro motivo para que a partida contra a Portuguesa acabe gerando uma expectativa maior.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
PORTUGUESA-RJ X VASCO

Local: Estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ).
Hora: 21h10 (de Brasília).
Árbitro: Paulo Renato Moreira da Silva Coelho.
Assistentes: Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha e Thayse Marques Fonseca.

PORTUGUESA: João Lopes, Watson, Gerson, Fredson e Yuri; Charles, Vinicius Kiss, Anderson Rosa e João Paulo; Jean Carlo e Edson Cariús.
Técnico: Felipe Surian.

VASCO: Ivan, Pumita, Miranda (Robson Bambu), Léo, Lucas Piton, Zé Gabriel, Jair, Nenê, Gabriel Pec, Eguinaldo (Figueiredo) e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: A TV Bandeirantes e a BandSports transmitem a partida para todo o Brasil.

Foi mais ou menos, mas tá bom…

Alex Teixeira e Figueiredo comemoram: junto com Nenê, os três garantiram o 3 a 0 contra o Inter Miami
Alex Teixeira e Figueiredo comemoram: junto com Nenê, os três garantiram o 3 a 0 contra o Inter Miami (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

E eis que o fim da pré-temporada gringa do time principal do Vasco terminou de forma alegre. Ainda que a atuação contra o River Plate tenha sido mais convincente (a despeito da derrota por 3 a 0), a vitória sobre o Inter Miami pelo menos levanta o astral da torcida e do grupo.

Mas a gente venceu por 3 a 0!“, podem argumentar os que discordam sobre termos jogado melhor contra o time argentino. Me permitam então explicar as razões da minha opinião.

Comparando a qualidade dos dois adversários e o fato de que o time americano não entrava em campo desde setembro, me parece muito mais promissor dar algum trabalho contra o River (como demos no primeiro tempo) do que fazer um jogo até problemático em alguns momentos contra o Inter.

A verdade é que, assim como o River nos venceu aproveitando falhas claríssimas que cometemos, ganhamos ontem com ajudas parecidas, pelo menos em dois gols. E as falhas do Inter foram ainda mais grotescas que as nossas.

Não há motivos para desmerecer a vitória, claro. Vencer é sempre bom e, não é nada, não é nada, aproveitar as falhas do adversário também é mérito (coisa que nossos anfitriões de ontem não conseguiram em mais de uma vez).  E também há motivos para ficarmos otimistas com as atuações de alguns jogadores, principalmente do Jair, Ivan e Léo. Há quanto tempo não começamos uma temporada com reforços que realmente nos empolgassem?

Agora é esperar Barbieri e o time principal estrearem no Estadual, já na próxima quarta, contra a Portuguesa da Ilha. Se conseguirmos manter o nível de atuação de ontem, talvez cheguemos à primeira vitória no Carioca (até porque, o Inter Miami talvez seja um pouco superior à Lusa. Talvez).

As atuações

Ivan – logo no primeiro lance em que foi exigido, deixou uma bola escapar dos seus braços. Mas no decorrer do jogo, fez grandes defesas e saídas do gol, mostrando segurança e competência.

Puma Rodríguez – depois de um primeiro tempo mais discreto, produziu mais com a entrada do Figueiredo. O time ainda parece precisar de ajustes para compensar sua vocação ofensiva. Paulinho o substituiu quando o jogo já estava mais em fogo lento.

Miranda – quase entregou a mariola em um corte de bola desnecessário, que seria facilmente pega pelo Ivan. Foi titular nos dois jogos nos EUA, mas parece ter perdido pontos nessa pré-temporada. Ulisses o substituiu e jogou mais a frente, como um volante, na maioria do tempo. Mostrou empenho e não comprometeu.

Léo – outra boa partida do zagueiro, segura e com qualidade na saída de bola. Garantiu a titularidade no time principal com facilidade.

