Novos problemas e as falhas de sempre levam o Vasco à derrota em São Luís

Nenê em campo
Nenê teve a chance de evitar a derrota, mas desperdiçou uma cobrança de pênalti (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Derrotas como este 1 a 0 que o Vasco sofreu diante do Sampaio Corrêa são daquelas que não dão espaço para contemporizações. Adversário em momento ruim, atuando com um jogador a menos desde o fim do primeiro tempo, jogando fechadinho e evitando duas ou três chances claras de gol do nosso ataque (uma delas, uma penalidade aos 52 minutos do segundo tempo)….

Com todas essas condições e em uma rodada na qual praticamente todos os resultados nos favoreciam, nem o empate seria aceitável para a torcida. Uma derrota, então, seria o bastante para qualquer vascaíno jogar toda a esperança de acesso que foi se acumulando desde a vitória sobre o Brusque na lixeira mais próxima.

Foi o que eu falei no pré-jogo, sobre a responsabilidade e o aumento de expectativas que o Vasco do Fernando Diniz gerou. Quando essa expectativa é confirmada, é a euforia; quando não é, é a famosa terra arrasada e críticas a tudo e a todos, façam sentido ou não as tais críticas.

E muitas efetivamente não fazem….cumprindo meu papel regular de ser do contra, explicarei porque acho isso. Didaticamente, pra facilitar…

1) “O Vasco não vai subir!” – sim, as coisas ficaram mais complicadas (segundo o site Infobola, nossas chances caíram pela metade), mas a derrota de ontem não me parece motivo para mudar a chave da “certeza de G4” para “Série B 2022”. Primeiro, porque era querer se iludir demais imaginar que o Vasco não perderia nenhuma partida até o fim da competição e, analisando friamente a situação, esse era o irritante “momento certo para perder”, já que ruim, por ruim, pelo menos a distância para o G4 não aumentou.

2) “O time é horroroso!” – sim, o time é fraco e todo mundo sabe disso há muito tempo. Não foi na partida de ontem que ele ficou assim e, aliás, ontem não foi nem de longe a pior partida do Vasco, nem mesmo sob o comando do Diniz. Natural desejar a morte de forma cruel e lenta de todo o time quando perdemos da forma que perdemos ontem, mas falar que a derrota de ontem só aconteceu porque o time do Vasco é horroroso é uma injustiça não apenas com o time, mas principalmente com o Sampaio Corrêa: os caras fizeram o dever de casa, jogaram de fora inteligente e contaram com uma atuação digna de seleção do goleiro Luiz Daniel. O cara fez pelo menos dois milagres e, não fosse por ele, estaríamos todos aqui já fazendo planos para a Série A do ano que vem.

3) “Diniz é maluco!” – o técnico vascaíno deu uma de Professor Pardal ontem, claro. Mas nem de longe o problema do time foi a decisão do Diniz de deixar o time com um zagueiro apenas para colocar mais um atacante. A presença do Graça em campo não evitaria que o gol do Sampaio saísse da forma como saiu (o gol saiu numa falha de marcação individual do Marquinhos Gabriel). Diniz poderia ter acalmado o time e ter orientado os caras para não se lançarem tão desesperadamente ao ataque? Não apenas poderia, como deveria. Mas isso, igualmente, não foi a razão da nossa derrota. Não sofremos um gol de contra-ataque, que era a esperança da Bolívia Querida….sofremos um gol da nossa velha falha de sempre, as bolas alçadas à área. Se for pra xingar o Diniz, que seja porque não resolveu esse problema (que nem o Cabo, nem o Lisca, conseguiram) e não porque ele tenha cometido erros graves ontem.

No fim das contas, desperdiçamos a chance de encostar de vez no G4 não apenas porque o time foi mais afobado ofensivamente do que de costume, uma falha nova. Mas sim, e principalmente, por causa do problema mais antigo que temos nesta temporada. Se estamos na atual situação no Brasileiro, grande parte disso é por ainda não conseguirmos evitar gols em bolas alçadas à nossa área. E, claro, o velho hábito que temos de levantar defuntos em diferentes níveis de decomposição no campeonato.

Apesar do fatalismo da torcida, mais que natural após o jogo de ontem, nossa situação não está tão pior do que antes. Ainda há 27 pontos a serem disputados, 15 dentro de São Januário e pelo menos 6 que, em teoria, são mais plausíveis de serem conquistados mesmo fora de casa. Ainda podemos nos recuperar da derrota de ontem e conseguir o acesso. Mas tudo será muito menos complicado se o Diniz conseguir resolver as falhas antigas do time e evitar que novos problemas apareçam.

As atuações

Vanderlei – lento ou atabalhoado em algumas saídas de bola, mas ser o maior alvo de críticas do time no jogo de ontem não faz o menor sentido. Não apenas porque não tinha o que fazer no lance do gol adversário, mas também por ter evitado uma derrota por placar mais dilatado com pelo menos duas boas defesas.

Zeca – mesmo quando o Vasco mais pressionava, não conseguiu ser uma boa opção no apoio. Figueiredo entrou no seu lugar e nos quase 15 minutos que esteve em campo só apareceu para receber um amarelo.

