Triste classificação

thalles
Foto: http://www.vasco.com.br

 Bernardo pode não ter ajudado muito o time na partida entre Vasco e Rio Branco-AC. Mas mesmo não tendo sido muito efetivo, foi ele quem acabou sintetizando a maneira como nos classificamos para a segunda fase da Copa do Brasil. Entre as testemunhas do triste espetáculo de ontem na Colina, não deve haver um que não concorde com o problemático jogador vascaíno: o jogo foi de chorar.

Foi mais uma daquelas partidas em que o Vasco frustra completamente as minhas – começo a reconhecer – otimistas expectativas. Como disse ontem, não via razão para deixarmos de nos preocupar com a semifinal de domingo, já que, qualquer que fosse o time que Doriva colocasse em campo, tínhamos não apenas obrigação de nos classificar, mas também de conseguir a classificação goleando.

Mas não foi isso que vimos ontem. E nem poderia ser com Nei, Douglas Silva, Lucas, Bernardo e outros do mesmo nível. O que tivemos foi outra apresentação padrão do Vasco 2015: sem articulação, disperso, trocando passes de lado e dependendo de ligações diretas para fazer qualquer coisa.

O jogo foi tão ruim que os primeiros 45 minutos teve apenas um lance digno de nota. E foi justamente o gol do Rio Branco, que não tinha nada a perder e, não se restringindo à retranca, conseguiu marcar um belo gol aos 42 minutos.

No segundo tempo as coisas melhoraram um pouco. Rafael Silva nem voltou do intervalo e seu substituto, Yago, teve um dos seus lampejos e empatou a partida logo no primeiro minuto da etapa final. Doriva conseguiu acertar a marcação e a equipe acreana passou a ter menos espaços.

Dominamos amplamente a partida até marcarmos o segundo gol, de Thalles, que aproveitou uma sobra após chute de Cley de fora da área. Mas bastou virarmos o placar para o Vasco voltar a ceder espaços. O Rio Branco voltou a gostar do jogo, mas não conseguia levar perigo ao Martín Silva. E como o adversário não conseguia criar as jogadas, nossa defesa resolveu deu uma ajudinha: num lance em que tínhamos nada menos que SETE jogadores defendendo, ficamos trocando passinhos laterais na frente da área até Douglas Silva perder a bola e Kinho, o mesmo que marcou o gol no jogo de ida, empatar novamente a partida.

O Rio Branco só precisava de mais um gol para se classificar, mas nem isso chegou a trazer mais emoção ao jogo, que era tão ruim que em alguns momentos a torcida devia estar desejando mais o apito final que a vaga para a próxima fase.

Mas antes do fim, dois acontecimento mudaram rumo da partida: primeiro, em mais uma mostra de descontrole emocional, Bernardo começa a chorar copiosamente após ser xingado por parte da torcida. Matheus Índio entrou em seu lugar e coincidentemente iniciou a jogada do terceiro gol, passando a bola para Cley, que se livrou de dois marcadores, foi à linha de fundo e centrou na medida para Thalles marcar seu segundo gol na noite, aos 33 minutos. Novamente em vantagem no placar, o terceiro gol do Vasco tornou a já muito difícil classificação do Rio Branco em algo impossível.

Apesar de alguns breves momentos que reviveram o trauma do Baraúnas, a classificação não foi tão problemática, muito mais pelas limitações do adversário – que, vale citar, nem foi tão mal assim – que pelos nossos méritos, que foram escassos diante do desafio que o Rio Branco nos proporcionou. Mesmo sendo um time misto (e não um time reserva, o que é ainda mais preocupante), a classificação para a próxima fase não parece ser motivo para maiores comemorações. Estamos na segunda fase, mas jogamos um futebol muito triste.

As atuações…

Martín Silva – quase não teve trabalho. Nos gols, as falhas foram mais da defesa que suas.