Lucas Piton – um pouco melhor defensivamente que no primeiro jogo, sem deixar de apoiar quando as oportunidades apareceram. Deu lugar ao Edimar na reta final da partida,  quando faltava pouco tempo para pixotadas.

Zé Gabriel – outro que foi titular nas duas partidas, mas que pelo o apresentado, não deu motivos para seguir titular no time principal. Anderson Conceição entrou em seu lugar para recompor a zaga ao lado do Léo (jogando o Ulisses para o meio de campo) e dessa vez não teve tempo para prejudicar o time.

Jair – boa partida na sua estreia como titular: bem no combate e na ocupação dos espaços, mostrou poder de marcação e qualidade para iniciar jogadas quando roubava a bola. Um dos melhores do time ontem. O garoto Erick Marcus entrou em seu lugar e apareceu arriscando um chute com relativo perigo.

Nenê – nosso velho – sem ironia – conhecido apareceu ontem: sofre um pouco pra acompanhar o ritmo de jogo, mas quando tem a chance, é decisivo. Depois de marcar um gol discutivelmente anulado, abriu o placar em seguida mostrando oportunismo. Também fez uma boa jogada pela lateral que culminou  em uma assistência que quase terminou no primeiro gol do Pedro Raul. Alex Teixeira entrou em seu lugar e, além dar maior movimentação ao meio de campo, também deixou o seu, mostrando estar ligado na partida e aproveitando um erro bisonho do goleiro ianque.

Gabriel Pec – como sempre, mostrou muita disposição e foi boa alternativa ofensiva para o time. Mas, como de costume, eventualmente toma decisões equivocadas na hora de concluir as jogadas.

Pedro Raul – ainda não conseguiu corresponder às expectativas, mas é preciso dar um desconto por não ser acionado com a frequência ideal. Ainda assim, nas melhores bolas que recebeu (o cruzamento do Nenê e um bom passe do Jair), desperdiçou as chances. Pra não dizer que passou em branco, pressionou a saída de bola e teve influência na falha adversárias no lance do gol do Alex Teixeira. Vinícius o substituiu e acabou sendo mais efetivo: fez uma boa tabelinha com Figueiredo no lance do gol que fechou o placar da partida.

Eguinaldo – é outro garoto que ainda não consegue ter um equilíbrio na hora de tomar as decisões certas. Vinha errando mais que acertando até que roubou um bola no ataque e fez a assistência para o gol do Nenê. Não foi o bastante para evitar a entrada do Figueiredo no seu lugar ainda no intervalo. Atuando parte do jogo como meia, parte como atacante, Figueira foi bem nas duas funções, dando uma maior dinâmica ao time e fechando o placar com seu primeiro “não-golaço“: um “humilde” chute colocado de dentro da área.

Time principal do Vasco encara o ‘soccer’ do Inter Miami

Para encarar o Inter Miami, Barbieri fará mudanças no time que enfrentou o River Plate
Para encarar o Inter Miami, Barbieri fará mudanças no time que enfrentou o River Plate (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

O time principal do Vasco encerra sua viagem aos States jogando contra o Inter Miami, clube com algum destaque na Liga Norte-Americana. Ainda que tenha se classificado para os play-offs na MLS (e rodado no primeiro confronto), acho que não dá pra comparar o nível de dificuldade que o Inter proporcionará à equipe do Barbieri com o que tivemos contra o River Plate, no primeiro amistoso dessa Florida Tour.

O que aumenta a responsa do Vasco na partida.

Isso porque uma coisa é a torcida levar de boa uma derrota para um dos maiores clubes sul-americanos, com o time apresentando um futebol razoável. Outra é perder para um time que não conhecemos, sem grandes estrela no elenco  e de um país que sequer joga futebol, joga “soccer“.

Já está na cabeça da maioria dos vascaínos – pelo menos dos torcedores racionais – que uma boa pré-temporada para o time principal era mais importante que antecipar as estreias dos reforços no começo do Carioca. Mas com os dois empates no Estadual e a derrota para o River, será natural uma impressão de que a viagem para os States não terá valido tanto a pena em caso de um novo fracasso.

