Com interino no comando, Vasco busca recuperação contra o São Paulo

A volta do que não foi: Rafael Paiva retorna à interinidade e comanda o Vasco contra o tricolor paulista, na Colina
A volta do que não foi: Rafael Paiva retorna à interinidade e comanda o Vasco contra o tricolor paulista, na Colina (📸 Leandro Amorim | Vasco)

A desastrosa passagem do Álvaro Pacheco como técnico do Vasco foi tão meteórica que Rafael Paiva, seu substituto na partida de hoje contra o São Paulo, ultrapassará o abominável homem da boina no número de partidas comandando o time esta noite (5 x 4 para Paiva).

E quando falamos “meteórica“, é no sentido “meteoro que exterminou os dinossauros da face da Terra“: Pacheco foi tão tenebroso em meros 30 dias como treinador vascaíno que conseguiu entrar pra história. Dificilmente, mesmo já sendo um hábito o clube contratar técnico ruins, algum outro conseguirá ser demitido tão rápido, tendo um aproveitamento tão negativo (1 mísero ponto em 12 disputados), sair sem vencer um jogo sequer e ainda quebrar uma marca negativa que prevalecia há mais de 80 anos, justo contra um dos nossos maiores rivais.

Com isso, sobrou para o novamente interino Paiva iniciar mais um – entre tantos – recomeços do Vasco em um Brasileirão. Sem que o execrável desempenho do lamentável lusitano demitido possa servir como comparação (e lembrando que sob seu comando o time não chegou a ter uma apresentação convincente), Paiva tem a seu favor ter conseguido vencer uma partida, não tomar uma goleada jogando fora de casa e ainda ter sido o técnico que levou o Vasco às oitavas da Copa do Brasil desse ano. E hoje, o técnico-tampão terá como principal função servir como bombeiro, diminuindo o incêndio de mais uma crise na Colina.

Não será fácil, claro. Ter pela frente o São Paulo, lá em cima na tabela, brigando para entrar na zona da Liberta e precisando se recuperar de uma sequência de três jogos sem vitórias (o último, uma derrota em casa) não será nada fácil. Para conseguir um bom resultado, Paiva poderá contar com as importantes voltas do Pirata e do Piton e, assim esperamos, do bom senso: o interino conhece mais o elenco que seu antecessor portuga e tem maiores condições de espremer o pouco de qualidade que pode ter com os jogadores que tem em mãos. Rezemos por isso.

Por conta dos cruzamentos desta rodada, três pontos hoje nos garantirão a saída do Z4 neste final de semana. Não é garantia de nada a longo prazo, nossa situação continuará horrível, mas será o melhor cenário possível para o interino entregar o cargo a um novo técnico (ou nem tão novo assim). Não é o bastante para que Rafael Paiva entre para a história vascaína, mas terá feito bem mais que seu antecessor.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X São Paulo

Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon (João Victor), Léo, Lucas Piton, Hugo Moura (Mateus Cocão), Sforza, JP, Adson, David (Rossi) e Vegetti.  Jandrei; Igor Vinícius, Arboleda, Diego Costa (Alan Franco) e Welington; Galoppo, Luiz Gustavo, Lucas, Luciano e Nestor; Calleri.
Técnico: Rafael Paiva (interino). Técnico:  Luis Zubeldía.
Estádio: São Januário. Data: 22/06/2024. Horário: 21h30. Arbitragem: Caio Max Augusto Vieira (RN). Assistentes: Jean Marcio dos Santos (RN) e Luis Carlos de Franca Costa(RN). VAR: Charly Wendy Straub Deretti (SC-FIFA)
TV: O Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

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A possível volta da família Diaz ao comando técnico do Vasco pode até não ser a opção dos sonhos para muitos torcedores. Mas é inegável que combinaria muito com a história recente do clube: há décadas que tudo o que acontece em São Januário é envolto em drama, como todo bom tango argentino.

Ainda mais desfalcado, Vasco encara o Juventude

Sem poder contar com o Pirata, o Vasco deve ter Clayton no ataque contra o Juventude
Sem poder contar com o Pirata, o Vasco deve ter Clayton no ataque contra o Juventude (📸 Leandro Amorim | Vasco)

O Vasco vai à Caxias do Sul em busca da primeira vitória sob o comando de Álvaro Pacheco, no confronto de hoje contra o Juventude.

Pensando em uma escala evolutiva do time, vencer fora de casa talvez não seja o passo que devamos esperar hoje. Depois de sofrer uma goleada histórica, perder outra partida fora de casa e ficar no empate contra o Cruzeiro em São Januário na última rodada, um empate fora de casa contra o clube gaúcho talvez seja o mais lógico.

Ainda mais se pensarmos nos desfalques do time – com Payet e Vegetti fora, talvez Piton também – e nas escolhas misteriosas do homem da boina (JV e DVD fora, Galdames e talvez Rossi dentro) para os titulares. O Juventude é daqueles adversários que boa parte da torcida considera “vergonha” perder
pontos, mas essa é uma opinião que ignora completamente o momento de ambas as equipes. Achar que o Vasco tem o dever de ganhar hoje apenas porque temos mais tradição é coisa de torcedor irracional: com um jogo a menos que nós, o alviverde gaúcho tem três pontos a mais na tabela e ainda ostenta uma invencibilidade de três meses no Alfredo Jaconi.