 Nei – subiu apenas umas duas vezes ao ataque e errou os cruzamentos. O resto do tempo cobriu a lateral contra um time que praticamente não atacou.

Anderson Salles – mesmo contra um time tão limitado, vacilou nos dois gols: no primeiro, perdeu na velocidade e no corpo para o atacante adversário. No segundo, com a bola nos pés na frente da área, preferiu tocar de lado ao invés de espanar e acabar com o perigo.

Douglas Silva – não foi visto na zaga no lance do primeiro gol e não dominou uma bola simples que recebeu, originando o segundo gol do Rio Branco.

Henrique – foi discreto, subindo algumas vezes ao ataque e não comprometendo na defesa. O que já é muito mais do que o Khrysthyannow consegue fazer.

Guiñazu – bem de um modo geral, mas foi um dos que preferiram ficar tocando a bola na frente da área no lance do segundo gol adversário.

Lucas – também vacilou no lance do segundo gol. Fora isso, deu alguns chutes horrorosos no ataque.

Bernardo – chorou e saiu. Matheus Índio entrou em seu lugar e pelo menos iniciou a jogada do terceiro gol vascaíno.

Jhon Cley – é outro muito criticado, mas ontem participou dos três gols: deu o passe em profundidade para Yago marcar o dele, Thalles marcou seu primeiro na sobra de um chute de Cley de fora da área e fez uma grande jogada no terceiro gol. Mesmo assim saiu para a entrada do Montoya, que só entrou pra perder o gol mais feito do jogo.

Rafael Silva – mostrou emprenho e mobilidade. Mas efetividade, que é bom, nada. Yago o substituiu no intervalo e podemos resumir sua atuação toda em um minuto, quando marcou o gol de empate em uma arrancada e, aos trancos e barrancos, fez o gol (com ajuda do zagueiro adversário)

Thalles – figura nula no primeiro tempo, fez a diferença no segundo, marcando dois gols nas duas bolas que teve em condições de marcar.

***

Lembrem-se de curtir a fanpage do Blog da Fuzarca no Facebook e seguir o Blog da Fuzarca pelo twitter @jc_CRVG.

Com a cabeça no Carioca

taca-estadualOs boleiros, jogadores, técnicos e até dirigentes em geral, parecem ser obrigados a decorar uma cartilha de bordões relacionados ao futebol. Diante dos microfones de das câmeras, todos reproduzem um repertório preestabelecido de chavões que servem para situações semelhantes. Um exemplo: quando um time está disputando duas competições e tem uma sequência de jogos entre um e o outro campeonato, todo jogador fala a mesma coisa: “…mas agora é esquecer o campeonato X e pensar no campeonato Y, onde temos outro adversário difícil”. Eles repetem isso em qualquer situação, mesmo que o time esteja disputando o Carioca e a Libertadores, mesmo que um campeonato esteja na primeira fase e outro na final, mesmo que uma partida seja contra o Barcelona e a outra seja contra o Rio Branco-AC, nosso adversário de hoje pela Copa do Brasil.

Não comecei o post falando isso por condenar esse tipo de atitude. Ela nada mais é que uma forma de respeitar todos os adversários e competições, dando importância e peso iguais para toda partida. Isso é muito bonito enquanto discurso, mas na prática, todos sabemos que a preocupação da torcida – e inevitavelmente, dos jogadores do Vasco – estará mesmo é no domingo, quando teremos um clássico, contra um grande rival e que define uma vaga na final da competição.

Mas a Copa do Brasil não é mais importante que o Estadual? Isso não se discute, claro. Mas, sendo sinceros, se tivermos que nos preocupar demasiadamente com um adversário como o Rio Branco, como poderemos ter esperanças de chegar ao bicampeonato da Copa? O respeito aos adversários é uma obrigação? É, mas uma classificação tranquila hoje, seja qual for o time que entre em campo, também é.