Dito isso, é bom que as possíveis mudanças que Barbieri promoverá na equipe resolva alguns dos problemas que tivemos no amistoso anterior. Maior atenção defensiva e efetividade no ataque são os pontos principais. O problema é que não teremos mudanças na zaga: Jean deve tomar o lugar do Zé Gabriel, o que é ótimo, mas talvez não seja o bastante para melhorar o desempenho defensivo como  um todo. E, claro, Nenê segue sendo o cérebro do time, o que foi problemático contra o River.

Creio que a torcida deve estar otimista para o jogo de hoje, já que o futebol apresentado contra o forte River Plate não foi dos piores (apesar do placar  final dilatado). Mas a vitória é importante pra dar um final feliz para essa pré-temporada. E mostrar que pelo menos contra o “soccer“, o Vasco de Barbieri já consegue se impor.

FLORIDA TOUR 2023
INTER MIAMI-EUA X VASCO DA GAMA

Local: Drive Pink Stadium.
Hora: 21h30 (de Brasília).
Árbitro: não divulgado.

INTER MIAMI: Callender; Mcvey, Mabika, Lowe, Yedlin; Gregore, Jean Mota, Pozuelo; Taylor, Lassiter e Martínez.
Técnico: Phil Neville.

VASCO: Ivan, Pumita Rodríguez, Léo, Miranda e Lucas Pitón; Jair, Figueiredo e Nenê; Gabriel Pec, Orellano e Pedro Raúl.
Técnico: Maurício Barbieri.

Transmissão: A Star + transmite via streaming.  A Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch) transmitem via internet.

O empate com o Audax e o desejo da viagem à Flórida acabar logo

Galarza vai pra galera: com seu gol, volante paraguaio evitou a derrota vascaína para o Audax
Galarza vai pra galera: com seu gol, volante paraguaio evitou a derrota vascaína para o Audax (📸: Matheus Lima/Vasco)

Feriado na cidade do Rio, folga do trabalho e preguiça. Com essa combinação, a vontade de falar sobre esse Audax 1 x 1 Vasco caiu bem na lista de prioridades pra esse dia milagrosamente fresco de verão.

Mas na real, eu poderia pegar o post sobre o empate na primeira rodada, contra o Madureira, dar uns tapas aqui e acolá no texto, e ficaria redondo. Porque o que vimos ontem não foi muito diferente do que vimos na estreia em São Januário.

Foi mais um jogo meia boca, como não poderia deixar de ser, já que o Faro repetiu a escalação do jogo contra o Tricolor Suburbano. Mas sendo um pouco mais rigoroso, foi ainda pior. Pior, porque mostramos uma fragilidade defensiva maior (refletida no gol sofrido logo no início da partida) e também porque criamos menos, ainda que tenhamos marcado o primeiro gol da temporada.

No fim das contas, foi mais um jogo no qual a ansiedade da torcida com o retorno do time principal só aumentou. Porque, por mais que o “pré-temporadão” não nos pareça tão importante, é muito sofrimento ver em campo os pernas de pau que ficaram aqui pra representar o Vasco no Estadual.

Se o clube estivesse na situação dos últimos anos, seria até normal ver o Vasco com o elenco que enfrentou o Audax ontem e com dois empates no começo do Carioca. Mas com um monte de reforços pra estrear na competição, tudo o que nós gostaríamos de ver mesmo era uma meia dúzia de sete ou oito se despedirem da Colina.

As atuações

Halls – sem maiores responsabilidades no gol adversário, não comprometeu (ainda que não seja um exemplo de segurança).

Rodrigo – não foi visto no lance do gol do Audax, ainda que a jogada tenha rolado pela sua lateral do campo.