Ricardo Graça – vinha fazendo uma partida correta, sem se comprometer, até ser sacado para dar lugar ao Daniel Amorim aos 14 minutos do segundo tempo. O Pirulito quase marcou um golaço de voleio, mas parou em uma das defesas milagrosas do goleiro Luiz Daniel. Mas entrou muito pilhado, o que acabou lhe rendendo um amarelo desnecessário.

Leandro Castan – enquanto estava com Graça ao seu lado, apanhou da bola e até caneta dentro da área tomou. Curiosamente, teve menos problemas quando ficou como único zagueiro, quando ganhou até disputas de velocidade e quase marcou um gol (o que não aconteceu por mais uma defesa do goleiro adversário).

Riquelme – presença constante no apoio, acabou inevitavelmente deixando muitos espaços na sua lateral para as subidas do Sampaio Corrêa (um problema que deve ser mais resolvido pelo técnico que pelo jogador, diga-se). Afobado algumas vezes, impreciso em outras, ainda assim, foi uma das mais importantes armas ofensivas do time. E poderia ter sido um dos responsáveis por termos ganhado pelo menos um pontinho, se o pênalti que sofreu no último lance da partida não tivesse sido desperdiçado.

Bruno Gomes – na prática, jogou sozinho como volante e não foi mal. Também ajudou na saída de bola do time.

Marquinhos Gabriel – se havia algo que justificasse sua presença em campo jogando mais recuado e com mais funções defensivas, não há mais: o gol do Sampaio Corrêa saiu porque o “Lexotanzinho” Gabriel estava completamente perdido na marcação do zagueiro Alan Godói, que subiu como quis para cabecear.

 Nene – ainda que tenha sido participativo, estava sendo menos efetivo do que de costume. E quando teve a chance de decidir, cobrou com certa displicência a penalidade que teve, fez de vez o nome do goleiro Luiz Daniel e jogou um ponto importante no lixo.

Gabriel Pec – é participativo, joga com intensidade, mas ainda peca demais nos momentos decisivos, seja tecnicamente, seja por tomar decisões ruins. Teve duas chances para finalizar, uma pra fora e outra bloqueada por um marcador. João Pedro o substituiu no segundo tempo e não chegou a mostrar mais competência que o titular.

Morato – esforçado, mas sem brilho, deu algum trabalho para a zaga adversária.

Cano – outro que teve uma grande chance para marcar e parou em uma grande defesa do goleiro adversário. No mais foi pouco acionado.

Com ‘emoção’, Vasco vence e aumenta a confiança no acesso

Cano comemora
Depois de três jogoos, Cano volta a marcar e ajudou o Vasco a vencer (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Fernando Diniz tentou com sua escalação, nossos zagueiros tentaram com seus recuos para o Vanderlei e o próprio goleiro tentou com mais uma saída equivocada do gol… e mesmo com todo esse pessoal tentando dar mais emoção ao jogo, o Vasco venceu o Confiança por 2 a 1.

As tentativas de “autocomplicação” já começaram pela escalação dos titulares. Com a volta de Léo Matos – que estava suspenso na última rodada – e para manter o Riquelme (um dos destaques na vitória sobre o Goiás), Fernando Diniz achou por bem escalar o time com todos os laterais que aparecessem pela sua frente e acomodou o Zeca no meio de campo.

E o novo esquema – sim, novo, porque Diniz tirou o terceiro atacante, escalando um 4-4-2 – resultou em um time confuso, que nem conseguiu ameaçar o adversário, nem mostrou maior eficiência defensiva. Na prática, o Vasco desperdiçou os primeiros 45 minutos tocando a bola de um lado pro outro de forma inútil, conseguindo apenas uma finalização mesmo com quase 70% de posse de bola.

Menos mal que Diniz reconheceu o equívoco e não quis morrer abraçado à sua ideia inicial. Na volta do intervalo, o Vasco retornou ao 4-3-3, trocando um Matos por Pec. Com a mudança, seguimos tendo maior posse de bola, só que agora, com maior efetividade no ataque. Passamos a finalizar e resolvemos o jogo antes da metade da etapa final, em três minutos: abrimos o placar com Cano, aos 15 e ampliamos com Graça aos 18.

Com o prejuízo no placar, o Confiança abandonou a postura defensiva e passou a procurar mais o jogo e conseguiu diminuir, após falha do Vanderlei. Resistimos bem à tentativa de pressão dos donos da casa e seguramos o resultado, garantindo a terceira vitória seguida, pela primeira vez na competição.

Antes de Fernando Diniz assumir a equipe – e até mesmo depois, principalmente após o empate com o Cruzeiro – a impressão era de que o acesso do Vasco teria se transformado em uma missão impossível. Agora, na sexta colocação e com o G4 a cinco pontos de distância, o que parecia uma impossibilidade é “apenas” difícil. Antes da vitória sobre o Brusque, tínhamos apenas 2% de chance de conseguir o acesso; agora, já são14%. Diniz e seus comandados precisam aproveitar o momento e manter a sequência positiva, que só aumenta a confiança do time e da torcida na volta à elite.

As atuações

Vanderlei – passou boa parte do jogo tentando matar a torcida do coração nos lances em que precisou usar os pés. Pra completar, falhou feio no lance do gol do Confiança.