Mesmo com o retrospecto de eliminações vergonhosas que infelizmente acumulamos na Copa do Brasil, não dá pra pensar de outra forma. Nosso adversário não tinha outra pretensão além de conseguir fazer o jogo da volta e pela comemoração que fizeram ao fim da primeira partida – mesmo com a derrota por 2 a 1 em casa – eles já consideraram a viagem para o Rio um feito histórico. Para chegar a São Januário, o time teve que peregrinar por oito longas horas. Chegando à cidade, fizerem seu treino em um campo sintético do Aterro. O que, aliás, é até adequado para um time semiprofissional, que tem jogadores que precisam complementar seus salários de atletas com outras atividades (um dos jogadores é frentista no Acre). Diante disso tudo, uma eliminação vascaína hoje é mais que inconcebível, é inaceitável.

Além de todos os perrengues pelos quais o Rio Branco passa, o Vasco ainda tem a vantagem de ter dois resultados a seu favor, podendo inclusive perder por um a zero, para passar à segunda fase. Em um cenário como esse, até o mais pessimista dos vascaínos não tem motivos para se preocupar agora com a Copa do Brasil. Entremos em campo com um time misto, os reservas ou mesmo os suplentes dos reservas, temos o dever de conquistar a vaga.

Copa do Brasil  2015

Vasco x Rio Branco-AC

Martín Silva; Nei, Anderson Salles, Douglas Silva e Lorran (Henrique); Guiñazú, Serginho, Jhon Cley, Bernardo e Rafael Silva; Thalles.

Filipe; Marquinhos, Martinez, Tyrone e Tiaguinho; Marzagão, Joel, Evandro Russo e Jeferson; Robinho e Alexandre Matão.

Técnico: Doriva.

Técnico: José Araújo.

Estádio: São Januário. Data: 15/04/2015. Horário: 22h. Arbitragem: Flavio Rodrigues de Souza (SP). Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Júnior (SP) e Herman Brumel Vani (SP)

As Redes Band (RJ e parte da rede) e  Globo (RJ, ES, PI, PA – apenas Santarém -, AM, RO, AC, RR e AP) transmitem a partida ao vivo. O SporTV 2 transmite para seus assinantes de todo o Brasil.

***

Ontem, em uma entrevista coletiva, Eurico Miranda passou uma descompostura em um jornalista do Extra:

Quanto ao tom empregado, nem tecerei comentários. Todos conhecemos o temperamento do presidente vascaíno e, na real, os responsáveis pela cobertura feita pelo pasquim carioca até merecem mesmo levar uma bronca pelo tipo de matérias que fazem sobre o clube, principalmente perto de jogos importantes. Mas não foi a grosseria habitual do Eurico que me chamou a atenção. Foi a construção das suas declarações:

EU não fui pedir um centavo pra ninguém pra resolver os MEUS problemas. Então, faz uma matéria que EU estou em dificuldades financeiras? Quem te disse? Alguém tá cobrando alguma coisa pra dizer que EU estou em dificuldades financeiras? (…) MEUS compromissos estão todos rigorosamente em dia.

A matéria que irritou o presidente fala em dificuldades financeiras DO VASCO, não do Eurico. Mas, ao rebater o jornalista, o presidente só consegue falar na primeira pessoa. Ou seja, Eurico Miranda não perdeu o péssimo hábito de confundir sua pessoa com a instituição Vasco da Gama.

Outra parte que me chamou a atenção foi quando o presidente declarou que  “Eu não tenho que informar nem você, nem a ninguém se o salário foi pago ou se não foi pago. Isso não é do teu interesse”. Pode não ser do interesse do jornalista que foi alvo da bronca, mas esse “nem a ninguém” é um equívoco. É de interesse te todo torcedor vascaíno se uma das promessas de campanha da atual diretoria está sendo cumprida. Ainda mais quando lembramos que nos últimos anos, atrasos salariais foram uma crítica constante do grupo político que apoia a atual gestão.