Já o Vasco do técnico lusitano….na prática, ainda não tem resultados (e nem uma cara) para se arvorar de qualquer tipo de favoritismo contra qualquer adversário.

Diante disso, um empate hoje – com o time se impondo minimamente, ainda que seja 100% transpiração e 0% inspiração, como contra a Raposa – já estaria sim de bom tamanho. Mais por iniciar uma sequência sem derrotas – o que daria mais um tempinho de paciência ao Pacheco – do que para efeitos de classificação, já que um ponto hoje não nos garantirá fora do Z4 ao fim da rodada.

É uma merda, não condiz com nossa tradição, mas é o que temos pra hoje: a necessidade de manter as expectativas baixas e – até por isso – Clayton no comando do ataque.

Campeonato Brasileiro 2024

Juventude-RS X Vasco

Gabriel Vasconcelos; João Lucas, Danilo Boza, Zé Marcos (Rodrigo Sam) e Alan Ruschel; Caíque, Jadson e Nenê; Lucas Barbosa, Marcelinho e Gilberto. Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon, Léo, Victor Luís (Lucas Piton); Zé Gabriel, JP (Sforza) e Galdames; Rossi (David), Adson e Clayton.
Técnico: Roger Machado. Técnico: Álvaro Pacheco.
Estádio: Alfredo Jaconi  Data: 19/06/2024. Horário: 20h. Arbitragem: Paulo César Zanovelli da Silva (Fifa-MG). Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO) e Felipe Alan Costa de Oliveira (MG). VAR: Gilberto Rodrigues Castro Júnior (PE).
TV: o Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.

Na Arena Maracanã, Vasco passa por um dos momentos mais constrangedores da sua história

No vexame histórico na Arena Maracanã, só o Pirata se salvou
No vexame histórico na Arena Maracanã, só o Pirata se salvou (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Pedir para qualquer torcedor falar sobre seu time após ter sofrido uma goleada é terrível. Em um clássico, então, pior ainda. Se, e infelizmente é esse o caso, trata-se da maior goleada na história do confronto, e ainda imposta pelo seu maior rival, não há palavras que sejam úteis.

Falar depois de um 6 a 1 como o de ontem é inútil. Mais ou menos como quase todo o time do Vasco na partida de ontem contra o Flamengo.

E o quase fica por conta do Vegetti, que foi lá e marcou o dele, abrindo o placar da partida. Mesmo que tenha furado a bola que poderia ter mudado um pouco a cara da partida, fazendo o Vasco abrir dois de vantagem (e, não podemos esquecer, tendo nos iludido com o gol no início do jogo), o Pirata fez a sua parte.

O resto do time, não satisfeita e não fazer a sua parte, ignorou a máxima do “muito ajuda quem não atrapalha” e fez um monte de merdas que facilitaram bastante a vida do adversário. Os três gols que sofremos no primeiro tempo, por exemplo, foram inaceitáveis.

Álvaro Pacheco conseguiu o feito de estrear no comando do Vasco em um dos momentos mais vergonhosos da história do clube.  Na coletiva, o português assumiu totalmente a responsa, mas isso não vale de muita coisa. O que ele precisa fazer é trabalhar muito, repensar a decisões obviamente equivocadas que tomou ontem e segurar a pressão que virá nos próximos dias.

Até porque, o apoio que o técnico teria da torcida já foi pro saco. Depois da humilhação que passamos, a torcida não está mais pensando em pedir boinas para usar, e sim, a cabeça do Pacheco numa bandeja.

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Melhores momentos e atuações? Cês tão de sacanagem, né?

De novo nos penais, Vasco avança na Copa do Brasil

Voa, Leo Jardim: depois de falhas ao longo do jogo, goleiro vascaíno defende cobrança na disputa de penais e garante a classificação
Voa, Leo Jardim: depois de falhas ao longo do jogo, goleiro vascaíno defende cobrança na disputa de penais e garante a classificação (📸: Leandro Amorim | Vasco)

NENHUM vascaíno – ou pelo menos nenhum vascaíno realista – acreditou que a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil contra o Fortaleza seria fácil, mesmo depois de termos conseguido segurar o empate no jogo de ida e podermos decidir a vaga na Colina.

A classificação veio e, surpreendendo um total de zero torcedores (realistas), foi com um sacrifício tremendo, depois de um 3 a 3 decepcionante com o time cearense e uma disputa de penais que só se resolveu na última cobrança, defendida pelo Leo Jardim.

Mas se foi um perrengue passar pelo modesto Água Santa na segunda fase, porque haveríamos de esperar algo diferente contra o Fortaleza, um adversário obviamente mais forte, melhor treinado e com um trabalho consolidado há anos? Mesmo com desfalques, o tricolor cearense foi melhor na maior parte do tempo, pressionando nossa saída de bola e encontrando muita facilidade para construir as jogadas já na nossa intermediária. Com uma marcação forte, o Leão anulou com facilidade o Francês e, consequentemente, nossa capacidade criativa no meio de campo. Ir para o intervalo com um empate foi lucro para o time do ex-interino Rafael Paiva, que encontrou um penal salvador pouco depois de ver o adversário abrir o placar (a bem da verdade, muito mais por conta das nossas falhas que pelos seus méritos).