Léo Matos – costumeiramente é um lateral que atua mais defensivamente, ainda assim, deixou muitos espaços pelo seu lado de campo. Acabou sacado no intervalo, quando Diniz resolveu acertar a bagunça que fez na escalação inicial. Gabriel Pec o substituiu e ajudou a tornar nosso ataque mais efetivo: participou da jogada do primeiro gol e fez a assistência para o segundo.

Ricardo Graça – mostrou firmeza e disposição na zaga e ainda marcou o gol da vitória mostrando boa antecipação no lance. Mas estava perdidinho no lance do gol do Confiança.

Leandro Castan ­– quase cometeu um pênalti em lance no qual perdeu o tempo da bola, mas foi útil principalmente nos momentos de maior pressão dos nossos anfitriões.

Riquelme ­– outra boa atuação do garoto, mostrando habilidade nas constantes subidas ao apoio sem comprometer na parte defensiva. Iniciou a jogada do segundo gol do Vasco antes de ser substituído pelo Walber, que no pouco tempo em que esteve em campo, fez pelo menos um corte importante em jogada aérea do adversário.

Bruno Gomes – se enrolou um pouco na marcação no começo da partida. Subiu de produção depois que Diniz reorganizou o time. Iniciou a jogada do segundo gol vascaíno.

Zeca – começando como volante, se embolou mais que ajudou. Voltou do intervalo como lateral e rendeu mais.

Marquinhos Gabriel – no bagunçado esquema do primeiro tempo, não conseguiu fazer muita coisa; na volta do intervalo, não conseguiu ajudar na criação. Sarrafiore entrou em seu lugar, se machucou com poucos minutos e ficou mancando em campo, no sacrifício, até o fim do jogo.

Nene – começou a partida numa posição demasiadamente recuada e foi muito discreto no primeiro tempo. No segundo tempo fez o de sempre: participou dos lances dos dois gols (incluindo a assistência para o primeiro).

Morato – quase marcou um golaço do meio de campo, mas na maioria do tempo não conseguiu superar a marcação do Confiança. Deu lugar ao Romulo, que entrou para ajudar a fechar mais o meio de campo quando tínhamos dois gols de diferença. Acabamos sofrendo o gol do Confiança depois da sua entrada.

Cano – “redesencantou” marcando um gol depois de quatro partidas em jejum. Além disso, tentou ajudar na marcação o quanto pôde. Daniel Amorim entrou em seu lugar no fim e mal tocou na bola.

Brusque 0 x 1 Vasco: vitória ‘do contra’

Nenê finaliza
Nenê arremata para garantir a vitória vascaáina (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

A vida do vascaíno é um suplício e qualquer torcedor pode provar: depois de dois jogos com atuações promissoras e resultados deprimentes, o Vasco bateu o Brusque por 1 a 0, na primeira vitória da Era Fernando Diniz. E vencemos justo quando o time teve sua pior atuação sob o comando do novo técnico.

Onde entra o suplício? Ora, qualquer jogo do Vasco é um suplício! Mas o que é incrível mesmo é que a torcida sofreu bem mais na vitória de ontem do que nos empates contra o CRB e a Raposa. Nos jogos anteriores, o time até foi bem e vacilou nos minutos finais. Ontem, o delivery de paçoca esteve pronto pra sair com seus 11 motoboys desde o início da partida.

Aliás, 11 só até os 30 e poucos do primeiro tempo. Depois disso, Léo Matos tomou um vermelho inexplicável e ficamos com um a menos. O time, que já não jogava tão bem – o Brusque já tinha até feito um gol, invalidado pelo VAR – continuou a jogar não tão bem, só que na retranca. Antes mesmo de acabar o primeiro tempo, sofremos outro gol, novamente anulado pelo VAR.

No segundo tempo não tinha como ser melhor, claro. Era se fechar, rezar para São Bellini das bolas áreas nos proteger e tentar um contragolpezinho maroto quando nos dessem mole. E deram: com uma ligação direta da nossa intermediária, Zeca recebeu e fez um cruzamento na medida para Nenê, que aproveitou a liberdade que zaga adversária lhe deu e acertou um chute, fatal, de primeira.

Vantagem no placar, foi fechar a casinha e contar com uma bela atuação do Vanderlei, que só pra contrariar as últimas atuações nas quais não passou nenhuma segurança, fez uma penca de defesas importantes e garantiu o resultado. Nosso goleiro foi tão “do contra” quanto o time: quando jogou bem, perdeu pontos; bastou ter uma atuação fraca para vencer.

Vencemos e até o fim da rodada provavelmente subiremos uma ou duas posições (o Náutico, que perdeu ontem, já ultrapassamos). Mas isso não importa: a conta a ser feita é a diferença de pontos para a quarta colocação. Estamos, no momento, a longínquos sete pontos do G4 e agora só nos resta secar quem está acima na tabela.

As atuações

Vanderlei – garantiu a vitória com uma série de defesas, algumas bem difíceis.

Léo Matos – expulso num lance pra lá de discutível – e claro, com o uso do VAR – ainda no primeiro tempo, não chegou a comprometer ou ajudar de forma relevante.