***

Lembrem-se de curtir a fanpage do Blog da Fuzarca no Facebook e seguir o Blog da Fuzarca pelo twitter @jc_CRVG.

Força na hora certa

forçaDepois de terminada a extensão de pré-temporada que chamamos de Taça Guanabara, temos pela frente o primeiro jogo relevante de 2015. E também o primeiro com importância real que teremos contra a mulambada, por mais que para o atual presidente vascaíno, cada duelo com os urubulinos da Gávea seja um campeonato à parte.

Nas duas primeiras partidas – a primeira, amistosa, e a segunda no meio da fase de classificação – as vitórias mulambas vieram única e exclusivamente por conta de erros inaceitáveis dos nossos jogadores. Em nenhuma das duas qualquer time mostrou capacidade para se gabaritar como favorito absoluto do confronto. E hoje, quando o jogo pode decidir uma das vagas na final do campeonato, nada mudou. Se um dos lados tem uma vantagem, ela não é determinada por quem jogará, e sim pelo regulamento, que permite o avanço do Framengo no caso de dois empates nas semifinais.

Aí falarão que o retrospecto conta, que o Vasco treme diante da mulambada e mais um monte de fatores que não entram em campo. Nada disso conta: primeiro, porque dessas nove partidas que estamos sem vencer a urubulândia, duas ou três foram decidida pelos apitadores, que têm o hábito de se mostrarem humanos nesse clássico e errarem em lances capitais (infelizmente nunca para o nosso lado). E depois, não há como colocar sobre jogadores que estão há poucos meses no clube uma alegada amarelância diante de um adversário contra o qual jogaram apenas duas vezes.

Esses argumentos podem animar conversas de botequim ou pautar nossa competente imprensa esportiva. Mas com a bola rolando, quem estiver com a armadura cruzmaltina não pode se deixar levar por essa conversa. É preciso disposição, empenho e muita, mas muita atenção mesmo, principalmente depois do que aconteceu no clássico na Taça Guanabara.

Sobre a nossa escalação, que praticamente repete a da goleada sobre o Voltaço, o fato novo que provoca mais expectativa estará no banco: Dagoberto, que se contundiu justamente na primeira partida contra a mulambada, foi relacionado e pode voltar ao time hoje. Doriva deverá escolher entre Yago e Bernardo como acompanhante do Gilberto no ataque. Acredito que o primeiro deva ser titular, já que não foi tão mal na partida contra o Volta Redonda. E em uma partida com alto potencial para quizumbas como o de hoje, dificilmente Bernardo seria uma alternativa para substituir algum atacante, tornando a possibilidade de Dagol participar da partida enorme. Rodrigo, que se contundiu contra o Friburguense e ficou de fora na última rodada volta ao time, devolvendo à equipe a dupla de zaga que teve o melhor desempenho ao longo do campeonato.

A semifinal do Estadual é um dos famosos “jogos de 180 minutos”, mas como os mulambos jogam por dois empates, a necessidade de uma vitória no primeiro jogo é maior para o Vasco, que precisa reverter a vantagem que hoje está do outro lado. Vencer esse, que será o primeiro desafio real para esse novo elenco, será uma prova de capacidade maior que todas as que o time do Doriva mostrou até agora. Aliás, em se tratando de um campeonato como o Estadual que tivemos, será a primeira prova.

Campeonato Estadual 2015

Vasco x Flamengo

Martin Silva, Madson, Luan, Rodrigo e Christiano; Guiñazu, Serginho, Julio dos Santos e John Cley; Yago (Bernardo) e Gilberto.

Paulo Victor; Pará, Bressan, Wallace e Anderson Pico, Jonas, Márcio Araújo, Canteiros e Gabriel; Alecsandro e Marcelo Cirino.

Técnico: Doriva.

Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Arena Maracanã. Data: 12/04/2015. Horário: 16h. Arbitragem: João Batista de Arruda. Auxiliares: Wagner de Almeida Santos e Jackson Lourenço Massara dos Santos.