No segundo tempo as coisas melhoraram um pouco, estranhamente depois do Fortaleza abrir nova vantagem (de uma maneira que só aconteceria com o Vasco, com um gol “desinvalidado“). O somatório de um certo relaxamento do tricolor após o gol e do seu cansaço fizeram com que cedessem mais espaços e o Payet pudesse participar mais da partida. Em 20 minutos, o Francês participou de duas jogadas que nos fizeram virar o jogo, com Vegetti – marcando pela segunda vez – e Piton balançando as redes.

Mas a alegria durou pouco: cinco minutos depois, depois do nosso meio de campo mais uma vez dar um espaço tremendo, o Fortaleza empatou o jogo com um chute de longe, que Leo Jardim aceitou. Para compensar, o próprio fez uma boa defesa no fim, garantindo o empate e levando a decisão para a disputa de pênaltis. E no momento “loteria” do jogo, o Vasco foi melhor, convertendo as cinco cobranças e levando a vaga com nosso goleiro defendendo a última cobrança.

A classificação suada serviu para amenizar o clima em São Januário, conturbado não apenas pelo desempenho do time, mas por toda confusão envolvendo a gestão do associativo, a 777 e a SAF.  Álvaro Pacheco, apresentado ontem, assumirá a equipe com uma pressão a menos e – pelo menos por enquanto – contando com o apoio incondicional da torcida. Mas a vida do técnico Pink Blinder não será um mar de rosas, algo que ele já deve ter percebido, já que assistiu o jogo no estádio: o portuga da boina certamente sabe que terá um longo trabalho para acertar o time.

As atuações

Leo Jardim – foi de vilão – falhou no primeiro gol e tomou o terceiro em uma bola defensável – a herói ao fazer uma defesa decisiva quando o jogo já estava empatado e defendendo a última cobrança de pênalti do Fortaleza.

João Victor – como não poderia deixar de ser, falta-lhe o cacoete no apoio. Vinha fazendo uma partida apenas correta defensivamente, mas foi sacado em um momento mais agudo do jogo por já ter um amarelo. Puma Rodiguez entrou em seu lugar e acabou sendo decisivo: acertou a assistência para o segundo gol do Vasco (vindo pela esquerda) e converteu sua cobrança de pênalti com categoria.

Maicon – até foi importante cortando bolas alçadas à nossa área, mas vacilou em momentos capitais. Muito nervoso com a marcação alta do Fortaleza, iniciou a jogada do primeiro gol deles ao dar um passe mais que quadrado para o João Vitor (que, em outra saída de bola equivocada do zagueiro, fez falta que o deixou pendurado). No lance do segundo gol do adversário, foi facilmente driblado com uma caneta constrangedora.

Leo – penou no primeiro tempo com a facilidade que o adversário teve para chegar à nossa área, mas não chegou a comprometer.

Lucas Piton – mesmo não sendo tão presente no apoio como de costume, também foi decisivo na classificação: o penal a nosso favor surgiu em lance no qual o lateral disputaria a bola, marcou o terceiro gol do Vasco e converteu sua cobrança.

Sforza – mesmo sem ter ao seu lado quem o ajude a carregar o piano do combate pelo meio, se destacou pela consciência da sua atuação. Não deu a menor chance de defesa na sua cobrança de pênalti.

Galdames – mesmo que não tenha cometido falhas imperdoáveis, não dá pra sumir como fez em uma partida decisiva. Faltou chamar a responsa. Matheus Carvalho entrou em seu lugar para aumentar a pegada no setor e conseguiu.

Payet – no primeiro tempo, sofreu com a forte marcação adversária. Ainda assim, foi quem lançou a bola que ocasionou o pênalti do Marinho. No segundo tempo, com mais espaço, participou dos outros dois gols vascaínos. Abriu a série de penais convertendo o seu.

Adson – perdeu uma chance clara no primeiro tempo, mas provou com sobras que não pode bancar para o Rossi. Deu trabalho à zaga adversária, ajudou na recomposição e puxou o contra-ataque que terminou com nosso segundo gol. Paulo Henrique entrou em seu lugar para reforçar a marcação na reta final da partida. Nesse tempo, o lateral levou um amarelo e o Vasco, o gol de empate.

David – a intensidade de sempre, mas não conseguiu ser efetivo na mesma medida. A se destacar, o passe para Adson iniciar o contragolpe no segundo gol. Rayan o substituiu e participou da troca de passes que terminou no gol do Piton.

Vegetti – em noite inclemente, o Pirata foi imprescindível para a classificação. Converteu os dois penais – um no primeiro tempo, outro na disputa de pênaltis- que cobrou e marcou o segundo, de cabeça.

Vasco supera a própria irregularidade e bate o Vitória na Colina

Abrindo o placar contra o Vitória, Maicon marcou seu primeiro gol pelo Vasco
Abrindo o placar contra o Vitória, Maicon marcou seu primeiro gol pelo Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Na entrevista que concedeu no final do jogo de ontem, Payet declarou que o “Vasco precisa saber terminar as partidas“. LONGE DE MIM querer contestar o sujeito que fez as duas assistências pros gols que garantiram nossos três pontos contra o Vitória, mas na minha modesta opinião, o Vasco também está precisando saber INICIAR suas partidas.