Ricardo Graça – o PVC, comentarista da transmissão, sobre o zagueiro em uma disputa de bola pelo alto: “no lance, o Graça não subiu uma gilete!”. Apesar da frase antológica, Graça não foi tão mal e ajudou a segurar a barra nos momentos de maior pressão do Brusque.

Leandro Castan – se desdobrou com as várias bolas alçadas na área e não chegou a comprometer.

Zeca – o cruzamento na medida para o gol do Nenê foi o destaque na boa atuação do zagueiro, que também mostrou disposição na defesa.

Bruno Gomes – faltou alguém que o ajudasse a marcar, o que fez com que o Brusque ganhasse a maioria das segundas bolas na etapa final.

Marquinhos Gabriel – o meia esteve em campo? Se esteve, deixem as provas nos comentários, por favor.

Nene – com 40 anos no lombo, corre mais que a maioria e tem carregado o time nas costas. Ontem não conseguiu fazer muita coisa – o gramado, a expulsão e o time em si não ajudaram – e ainda assim foi decisivo mais uma vez (e vão contando: Nenê participou de TODOS os gols do Vasco desde que voltou ao time).

Morato – não tendo o Cruzeiro pela frente, voltou ao seu normal: esforçado e pouco efetivo. Walber entrou em seu lugar no início do segundo tempo e na sua primeira bola acertou o lançamento para o Cano, que iniciou a jogada do gol vascaíno.

Gabriel Pec – parece ter assumido a posição de “jogador de segundo tempo”: mais uma vez foi mal quando assumiu a titularidade. Em uma partida na qual precisaríamos da sua velocidade, fez muito pouco. Diniz o substituiu pelo Romulo, quando viu que o lance era mesmo segurar o resultado. Sua entrada povoou o meio de campo e ajudou diminuir um pouco a pressão do Brusque (por algum tempo).

Cano – mesmo quando parece que não fez nada, o gringo faz: foi Cano quem recebeu o lançamento e iniciou a jogada do gol, passando a bola para o Zeca. Deu lugar ao Daniel Amorim, que entrou em um jogo que não favorecia em nada seu estilo de jogo.

Contra o Brusque, Vasco precisa mostrar que ainda luta pelo acesso

Cano e Nenê conversam
Cano e Nenê conversam: a dupla é a maior esperaça de gols hoje, contra o Brusque (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Por mais que vocês desacreditem, torcedores de pouca fé, o Vasco depende apenas de si para conseguir o acesso à elite em 2022. E quem está falando não sou eu, tão vascaíno e descrente quanto todos vocês, mas sim, a matemática e a frieza dos seus números. Tá lá, no Infobola, site do Tristão Garcia: temos 2% de chance de terminar o campeonato dentro do G4. Na Série B deste ano, é melhor avisar.

Perdoem a ironia nem tão sutil deste começo de post, mas o Brusque, nosso adversário de hoje, é um exemplo do porquê, mesmo diante de 98% de chances contra, ainda dá pra termos alguma esperança. A campanha do time catarinense é uma demonstração de como em uma competição do nível desta Série B, tudo é possível: mesmo sem vencer uma partida desde julho – ou ONZE rodadas – o Brusque consegue manter uma distância até aceitável de quatro pontos do Z4.

Ou seja, não é nada impossível que o Vasco, caso consiga finalmente ter uma sequência de vitórias, mude completamente o atual cenário, que é bem crítico. Mas para termos uma sequência de vitórias, precisamos necessariamente vencer a primeira partida, o que ainda não aconteceu sob o comando do Fernando Diniz.

Não por culpa do treinador, claro. O time tem jogado bem, mas a desatenção e as decisões equivocadas dos jogadores têm punido a equipe, como nos empates com CRB e Cruzeiro. Essa instabilidade e as suspenções devem obrigar o Diniz a mexer na formação que atuou contra a Raposa. Sem Andrey e Jabá, Bruno Gomes e Pec devem começar a partida. Outra mudança é a volta do Zeca, que estava suspenso na última partida.

Taticamente o time não muda significativamente, então é aquilo: esperar que Nenê faça o time jogar, torcer pro Cano resolver lá na frente e rezar para o delivery de paçoca não funcionar esta noite. Desnecessário citar a desesperadora necessidade de pontos e uma vitória fora de casa, além de nos fazer subir um bocadinho na tabela, pode trazer um gás que o Vasco precisa muito.

Pra isso, não podemos manter a tradição de levantar defunto. Mas isso é outra história….

Brusque  X  Vasco

Ruan Carneiro, Toty, Claudinho, Éverton Alemão e Airton; Rodolfo Potuguar, Zé Mateus, Marlone e Jhon Cley; Edu Júnior e Garcez.

Vanderlei; Léo Matos, Ricardo Graça, Leandro Castan e Zeca; Bruno Gomes (Romulo), Marquinhos Gabriel e Nenê; Morato, Cano e Gabriel Pec (Sarrafiore).

Técnico: Waguinho Dias.

Técnico: Fernando Diniz.

Estádio: Augusto Bauer. Data: 23/09/2021. Horário: 21h30. Arbitragem: Sávio Pereira Sampaio (DF). Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e José Reinaldo Nascimento Júnior (DF). VAR: Adriano Milczvski (PR)

O SporTV e o Premiere transmitem a partida para seus assinantes de todo o Brasil.