As redes Bandeirantes (todo o Brasil, exceto SP, PR e GO) e Globo (RJ, ES, DF, RN, PB, SE, MA, PI, PA, AM, RO, RR, AP, AC e TO) transmitem a partida. O PFC transmite no sistema Pay-per-view para seus assinantes em todo Brasil. 

***

Há mais uma razão para a vitória na primeira partida da semifinal ser uma necessidade maior para nós: depois de hoje, a mulambada terá uma semana para treinar e se recompor. Já o Vasco tem o jogo da volta contra o Rio Branco-AC, pela primeira fase da Copa do Brasil. Ainda que a classificação não seja algo tão complicado (tomara, tomara!), Doriva pode precisar escalar alguns titulares para o confronto, até porque, os reservas fizeram um papel nada bonito na capital acreana. Caso algum titular participe da partida de quarta feira, esses terão um descanso menor e ainda correm o risco natural de contusões, algo que pode acontecer em qualquer jogo.

***

Lembrem-se de curtir a fanpage do Blog da Fuzarca no Facebook e seguir o Blog da Fuzarca pelo twitter @jc_CRVG.

Brincadeira de mau gosto

dst

A estréia do Vasco na Copa do Brasil acabou se transformando em uma bela pegadinha de 1º de abril para a torcida. Depois de um começo que prometia uma classificação antecipada com uma facilidade enorme, o time se acomodou, cedeu espaços para o modestíssimo Rio Branco e não conseguiu o placar que precisava para evitar o jogo da volta com o time acreano, vencendo por apenas 2 x 1.

A pegadinha começou logo no início do primeiro tempo. Antes de completar dois minutos de bola rolando, já abrimos o placar, com um lindo gol de Thalles. Não que o lance não tivesse dado pistas de que poderíamos ter dificuldades: a jogada se iniciou com uma cobrança de tiro de meta, com a bola indo direto de Martín Silva para Bernardo e depois para Thalles dominar com categoria e estufar as redes. O gol nascido de uma ligação direta acabou sendo a tônica do jogo, com nossa equipe mais uma vez tendo enormes dificuldades de chegar o ataque sem apelar para os chutões da defesa. Até conseguimos fazer algumas jogadas pelos lados do campo, mas Lorran e Yago, os responsáveis por essa função, parecem ser incapazes de concluir uma jogada de forma correta.

A impressão de goleada já se mostrava uma brincadeira para o dia da mentira na etapa inicial, tanto que o goleiro do Rio Branco não chegou a fazer qualquer defesa. E depois do primeiro minuto do jogo, só voltamos a criar um lance digno de nota no último minuto antes do intervalo, com o segundo gol, esse com a cara do atual time do Vasco: nascido em bola parada, com um zagueiro marcando. Após cobrança de escanteio do Bernardo, Douglas Silva escorou e ampliou a vantagem.

No segundo tempo, as coisas ficaram ainda mais monótonas. Com a vantagem necessária para evitar o segundo jogo, o Vasco passou a cozinhar o jogo, valorizando a posse de bola de forma equivocada, trocando passes laterais nas intermediárias do campo. As tentativas de ataque foram poucas e as que levaram algum perigo em menor quantidade ainda.

Com o time aparentando uma satisfação injustificada pela vantagem que tínhamos, Doriva tentou dar um gás à equipe com substituições. O problema é que nenhuma delas trouxe o efeito esperado. Pelo contrário, quem entrou conseguiu ser mais ineficiente que quem saiu: Montoya, Mosquito e Romarinho mal encostaram na bola, e quando conseguiram, nada fizeram de produtivo.