Robson – o primeiro reforço pós-777 a estrear em uma competição oficial acabou tendo a atuação marcada por não conseguir cortar a bola que virou a assistência para o gol adversário. Mas no geral não foi mal e, dadas as opções que ainda temos no elenco, pode se firmar.

Zé Vitor – fez outra boa partida, mas no lance do gol teve a possibilidade de cortar a bola mas pareceu ter receio de marcar um gol contra.

Paulo Victor – apoiou bastante e não deixou de mostrar empenho. Mas aparentemente é preciso um milagre para que conclua bem as jogadas que participa.

Matheus Barbosa – capitão e mais experiente da equipe, não chamou a responsabilidade o quanto deveria. Uma partida muito discreta. Lyncon o substituiu

Galarza – finalizou com menos frequência que na partida contra o Madureira, mas foi premiado com o gol que garantiu o empate, mostrando que também sabe aparecer como homem-surpresa. Defensivamente mostrou disposição na marcação e combate enquanto esteve em campo. Juan entrou em seu lugar e, assim como no jogo contra o Madureira, não conseguiu mostrar muita coisa.

Juninho – fez o de sempre:  mostra talento e habilidade em alguns lances e pelo dobro do tempo irrita a torcida prendendo demais a bola ou tomando decisões ruins. Quase marcou um belo gol, que poderia marcar positivamente sua provável  despedida do clube, já que sai por empréstimo em breve. Deu lugar ao Rayan, que fez história ontem ao se tornar o jogador mais jovem a atuar entre os profissionais do clube, mas não conseguiu fazer muito além disso.

Erick – segue firme na sua inexorável meta de ser dispensado em breve pelo clube. Foi substituído por Barros, que também quase não foi notado em campo.

Paixão – apenas com a jogada individual que originou o gol do Galarza, o jovem atacante produziu mais que todos os seus companheiros de setor somados nas duas partidas deste Carioca.

Zé Santos – outro que parece bastante empenhado em ser negociado, dada a inoperância que mostra. Se não tivesse mais um ano de contrato (?!?!?!) já poderia estar providenciando a mudança de cidade. Deu lugar ao GB, destaque do Vasco na Copinha deste ano, mas não teve tempo pra mostrar seu potencial.

Vasco repete o time da estreia no confronto com o Audax

Faro comanda o Vasco pela segunda rodada no Estadual: auxiliar deve repetir a escalação que empatou na estreia
Faro comanda o Vasco pela segunda rodada no Estadual: auxiliar deve repetir a escalação que empatou na estreia (📸: Matheus Lima/Vasco)

Ninguém tem pena do blogueiro vascaíno, meu povo! Com esse lance do time principal estar nos States e um mistão estar disputando o carioquinha, a quantidade de posts aumenta tanto que quase deixei passar batido esse Audax-RJ x Vasco pela segunda rodada do “pré-temporadão.  Mas ainda dá tempo de gastar umas palavrinhas a respeito do confronto (e, isso talvez seja até mais do que tal partida mereça).

Com a tal da Florida Tour ainda rolando, caberá novamente ao Emílio Faro, às sobras do elenco do ano passado e aos garotos da base (reforçados por mais jogadores que disputaram a Copinha) seguir adiante pelo Estadual. Depois do empate com o Madureira na estreia, uma vitória hoje é importante, até para segurar o próprio Audax, que venceu o Botafogo na rodada passada e está à nossa frente na classificação.

O problema é que Faro deve repetir a formação da primeira rodada. Então, para vencermos hoje, precisamos pelo menos mostrar alguma melhoria no ataque. Porque continuarmos perdendo as chances criadas como aconteceu contra o Madura, a missão ficará complicada.

Depois da inoperância do Erick e das chances perdidas pelo Zé Santos, ver que o auxiliar manteve a confiança em ambos nos faz pensar. Ou Faro não quis queimar os atletas (e se dispondo a correr o risco que queimar mais pontos na competição) ou realmente os garotos que estão à disposição hoje precisam melhorar bastante.