Contra o Coritiba, Vasco ‘reativo’ terá seu maior desafio

Marquinhos Gabriel treina
Cabo deve repetir o time que venceu o último jogo, com Marquinhos Gabriel como armador (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Hoje o Vasco terá o que deve ser o maior teste para sua forma reativa de jogar: encarar o Coritiba como visitante.

Maior teste porque, mesmo que venhamos jogando assim há algum tempo, ir ao Couto Pereira tendo pela frente um Coxa que está na segunda colocação na Série B (com uma partida a menos) com apenas uma derrota em nove jogos, será certamente o confronto mais complicados que teremos até esse momento da competição.

Em São Januário, a tática tem dado certo. Desde 3 a 0 sobre o CRB – quando tivemos 38% da posse de bola – foram quatro vitórias, contra Brusque (41%), Confiança (40%) e Sampaio Corrêa (30%). Mas as vitórias não têm sido garantia de boas atuações e, pior ainda, não conseguimos ainda segurar nem um empate como visitante neste período: perdemos para o Cruzeiro (55%, única na qual tivemos maior posse) e Goiás (25%).

O problema é que o Coritiba é uma equipe bem mais regular e competitiva do que são o Esmeraldino e a Raposa. Mesmo que não seja um time que se destaque por sua força ofensiva – o Coxa tem menos gols feitos que o próprio Vasco (10 contra 11) – dificilmente nossa defesa terá vida fácil. E para sair da capital paranaense com três pontos será ainda mais complicado: nosso adversário tem a segunda defesa menos vazada da competição.

Para superar todas essas complicações, Cabo poderá repetir a escalação que venceu o último jogo. Ponto positivo, foi o time que passou pelo Sampaio Corrêa, um time que ainda ostenta a melhor defesa da Série B e que, até a última rodada, também só havia perdido uma partida. Por outro lado, foi o time que se viu pressionado durante quase todos os 90 minutos, que praticamente não conseguiu articular contragolpes e que na maioria das vezes tudo o que fez foi se livrar da bola assim que a recuperávamos já próximo da nossa área.

Levando isso em consideração, seria bom que Cabo consiga reforçar as qualidades que um time mais defensivo naturalmente deveria ter: um sistema defensivo sólido e articulação/velocidade para encaixar os contragolpes. Mesmo vencendo as últimas partidas, o técnico vascaíno ainda não conseguiu que sua equipe tenha essas características. Sem isso, uma vitória sobre o Coritiba será um feito bem mais complicado.

Coritiba X Vasco 

Wilson; Natanael, Henrique, Luciano Castán e Guilherme Biro; Willian Farias, Val e Robinho (Gustavo Bochecha); Igor Paixão, Rafinha e Léo Gamalho.

Vanderlei, Léo Matos, Leandro Castán, Ernando e Zeca; Andrey, Matías Galarza e Marquinhos Gabriel; MT, Gabriel Pec e Germán Cano.

Técnico: Gustavo Morinigo.

Técnico: Marcelo Cabo.

Estádio: Couto Pereira. Data: 13/07/2021. Horário: 21h30. Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO). Assistentes: Leone Carvalho Rocha (GO) e Tiago Gomes da Silva (GO)

 O Canal Premire transmite para seus assinantes de todo Brasil e no sistema pay-per-view.

Vasco contra a Confiança e contra o excesso de confiança

Vanderlei treina
Vanderlei tem sido um dos destaques do Vasco. E quando isso acontece com um goleiro, nunca é bom sinal (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Uma das melhoras que o Vasco teve na sua inaceitavelmente irregular campanha nesta Série B foi ter parado de desperdiçar pontos em Casa. Desde a derrota para o Avaí, a equipe do Marcelo Cabo venceu todos os jogos em São Januário.

Já a Confiança, nossa adversária de logo mais na Colina, não tem tido muitos motivos para se alegrar por jogar fora da sua Aracaju natal: como visitante, a associação desportiva conquistou apenas um ponto em 12 disputados.

Diante disso, Cabo e seus comandados podem entrar em campo com aquela certeza da vitória? Claro que não.

Primeiro, o básico: não existe certeza de vitória em futebol. Depois, não perder a meros dois jogos em casa não é garantia de nada para o Vasco. Até porque, mesmo vencendo o CRB e o Brusque, apresentamos um futebol mequetrefe, que não convence nem assusta ninguém.

Nem dá pra se fiar muito no péssimo desempenho da Confiança fora de casa. O Avaí, por exemplo, também fazia uma campanha ruim e nos venceu em São Januário. E, só pra colocar as coisas na sua devida perspectiva, Brusque, CRB e Avaí têm no momento um aproveitamento melhor que o do Vasco. E a própria Confiança nos ultrapassará neste quesito caso nos vença hoje.

Então, é bom que o Vasco entre em campo hoje com a autoconfiança em dia, mas sem exageros. (Tentar) se impor e jogar com toda seriedade é imprescindível. Se pelo menos mostrar a disposição que teve contra o Goiás, já será um bom passo para a vitória. Ainda mais em um jogo no qual Marcelo Cabo terá um monte de desfalques.

