Cornetando a vitória

Foto: www.vasco.com.br
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Podem me colocar na categoria de “torcedores corneteiros” – do que, aliás, fui chamado ontem pelo Twitter enquanto passava o jogo – e eternamente insatisfeito. Afinal de contas, na vitória por 1 a 0 sobre o Boavista, o Vasco até apresentou um bom futebol e, o que realmente importa, levamos os três pontos. Mas até por sabermos da capacidade do time, fica difícil não cornetarmos a atuação do Vasco por boa parte do segundo tempo.

Quem viu o Vasco no início da partida imaginou que veríamos outro adversário massacrado como o Bangu foi. Nos primeiros 25 minutos de partida, o Boavista pouco pôde fazer além de se defender e torcer para que os atacantes vascaínos não caprichassem nas finalizações. De tanto martelar, acabamos marcando num lance com improváveis protagonistas: depois da cobrança de escanteio do Nenê, Julio dos Santos escorou a bola que sobrou para Marcello Matos empurrar para a rede.

Foi pouco depois de conseguirmos a vantagem que as coisas mudaram. O Vasco deu aquela desacelerada a que todos já nos acostumamos, o que num primeiro momento só deixou a partida tediosa. Mas no segundo tempo, principalmente depois dos 10 primeiros minutos, a diminuição no ritmo se somou a um aparente cansaço do time. E com isso o Boavista cresceu no jogo. Mesmo que isso não tenha sido o bastante para corrermos riscos, devemos isso mais à incompetência do nosso adversário em criar oportunidades de gol.

As coisas só voltaram a melhorar para o nosso lado com as mexidas do Jorginho, que tirou os inoperantes Julio dos Santos e Jorge Henrique. Diguinho voltou ao time e se saiu melhor que o paraguaio não apenas na marcação, mas também quando foi à frente. E Caio Monteiro trouxe toda uma nova dinâmica ao ataque que Jorge só seria capaz de fazer se tivesse 10 anos a menos. Com essas alterações retomamos o controle do jogo e voltamos a criar boas chances. Não chegamos a ampliar o placar, mas foi o bastante para garantirmos a vitória sem maiores preocupações.

Mas esse JC, hein? Se vencemos e ele elogiou o time, está cornetando porque é chato!”. Chato – ou exigente, como prefiro considerar – eu sou mesmo. Mas a cornetagem só é feita porque sei que o time pode render mais e que a irregularidade ao longo da partida poderia ser evitada. O Vasco não pode fazer o “modo desinteresse” uma rotina toda vez que abre vantagem no placar. Contra adversários menos qualificados pode não ter consequências, mas em um clássico isso pode ser fatal. Seja por uma maior aplicação durante os 90 minutos, seja por alterações mais ágeis quando o treinador perceba uma queda de rendimento, o Vasco precisa encontrar uma maneira de evitar correr riscos desnecessários.

As atuações…

Martin Silva – dessa chegou a ter algum trabalho, mas nada que exigisse seus poderes milagrosos.

Madson – apesar de ter perdido o gol mais feito da história recente do Vasco, fez uma boa partida, aparecendo diversas vezes com perigo no ataque. E, não só isso, fez mais de um bom cruzamento em uma única partida. A convivência com um técnico que jogou muito na sua posição parece começar a surtir efeito.

Luan – apareceu no ataque diversas vezes, mostrando o quanto queria marcar um gol no seu estado natal. Tanto foi que parecia não se preocupar com o lado que a bola entrasse: quase marcou um gol contra no segundo tempo.

Rodrigo – jogou com seriedade e se saiu bem. Bateu uma falta com perigo e acabou saindo no fim do jogo, com câimbras. Jomar o substituiu e manteve o nível até o fim do jogo.

Julio Cesar – uma boa atuação, tanto defensivamente como no apoio.

Marcelo Mattos – garantiu os três pontos marcando seu primeiro gol pelo Vasco, e foi bem na marcação no primeiro tempo. Quando o time cansou no segundo tempo, teve mais problemas no combate.

