De novo nos penais, Vasco avança na Copa do Brasil

Voa, Leo Jardim: depois de falhas ao longo do jogo, goleiro vascaíno defende cobrança na disputa de penais e garante a classificação
Voa, Leo Jardim: depois de falhas ao longo do jogo, goleiro vascaíno defende cobrança na disputa de penais e garante a classificação (📸: Leandro Amorim | Vasco)

NENHUM vascaíno – ou pelo menos nenhum vascaíno realista – acreditou que a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil contra o Fortaleza seria fácil, mesmo depois de termos conseguido segurar o empate no jogo de ida e podermos decidir a vaga na Colina.

A classificação veio e, surpreendendo um total de zero torcedores (realistas), foi com um sacrifício tremendo, depois de um 3 a 3 decepcionante com o time cearense e uma disputa de penais que só se resolveu na última cobrança, defendida pelo Leo Jardim.

Mas se foi um perrengue passar pelo modesto Água Santa na segunda fase, porque haveríamos de esperar algo diferente contra o Fortaleza, um adversário obviamente mais forte, melhor treinado e com um trabalho consolidado há anos? Mesmo com desfalques, o tricolor cearense foi melhor na maior parte do tempo, pressionando nossa saída de bola e encontrando muita facilidade para construir as jogadas já na nossa intermediária. Com uma marcação forte, o Leão anulou com facilidade o Francês e, consequentemente, nossa capacidade criativa no meio de campo. Ir para o intervalo com um empate foi lucro para o time do ex-interino Rafael Paiva, que encontrou um penal salvador pouco depois de ver o adversário abrir o placar (a bem da verdade, muito mais por conta das nossas falhas que pelos seus méritos).

No segundo tempo as coisas melhoraram um pouco, estranhamente depois do Fortaleza abrir nova vantagem (de uma maneira que só aconteceria com o Vasco, com um gol “desinvalidado“). O somatório de um certo relaxamento do tricolor após o gol e do seu cansaço fizeram com que cedessem mais espaços e o Payet pudesse participar mais da partida. Em 20 minutos, o Francês participou de duas jogadas que nos fizeram virar o jogo, com Vegetti – marcando pela segunda vez – e Piton balançando as redes.

Mas a alegria durou pouco: cinco minutos depois, depois do nosso meio de campo mais uma vez dar um espaço tremendo, o Fortaleza empatou o jogo com um chute de longe, que Leo Jardim aceitou. Para compensar, o próprio fez uma boa defesa no fim, garantindo o empate e levando a decisão para a disputa de pênaltis. E no momento “loteria” do jogo, o Vasco foi melhor, convertendo as cinco cobranças e levando a vaga com nosso goleiro defendendo a última cobrança.

A classificação suada serviu para amenizar o clima em São Januário, conturbado não apenas pelo desempenho do time, mas por toda confusão envolvendo a gestão do associativo, a 777 e a SAF.  Álvaro Pacheco, apresentado ontem, assumirá a equipe com uma pressão a menos e – pelo menos por enquanto – contando com o apoio incondicional da torcida. Mas a vida do técnico Pink Blinder não será um mar de rosas, algo que ele já deve ter percebido, já que assistiu o jogo no estádio: o portuga da boina certamente sabe que terá um longo trabalho para acertar o time.

As atuações

Leo Jardim – foi de vilão – falhou no primeiro gol e tomou o terceiro em uma bola defensável – a herói ao fazer uma defesa decisiva quando o jogo já estava empatado e defendendo a última cobrança de pênalti do Fortaleza.

João Victor – como não poderia deixar de ser, falta-lhe o cacoete no apoio. Vinha fazendo uma partida apenas correta defensivamente, mas foi sacado em um momento mais agudo do jogo por já ter um amarelo. Puma Rodiguez entrou em seu lugar e acabou sendo decisivo: acertou a assistência para o segundo gol do Vasco (vindo pela esquerda) e converteu sua cobrança de pênalti com categoria.

Maicon – até foi importante cortando bolas alçadas à nossa área, mas vacilou em momentos capitais. Muito nervoso com a marcação alta do Fortaleza, iniciou a jogada do primeiro gol deles ao dar um passe mais que quadrado para o João Vitor (que, em outra saída de bola equivocada do zagueiro, fez falta que o deixou pendurado). No lance do segundo gol do adversário, foi facilmente driblado com uma caneta constrangedora.

Leo – penou no primeiro tempo com a facilidade que o adversário teve para chegar à nossa área, mas não chegou a comprometer.

Lucas Piton – mesmo não sendo tão presente no apoio como de costume, também foi decisivo na classificação: o penal a nosso favor surgiu em lance no qual o lateral disputaria a bola, marcou o terceiro gol do Vasco e converteu sua cobrança.

Sforza – mesmo sem ter ao seu lado quem o ajude a carregar o piano do combate pelo meio, se destacou pela consciência da sua atuação. Não deu a menor chance de defesa na sua cobrança de pênalti.

Galdames – mesmo que não tenha cometido falhas imperdoáveis, não dá pra sumir como fez em uma partida decisiva. Faltou chamar a responsa. Matheus Carvalho entrou em seu lugar para aumentar a pegada no setor e conseguiu.

Payet – no primeiro tempo, sofreu com a forte marcação adversária. Ainda assim, foi quem lançou a bola que ocasionou o pênalti do Marinho. No segundo tempo, com mais espaço, participou dos outros dois gols vascaínos. Abriu a série de penais convertendo o seu.

Adson – perdeu uma chance clara no primeiro tempo, mas provou com sobras que não pode bancar para o Rossi. Deu trabalho à zaga adversária, ajudou na recomposição e puxou o contra-ataque que terminou com nosso segundo gol. Paulo Henrique entrou em seu lugar para reforçar a marcação na reta final da partida. Nesse tempo, o lateral levou um amarelo e o Vasco, o gol de empate.

David – a intensidade de sempre, mas não conseguiu ser efetivo na mesma medida. A se destacar, o passe para Adson iniciar o contragolpe no segundo gol. Rayan o substituiu e participou da troca de passes que terminou no gol do Piton.

Vegetti – em noite inclemente, o Pirata foi imprescindível para a classificação. Converteu os dois penais – um no primeiro tempo, outro na disputa de pênaltis- que cobrou e marcou o segundo, de cabeça.

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