Mesmo uma vitória não nos fará entra no G4, o que tornam os três pontos em disputa hoje ainda mais importantes. Mais um resultado ruim e veremos o quarto lugar ficar mais distante. E Marcelo Cabo sabe que, para ele, quanto mais o G4 se afasta, mais a fila do desemprego se aproxima.

Vasco X Confiança-SE

Lucão, Léo Matos, Leandro Castán, Ernando e Zeca; Andrey, Matías Galarza, MT e Marquinhos Gabriel; Morato e Germán Cano.

Rafael Santos, Marcelinho, Nirley, Victor Sallinas e João Paulo; Gilberto, Jhemerson e Daniel Penha; Neto Berola, Alex Henrique (Hernane) e Luidy.

Técnico: Marcelo Cabo.

Técnico: Rodrigo Santana.

Estádio: São Januário. Data: 03/07/2021. Horário: 16h30. Arbitragem: Rodrigo Batista Raposo (DF). Assistentes: Kleber Alves Ribeiro (DF) e Lucas Torquato Guerra (DF).

O Canal Premiere transmite a partida para seus assinantes de todo o Brasil e também no sistema pay-per-view.

Luta do Vasco pela diversidade não pode ficar no discurso

Algo destoa no simbólico gesto do Cano
Algo destoa no simbólico gesto do Cano (Reprodução: Premiere)

Há quase um século, o Vasco associou sua imagem à luta contra o preconceito racial e a discriminação social. Desde abril de 1924, quando o clube publicou sua Resposta Histórica, se rebelando contra as decisões de cunho racista da associação que organizava o futebol no estado do Rio, a instituição Vasco da Gama se tornou pioneira na defesa das minorias e da inclusão no esporte.

Diante disso, o gesto do jogador Germán Cano, que comemorou seu gol na vitória vascaína sobre o Brusque erguendo a bandeira LGBTQIA+ foi simbólico por vários motivos. Não apenas por dar voz a uma causa mais que justa, mas também por reafirmar o lugar do clube na linha de frente da busca pela igualdade, não apenas no esporte, mas também na sociedade.

O discurso é bonito, as ações (que vieram acompanhadas de manifestos, mosaicos e de uma camisa comemorativa) renderam uma ótima repercussão e a comemoração do Cano deu um destaque positivo à imagem do Vasco na mídia como há um bom tempo não se via.

Mas há um elemento que destoa na cena. O abraço entre Cano, Sarrafiore e Galarza, eternizado pelo já citado simbolismo do gesto, levou a reboque a marca de um patrocinador que, notoriamente, tem atitudes retrógradas e homofóbicas. Algo que o Vasco, como instituição, sempre lutou contra.

O patrocínio é herança da lamentável gestão passada, mas a situação pode servir como lição para atual administração vascaína. Estampar uma marca em um dos símbolos do Vasco é um ato que requer responsabilidade, que não pode ser decidido apenas por critérios financeiros. Há centenas, talvez milhares, de empresas que pregam a igualdade, a diversidade e a inclusão na sociedade e que poderiam ser nossas parceiras. A situação financeira do clube não pode servir como justificativa para permitir que se associe a imagem do clube a empresas que não sigam os ideais históricos do Vasco.

Na carta “Movimento contra a homofobia e transfobia no esporte brasileiro“, divulgada pela atual diretoria na véspera do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, há seguinte trecho:

“O Vasco da Gama assume para si a responsabilidade de se posicionar diante do tema, sem defender aquilo que é cômodo, mas sim aquilo que é correto. O clube será um parceiro daqueles que lutam contra o preconceito relacionado à orientação sexual ou à identidade de gênero de quem quer que seja”

Enquanto nossa camisa estampar empresas que assumidamente pensam o contrário, como contestar quem disser que tudo isso, ações e manifestos, não são apenas um discurso bom para o marketing, mas que não se aplica na prática?

(Texto publicado originalmente no dia 23/06/2021, como crônica para o Jornal dos Sports)

Contra o Goiás, Vasco pode mostrar que ‘aprendeu a sofrer’

MT e Sarrafiore treinam
Vasco encara o Goiás com Sarrafiore no meio e MT na lateral (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O Goiás, nosso adversário de hoje pela oitava rodada do Brasileiro, chegou à Série B com o ligeiro favoritismo que têm os clubes que vieram da primeira divisão no ano anterior. O Vasco também entra nessa cota de favoritos, acrescentando aí o peso de ter uma camisa multicampeã.

Acontece que, comparando o esmeraldino com o Gigante, o primeiro tem cumprido o papel de franco candidato ao acesso com muito mais competência. Não é uma campanha fora do normal, mas com apenas uma derrota e invicto em casa (além de efetivamente estar no G4), certamente a torcida alviverde está bem menos estressada com seu time que a torcida cruzmaltina.

E exatamente por fazer uma campanha pior que nossos anfitriões que o jogo de hoje é uma excelente oportunidade para o Marcelo Cabo tentar melhorar sua imagem com os vascaínos. Uma vitória hoje, na casa de um adversário que ainda não perdeu em seus domínios e que nos deixe pela primeira vez no G4 é tudo o que o técnico precisa.