E depois do primeiro tempo terrível que vimos ontem, duvido que essa seja uma opinião solitária. Ainda que o Vasco tenha conseguido, em parte, fazer uma das tais “partidas controladas” na etapa inicial, em vários momentos o Vitória só não criou problemas graves porque – tentando manter o devido respeito ao time baiano – mostrou uma limitação tremenda no ataque. Erros de posicionamento defensivo deixaram muitos espaços para o adversário nos atacar e, em vários momentos, eles foram bem mais agressivos que nós, como se a necessidade da vitória fosse apenas do Vitória.

Ofensivamente, também fomos muito ineficientes. Nas raras vezes que conseguimos superar a marcação rubro-negra, finalizamos mal ou nem isso. Pelo que apresentamos nos primeiros 45 minutos, pra chegarmos a um gol, só mesmo se a arbitragem fizesse seu trabalho direito e marcasse o grosseiro pênalti sofrido pelo Galdames, só menos grosseiro que o erro do VAR ao não assinalar a infração.

Ainda bem que no segundo tempo o time voltou melhor e conseguiu resolver a questão antes dos 12 minutos: depois de uma atuação discreta na etapa inicial, o Francês fez duas assistências em seis minutos e resolveu a partida com as ajudas do Maicon e do Pirata. Poderíamos ter marcado outros, passamos um sufoco no fim por conta de um cochilo defensivo, mas conseguimos manter a vantagem até o apito final.

Era uma vitória indispensável, não apenas por nos tirar do Z4 e dar uma tranquilizada no ambiente antes de um clássico, mas também por ser um confronto direto na luta para fugir da zona da confusão. É deprimente ver o Vasco, numa sexta rodada de Brasileirão, estar com esse tipo de preocupação, mas é o que temos pra hoje. Que as questões apontadas pelo Francês – e as não apontadas também – sejam corrigidas o mais rápido possível e que nossos próximos confrontos diretos sejam por disputas pelo posições mais nobres na tabela.

Na As atuações

Léo Jardim – não chegou a ser extremamente exigido na partida. No lance do gol, até permitiu o rebote em um primeiro chute, mas se o Vitória não tivesse marcado, seria mais uma defesa difícil pra conta do goleiro.

João Victor – não dava pra contar com o zagueiro improvisado sendo uma arma no apoio, mas compensou defensivamente. Paulo Henrique o substituiu no fim, aparentemente, apenas para pagar sua cota de irritação para a torcida.

Maicon – bem nas antecipações, bolas altas e combates diretos, ainda abriu o placar para o Vasco em um momento importante da partida.

Léo – fez uma partida regular, sem nada que comprometesse sua atuação. Tentou ajudar na saída de bola.

Lucas Piton – um primeiro tempo que reforçou a impressão de queda de desempenho. Melhorou junto com o time no segundo tempo, sendo mais presente no apoio, mas seus cruzamentos não foram precisos.

Sforza –  não fugiu da responsa de ser o principal marcador no meio de campo e ajudou na saída de bola. E ainda se revelou uma boa opção para a cobrança de faltas: quase marcou um golaço, obrigando o goleiro adversário a fazer grande defesa para evitar o que seria seu gol de falta.

Galdames – alguns erros de posicionamento no primeiro tempo deram espaço demais ao adversário, ainda assim, fez uma partida acima da sua média. Na primeira etapa, apareceu em lances de perigo quando chegou à frente, fazendo a finalização mais perigosa do time, dando uma assistência (desperdiçada pelo David) e sofreu um pênalti escandaloso não marcado. No segundo tempo conseguiu ser mais consistente defensivamente, sem deixar de arriscar algumas chegadas à área. Mateus Carvalho entrou em seu lugar  e acabou vacilando no gol do Vitória, errando um passe fácil e perdendo a chance de recuperar a bola antes da primeira finalização do lance.

Payet – uma atuação que lembrou o Vovô Nenê: um primeiro tempo discreto, levando a pior com a marcação adversária (mas ainda assim conseguindo uma finalização perigosa, no lance do penal não marcado). Aí, no segundo tempo, foi lá  e resolveu, fazendo as assistências para os dois gols vascaínos. Deu lugar ao Praxedes, cuja maior contribuição pro resultado foi ter levado um tabefe, provocando a expulsão de um jogador do Vitória quando o adversário tentava pressionar pelo empate.

Rossi – digno de nota, apenas uma recuperação quando fazia a recomposição defensiva e conseguiu cortar um contra-ataque. No ataque, foi uma nulidade. O que torna inexplicável a reserva imposta ao Adson. Mesmo não sendo um craque, é muito mais útil na frente, criando jogadas com velocidade e dando trabalho aos seus marcadores sem medo de arriscar dribles. Vinha bem mas acabou sentindo no fim e deu lugar ao  Puma, que pelo menos não teve tempo para aparecer (ou comprometer o resultado).

David – muito participativo, obriga que a defesa adversária fique atenta o tempo todo. Mas ontem estava em um dia de Deivid, já que perdeu pelo menos duas grandes chances para marcar finalizando mal ou não conseguindo executar bem algum movimento. Precisa melhorar sua tomada de decisão também.

Vegetti – o empenho de sempre, mas foi pouco acionado. Mas é aí que um centroavante mostra sua eficiência: finalizou apenas duas vezes e deixou o seu.

Hoje, a vitória é o único resultado aceitável para o Vasco

Contra o Vitória, João Vitor vai improvisado na lateral direita
Contra o Vitória, João Vitor vai improvisado na lateral direita (📸 Leandro Amorim | Vasco)

Usando de uma franqueza que nem se justifica pelo que o Vasco tem apresentado em campo, o jogo de hoje é daqueles que qualquer torcedor pode falar: se a gente não vencer o Vitória em casa, vai empatar com quem?