Julio dos Santos – participou do lance do gol, o que já tornaria sua atuação melhor que a média. Fora isso, fez tudo aquilo que apenas o Jorginho consegue enxergar. Deu lugar ao Diguinho, que na sua volta ao time entrou para reforçar a marcação pelo meio quando o Boavista tinha certo domínio no setor. Mas além disso, ainda participou no ataque, fazendo pelo menos uma grande jogada com Thalles.

Andrezinho – teve uma participação mais discreta que nas últimas partidas. No segundo tempo pareceu cansado e sumiu.

Nenê teve aqueles momentos em que obviamente prefere tentar um lance de efeito e desperdiça a jogada. Mas como na maioria dos casos, foi decisivo: foi dele a cobrança de escanteio que resultou no nosso gol.

Jorge Henrique – teve duas chances no primeiro tempo: na primeira, faltou velocidade; na segunda, altura para cabecear a bola. No segundo tempo foi uma figura nula em campo até que cedeu lugar para Caio Monteiro, que entrou dando um novo gás ao time e criando um salseiro pra cima da defesa do Boavista.

Thalles – não fugiu do jogo, mas teve poucas oportunidades. Na melhor delas, depois de tabela com Diguinho, perdeu uma chance incrível.

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Não posso deixar de citar o bonito papel feito pela torcida vascaína em Cariacica: estádio lotado e apoio ao time durante os 90 minutos. Parabéns a todos o envolvidos pela bela festa!

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26 comentários em “Cornetando a vitória”

  1. Espero uma grande apresentação do time contra cachorrada, espero uma grande vitória, pra cima MACHÃO DA GAMA…………..

  2. Gostei quando entrou o Diguinho eo Caio, porque esse ataque com Jorge Henrique e o Talles e muito fraco , tem que insistir com os meninos da Base , quanto ao Madson como um Jogador profissional consegue perder um Gol Daqueles , o fubebol dos times brasileiros o nivel tecnicamente esta muito Ruim , o Vasco com esse time atual ficaria entre os Seis Primeiros da serie A. vamos ver contra o Bota.Saudaçoes Vascainas.

  3. Agora tomar cuidado com a cachorrada, entrar para detonar, ganhando deles vamos com tudo para cima, força meu VASCO, esse ano mais do que nunca estaremos juntos.

  4. Madson, mesmo quando joga bem durante boa parte do jogo, tem sempre que deixar a sua “assinatura” característica, que o mantém no rol dos piores laterais que o Vasco já teve em sua história.

    No mais, o time foi aquela coisa de sempre. Os altos e baixos típicos somados às firulas do Nenê. De bom mesmo, só a entrada do Caio Monteiro (além do resultado, claro, mas que não passava de obrigação). Ao contrário do Matheus Pet, que ainda não parece preparado para o time principal, e do Matheus Índio, que joga com uma máscara de (pelo menos) 1 tonelada, Caio Monteiro dá mostras de que está pronto. Parece ter equilíbrio e qualidade. Precisa entrar cada vez mais, para ganhar confiança e experiência.

    1. Meu caro Jota ES – Também sou exigente com nosso idioma, pois tenho certa atração pelo perfeccionismo. Mas, às vezes o dedo tropeça no teclado, e a falta de revisão, em função do tempo disponível (“time is money”, dizem os americanos) redunda em erro involuntário, o que me parece desculpável. Exemplo: “Seira” não me parece a palavra adequada para a sua segunda frase – “o Boa Vista etc…”; mas é aquele erro que o dedo comete, ainda que o cérebro pense certo.E como “as palavras voam e os escritos ficam”, o erro não desaparece.
      Um fraterno abraço vascaíno.

      1. Meu prezado vascaíno Mário Gomes,
        gostei muito de suas palavras a meu/seu/nosso respeito. Apenas uma ressalva para eu fazer um comentário mais abrangente: não consegui descobrir em qual comentário me referi ao Boavista como Boa Vista.
        Forte abraço, meu caro.