Mas pelo visto, antes de conseguir alegrar a torcida, Cabo fará os vascaínos sofrerem bastante. Com desfalques e jogadores poupados, o técnico deve escalar sua equipe num 4-4-2 com três volantes. E isso indica que, muito provavelmente, Cabo optou por uma estratégia reativa. Agora, imaginem o seguinte: se com um esquema em teoria mais ofensivo, o Vasco tem sido pressionado (mesmo jogando na Colina e contra adversários menos qualificados, como vimos contra o CRB e Brusque), imaginem como será o duelo contra o Goiás, na Serrinha.

A questão é que, agora, o importante é seguir conquistando pontos. Seja mais ou menos pressionado, uma vitória hoje fará com que a torcida esqueça todos os sofrimentos que passou ao longo dos 90 minutos. Talvez seja esse o significado de “saber sofrer”, que muitos técnicos retranqueiros falam sobre suas equipes. Sobre esse assunto, a torcida do Vasco tem muito a ensinar para o time do Marcelo Cabo.

Goiás X Vasco 

Tadeu, Apodi, David Duarte, Reynaldo e Hugo; Breno, Caio e Elvis; Luan Dias, Bruno Mezenga e Alef Manga.

Vanderlei, Léo Matos, Ernando, Leandro Castan e MT; Andrey, Bruno Gomes, Galarza e Sarrafiore; Morato e Cano.

Técnico: Pintado.

Técnico: Marcelo Cabo.

Estádio: Serrinha. Data: 30/06/2021. Horário: 19h. Árbitro: Douglas Marques das Flores (SP). Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP).

 O Canal Premire transmite para seus assinantes de todo Brasil e no sistema pay-per-view.

Cano eterniza uma vitória digna de esqucimento

Comemoração Cano
Comemoaração do Cano foi a única coisa condizente com a história do Vasco na noite de ontem (Imagem: reprodução Premiere)

O gesto de German Cano, de erguer a bandeira LGBTQIA+ para comemorar seu gol na vitória do Vasco por 2 a 1 sobre o Brusque, acabou por eclipsar o jogo em si.

E isso, caros amigos, é mais um feito da máquina de gols vascaína.

Não que eclipsar mais uma partida tenebrosa do time de Marcelo Cabo fosse algo complicado. A entrevista do Léo Matos ao fim do jogo, a comemoração da família do atacante Edu nas sociais de São Januário, quando o atacante marcou o gol de empate do Brusque ou até mesmo a atuação do “DJ de torcida” foram mais dignos de lembrança do que aquilo que vimos em campo.

Certamente deveria vir de algo extracampo o que pudesse dar um tom de grandiosidade a mais um episódio na via crucis do torcedor vascaíno, que a cada rodada tem passado pela tortura de ver um time que parece incapaz de se impor para buscar vitórias e mais ainda quando precisa segurar um resultado. Em uma entrevista antes de começar a partida, Cabo tinha dito que esperava que o Vasco repetisse o jogo contra o CRB; repetiu, vencendo com um desempenho abaixo da crítica.

E é melhor mesmo esquecer o primeiro tempo sonolento e uma etapa final na qual fizemos um esforço danado para perder pontos para o Brusque (o que até seria mais justo, tanto pelo que os dois times apresentaram como pelo pênalti cometido pelo Castan, claríssimo, que foi ignorado pela arbitragem). Fiquemos apenas com o gesto deste argentino que há duas temporadas é um dos poucos que parecem entender a grandeza de representar a armadura cruzmaltina. Seja com a faixa branca, preta ou multicor.

As atuações

Lucão – deve voltar pro banco na próxima partida e cumpriu bem seu papel na ausência do Vanderlei. Ontem, mais uma vez mostrou segurança e sorte (não necessariamente nesta ordem), o que é uma qualidade enorme tendo a sua frente à defesa que tem.

Léo Matos – vinha tendo uma atuação discretíssima, indo menos ao apoio do que de costume, mas garantiu mais alguns dias de calmaria marcando o gol da vitória no fim do jogo.

Ernando – é daqueles zagueiros que podem não comprometer em 99% da partida, mas no 1% restante, seus vacilos rendem gols ao adversário: no empate do Brusque, acompanhou o contra-ataque lentamente e estava marcando o ar enquanto o atacante mandava a bola pra rede.

Castan – começou vacilando horas antes do jogo, passando recibo de fundamentalista religioso em reação à ação do Vasco pelo Dia da Luta contra a Homofobia. Em campo, continuou a vacilação, olhando o cruzamento que originou o gol do Brusque sem marcar ninguém e dando uma cotovelada em um adversário dentro da área, por sorte, ignorado pelo juiz. Nem a assistência para o gol do Léo Matos apaga o dia tenebroso do zagueiro.

Riquelme – mostrou disposição em alguns momentos e apanhou da bola em outros. Saiu ainda no primeiro tempo, depois de levar uma cotovelada no rosto. Sarrafiore entrou em seu lugar e tentou articular jogadas pelo meio, com resultados discutíveis. Mais de uma vez mostrou mais autoconfiança que habilidade para executar o que pretendia fazer.