CAMPEONATO ESTADUAL 2023
AUDAX-RJ X VASCO

Local: Estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ).
Hora: 21h10 (de Brasília).
Árbitro: Bruno Mota Correia.
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Thiago Filemon Soares Pinto.

AUDAX: Leandro; Lucas Motta, Rafael Castro, Thomás Kayck e Kaio; Keverton, Valderrama e Higor Leite; Emerson Urso, Romarinho e Raphael Lopes.
Técnico: Junior Lopes.

VASCO: Halls; Rodrigo, Pimentel, Zé Vitor e Paulo Victor; Galarza, Matheus Barbosa e Juninho; Paixão, Erick e Zé Santos.
Técnico: Emílio Faro.

Transmissão: A BandSports transmite a partida.

Foi ruim, mas tá mais ou menos

Orellano conduz a bola: estreia do argentino não foi o bastante para parar seus conterrâneos do River
Orellano conduz a bola: estreia do argentino não foi o bastante para parar seus conterrâneos do River (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

Ah, o Vasco perdeu por 3 a 0 para o River Plate e isso é o final dos tempos. “Goleada”, “dominado”, “atropelo” e coisas do gênero estamparam as manchetes. Parte da nossa torcida, como não poderia deixar de ser, acompanhou o clima de catástrofe.

Clima esse que, é claro, não faz o menor sentido.

Não faz sentido não apenas porque esse foi o primeiro jogo do time principal do ano (e sem todos os titulares), mas porque nem sofremos esse passeio todo do time argentino.

Há pontos positivos e negativos, como em quase tudo na vida: fomos evidentemente superiores ao River na primeira etapa, mas realmente fomos dominados no segundo tempo; chegamos com alguma facilidade ao ataque, mas entregamos os três gols sofridos; o time marcou bem com as linhas mais altas, mas mostrou fragilidade nas bolas paradas e em contra-ataques.

Ou seja…nada muito anormal diante do atual estágio de trabalho. E, não é racional esquecer, enfrentamos um dos melhores times da América, que já vem com uma base consolidada e que, mesmo considerando que esteja em pré-temporada como nós, já fez outros jogos.

Foi ruim? Foi, claro. Mas não tão ruim como tantos querem pintar. Basta lembrar de uma coisa: há apenas três semanas o Vasco, com uma meia dúzia dos caras que estiveram em campo ontem, perdeu um jogo-treino para o Bangu. Olhando por esse lado….

As atuações

Alexander – duas boas defesas e nada podia fazer nos dois primeiros gols. Mas o terceiro parecia ser uma bola defensável.

Puma Rodríguez – boa movimentação e participação no apoio, mas deixou espaços pela sua lateral.

Miranda – não correspondeu à moral que ganhou ao ser relacionado para a viagem aos States, menos ainda à titularidade ontem (o que, até o próprio sabe, não se manterá). Deu lugar ao Ulisses, que não chegou a tempo na cobertura no terceiro gol, mas foi deixado na podre pela bola perdida na frente da nossa área.

Léo – um dos melhores em campo, jogando com segurança e, quando necessário, firmeza. Deu umas poucas vacilada, perdoáveis por ser início de temporada. Anderson Conceição o substituiu e, com seis minutos em campo, iniciou a jogada do terceiro gol portenho com uma saída de bola equivocadíssima.

Lucas Piton – como o outro lateral estreante, mostrou ter maior vocação ofensiva que defensiva. O problema é que o sujeito exagerou nas vaciladas defensivas, destacadamente no primeiro gol do River, quando o adversário teve toda liberdade pra cabecear. Edimar entrou em seu lugar e não teve tempo para fazer muita coisa (o que, no seu caso, é bom).

Zé Gabriel – não conseguia se destacar no meio do bizarro time que disputou a Série B. Por que faria diferente ontem?