Os caras não venceram ninguém, o único ponto conquistado foi na base da rivalidade com o Bahia e nem em casa os caras estão conseguindo ganhar. O rubro-negro baiano está tão mal que consegue a proeza de estar abaixo de nós na tabela!

Mas aí temos que lembrar dos poréns…Eles estão atrás da gente, sim, mas têm um jogo a menos. E, verdade seja dita, eles pegaram uma tabelinha bem cruel nesse começo de Brasileiro (Palmeiras, São Paulo e Cruzeiro). E como o jogo adiado deles seria contra o Cuiabá, a partida menos complicada do Vitória até agora é justamente a contra o Vasco.

Chatão ler isso. Mas como negar?

Então, é óbvio que os baianos chegarão em São Januário nos considerando o adversário ideal para começar uma virada na competição (e, depois da goleada que sofremos na Colina para o Criciúma, dá pra achar que os caras estão viajando?). Cabe ao time do interino Rafael Paiva evitar que isso aconteça. Até porque, esse lance de “virada no Brasileiro” também é nossa pauta pra hoje.

Para conseguir isso, o interino fará mudanças no time que perdeu para o Furacão na última rodada. Payet volta ao time – esperamos em melhores condições que no seu último jogo – e João Vitor assumirá a lateral direita (o que mostra o quanto estamos bem servidos com PH e Puma). Muito provavelmente o JV parte do jogo como um terceiro zagueiro mesmo, até porque, o meio de campo hoje estará naquele jeito “marca-fofo“, com gringos Galdames e Sforza acompanhando o Francês no setor. Se essa meiuca gringa conseguir dar mais criatividade ao time, TALVEZ compense a falta de pegada no combate.  E aí, é contar que a dupla DVD Pirata faça a sua parte lá na frente (já que com o Rossi só podemos contar com uma substituição no intervalo. Ou antes).

O Vitória, como aparentemente qualquer time que tenhamos que enfrentar atualmente, não deve ser molezinha. Ainda assim, vencer é a única opção que o Vasco tem para não se afundar ainda mais na tabela e na crise.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X Vitória

Léo Jardim, João Victor, Maicon, Léo, Lucas Piton, Sforza, Galdames, Payet, Rossi, David e Vegetti. Lucas Arcanjo; Zeca (Willean Lepo), Bruno Uvini (Camutanga), Reynaldo e PK; Willian Oliveira, Dudu e Rodrigo Andrade; Matheusinho, Mateus Gonçalves (Iury Castillho) e Janderson.
Técnico: Rafael Paiva (interino). Técnico: Léo Condé.
Estádio: São Januário. Data: 12/05/2024. Horário: 18h30. Arbitragem: Raphael Claus (SP-Fifa). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP-Fifa) e Daniel Luis Marques (SP). VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP-VAR-Fifa)
TV: O SporTV e o Canal Premiere transmitem para assinantes de todo o Brasil.

Fortaleza e Copa do Brasil são os menores problemas do Vasco hoje

Rojas deve fazer parte do "ferrolho" que o técnico interino do Vasco fará contra o Fortaleza hoje
Rojas deve fazer parte do “ferrolho” que o técnico interino do Vasco fará contra o Fortaleza hoje (📸: Leandro Amorim | Vasco)

É dever de todo torcedor acreditar e ter fé que seu time se sairá bem em toda competição que participa. Mas, sejamos realistas: hoje, o vascaíno tem muito mais com o que se preocupar do que a Copa do Brasil ou o jogo de hoje contra o Fortaleza.

Claro que torcer que voltemos do Castelão com um resultado que pelo menos não nos tire as esperanças de chegar às oitavas de final da competição, todos nós torceremos. Mas o momento – desde o sorteio do confronto, no qual poderíamos ter tido melhor sorte – não é nada favorável. Time mal no Brasileirão, goleado em casa na última rodada, sem um técnico oficial, com problemas sérios de gestão por conta da 777….Mais incerto que o futuro do Vasco na Copa do Brasil é o futuro do clube de um modo geral.

Talvez por isso o interino Rafael Paiva tenha dado indicações de que montará a equipe de forma beeeeeeeeem cautelosa. Três zagueiros e três volantes, provavelmente com a intenção de evitar uma outra sacolada de gols pra cima da gente.  Como Payet e Medel mostraram estar fora de ritmo contra o Criciúma (o primeiro nem relacionado foi), Cocão e Rojas assumirão seus lugares. Como a bola chegará à dupla DVD Pirata é um mistério. Mas com esse monte de defensores em campo, o Fortaleza deve ter – ESPERAMOS 🙌 – uma dificuldade maior para chegar ao Léo Jardim.

Talvez a atitude correta para o time seja reconhecer o tamanho da crise que o clube vive e relativizar a importância dessa partida. Encarar a disputa da seguinte forma: um bom resultado será ótimo para melhorar o clima, mas um resultado ruim será apenas mais uma gota de chuva na tempestade que atravessamos. Encarando o fato de que temos mais a ganhar que a perder, boa parte da pressão do jogo diminui.