Andrey  – foi bem em, vai lá, uns dois minutos da partida? Nesses, interrompeu um contra-ataque perigoso e cobrou uma falta com algum perigo. No resto, o de sempre: errou passes próximos à nossa área e marcou daquele jeito frouxo, como no lance do gol adversário, quando deveria acompanhar o atacante Edu, mas obviamente não o fez.

Galarza – o garoto corre o tempo todo e eventualmente acerta um drible ou jogada de efeito. Isso faz a festa da torcida, que não costuma dar tanta atenção à parte tática, que é onde o bicho pega pro paraguaio. Como todo jovem, se empolga e acaba dando menos atenção do que deveria às funções defensivas. Precisa urgentemente aprender a identificar o momento certo pra jogada individual e quando deve passar a bola com mais velocidade. Gabriel Pec entrou em seu lugar nos minutos finais e mal foi notado.

Marquinhos Gabriel – discreto na maioria do jogo, sumiu de vez no segundo tempo, quando deu uma cansada. Daniel Amorim entrou em seu lugar e procurou prender a bola no campo do Brusque nos minutos finais.

MT – vinha ajudando na parte ofensiva, tentando distribuir o jogo na frente e acelerar as jogadas no ataque. Isso, até ir a saída do Riquelme, quando foi deslocado pra lateral e passou a ter mais funções defensivas. Dessa hora em diante se enrolou mais e caiu de rendimento. Foi um dos que estavam na área sem marcar ninguém no lance do gol do Brusque. João Pedro entrou em seu lugar e não teve tempo para fazer muita coisa.

Morato – procurando se movimentar constantemente, deu algum trabalho à zaga adversária enquanto esteve em campo. Desperdiçou uma boa chance, mas compensou com a bela jogada e assistência para o gol do Cano. Leo Jabá entrou em seu lugar, mas não conseguiu se destacar como em outras oportunidades.

Cano – o gringo parece ter aprendido que ficar apenas esperando a bola e, mais uma vez, foi visto longe da área para buscar jogo. E nem vinha acertando muito nessa, errando alguns passes e desperdiçando jogadas. Mas compensou tudo marcando seu gol e fazendo a comemoração que ficará marcada pelo seu simbolismo.

Vasco faz jogo de risco contra o Brusque

Galarza treina
Galarza no treino: volta do paraguaio é uma das mudanças contra o Brusque (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

A derrota para o Cruzeiro na última rodada não apenas acabou com a paz provisória que Marcelo Cabo e seus comandados tinham, como fez da partida de hoje, contra o Brusque, um jogo com um relativo grau de risco para a comissão técnica do Vasco.

Relativo porque não me parece que um novo resultado ruim hoje seja o bastante para que Cabo seja demitido. Alexandre Passaro já deu mais de uma indicação de que, apesar de ser alvo de críticas internas, o trabalho ainda tem o respaldo da diretoria e o diretor executivo não tem o perfil de quem se deixa levar por pressões da torcida.

Porém, é inegável: ainda que estejamos no começo da competição e haja muita água pra rolar até dezembro, mais um resultado ruim em São Januário empurraria Cabo um pouco mais para a beira do precipício. E quando o limite entre “ter paciência” e “ficar dando murro em ponta de faca” vai ficando mais tênue, a busca por soluções que estejam fora do clube se intensificam.

Por outro lado, uma vitória hoje terá aquele efeito aliviador que todos – treinador, jogadores e torcida – precisam. Mas não será fácil, não apenas porque o Brusque tem dado trabalho como visitante (em três jogos fora de casa, venceu 2 e perdeu 1), mas principalmente porque o Vasco segue mostrando os mesmos problemas que já apresentava no Pré-Temporadão 2021.

E a solução que o Cabo encontrou para melhorar o desempenho da sua equipe é continuar a ciranda de jogadores. Léo Matos volta à lateral, com Zeca reassumindo a lateral esquerda. Galarza entra no lugar do Bruno Gomes, suspenso. E é isso. De resto, deve ir a campo o mesmo time inseguro na defesa e de pouca efetividade criativa/ofensiva que perdeu para a Raposa.

As mudanças podem funcionar? Claro. Mas não basta ser melhor na comparação com o que não funcionou. É preciso melhorar de fato, não apenas ser menos ruim na comparação com que já não tem dado certo. Na situação de hoje, uma vitória jogando mal já é o bastante. Mas para estarmos entre os quatro primeiros na última rodada, precisaremos de muito mais.

Vasco X Brusque

Lucão, Léo Matos, Leandro Castán, Ernando e Zeca; Andrey, Matías Galarza, MT e Marquinhos Gabriel; Morato e Germán Cano.

 Jefferson Paulino; Toty, Ianson, Everton Alemão e Airton; Nonato, Fillipe Soutto (Gabriel Taliari), Zé Mateus e Diego Mathias; Thiago Alagoano e Edu.

Técnico: Marcelo Cabo.

Técnico: Jerson Testoni.

Estádio: São Januário. Data: 27/06/2021. Horário: 21h. Arbitragem: Salim Fende Chavez (SP). Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Daniel Paulo Ziolli (SP).

O Canal Premiere transmite a partida para seus assinantes de todo o Brasil e também no sistema pay-per-view.