Vasco vence o CRB e Cabo ganha tempo para trabalhar

Jabá comemora
Dois anos depois do seu último gol, Jabá comemora: atacante marcou um e deu assistência para outro na vitória sobre o CRB (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Pra começar, as boas notícias: o Vasco venceu o CRB por 3 a 0 e, com os três pontos conquistados, chegou à nona colocação na tabela.

Já as notícias não tão boas é que o time de Marcelo Cabo não chegou a apresentar uma melhora significativa, tendo conseguido a vitória – com um placar até dilatado – muito mais por conta das limitações do nosso oponente do que por nossos méritos. E, não podemos deixar de citar, também por conta da sorte.

Comemoração terceiro gol
Cano e Marquinhos Gabriel comemoram terceiro gol vascaíno: os dois marcaram os outros gols do time (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Marcelo Cabo conseguiu seu respiro e tempo para continuar na busca pelo melhor ajuste da sua equipe. E precisa mesmo, já que na vitória de ontem, o máximo de evolução que pudemos ver foi na atitude do time. E isso tem muito menos a ver com o trabalho feito pelo Cabo desde a derrota para o Avaí do que com as cobranças que o grupo deve ter ouvido.

Mas fora uma postura mais combativa, o Vasco voltou a mostrar os problemas que todos já conhecemos. Ainda que tenha passado por muitas alterações, o time continuou mostrando severas limitações criativas e a mesma insegurança defensiva. A única diferença significativa, além de um pouco mais de garra, não foi necessariamente positiva: o time abdicou completamente da posse de bola. O CRB ficou quase dois terços do tempo ditando as ações do jogo.

JC, você está exagerando! Como não houve melhoria se dessa vez o time não sofreu gols e fez três?”, perguntará o leitor. Sim, estes são argumentos complicados de rebater, reconheço. Mas não impossíveis: na questão de não sofrer gols, não podemos ignorar o fator sorte, já que o CRB colocou duas bolas na trave. E sobre os nossos gols, o primeiro foi do Cano (o que já não é novidade) e também contamos com a sorte nos outros dois (nos gols do Léo Jabá e do Marquinhos Gabriel, as “assistências” foram bolas que sobraram para os dois).

Por outro lado, o torcedor vascaíno não pode se dar ao luxo de ficar procurando motivos para reclamar de vitórias. Contamos com um pouco de sorte e com um adversário que aparentemente nos respeitou mais do que deveria? Sim, e que essa maré afortunada siga nos ajudando. Pelo menos até o time adquirir mais confiança e que Marcelo Cabo faça com que sua equipe atinja seus objetivos mais pelo que produz em campo do que por lances acidentais.

As atuações

Lucão – escalado de surpresa – Vanderlei testou positivo para covid – Lucão não chegou a ter muito trabalho (das 12 finalizações do CRB, apenas duas foram na direção do gol) e podemos elogiar sua sorte: dois dos arremates do time alagoano tiveram a trave como destino.

Zeca – alternou bons e maus momentos. Não comprometeu defensivamente, mas precisa aprimorar os cruzamentos e passes quando vai ao apoio.

Ernando – dessa vez não cometeu nenhuma pixotada, mas deu suas cochiladas de sempre, como na cabeçada que foi na nossa trave.

Leandro Castan – segue sem perder em 2021, mas precisa adquirir ritmo. Na primeira bola na trave do Vasco, por exemplo, foi facilmente enganado pelo atacante do CRB.

Riquelme – teve uma atuação discreta no apoio, mas um pouco insegura defensivamente. Precisa mais atenção ao posicionamento: na segunda bola na nossa trave, o garoto deixou dois atacantes do CRB livres de impedimento. Andrey entrou em seu lugar com o Vasco já vencendo por 2 a 0 e não teve tempo para fazer muita coisa.

Romulo – melhorou um pouco a marcação pelo meio, mas não o bastante para deixar a zaga segura. Juninho entrou em seu lugar no segundo tempo e deu mais movimentação ao setor, inclusive participando da jogada do terceiro gol. Mas segue prendendo demais a bola, algumas vezes perdendo a mesma em lugares arriscados para o time.

Bruno Gomes – no nível do Romulo, formou com ele uma dupla que mostrou mais disposição que os volantes das últimas partidas, mas não melhor desempenho. Michel o substituiu e praticamente não foi citado.

MT – ajudou tanto no combate e na marcação e ainda participou na criação de jogadas. Chegou a ser responsável pela melhor chance do time antes do primeiro gol, em um chute de fora da área. Oscilou, mas com mais ritmo, pode garantir uma vaga no time. Deu lugar ao Galarza no começo do segundo tempo e o paraguaio não manteve o ritmo. Foi menos presente na marcação e praticamente não ajudou na criação.

Marquinhos Gabriel – cadenciou demais as jogadas em alguns momentos, mas foi vital para a vitória, fazendo a assistência para o primeiro gol e marcando o terceiro.

Morato – correu mais que produziu. Léo Jabá entrou em seu lugar e mudou a cara do jogo: puxando contra-ataques, marcou o seu e fez a assistência para o terceiro em bela jogada individual.

Germán Cano – a atuação que sempre esperamos do artilheiro: perigoso o tempo todo, buscou jogadas quando não recebia a bola – quase marcou um golaço no começo do jogo, após roubar a bola do zagueiro e tentar fazer por cobertura – e preciso nas finalizações. Marcou o seu, colocou uma bola na trave e fez uma “assistência” acidental para o gol do Léo Jabá.

10 comentários em “Vasco vence o CRB e Cabo ganha tempo para trabalhar”

  1. Cabo já está há quase 4 meses no clube e parece que o trabalho começou semana passada, dadas as mudanças de escalações e mudanças de esquema. Pelo menos o time mudou de atitude, jogou com mais vontade. O time foi mais reativo dessa vez. E se essa for a saída o time e houver rapidez para chegar no ataque, beleza. Em série B futebol bonito é o de menos, o que importa é vencer, ser eficiente. Precisamos de consistência e obter uma sequencia de resultados para dar um salto na tabela e dar mais confiança aos jogadores.

  2. Bom dia, JC. Mesmo jogando um futebol muito ruim, se tivéssemos empatado com o Avai, estaríamos em quarto lugar.
    Vamos aguardar contra o Cruzeiro.

      1. E se tívessemos vencido o Bahia ano passado, nem estaríamos na Série B….
        Não dá pra contar com “E se….”, né?

Deixe um comentário