      1. ‘E igual aquele piada o cara so da quando bebe, o problema e que ele fala que bebe todo dia kkkkk

      2. Meu caro Eduardo, eu não sou um chato. Muito pelo contrário, sou uma pessoa humilde, que preza os amigos, que quando posso ajudo a quem sequer conheço, sou brincalhão, não tenho “preguiça” de ler, como meu nobre Jotacê insinuou. Gosto demais de ler, mas não sou muito afeito a ler comentários sobre futebol. No Bota 1×1 Flu, o comentarista dizia às escancarras que o resultado (1×0 para o Bota) era justo. Não contava ele que o jogo só termina quando acaba. E no futebol, quantas vezes o jogo termina aos 48 do 2º tempo.
        Forte abraço, amigo, e vamos com Riascos e com tudo para cima do fogão.
        ________
        Hoje eu só tomei 4 Itaipavas. Tenho que me controlar, né?

      3. Jota: eu não insinuei…só repeti o que vc disse aqui um monte de vezes: tem preguiça de ler os posts.

        Isso não quer dizer que vc tenha preguiça de ler outras coisas, claro. Talvez vc prefira ler coisas menos chatas…

      4. Alguém disse que, dentre as coisas mais desinteressantes, o futebol é o mais interessante.
        SV

  5. Eu acho que esse Caio Monteiro deve entrar aos 0 minutos do segundo tempo. No lugar desse Jorge Henrique, que tem boa velocidade mas… sei lá…
    ________
    SV

  6. Esse Carioca tá tão chato que ontem eu fiquei vendo o Campeonato Inglês e até esqueci que tinha jogo do Vasco… rs. Ver a saga do Leicester, o Arsenal perdendo em casa para o Swansea City, o drama do Newcastle, etc… tem chamado muito mais a minha atenção do que esse torneiozinho mequetrefe aqui do Rio.

    Primeiro, que Carioca sem Maracanã (ou Engenhão), não é Carioca. Segundo, que o nível dos times é absolutamente sofrível. Terceiro, que os estádios vazios não passam a menor empolgação. Quarto, que o preço dos ingressos é um absurdo se formos levar em conta quem são “os artistas do espetáculo” que veremos em campo. Quinto, as arbitragens param os jogos o tempo todo. Na Europa, o jogo corre, e é muito mais dinâmico e bonito de se ver.

    Eu entendo que, como torcedores de verdade, somos obrigados a aturar esse futebol bisonho daqui por amor ao Vasco. Pena que o Vasco há muitos anos não retribui esse amor da torcida. Amo o Vasco, mas hoje prefiro ver o Leicester, o Arsenal, o Swansea… Não me levem a mal.

    1. Caro Pedro,

      Incluo mais um detalhe no seu comentário:
      Sábado tinha muito mais de 18.000 pessoas, difícil de entrar no estádio, até para ver o jogo em pé estava difícil. É um desrespeito total com o torcedor que, como vc bem disse, paga caro para ver um nível baixo de qualidade.

  7. Jotacê, em seu 2º parágrafo você assassinou a nossa língua portuguesa.
    Vejamos:
    “… o Boavista pouco pode fazer…”
    “PODE”, meu caro, é presente. Desenhando, embora vc seja inteligente o bastante para não precisar disso, é o seguinte: “Amanhã o Boavista não PODE bobear porque o Vasco PODE lhe aplicar uma goleada”.
    “PÔDE” é passado. Exemplo: “O Boavista pouco PÔDE fazer para evitar a derrota para o Vasco”.
    Ou “ipsis littera”: “…o Boavista pouco pode (o correto seira pôde) fazer além de se defender…”
    Meu caro, aquele abraço.

    1. O que eu acho legal é que vc vive dizendo que não lê os posts do blog pq são longos e vc tem preguiça mas sempre acha os deslizes no português. Devo ser mesmo muito azarado: sempre que vc resolve ler encontra os mínimos erros, como a falta de um acento circunflexo (que, aliás, é um exagero ser classificado como “assassinato“).