Figueiredo – escalado como volante, não ia mal até dar uma cochilada no lance que originou o segundo gol gringo. Jair o substituiu quando o River passou a ter maior controle do jogo e segurou bem na marcação/combate. Também deu bons passes.

Nenê – legal dar uma moral pro coroa, mas é preciso encarar os fatos: diante de qualquer adversário que corra o mínimo, o Vovô deixa de ser competitivo, tirando nas bolas paradas (e ontem, nem nisso).

Erick Marcus – reforço? Da base? Desconhecido para parte da torcida, o cria teve uma estreia discreta entre os profissionais. Orellano entrou em seu lugar e fez uma partida mais interessante, principalmente quando articulou com o Puma. Perdeu a bola que originou o terceiro gol do River, depois de não conseguir dominar o tijolo que o Anderson Conceição mandou pra ele.

Gabriel Pec – boa movimentação ofensiva e participação em algumas boas jogadas. Mas não seria o Pec se não perdesse uma boa chance de marcar, o que aconteceu depois de uma jogada individual no começo da partida. Eguinaldo entrou em seu lugar e também foi o de sempre: correria, incômodo pra zaga adversária e algumas decisões equivocadas na hora de definir as jogadas.

Pedro Raul – se esforçou, mas sem receber boas bolas para finalizar (e desperdiçando a única que teve, cabeceando pra fora), acabou não se destacando. Vinícius Paiva, 34/2T).

Vasco de Barbieri estreia tendo serviço pra mostrar

Maurício Barbieri faz hoje sua estreia no comando do Vasco, no amistoso contra o River Plate
Maurício Barbieri faz hoje sua estreia no comando do Vasco, no amistoso contra o River Plate (📸: Daniel Ramalho/Vasco)

O Vasco já fez sua estreia pelo Carioca no sábado passado, mas o 0 a 0 contra o Madureira nem de longe teve mais atrativos que o amistoso que teremos hoje contra o River Plate, pela Florida Tour 2023. Isso porque, sabemos, o começo do “pré-temporadão” não faz tanta diferença, ainda mais sendo disputado por um grupo de atletas que não deve ter muitas chances nessa temporada.

O que todo vascaíno quer ver mesmo é o time principal do Vasco em campo, com os reforços trazidos pela 777 e encarando um adversário de peso como o clube argentino.

Ainda que a curiosidade em ver Pedro Raul, Orellano, Pumita Rodriguez, Jair (que não fará sua estreia hoje) e todos os outros reforços seja grande, creio o mais interessante será ver o trabalho do técnico Maurício Barbieri, que depois de uma boa sequência no Red Bull Bragantino, volta a dirigir um grande clube nacional.

Porque é aquilo: o elenco (com provavelmente mais alguns reforços) será esse, independente do treinador que o comande. Então o ideal para o Barbieri é que já chegue mostrando serviço, ainda que o tempo de trabalho que teve tenha sido mínimo. E fazer uma estreia convincente diante de um oponente forte como o River Plate (que na sua pré-temporada já venceu o Monterrey-MEX e o Millonarios-COL, dois adversários com alguma tradição) será o melhor cartão de visitas que o técnico vascaíno poderá mostrar.

FLORIDA TOUR 2023
VASCO X RIVER PLATE-ARG

Local: Orlando City Stadium, na Flórida.
Data: 17 de janeiro de 2023, terça-feira
Hora: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: não divulgado

VASCO: Alexander, Pumita Rodriguez, Anderson Conceição, Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel, Figueiredo e Nenê; Orellano, Gabriel Pec e Pedro Raul.
Técnico: Maurício Barbieri

RIVER PLATE: Armani, Herrera, Maidana, González Pirez (Díaz) e Casco; Enzo Pérez, Paradela, Nacho Fernández e Aliendro; Solari e Borja.
Técnico: Martín Demichelis

Transmissão: A Star + transmite via streaming.  A Cazé TV (YouTube) e Canal Casimito (Twitch) transmitem via internet.