O banho-maria que o Vasco imprimiu ao seu ritmo teve suas consequências. Num dos poucos ataques do Rio Branco, a marcação frouxa do time permitiu que o adversário diminuísse a diferença. O gol motivou nosso adversário e com menos de 10 minutos para o fim da partida, não tivemos força para marcar o terceiro. Com isso, o time do Acre realizou um feito que não conseguia desde 2012: obrigar a realização do jogo da volta na primeira fase da Copa do Brasil.

O fato de termos jogado com um time reserva, sem entrosamento, explica a falta de entrosamento. E, para não tirar completamente os méritos do adversário, o Rio Branco mostrou um futebol e uma disposição maiores que alguns oponentes que tivemos no Carioca que nem o time titular conseguiu vencer, como o Barra Mansa, por exemplo. Mas a aparente falta de determinação em ampliar o placar não tem justificativa, ainda mais se analisarmos que tivermos pela frente uma equipe semiprofissional, com jogadores que precisam ter outras funções além de se dedicar ao futebol. Vencemos e só uma hecatombe nos fará perder a vaga em São Januário. Mas nos vermos obrigados a fazer esse segundo jogo já foi uma tremenda brincadeira de mau gosto.

As atuações…

Martín Silva – se acompanhasse os gritos da torcida nas arquibancadas feito mais no jogo. No gol não podia fazer nada.

Nei – bateu tanto que bem poderia ser expulso, mesmo contra um adversário contra o qual não deveria ter problemas com a marcação. E tendo facilidade, chegou a apoiar em alguns momentos. Mas como estamos falando do Nei, obviamente não acertou nada.

Douglas Silva – fez o gol que acabou nos livrando de um vexame.

Anderson Salles – não teve complicações com o adversário.

Lorran – não conseguiu se destacar ofensivamente contra um time muito limitado. E o gol saiu pela sua lateral.

Guiñazu – a se destacar, apenas o fato raríssimo de ser o segundo jogo seguido em que não leva cartão por cometer faltas violentas.

Victor Bolt – segue não justificando minimamente sua contratação. Erra passes como poucos, não consegue ajudar em nada a criação e nem faz uma cobertura muito eficiente das laterais. Como no lance do gol, por exemplo.

Matheus Índio – a juventude explica e justifica uma atuação em que, aparentemente, tentou mostrar serviço fazendo firulas ao invés de ser efetivo na criação. Foi substituído depois de presepar em excesso por Montoya, que nem aparecer em campo conseguiu.

Bernardo – foi decisivo nos primeiros e últimos minutos do primeiro tempo, dando o passe para o gol do Thalles e cobrando o escanteio para o de Douglas Silva. Entre esses momentos, nada fez. Mas sua contribuição foi infinitamente superior a do Mosquito, que o substituiu e não fez rigorosamente nada, inclusive deixando o autor do gol acreano passar por ele sem esboçar qualquer reação;

Yago – fez 750 jogadas pelas laterais do campo para desperdiçá-las com passes errados e chutes bisonhos.

Thalles – recebeu um bom passe e marcou um belo gol. Depois, a bola raramente chegou e não fez mais nada. Romarinho entrou em seu lugar, fazendo sua estreia como profissional do Vasco. Mas foi como se não fizesse.

***

Há quem encontre um consolo na manutenção da escrita de nunca termos perdido em estreias da Copa do Brasil. Os adeptos desse pensamento ficam ainda mais satisfeitos quando se sabe que o Vasco é o único a manter essa marca entre os grandes clubes do país.

Eu só não consigo ver muita vantagem nisso quando vemos que, entre os 12 maiores clubes do Brasil, nós só temos mais títulos na competição que o Botafogo, que não tem nenhum título, e São Paulo, que tem 10 participações a menos que nós.

***

Parece mentira, mas esse 1º de abril também trouxe uma ótima notícia para o clube: a diretoria fechou um patrocínio com a Viton 44, que exibirá sua marca nas mangas da nossa camisa. Os valores divulgados pela imprensa são discrepantes, uns falando que “gira em torno de R$ 13 milhões“, outros falando em “pouco mais de R$ 17 milhões” por 1 ano e nove meses de contrato. Oficialmente não há uma confirmação das cifras, que ainda podem aumentar em 2016, caso a empresa estampe seu logo nas costas da camisa.