      1. Realmente poucas vezes leio seus posts. Me explico: pra mim me interessa apenas os noventa e poucos minutos do jogo. Blá blá blá de comentaristas eu dispenso. Falaram tanto que os mulambos iam golear o Confiança…
        Mas me queira bem, JC, não custa nada. Se eu não tivesse admiração, respeito, apreço por vc, não estaria lhe acompanhando por esses longos anos.
        Fraterno abraço.
        ________
        Tenho certeza de que vc conhece essa, meu caro.
        – Não é pecado matar o Rei.
        – Não, é pecado matar o Rei.
        Percebe o estrago que faz uma simples vírgula mal colocada?
        ________
        Bye!

  8. De lamentável apenas o abusivo preço do ingresso, coobrar 100 pratas pelo ingresso é uma putativa sacanagem, se aproveitar da ingenuidade dos vascaínos capixaba…….Esse jogo só deu um bom público, porque tem muito tempo que o Vasco não joga em Vitória, se fizer três jogos em Vitória cobrando esse preço, já no terceiro jogo não vai da um bom público., ninguém aguenta pagar esse preço. ….Aqui no RIO DE JANEIRO não é diferente, cobram ingresso em jogos do vasco valores como 80 reais, 60 reais, 50 reais, para um time que ta rebaixado , uma diretoria sem recurso, um campeonato carioca chato, poderia cobrar 30 reais em jogo contra pequeno, 50 reais nos clássicos , fazem merda, rebaixamento o clube, não conseguem nem um grande patrocinador, mais sabem explorar o bolso dos vascaínos ingenuo. …….Já o time venceu outra, muito bom isso, só não podem achar que está tudo maravilhoso, campeonato carioca não serve como parametro, precisa de um elenco mais forte para o brasileiro da segundona, e para TAÇA BRASIL, isso se fizerem questão de levar COPA BRASIL COM SERIEDADE.

    1. Prezado Odilon Silva, não estive no Kléber Andrade – bom estádio, mais de 18 mil presentes, fora os que não conseuguiram entrar, quase 900 mil a renda – mas o jornal que assino aqui, A Tribuna, por cinco dias publicou um cupom que dava/deu direito a 50% de desconto a quem o apresentasse na hora de comprar o ingresso. Então o que aconteceu? No jogo do Flamengo, com 14 mil presentes, a renda foi maior que a do Vasco, que levou mais de 18 mil ao estádio. Praticamente, 90% dos ingressos vendidos – vetada a meia entrada – foram de 50 reais, E mais, ficou provado que em meu querido estado do Espírito Santo, a torcida do nosso Gigante é maior que a dos mulambos. Com essa promoção, o Vasco pode vir jogar quantas vezes quiser, que lá em Cariacica, o Kléber Andrade vai estar com sua capacidade máxima.
      ________
      Um flores me perguntou antes do fla-flu para quem eu ia torcer. Evidente, eu disse que em primeiro lugar ia torcer por um empate, e em segundo torceria pelo flu. O empate veio a calhar.
      SV

  9. Como comentou nosso amigo Luiz A. também acho que o Jorginho deveria colocar o Pikachu no lugar do Madson, mas segundo JC, ele jogou bem contra o Boa Vista. Mas tinha vontade de ver ele atuando, na posição para qual foi contratado, ja que o Jorginho, está enventando uma posição para ele.

  10. Dessa vez, apesar da dupla JorZinho ter demorado a mexer, ao menos mexeu bem, colocando Caio Monteiro e Diguinho, no lugar dos cansados Jorge Henrique e Julio dos Santos. O garoto parece ser uma boa promessa. E o Diguinho mostrou que tem futebol suficiente para ser aproveitado nos jogos.

    Não pelo gol perdido ontem, que nasceu de uma bela troca de passes, mas gostaria que o JorZinho colocasse, pelo menos uma vez, o Pikachu no lugar do Madson, já que temos tanta escassez no time de gente que saiba fazer gols. Só para ver como ele se sai em sua real posição.

    O excesso de firulas, ontem, quase nos complicou. Mas, tenho que reconhecer que o time está muito bem organizado. Mérito para a dupla JorZinho.

    Saudações.

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