Copa do Brasil 2024

Fortaleza x Vasco

 João Ricardo, Tinga, Brítez, Titi, Bruno Pacheco; Lucas Sasha, Pedro Augusto e Kervin Andrade; Marinho, Moisés (Breno Lopes) e Renato Kayzer. Léo Jardim, Paulo Henrique, Rojas, Maicon, Léo, Lucas Piton, Sforza, Hugo Moura, Mateus Cocão, David e Vegetti.
Técnico: Juan Pablo Vojvoda. Técnico: Rafael Paiva (interino).
Estádio: Arena Castelão. Data: 01/05/2024. Horário: 19h. Arbitragem: Matheus Delgado Candançan (SP). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP-Fifa) e Daniel Paulo Ziolli (SP). VAR: Daniel Nobre Bins (RS-VAR-Fifa).
TV: O SporTV e o Canal Premiere transmitem para assinantes de todo o Brasil.

Vasco, com suor e sem inspiração, perde clássico para o tricolor

Hugo Moura fez uma assistência na sua estreia pelo Vasco, mas não conseguiu evitar a derrota no Clássico
Hugo Moura fez uma assistência na sua estreia pelo Vasco, mas não conseguiu evitar a derrota no clássico (📸: Lucas Merçon | Fluminense)

Nem acho que valha a pena ficar falando da arbitragem na derrota do Vasco para o Flu. Lances revistos pelo VAR, ainda que considerados decididos acima de qualquer contestação, são analisados por pessoas e pessoas são passíveis de enganos (digamos assim) em suas interpretações e ao traçar linhas.

Dito isto, o clássico de ontem foi mais uma daquelas partidas nas quais vimos que o Vasco joga nos limite das suas possibilidades para ser competitivo. Sem Payet, o time é 100% transpiração e muito pouca inspiração. Com três volantes no meio de campo, conseguimos errar mais passes que o Flu mesmo tendo apenas 45% da posse de bola. Criar algo errando tantos passes é bem complicado.

E há outra questão:  mesmo sem um articulador e errando muitos passes, a intensidade até ajuda a criar lances de perigo.  Mas sem inspiração, esses lances são inúteis: finalizamos bem mais que os tricolores, mas desperdiçamos todas (com exceção, claro, do gol do Vegetti), algumas claríssimas.

Tendo um adversário mais eficiente, o Flu não precisou fazer muita coisa para vencer a partida. Aproveitou as chances que teve e controlou bem o jogo quando o Vasco tentou pressionar. Ou seja, outra partida na qual até poderíamos ter melhor sorte, mas não tivemos força para conseguir evitar a derrota. Nada muito diferente da derrota para o Bragantino.

Mesmo com todos  os titulares, o Vasco é um time que precisará se empenhar muito para conseguir seus objetivos. Sem reforços, com desfalques decisivos e com escolhas questionáveis (Rossi? Por que???), as coisas ficam mais complicadas. Lamentar a falta de sorte, decisões da arbitragem  ou placares injustos não resolve nada. “Merecer” um resultado melhor não altera o placar. E, ainda pior, não nos dará um pontinho sequer a mais na tabela.

As atuações

Léo Jardim – nada podia fazer nos gols sofridos. Fez pelo menos uma grande defesa, em finalização do Douglas Costa.

Paulo Henrique – outra atuação ruim. Pouco ajudou no apoio e defensivamente foi ainda pior.

Maicon – criou raízes no lance do primeiro gol, ficando plantado enquanto o Ganso saltou para cabecear. No segundo, não conseguiu interceptar o passe que chegou para o Martinelli marcar. Teve a chance de compensar as duas falhas marcando o gol de empate, mas cabeceou para fora na boa chance que teve.

Léo – não comprometeu como seu companheiro de zaga. Fez uma partida segura.

Lucas Piton – não conseguiu ser tão efetivo no apoio. No lance do segundo gol, foi facilmente superado pela troca de passes do adversário.

Sforza – precisou correr muito para impedir os avanços do tricolor. Acabou saindo, por cansaço, dando lugar ao Zé Gabriel, que levou um amarelo protocolar e não muito mais que isso.

Galdames – discreto demais, não conseguiu ajudar o time justo no que mais precisávamos: algum tipo de articulação. Erick Marcus entrou em seu lugar no intervalo, ajudando o time a ser mais incisivo no ataque. Mas na prática, não conseguiu ser tão efetivo.

Mateus Carvalho – mais uma vez prejudicado por um amarelo muito cedo (e dessa vez, completamente sem sentido). Antes de sair no intervalo, fez uma finalização com relativo perigo no começo da partida. Hugo Moura fez sua estreia substituindo o Cocão. O volante aumentou o poder de marcação pelo meio e se destacou acertando o cruzamento para o gol do Veggeti. Os erros de passes podem se justificar pela falta de entrosamento.

Rossi – outra atuação terrível. Facilmente superado pela defesa tricolor e sem cumprir aceitavelmente a função tática de ajudar a fechar o lado direito, não fez nada que preste ofensiva ou defensivamente. Rayan entrou em seu lugar no intervalo e é impossível negar que sua atuação ficou marcada – negativamente – por perder um gol quando estava sozinho diante do goleiro Fábio.

David – mais um jogo com intensidade e movimentação, criando jogadas e deixando seus companheiros em boa posição para finalizar. Saiu no final da partida, dando lugar ao Clayton, que assim como o Rayan, marcou sua presença em campo perdendo uma chance claríssima de gol.