Seja o valor que “gira em torno” (que me parece pouco), seja o “pouco mais“, a diretoria marca um belo gol com o acordo. Se lembrarmos que qualquer uma das opções é bem maior que todos os patrocínios conseguidos pelos mesmos gestores na sua primeira passagem no comando do Vasco, podemos sim ficar esperançosos de que as coisas, pelo menos em parte, não serão como antigamente.

***

Lembrem-se de curtir a fanpage do Blog da Fuzarca no Facebook e seguir o Blog da Fuzarca pelo twitter @jc_CRVG.

1º de abril

pinHoje o Vasco inicia mais uma busca pelo bicampeonato na Copa do Brasil, indo até o Acre encarar o Rio Branco. E em um dia como esse, as expectativas para o jogo e para a competição de um modo geral não poderiam ser melhores.

Para a partida, temos tudo para crer numa excelente apresentação do time. Primeiro pela tradição de nunca ter perdido numa estreia da Copa, e como todos sabemos, o futebol respeita muito as escritas. E depois, com um time montado basicamente com nossos reservas, certamente teremos um Vasco muito aguerrido, atento e disposto a mostrar serviço.

O possível esquema do Doriva também é muito promissor: com Nei e Lorran nas laterais, teremos qualidade tanto no apoio, com o primeiro, quanto defensivamente com o segundo. O meio de campo, com Guiñazu e Bolt – dois volantes que sabem jogar – e o novato Matheus Índio (mesmo não sendo armador)  tem tudo para conseguir municiar o poderoso ataque formado por Bernardo e duas grandes jóias da base, Yago e Thalles. Mas o time pode ficar ainda melhor, caso Sandro Silva, que disputa a vaga com Bolt, entre em campo.

Com um grupo como esse, dificilmente teremos o jogo de volta no Rio. E isso apenas confirmará que a torcida pode ter todo o otimismo do mundo nessa edição da Copa do Brasil. Afinal de contas, não podemos esquecer quem temos no comando do clube um presidente especialista na competição, que em sua primeira gestão fez campanhas memoráveis. Como esquecer as maravilhosas Copas do Brasil de 2004, 2005, 2006 e 2007? Ou mesmo a de 2008? Essas são daquele tipo de campanha que não sairão nunca da lembrança de cada torcedor.

Sendo assim, será certamente um prazer estar diante da TV para ver mais uma atuação de gala do nosso escrete. Tudo indica que comeremos a bola, golearemos nosso adversário e mandaremos um recado para todos os outros competidores: o Vasco montou uma equipe que lhe credencia como grande favorito ao título da Copa do Brasil.

Afinal de contas, como todos sabem, o respeito voltou.

Copa do Brasil 2015

Rio Branco – AC x Vasco

Filipe; Bruno, Victor Hugo, Tyrone e Tiaguinho; Kinho, Joel, Marquinhos e Evandro Russo; Jeferson e William Pires.

Martín Silva; Nei, Douglas Silva, Anderson Salles, Lorran; Guiñazu, Victor Bolt (Sandro Silva), Matheus Índio; Yago, Bernardo e Thalles.

Técnico: Zezito.

Técnico: Doriva.

Estádio: Arena da Floresta. Data: o1/04/2015. Horário: 19h30. Arbitragem: Rodrigo Batista Raposo (DF). Auxiliares: Arnaildo Lino dos Santos (RO) e Luciano Benevides de Sousa (DF).

Os canais ESPN e SporTv transmitem para seus assinantes em todo país .

***

Lembrem-se de curtir a fanpage do Blog da Fuzarca no Facebook e seguir o Blog da Fuzarca pelo twitter @jc_CRVG.