Vegetti – no primeiro tempo, obrigou o Fábio a fazer uma grande defesa e poderia ter conseguido um penal a nosso favor se as regras de mão na bola dentro da área não tivessem interpretações diversas para equipes diferentes. No segundo tempo marcou o gol vascaíno. Deu trabalho aos marcadores -e para a arbitragem – durante todo o jogo.

Placar injusto em Bragança Paulista frustra Vasco e sua torcida

A dupla DVD Pirata até funcionou, mas não foi o bastante para evitar a derrota do Vasco
A dupla DVD Pirata até funcionou, mas não foi o bastante para evitar a derrota do Vasco (📸: Leandro Amorim | Vasco)

Há muitos motivos para a torcida ficar frustrada com a derrota por 2 a 1 para o Bragantino ontem.

O primeiro e mais óbvio é que o placar foi de uma injustiça tremenda. Não que o Vasco tenha sido muito superior, mas as circunstâncias da derrota foram revoltantes. Sofremos dois gols pra lá de cagados (um por falha individual justo do Léo Jardim, um dos mais confiáveis do elenco, outro, completamente acidental), colocamos uma bola na trave, Lucão – O LUCÃO!!! – praticou um milagre e ainda ignoraram um pênalti claríssimo sobre o Clayton no fim do jogo, que sequer foi avaliado pelo VAR.

(update: a CBF divulgou a análise do lance pelo VAR. O pênalti não aconteceu.)

Mas, mesmo se não considerarmos os lances decisivos da partida, a injustiça do resultado final se baseia também nas atuações dos dois times. O jogo foi, no mínimo, parelho, com as duas equipes alternando um certo predomínio. Se fosse apenas por isso, o empate teria sido o placar mais justo.

Mas o que no fim das contas é mais frustrante, pelo menos pra mim, nem foi o resultado em si. O que é realmente chato é o torcedor vascaíno se sentir sempre incomodado por procurar formas de ver o lado positivo de uma derrota. Quando pensamos coisas como “o placar foi injusto“, “fomos garfados“, “demos azar“, “perdemos, mas fomos melhores“, sempre vem à mente aquela mosquinha que zumbe nas nossas mentes: nos acostumamos com pouco.

Uma derrota fora de casa contra um adversário que há anos tem tido melhores temporadas que as nossas não é um absurdo. Não dá pra ignorar a falta que Payet e Medel fizeram. A derrota para o Bragantino só aconteceu por sofrermos gols anormais. O pênalti não marcado poderia ter mudado a história do jogo. Mas mesmo que tentemos racionalizar, sempre vem o zumbido: “desculpa de time fraco não serve para o Vasco“.  Sabotamos até a perspectiva de, pelo que jogamos (não só ontem, como também contra o Grêmio), podemos fazer um Brasileiro bem menos complicado que o do ano passado.

Pra mudar essa situação, precisamos voltar a vencer o mais rápido possível. Azar do laranjal.

As atuações

Léo Jardim – uma noite pra esquecer: uma falha inaceitável no primeiro gol e muito azar no segundo.

Paulo Henrique – não conseguiu ter uma boa atuação. Ainda que tenha mostrado o empenho de sempre, não foi eficiente nem na marcação, nem no apoio.

João Vitor – vinha jogando bem, inclusive iniciando jogadas de ataque, mas sentiu o joelho e saiu no intervalo. Maicon entrou em seu lugar e viu sua atuação ficar marcada por ter desviado um chute direto pro nosso gol.

Léo – fez uma partida segura e ainda conseguiu fazer alguma graça no ataque, acertando um belo cruzamento pro Vegetti e quase marcando de cabeça.

Lucas Piton – penou no primeiro tempo com as subidas do Bragantino e, no lance do primeiro gol, poderia ter pelo menos tentado espanar o rebote do Léo Jardim. No segundo tempo conseguiu ser mais efetivo, participando mais no apoio.

Sforza – jogou com intensidade e mesmo atuando mais recuado ajudou a iniciar algumas jogadas. No segundo tempo, ficou mais preso à marcaçcião.

Galdames – iniciou a jogada que culminou no gol vascaíno, mas fora isso, teve uma atuação apagada. Clayton entrou em seu lugar no fim, para tentar uma última pressão. Foi claramente derrubado na área, sem que o VAR esboçasse qualquer atitude.

Mateus Carvalho – vinha tentando organizar jogadas e aparecer na frente para finalizar (inclusive perdeu uma chance claríssima chutando pra fora), mas foi sacado no intervalo por estar pendurado. Zé Gabriel o substituiu e fez seu feijão-com-arroz meio insosso.

Rossi – ciscou muito, acertou pouco. Entrou em campo achando que era exímio  nos cruzamentos, mas não acertou nenhum. Não voltou para o segundo tempo, dando lugar ao Rayan, que foi muito mais útil, participando da jogada do gol de empate dando bom passe para o David.

David – se movimentou muito, incomodou sempre a zaga adversária e fez assistência na medida para o Pirata marcar o seu gol. A despeito do que pensa a torcida sobre seu futebol, vem se firmando no time. Don Ramón  o sacou para a entrada do Adson, para dar um novo gás ao ataque. Não chegou a fazer nada muito relevante.

Vegetti – perdeu uma chance clara em cada tempo: primeiro, cabeceou uma bola pra fora e na etapa final carimbou a trave. Mas deixou o seu, depois de receber boa bola do David. No primeiro tempo fez um gol em, VÁ LÁ, jogada irregular.

***

Só um conselho – não solicitado e que certamente não chegará ao destinatário – ao Don Ramón.

Pruefessor“, o senhor está há pouco tempo no Rio, pouco tempo no clube e talvez não saiba como as coisas funcionam por aqui. É mais ou menos assim: se fazemos tudo certinho, a imprensa esportiva esmiúça o que for possível para falar mal do Vasco. Se esmiuçar não der certo, aparece um boato para falar mal do Vasco. Se ainda isso não funcionar, eles simplesmente inventam algo pra falar mal do Vasco. Então, o senhor imagine o que fazem quando efetivamente fazemos algum besteira.

Veja a sua fala equivocadíssima de ontem à noite. Seu comentário machista e sem sentido – é, vimos que o senhor tentou se desculpar com o manjado “mal interpretado“, mas…convenhamos, né? – acabou tendo tanto ou mais destaque que o próprio jogo. No jornal televisivo de maior audiência no Rio de Janeiro, o tempo dado ao seu comentário foi maior que a cobertura da partida. Sabe por que? Porque bater no Vasco é o esporte preferido do jornalismo esportivo carioca.

Para a instituição Vasco da Gama, estar sempre ao lado das minorias é algo mais que importante. Está em nossa essência e história. E como isso é um valor inatacável, quem sempre nos ataca vai sempre aproveitar os deslises que alguém ligado ao clube comete nessa área. Então, é esse o conselho: da próxima vez, tome mais cuidado. Tenha certeza que a tensão do jogo passou antes de iniciar a coletiva.

Vasco estreia no Brasileirão mais uma vez em meio à incerteza

Incertezas na estreia: se os gestores do Vasco não se resolvem, sobra para Don Ramon e Emiliano quebrarem a cabeça já no primeiro jogo do Brasileiro
Incertezas na estreia: se os gestores do Vasco não se resolvem, sobra para Don Ramon e Emiliano quebrarem a cabeça já no primeiro jogo do Brasileiro (📸 Matheus Lima | Vasco)

Amanhã a estreia do Vasco SAF em Campeonatos Brasileiros completará um ano: no dia 15 de abril de 2023, o cruzmaltino foi à BH e venceu o Galo no Mineirão, ainda na “Era Barbieri“. No pré-jogo, tinha dito aqui no Blog que estrearíamos no Brasileirão entre a alegria e a incerteza.

Hoje, o Vasco gerido pela 777 Partners iniciará seu segundo brasileiro contra o Grêmio, dessa vez em casa. E passados 365 dias (por conta do ano bissexto), a sensação que a torcida tem é que as incertezas continuam e os motivos para se alegrar são menores. Se é que existem.

Ano passado, o jogo contra o Atlético-MG era o retorno do Vasco à elite, depois de amargarmos dois anos na Série B e de um acesso complicadíssimo. Não sabíamos como passaríamos pelo Campeonato, mas disputar a Série A já era motivo de sobra para o torcedor estar radiante e esperançoso.

Mas o restante da temporada foi minando a alegria e a esperança de todos. As expectativas com a 777 não se concretizaram e passamos outro Brasileiro fugindo de mais um rebaixamento, o que só aconteceu – com muita luta – na última rodada.

Mudou o ano e não dá mais pra manter a visão romântica do Vasco empresa. Os processos burocráticos da 777 seguem criando problemas para os responsáveis por reforços e o futebol do clube segue gastando muito e contratando mal. Prova disso? Payet se machucou, desfalca o time contra o Grêmio e, por conta disso, Don Ramon deve escalar um time sem um armador, com três volantes (e um deles pode ser o Zé Gabriel).

No ataque, ainda que tendo mais opções, o quebra-cabeças continua. Até o desprestigiado Rossi pode acabar em campo, ao lado do Pirata e Clayton. David e Adson também disputam a vaga.

Resumindo: o Vasco começa mais um Campeonato Brasileiro com muitas incertezas, com deficiências claras no elenco e sem podermos apontar com um mínimo de certeza com qual esquema entraremos em campo. E isso, contra um adversário quem inicia a competição com status de favorito a pelo menos uma vaga no G4 e que já chega precisando de um bom resultado depois de uma largada terrível na Libertadores desse ano.

Como os gestores da SAF não conseguem fazer seu trabalho a contento, quem tem que se virar é o técnico. Que Don Ramón e Emiliano consigam compensar a incompetência extracampo com a bola rolando.

Campeonato Brasileiro 2024

Vasco X Grêmio

Léo Jardim, João Victor, Medel, Léo, Lucas Piton, Zé Gabriel (Mateus Carvalho), Sforza, Galdames (David), Adson, Clayton e Vegetti. Marchesín (Caíque); João Pedro, Geromel, Kannemann e Cuiabano; Villasanti, Pepê e Franco Cristaldo; Gustavo Nunes, Pavón e Diego Costa.
Técnico: Ramón Diaz. Técnico: Renato Gaúcho.
Estádio: São Januário. Data: 14/04/2024. Horário: 16h. Arbitragem: Flávio Rodrigues de Souza (SP-Fifa). Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP-Fifa) e Daniel Luis Marques (SP). VAR: Daiane Muniz (SP-Fifa).
TV: a TV Globo transmite para o RJ e parte da rede. O Canal Premiere transmite para assinantes de todo o Brasil.